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(Rui Oliveira/Observador)

(Rui Oliveira/Observador)

Festejos do FC Porto. O que se sabe sobre a noite em que um adepto dos dragões foi assassinado

Nove suspeitos da morte de adepto do FC Porto foram detidos esta terça-feira. Polícia Judiciária suspeita que tenham agredido e agarrado o jovem de 26 anos que morreu no dia 8 de maio.

O crime que aconteceu na Alameda das Antas, no Porto, durante os festejos do título do FC Porto, começa agora a ser desvendado. Confusões antigas entre dois grupos, agressões e promessas de retaliação que terão começado no Estádio da Luz, em Lisboa, resultaram na morte de Igor Silva, o adepto dos azuis e brancos que foi esfaqueado no meio da multidão, a 8 de maio deste ano. E esta quarta-feira, exatamente um mês depois do crime, a Polícia Judiciária anunciou a detenção de nove pessoas, por suspeitas de estarem ligadas a este caso.

Os inspetores da PJ têm estado a trabalhar e acreditam ter já conseguido juntar as peças para contar a história daquela noite. Tendo em conta que participaram milhares de pessoas nos festejos do campeonato, esta tarefa tornou-se mais difícil, como adiantou fonte da PJ ao Observador. Até agora, contam-se dez pessoas detidas – Renato Gonçalves, em prisão preventiva há um mês por suspeitas de ser o autor material do crime, o seu pai, Marco Gonçalves, conhecido por Marco “Orelhas”, e oito amigos e familiares.

Principal suspeito de homicídio na festa do título do FC Porto fica em prisão preventiva

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Todos os detidos desta quarta-feira, com idades entre os 20 e os 42 anos, são suspeitos da coautoria de homicídio qualificado e de ofensas à integridade física e serão presentes a um juiz já esta quinta-feira, para ficarem a conhecer as respetivas medidas de coação. De acordo com fonte da PJ, “alguns já tinham historial por agressões ou por tráfico de estupefacientes”.

“Confundiu-se o trigo com o joio, trouxeram-se arguidos que nada têm a ver com os factos em causa. A troco de uma pressão mediática, não se pode estar a confundir cidadãos que nada tiveram que ver com os factos", disse o advogado de três dos arguidos. 

As detenções não foram, no entanto, uma surpresa, admitiu o advogado de três dos arguidos deste caso, Carlos Duarte, acrescentando que estas aconteceram “fruto da pressão mediática”. “Confundiu-se o trigo com o joio, trouxeram-se arguidos que nada têm a ver com os factos em causa. A troco de uma pressão mediática, não se pode estar a confundir cidadãos que nada tiveram que ver com os factos. Uma coisa é estar presente nos festejos, uma coisa é estar presente em eventuais práticas de delitos, outra coisa é participar nos mesmos.”

Agressões terão impedido fuga da vítima

“O que aconteceu aqui foram questões pessoais, que se foram sucedendo com agressões físicas”, esclareceu fonte da PJ, sublinhando que, apesar de os suspeitos e a vítima serem adeptos do clube, o crime não está relacionado com o FC Porto.

A história terá então começado no jogo entre o Benfica e o Porto, no Estádio da Luz, com vários desentendimentos entre o grupo de Igor Silva e o grupo de Marco “Orelhas”. E na noite dos festejos do título dos azuis e brancos, os nove suspeitos detidos esta quarta-feira terão agredido o jovem de 26 anos. Depois das agressões, os suspeitos terão agarrado a vítima, “impedindo-a de reagir e, portanto, de poder defender-se, de poder fugir”, acrescentou fonte da PJ. Igor Silva foi atacado com dez facadas no peito e nas costas e morreu no local do crime.

Esta participação terá sido significativa para que pudesse haver condições para o homicídio, que de outra forma poderia não ter ocorrido. Nessa medida, houve uma atuação conjunta.”

Além das detenções feitas pela PJ, na sequência de 13 mandados de busca domiciliária e nove de detenção, surgiram novas peças para juntar à história. De acordo com a CNN, que teve acesso a áudios enviados para um grupo dos Super Dragões, por pessoas que estavam presentes no local do crime, Marco “Orelhas” bateu à vítima com pedras.

O filho deu-lhe com um facalhão de cozinha e o Marco sempre a dar-lhe pedradas na cabeça. Mataram-no os dois. O filho é que lhe espetou a faca por todo o lado. Desfiguraram-no todo”, ouve-se na gravação.

Noutro áudio, enviado por mensagem e por outra pessoa, é revelado que estariam mais pessoas do que aquelas que foram detidas: “Foi o Marco, o filho e foram mais, para aí, 15 gajos. Não foram só eles os dois”.

E as mensagens que foram trocadas entre vários membros da claque dos Super Dragões confirmam que os conflitos não eram recentes, tal como avançou a PJ ao Observador, e que Igor Silva já teria sido alvo de uma tentativa de homicídio, ainda antes da noite dos festejos do título. O jovem que morreu a 8 de maio terá sido baleado e terá sido assistido no hospital. “O gajo mal saiu do hospital (…) foi logo roubar um traficante, ainda andava com as gazes de ter levado os tiros. O meu colega estava preso e ligou-me e disse mesmo: ‘Era mesmo para matá-lo’”, relatou um dos membros do grupo.

Marco “Orelhas” já tinha ido à polícia

O número dois da claque dos Super Dragões, que está entre os detidos no âmbito da operação Fim de Festa, entregou-se na PJ no mês passado e foi logo constituído arguido no processo da morte do jovem adepto. Marco “Orelhas” esteve em fuga durante uma semana e, quando se entregou, recusou prestar declarações às autoridades.

Marco “Orelhas” entregou-se à PJ e foi constituído arguido no processo do homicídio da morte de adepto do FC Porto

Mas a morte de Igor Silva não se traduziu no fim dos desacatos entre os dois grupos. Já depois do homicídio do jovem, um carro entrou no bairro do Cerco, no Porto, de onde Marco “Orelhas” é natural, e os ocupantes começaram a disparar. Os tiros foram ouvidos junto da casa da mãe do número dois dos Super Dragões. Não houve feridos ou mortes, mas o caso foi relacionado com o que aconteceu na noite dos festejos.

Marco “Orelhas” chamou a polícia depois de se barricar na casa de banho de um bar na praia de Salgueiros, em Vila Nova de Gaia, por temer que vários clientes que entraram naquele estabelecimento iriam agredi-lo, por vingança da morte de Igor Silva.

Mais recentemente, durante a noite do último sábado, Marco “Orelhas” chamou a polícia depois de se barricar na casa de banho de um bar na praia de Salgueiros, em Vila Nova de Gaia, por temer que vários clientes que entraram naquele estabelecimento pudessem agredi-lo, por vingança da morte de Igor Silva. O número dois da claque do Porto só saiu da casa de banho quando os agentes chegaram e não se registou qualquer incidente.

Os receios de vingança não se esgotam, porém, com a detenção de “Orelhas” e os áudios divulgados pela CNN mostram que as ameaças podem continuar. “Está desgraçado. O Pena na prisão tem três irmãos ainda piores do que o Marco ‘Orelhas’.”, ouve-se na mensagem enviada.

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