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Mauro Costa e André Cabral são os protagonistas de "Fogo-Fátuo"
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Mauro Costa e André Cabral são os protagonistas de "Fogo-Fátuo"

Mauro Costa e André Cabral são os protagonistas de "Fogo-Fátuo"

"Fogo-Fátuo". O humor e o romance de João Pedro Rodrigues ao ritmo de uma dança de príncipes

Depois de Cannes e do festival Queer Lisboa,"Fogo Fátuo" chega às salas. Entrevistámos João Pedro Rodrigues, o realizador deste conto de fadas cómico, contemporâneo e sem dogmas estilísticos.

Um jovem príncipe português, de seu nome Afonso, decide que a sua missão de vida é ser bombeiro voluntário. Quer largar as regalias e os berços dourados da aristocracia portuguesa para ajudar na saga crónica dos incêndios em Portugal. Parece uma história nascida de uma notícia peculiar. E se parece, é porque é mesmo, mas em forma de fantasia cómica e sexual. Coreografias que envolvem posições laterais de segurança, power-points de pénis para decorar florestas portuguesas, uma história de amor entre dois homens, o colonizador e o colonizado, o negro e o branco, a história e o futuro, o sublime e o real. Aí está a primeira comédia do realizador português João Pedro Rodrigues, em “Fogo-Fátuo”.

Este filme foi mostrado no Festival Cannes, onde esteve na Quinzena de Realizadores. E apesar da entrada a pés juntos num género que nunca tinha trabalhado em pleno, os receios do realizador rapidamente se dissiparam. “Em Cannes ofeceram-me quase tudo, mas escolhi a Quinzena dos Realizadores. Tive razão na escolha. Foi incrível, as pessoas riram do princípio ao fim, bateram palmas durante a cena das ejaculações faciais [que decorre numa área de um pinhal ardido, enquanto os protagonistas trocam insultos racistas], até me surpreendeu. Percebi aí que o filme funcionava”, revelou em entrevista ao Observador.

João Pedro Rodrigues já não realizava uma longa metragem desde “O Ornitólogo” (2016) e agora tem andado a mostrar a sua mais recente obra em diversos festivais, de Toronto a Nova Iorque, passando também por Lisboa, onde abriu o Queer deste ano. Não gosta de se repetir, nem gosta de, apesar de estar a trabalhar principalmente em terras francesas, deixar de ter um olhar crítico sobre o cinema português. Acredita que “não falta qualidade” nenhuma ao que se faz por cá para chegar à competição do mais importante festival de cinema do mundo, Cannes. A “particularidade” do cinema português é o que o faz ser tão reconhecido lá fora, garante. Mas, apesar do talento que vai atravessando gerações de cineastas, o dinheiro nunca vai chegando. “É impossível fazer filmes só com o dinheiro que há em Portugal. Se existe uma determinada ambição, não é possível”, diz.

[o trailer de “Fogo-Fátuo”:]

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Quis trabalhar sobre um príncipe homossexual que tem o sonho de ser bombeiro, tendo uma forte preocupação ambiental. O assunto da monarquia em Portugal é sempre olhado com algum tom de ironia, mas em “Fogo-Fátuo” fica a ideia de que o tratou com mais respeito, apesar de ser uma sátira. Porquê?
Vivemos numa república desde 1910 e o que me intriga é como é que ainda olhamos para esta pessoas. A ideia do filme veio quando estava no dentista e folheava uma daquelas revistas cor-de-rosa. Tinha para lá uma reportagem sobre a nossa aristocracia e outras, misturada com artigos de celebridades da televisão. Que sentido faz ainda estas revistas? Porque é que poderá ser interessante olhar para estas pessoas como se fossem alguém distante, estas pessoas que abrem as portas de suas casas para quem compra aquelas revistas. Este filme fala sobre essa encenação, como é que nos queremos mostrar e como somos realmente. A história do filme é a de alguém que foi educado num meio mais conservador e descobre uma espécie de liberdade no quartel dos bombeiros.

Falo mais das aparições públicas do Duque de Bragança, por exemplo, que são vistas sempre como ridículas ou alvo de chacota. É como se não parecesse um assunto real.
São, realmente, pessoas de fantasia. Portugal não reconhece nenhum protocolo aos descendentes da família real. Vivemos numa sociedade laica e republicana e, portanto, no fundo, são pessoas iguais às outras. Mas, ao mesmo tempo, fui buscar a ideia de príncipe como representante de um passado histórico. Vivemos como monarquia durante cerca de oito séculos e questiono-me sobre a existência dessas pessoas. É uma espécie de conto de fadas, daí usar o príncipe, uma história de príncipes e princesas, que neste caso são dois homens. Havia uma espécie de tradição de sátira mais durante a revista portuguesa, apesar de achar que o filme não tenha a ver com esse estilo, mesmo seguindo essa linha de crítica social que depois foi seguida pelo Herman José. Que é a comédia mais interessante para mim, não gosto muito do stand-up que se faz agora, como se faz nos Estados Unidos da América, que não me interessa muito. Mas também não é a linhagem da comédia musical mais abrangente e clássica.

"Não gosto de filmes em que no final as pessoas dizem: "o filme quer dizer exatamente isto". Cada um deve encontrar as pistas que quiser. Acho que o cinema conta histórias, não trata assuntos. O desejo de fazer este filme foi contar uma história de amor, essa é a linha que o guia. Mas é uma comédia."

Em “Fogo-Fátuo” faz referências a autores como José Vilhena. Esse registo faz sentido no seu trabalho? A comédia não existe sem crítica social?
Agora as pessoas aceitam tudo em Portugal. Somos um país de brandos costumes, somos pouco contestatários. Estranhamente, por vezes é um país amorfo, as pessoas não reagem às coisas, faz-me um pouco de impressão. Usámos o José Vilhena como contraponto à grande arte, não queria falar só dela. Pegámos no modelo dos calendários dos bombeiros, que é algo que se faz agora, por influência americana, penso eu, e usámos a pintura, que me formou como pessoa e realizador. No fundo, reproduzir pinturas de forma irónica, porque não gosto de um filme que precisa da pintura. Irrita-me quando existem citações diretas à pintura. A minha maneira de enquadrar tem a ver com uma aprendizagem de ver cinema e pintura, olhar para as imagens. Não gosto de filmes que citem diretamente nada. Aqui tentei jogar o jogo da ironia.

Também toca no tema sensível dos incêndios…
É um tema sensível e muito preocupante. A cada verão que passa vamos sofrendo com os incêndios, é algo mundial. As alterações climática são bem reais. Quis tratar estes temas com uma aparente ligeireza, mas para as pessoas pensarem sobre eles. Há uma cena sexual num pinhal ardido, é uma cena de reconciliação, porque estão a usar insultos racistas, estão ali além do seu passado racista e colonial. É uma espécie de pacificação. E, depois, tudo arde para se renovar, é essa ideia de renovação.

Essa pacificação vê-se no filme, mas em Portugal é uma discussão muito acesa. O cinema contribui em quê para isso? Para descobrir um campo comum?
Ainda há pouco tivemos a morte do ator Bruno Candé, portanto, o racismo está bem presente. O cinema faz as pessoas pensar, mas acho que nunca deve ter mensagens claras. Não deve ser panfletário. É como as outras artes. Não gosto de filmes em que no final as pessoas dizem: “o filme quer dizer exatamente isto”. Cada um deve encontrar as pistas que quiser. Acho que o cinema conta histórias, não trata assuntos. O desejo de fazer este filme foi contar uma história de amor, essa é a linha que o guia. Mas é uma comédia, só era possível tratar este tema de uma forma cómica, porque se não, não faria sentido fazer disto um drama. É tudo um bocadinho ridículo aqui.

"Tivemos muito tempo para ensaiar, dos dois protagonistas, um não tinha experiência alguma, outro é sobretudo bailarino, com pouca experiência de representação"

Depois das reações positivas que teve em Cannes, já se convenceu de que também se dá bem em comédia?
Tenho estado a apresentar o filme em França. A reação tem sido muito positiva, tanto do público como da crítica. Acho que as pessoas se riem, portanto, poderá querer dizer que resulta. Já queria fazer uma comédia há muito tempo, só não tinha encontrado o assunto. Embora já me tenha aproximado no “Morrer Como um Homem”, acho. Há determinadas cenas com a Maria Ba que são cómicas, pequenos momentos. No cinema mais sério, arte e ensaio, é tudo mais sisudo. O cinema deve ser livre de se aproximar dos mais variados géneros, mesmo que não seja de grande público. Para mim, essas diferenças não fazem grande sentido. Tanto vejo cinema mais de arte e ensaio como de Hollywood. É para quem o queira ver. Sendo uma comédia, vão vê-lo para se rirem. Foi muito divertido fazê-lo, acho que essa energia passou para o filme, depois de dois anos fechados em casa.

Falando da pandemia, falou-se pouco do que aconteceu no cinema, salvo raras exceções. Porque quis falar nisso também?
Foram dois anos que mudaram a nossa vida, era impossível ignorar a existência da pandemia. Faz-me muita impressão ignorar-se esse tempo. Os nossos filmes vêm sempre do real, era impossível ignorá-lo. No filme, a pandemia não existia, foi escrito antes da Covid-19. O pai acaba por morrer do novo coronavírus precisamente porque fazia sentido. Mas agora as pessoas riem-se desse momento.

O realizador de "Fogo-Fátuo", João Pedro Rodrigues

Parece algo distante já.
O filme está cheio de duplos sentidos por causa da ironia. É um momento trágico, por exemplo, mas dentro da cultura desta comédia faz com que as pessoas se riam.

Também temos cenas coreografadas. Como foi? E porquê usar essa vertente para trabalhar esta comédia?
Quis fazer uma comédia musical, que normalmente tem uma história romântica que move a intriga. Depois há tensões e há momentos de dança. Quis usar essas ferramentas, trabalhei com a Madalena Xavier, que é professora na Escola Superior de Dança, num processo muito longo. Devíamos ter filmado em 2020 e só o fizemos em 2021. Tivemos muito tempo para ensaiar, dos dois protagonistas, um não tinha experiência alguma, outro é sobretudo bailarino, com pouca experiência de representação. Gosto muito de musicais, que se passam na rua e partem dos décors naturais. Como se fez nos anos 50, onde saíram do estúdio para serem filmados no exterior. Isso interessa-me, como é que os décors reais se transfiguram através da ficção, da dança e da música. Além disso, a cena mais coreografada, a que gosto de chamar o “Baile dos Bombeiros”, faz-se de gestos da posição lateral de segurança, que estão a ensaiar na cena anterior. Foi a partir desses gestos que a coreografia foi criada, recorrendo depois também ao improviso. É uma fantasia total. Gosto sempre de perceber como é que se sublima a realidade.

"O que faço é coproduções com França. É o país que apoia mais o cinema, nacional e internacional. É impossível fazer filmes só com o dinheiro que há em Portugal. Se existe uma determinada ambição, não é possível."

Falando dessa passagem por Cannes. Li que fez algumas críticas por não estar na competição oficial. Porquê?
Cannes continua a ser o festival mais importante do mundo, por muitas críticas que tenha, às vezes não concordo com muitas seleções, mas por gosto pessoal. Existe a seleção oficial e outras duas secções, a Quinzena de Realizadores e a Semana da Crítica. À segunda já não posso ir, porque é para primeiros filmes. A primeira surgiu durante a nouvelle vague, pós-maio de 1968, penso eu, em que os realizadores queriam passar um cinema novo. Não fiquei irritado por estar na categoria principal, preferi recusar tudo o resto e ir à Quinzena porque achei que o filme estaria melhor defendido.

Mas a irritação parte de uma transformação que o festival está a ter?
Não, não. É muito difícil chegar à competição oficial. O último que chegou foi o Pedro Costa com a “Juventude em Marcha”. Há poucos filmes portugueses que estiveram na grande competição de Cannes. “Os Restos do Vento” esteve na sessão especial, mas a mim não me interessava, apesar de me terem oferecido. Tive razão na escolha. A Quinzena foi incrível, as pessoas riram do princípio ao fim, bateram palmas durante a cena das ejaculações faciais, até me surpreendeu. Percebi aí que o filme funcionava. Estreei o filme em Cannes, a primeira cópia ficou completa já o festival tinha começado. Não tinha mostrado a público nenhum. Agora repetiu-se durante o Queer Lisboa, a reação foi estrondosa. Incrível.

O que é que falta para o cinema português chegar a esse estatuto? Porque é que é tão difícil?
Acho que não falta nada. Temos qualidade suficiente. O diretor de Cannes é que tem alguma resistência e está muito fascinado com o cinema norte-americano. Há realizadores que vão sempre a Cannes, como os irmãos Dardenne que já ganharam duas Palmas de Ouro ou o Ruben Ostlund. Será que faz algum sentido ganhar-se duas Palmas de Ouro? Acho que não faz. Se já se ganhou uma, já provou, já chegou lá, não faz muito sentido. Claro que são as circunstâncias a falar, é o que é. Há muito gosto pessoal aí.

"O cinema português é visto, no mundo todo, como particular e diferente dos outros. Essa é a sua mais valia, por isso é que as pessoas gostam. Não é igual aos outros"

Como é que olha para o atual momento do cinema português, cada vez mais reconhecido internacionalmente? Portugal está agora também a tentar captar investimento estrangeiro, ter produções cá a investir.
O sistema é sempre o mesmo. Se pensar, não há muitos sítios e lugares onde se possa ir buscar apoio para os filmes em Portugal. As televisões privadas interessam-se pouco por um determinado cinema português. A televisão pública antes tinha um acordo em que era obrigatório participar, agora, depende do que lhes interessa na RTP. Onde estou, em França, podem-se conseguir muitos apoios. Fundos regionais, uma variedade enorme de televisões. O dinheiro que se dá para uma longa-metragem pelo ICA em Portugal é o mesmo desde que eu comecei a fazer filmes, com o “Fantasma” [em 2000]. O que os realizadores portugueses fazem é ir buscar dinheiro lá fora, em coprodução. Em relação à lei de mecenato, não sei bem.

Agora Portugal tem o cash rebate e as entradas das plataformas de streaming.
O problema foi deixar essas plataformas entrar quase sem obrigações nenhumas. Não tinham de fazer nenhum gasto até que se conseguu 1% para o cinema. No início não havia obrigação, em França não é 1%, a percentagem é muito elevada, entre 20% a 30%. Nós não nos sabemos defender. É ridículo as plataformas não financiarem o cinema português. É entrar e não pagar impostos. Quanto ao cash rebate, não sei se há ainda experiência suficiente.

Houve tantas candidaturas que o dinheiro para este ano terminou.
Nem sabia disso. O que faço é coproduções com França. É o país que apoia mais o cinema, nacional e internacional. É impossível fazer filmes só com o dinheiro que há em Portugal. Se existe uma determinada ambição, não é possível.

"É difícil fazer cinema se a pessoa não se interessar por outras coisas. A literatura, a vida em geral, as diferentes experiências pessoais. Não quer dizer que os filmes reflitam a minha vida, mas qualquer disciplina artística, da escrita ao cinema, é sobre coisas próximas."

Como é que os franceses olham para o seu cinema?
O cinema português é visto, no mundo todo, como particular e diferente dos outros. Essa é a sua mais valia, por isso é que as pessoas gostam. Não é igual aos outros. Há o cinema português que não sai de Portugal, como os remakes dos anos 40, isso não vai a lado nenhum, não sai do país. No outro lado, sou eu, o Miguel Gomes, o João Nicolau, o Pedro Costa, a Salomé Lamas, o Pedro Cabeleira, há muitos outros novos autores. Imensos, e muito interessantes. Que estão a trabalhar também em curtas-metragens. E esses filmes vão surgindo em todos os festivais do mundo. Ainda agora vim de Toronto.

E será que essa realidade se vai alterar?
Espero que sim. As pessoas têm de ser educadas de alguma maneira. Tem de partir da promoção, os filmes têm de ser promovidos. Não existe uma política muito sólida nesse sentido. É difícil que tenham presença, as grandes campanhas são caríssimas. Não há dinheiro para isso em Portugal. Às vezes as pessoas nem sabem que os filmes existem. É sempre uma dificuldade haver trailers ou fazer reportagens. Se as pessoas não souberem que existem, não têm interesse.

Queria voltar à pintura. De onde vem essa ligação?
Tive interesse desde miúdo, os meus pais levavam-me a museus. Foi-me sendo natural. É difícil fazer cinema se a pessoa não se interessar por outras coisas. A literatura, a vida em geral, as diferentes experiências pessoais. Não quer dizer que os filmes reflitam a minha vida, mas qualquer disciplina artística, da escrita ao cinema, é sobre coisas próximas. Esse lado pessoal existe em qualquer uma dessas disciplinas.

"Acho que se percebe que os meus filmes são meus. Não quero é fazer sempre igual. Se calhar passa um pouco essa ideia, não me quero é repetir"

Tem de ser sempre algo biográfico.
Parte da experiência.

Já lá vão algumas décadas desde que começou a trabalhar na área…
… terminei a escola nos anos 80. Depois comecei a trabalhar em filmes de outras pessoas nos anos 90. Foram dez anos. A seguir, fiz a minha primeira curta-metragem, com apoio, em 1997. Nunca é possível ter todo o dinheiro do mundo, é preciso saber viver com essas dificuldades. Qualquer arte faz-se à volta disso. E isso também determina o que os filmes vão ser. É preciso é colocar essas dificuldades a nosso favor e a favor do cinema.

Lida bem com a ideia de “os portugueses fazerem muito com pouco”.
Parece que há um contentamento nisso. Eu não. Luto por conseguir melhor. Passar à volta dessas tais dificuldades e fazer um filme que não me envergonhe.

E nunca à procura de um estilo.
Não é bem isso. Acho que se percebe que eles são meus. Não quero é fazer sempre igual. Se calhar passa um pouco essa ideia, não me quero é repetir.

Com tanta gente a ver filmes na televisão ou em ecrãs mais pequenos, como é que se leva outra vez as pessoas para as salas de cinema?
Não sei muito bem responder a essa pergunta. Mas falando no contexto francês, porque tenho estado a fazer apresentações em todo o país, com públicos muitos diferentes, há um lento regresso às salas. Espero que aconteça em Portugal. É lento. Mas está a acontecer. As pessoas, pouco a pouco, estão a voltar a ter esse prazer de estar em sala.

Voltar ao normal.
Eu regressei logo mal abriu. Sei que não sou igual a todas as pessoas. Mas o que espero que aconteça é que as pessoas voltem a querer a experiência de ver um filme em sala.

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