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DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

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Hospital de Setúbal. Diretores demissionários denunciam burnout, turnos sucessivos de 24 horas e serviços à beira da rutura

Governo anunciou contratações após a demissão dos diretores de serviço, mas não bastam. Médicos dizem que houve quem precisasse de ajuda psicológica no pico da pandemia por excesso de trabalho.

Quando a pandemia atingiu mais severamente os hospitais, atirando muito deles para situações em que ficaram à beira da rutura, já o Hospital São Bernardo, em Setúbal, estaria há vários meses desfalcado de profissionais de saúde — médicos, também, mas não só. A pandemia, primeiro, e as eleições autárquicas, depois, limitaram-se a adiar uma decisão que há muito tempo estava na mente dos profissionais de saúde daquele centro hospitalar.

O esforço excessivo exigido aos médicos daquele hospital, motivado pela falta de clínicos, foi um dos motivos por que se tornou um dos 87 signatários da carta de demissão apresentada e anunciada ao público na última quarta-feira: “Se continuasse como diretor do Departamento de Anestesiologia estava a ser cúmplice de gestão danosa. Não me posso questionar sobre se estou a servir os interesses do hospital ou os interesses dos utentes”, desabafou Jorge Cortez.

Jorge Cortez, diretor demissionáro do serviço de Anestesiologia do Centro Hospitalar de Setúbal — e um dos 87 profissionais do hospital que esta semana apresentaram a demissão em bloco —, recorda-se de se ter cruzado com profissionais de saúde a chorarem nos corredores do hospital no pico da terceira vaga, totalmente exaustos pelo trabalho que ali desenvolviam; e de colegas seus terem mesmo precisado de receber acompanhamento psicológico para ultrapassarem situações de burnout.

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Alguns só iam a casa duas vezes por semana — o resto do tempo passavam-no no interior do hospital — e, ainda em agosto, foi necessário pedir a médicos que fizessem turnos de 24 horas três vezes por semana, conta Pinto de Almeida, também ele diretor demissionário do serviço de Ginecologia e Obstetrícia. Mas nenhum abandonou o barco, garante o anestesista: “Todos os profissionais de saúde, não só os médicos, sacrificaram-se por este hospital, mas nunca se queixaram nem nunca faltou nada aos doentes.”

O esforço excessivo exigido aos médicos daquele hospital, motivado pela falta de clínicos, foi um dos motivos por que Pinto de Almeida se tornou um dos 87 signatários da carta de demissão apresentada e anunciada ao público na última quarta-feira: “Se continuasse como diretor do Departamento de Anestesiologia, estaria a ser cúmplice de gestão danosa. Não me posso questionar sobre se estou a servir os interesses do hospital ou os interesses dos utentes”, desabafa Jorge Cortez, em conversa com o Observador.

Demitiram-se em bloco 87 médicos do Hospital de Setúbal. Apenas três não assinaram carta de demissão

As funções médicas que acumulavam continuaram a ser cumpridas e nunca foi colocada em cima da mesa a hipótese de ser de outra maneira: “Aqui ninguém é médico porque o pai obrigou”, asseverou o anestesiologista. Também José Poças, ex-diretor do serviço de infecciologia do Centro Hospitalar de Setúbal, afiançou que "não vamos deixar de ser médicos enquanto o pudermos ser, mesmo nas condições precárias em que às vezes temos de trabalhar".

Quem entra no Hospital São Bernardo não se dá conta de que 87 médicos com cargos de chefia — entre membros da direção clínica, da direção de serviço e departamentos, coordenadores de unidade e comissões e, ainda, chefes de equipa de Urgência — apresentaram a demissão das suas funções no Centro Hospitalar de Setúbal na última quarta-feira. A tomada de decisão conjunta foi conhecida depois de o diretor clínico Nuno Fachada ter seguido esse mesmo caminho menos de uma semana antes.

Esta quinta-feira, um dia após ter sido divulgada a carta conjunta subscrita pelos quase 90 clínicos, as consultas estavam a decorrer com normalidade, os atrasos não foram diferentes dos que se registavam antes da demissão em bloco e não havia sinal de qualquer situação anómala nos corredores do hospital. O motivo foi explicado ao Observador pelo médico Jorge Cortez: tudo continua a funcionar com normalidade porque os médicos que renunciaram às funções naquele hospital — de um universo de 264 especialistas, 136 internos (números da Ordem dos Médicos) e 150 prestadores de serviço (estimativas dos médicos demissionários) — abandonaram apenas os cargos de gestão que mantinham até agora.

Jorge Cortez, diretor demissionáro de anestesiologia, demitiu-se por não querer "ser cúmplice de gestão danosa".

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As funções médicas de acompanhamento dos utentes, que acumulavam com as responsabilidades de coordenação e chefia, continuaram a ser cumpridas e nunca foi colocada em cima da mesa a hipótese de ser de outra maneira: “Aqui, ninguém é médico porque o pai obrigou”, atira o anestesista. Também José Poças, agora ex-diretor do serviço de Infecciologia do mesmo centro hospitalar, afiançou que o objetivo passa por continuar a garantir a capacidade de resposta do hospital: “Não vamos deixar de ser médicos enquanto pudermos sê-lo, mesmo nas condições precárias em que às vezes temos de trabalhar.”

“Há 20 anos que nenhum ministro da Saúde vem ao Hospital de Setúbal” lembra José Poças

“Este foi o último grito, mas salvo alguém que mude de profissão, salvo alguém que adoeça ou morra, salvo alguém que se reforme, a grande maioria de nós vai manter-se por algum tempo na função de médico e, transitoriamente, se se determinar que há condições para retirar a demissão a favor de um plano em que acreditemos, assim faremos“, explicou o infecciologista.

Ministra anuncia contratações. Médicos dizem que não chega

Mas, se a demissão anunciada em conferência de imprensa na sede da Secção Regional Sul da Ordem dos Médicos não trouxe consequências para o atendimento dos utentes, os clínicos ouvidos pelo Observador garantem que também não houve sinais de qualquer ação concreta por parte do Conselho de Administração para contornar a atual situação.

A administração do hospital terá mesmo dito a alguns dos signatários da carta da demissão que esse documento nunca chegou às suas mãos. Ao Observador, os responsáveis pela gestaõ do hospital não responderam às questões colocadas. Fonte oficial avançou apenas que o Conselho de Administração estava reunido esta quinta-feira (um encontro habitual neste dia da semana), mas que não prometia uma reação ainda no decorrer da tarde, quando o Observador esteve em reportagem naquela instituição.

Já a reação pública do Ministério da Saúde surgiu pela voz de Marta Temido. No Parlamento, a ministra da Saúde afirmou que, “nos últimos anos” (não precisando quantos), o Hospital de Setúbal recebeu 376 profissionais de saúde, 36 dos quais médicos. A ministra também contabilizou a contratação de oito médicos desde o início do ano e outros oito só na semana passada. “Naturalmente que há muitos problemas por resolver”, admitiu Marta Temido: “É preciso fazer mais? É para isso que cá estamos.”

"A ginecologia e obstetrícia está muito carente de médicos do quadro, temos de recorrer a médicos colaboradores externos", descreveu o médico: "Os médicos têm estado a sair por aposentação, por rescisão de contratos, e nada se fazia para os substituir". A solução tem sido chamar médicos colaboradores externos, mas, "como muitos hospitais estão carentes, este é um meio insuficiente", considerou Pinto de Almeida: "Os médicos da casa têm de saltar para a frente".

Marta Temido acena com contratações, mas admite dificuldades no SNS. “Há muitos problemas por resolver”

Entretanto, 24 horas depois do despedimento em bloco dos médicos em cargos de chefia do Hospital de Setúbal, o Ministério da Saúde autorizou a contratação de médicos para sete especialidades naquele centro hospital e confirmou ainda um investimento de 17,2 milhões de euros na ampliação das suas instalações, através de um concurso internacional a iniciar-se ainda na primeira quinzena de outubro e que culminará com o término das obras em 2023. “Suficiente, não é. Que é uma resposta, é. E é uma resposta favorável”, comentou Pinto de Almeida, diretor demissionário do serviço de Obstetrícia e Ginecologia.

Em resposta enviada ao Observador, fonte oficial da tutela confirmou que os médicos a integrar a equipa do Centro Hospitalar de São Bernardo pertencem às especialidades de Ortopedia, Ginecologia e Obstetrícia, Anestesiologia, Cardiologia, Pneumologia, Medicina Intensiva e Oncologia Médica. Só que só o serviço de Obstetrícia, que neste momento tem 11 médicos, precisava de outros dez para funcionar com normalidade, alertou o agora diretor demissionário.

Numa das entradas do hospital há um monumento em homenagem aos profissionais de saúde que foi colocado a 1 de junho deste ano.

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“A Ginecologia e Obstetrícia está muito carente de médicos do quadro, temos de recorrer a médicos colaboradores externos”, descreveu o médico: “Os médicos têm estado a sair por aposentação, por rescisão de contratos, e nada se fazia para os substituir.” A solução tem sido chamar médicos colaboradores externos, mas, “como muitos hospitais estão carentes, este é um meio insuficiente”, considerou Pinto de Almeida: “Os médicos da casa têm de saltar para a frente.”

Agora, e sem uma tomada de posição clara do Conselho de Administração e do Ministério da Saúde, os médicos garantem que não há volta à posição assumida esta semana. Um dos cenários apresentados ao Observador pelos vários médicos com que contactou, e que levaria os clínicos a reconsiderar voltar às anteriores funções, passaria por requalificar o Hospital de São Bernardo numa instituição “tipo D”. Isso traduzir-se-ia num upgrade na capacidade de resposta, deixando de ser uma instituição de alcance distrital para passar a apresentar-se como um hospital multidisciplinar, e ao mesmo tempo abriria a porta a uma normalização do corpo clínico, permitndo que os 87 clínicos demissionários voltassem a assumir os cargos anteriores.

Apenas três médicos do centro hospitalar se mantêm nos cargos e não assinaram a carta apresentada na quarta-feira pela esmagadora maioria dos colegas. Um deles estava de férias — por isso não pôde assinar presencialmente a carta, apesar de concordar com as suas reivindicações, segundo relataram os colegas. Certo é que 97% dos médicos com funções diretivas no hospital assinaram a carta e abandonaram já os cargos de gestão.

No Hospital de Setúbal “todos os pedidos de ajuda são ignorados”, acusa Pinto de Almeida

Os problemas no hospital — contam os profissionais de saúde ao Observador — arrastam-se, pelo menos, desde 2014. Foi nessa altura que o Centro Hospitalar de Setúbal começou a receber os doentes de Sesimbra, que em vez de serem atendidos no Hospital de Almada começaram a ser encaminhados para ali. A área de cobertura do Hospital de São Bernado foi crescendo até abranger, neste momento, a prestação de cuidados a 350 mil pessoas. Mas as condições mantiveram-se as mesmas, ao ponto de as imagens dos corredores do serviço de Urgência repletos de macas se tornarem recorrentes. Ao mesmo tempo, as obras prometidas para aquelas instalações tardavam em arrancar e o número de médicos alocados àquele hospital mantinha-se relativamente inalterado. “A situação já era crítica antes da pandemia”, descreveu Jorge Cortez, numa breve saída do hospital, para onde regressaria dali a pouco: “A Covid-19 só veio exacerbá-la.”

Questionado sobre se a Covid-19 tinha sido a gota de água para os médicos daquele hospital, Jorge Cortez recusa a comparação: a situação em Setúbal é mais como uma “chuva torrencial” de cujas gotas, apesar de tudo, os profissionais de saúde conseguiam esquivar-se a muito custo pessoal, garante o médico. Mas agora tornou-se tão intensa que “nem um guarda-chuva” é capaz de colmatar a situação.

José Poças diz mesmo que “ninguém podia desconhecer” a situação naquele hospital: há mais de um ano que os médicos com cargos de chefia naquele hospital contactam com a Comissão Parlamentar de Saúde, com as autarquias e com a secretaria de Estado para a Saúde a propósito das falhas que identificam em Setúbal. Chegaram mesmo a redigir um documento extenso que explicava as maiores dificuldades em cada serviço; e a enviá-lo ao Governo. Nunca receberam ajuda suficiente, consideram.

Agora, admitem que o Centro Hospitalar de Setúbal está à beira da rutura — não por causa destes despedimentos, mas porque muitos dos mais de 400 médicos que ali trabalham estão a poucos anos de se reformarem. Sem a contratação de mais clínicos, e sem incentivos para captá-los no Serviço Nacional de Saúde (SNS), os problemas vão continuar. Ali e noutros hospitais, alertam, nomeadamente o Hospital Egas Moniz, onde as cirurgias estão a ser desviadas para hospitais privados por falta de anestesistas.

Demissão já tinha sido ponderada — pandemia e eleições adiaram a decisão

Questionado sobre se a Covid-19 tinha sido a gota de água para os médicos daquele hospital, Jorge Cortez recusa o raciocínio: a situação em Setúbal é mais como uma “chuva torrencial” de cujas gotas, apesar de tudo, os profissionais de saúde conseguiam esquivar-se a muito custo pessoal, garante o médico. Mas agora tornou-se tão intensa que “nem um guarda-chuva” é capaz de colmatar a situação. Os problemas escalaram e prolongaram-se, o cansaço acumulou-se e a paciência esgotou-se. A questão não é o hospital ter chegado, esta quarta-feira, ao limite: é que, para os médicos, esse limite já foi atingido há muito tempo e nada se fez para sair dele.

José Poças confirma que a decisão desta demissão — que já tinha sido ponderada antes — acabou por ser adiada por dois motivos. Em primeiro lugar, porque “a principal missão é atender doentes”: “Foram longos meses assoberbados com o trabalho enorme que a pandemia exigiu, não era adequado fazê-lo no pico da pandemia, nessa altura ninguém pensava noutra coisa senão fazer das tripas coração.” Em segundo lugar, porque a equipa não quis que os seus motivos fossem confundidos com causas políticas, à conta das eleições autárquicas.

Uma das preocupações dos médicos tem precisamente a ver com as obras agendadas para aquele hospital no início de 2022. Os clínicos temem que, ao invés de servirem para ampliarem o espaço para os departamentos que já existem no hospital, as novas instalações sirvam para condensar ali o Hospital Ortopédico do Outão e o serviço ambulatório de Psiquiatria.

Mas a principal dificuldade é mesmo a falta de médicos contratados. Neste momento, sete em cada 10 clínicos que fazem a formação final neste hospital acabam por sair — ora a favor de outros centros hospitalares ora aliciados para a rede particular. E o anestesista Jorge Cortez não se espanta: aqui, um médico externo (também chamado tarefeiro por não estar contratado efetivamente) recebe 35 euros por hora, enquanto noutros hospitais do mesmo distrito chegam a receber 70 a 90 euros.

A situação é especialmente crítica nesse departamento, que está a funcionar a 32,5% da capacidade por falta de médicos, no serviço de Radiologia, onde só existiam três pessoas; e em Oncologia, com apenas quatro médicos — e um deles pode estar prestes a sair do hospital por ter encontrado melhores incentivos noutro centro hospitalar.

Pelo menos por enquanto, só os médicos é que se têm expressado publicamente sobre a situação no Hospital de Setúbal: os enfermeiros preferem manter o silêncio, mesmo quando são abordados no exterior do espaço hospitalar. Dizem-se constrangidos pelo receio de serem coagidos, ameaçados e de sofrerem represálias se se juntarem às vozes dos médicos.

O serviço de Urgência é aquele em que, apesar de todas as dificuldades, se regista um menor desfalque de pessoal médico, mas Jorge Cortez insiste que isso não basta: “A medicina não pode ser feita em urgência”, atira. O clínico recorda-se até de uma conversa com o Conselho de Administração em que partilhou a sua visão sobre a profissão que exerce: o objetivo da medicina é impedir que os doentes cheguem sequer aos serviços de urgência. Quanto mais vazias estiverem, melhor — é sinal de que, a montante, nos centros de saúde e nos serviços de especialidade, a plenitude da saúde dos utentes está a ser assegurada.

Na manhã desta quinta-feira verificava-se uma afluência normal de utentes ao hospital de são Bernardo.

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Para já, só os médicos têm expressado publicamente uma posição sobre a situação no Hospital de Setúbal: os enfermeiros preferem manter o silêncio, mesmo quando são abordados no exterior do espaço hospitalar. Dizem-se constrangidos pelo receio de serem coagidos, ameaçados e de sofrerem represálias se se juntarem às vozes dos médicos. Asseguram que, após a demissão dos gestores de departamento, o dia-a-dia laboral prossegue tal como acontecia antes da tomada de posição dos clínicos. Só que esse quotidiano já era pautado pelas longas horas de trabalho, no seu limite físico e psicológico.

Só dois dos indivíduos abordados pelo Observador, um auxiliar e um funcionário da área farmacêutica, se dizem surpreendidos. Foram ambos contratados há cerca de um ano. Entretanto, a demissão dos 87 clínicos provocou algumas movimentações públicas: a Ordem dos Enfermeiros informou o Observador que iria ao Hospital São Bernardo na próxima segunda-feira para ouvir também as reivindicações dos enfermeiros, o Bloco de Esquerda já disse que queria ouvir com urgência os médicos demissionários e o PCP reafirmou a urgência em ouvir Marta Temido e a administração do hospital. Logo após a demissão de Nuno Fachada, o PSD já tinha dito que queria ouvir com urgência o antigo diretor clínico, além dos sindicatos do médicos, a Ordem e a própria Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

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