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Civil Disobedience Continues As Death Toll Mounts In Myanmar
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Ruas de Myanmar transformaram-se num autêntico campo de batalha

Getty Images

Ruas de Myanmar transformaram-se num autêntico campo de batalha

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“Mais do que assustados, estamos furiosos.” Está a nascer uma resistência armada em Myanmar

Frustrados com a violência sem fim do Exército, manifestantes que estão na linha da frente erguem barricadas e aprendem na Internet a mexer em armas. Outros já estão a receber treino de guerrilha.

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A resistência ao golpe Militar em Myanmar começou de forma pacífica, desde protestos simbólicos a greves que deixavam claro que os birmaneses não queriam viver sob o domínio militar. À medida que a contestação foi aumentando, os militares foram respondendo com cada vez mais repressão, numa espiral de violência que chocou o mundo. Com o Exército sem dar sinais de qualquer cedência, a frustração tomou conta dos manifestantes e muitos já defendem o recurso às armas para travar o golpe.

“Toda a gente ficou enojada ao ver os líderes militares a celebrarem com uma grande parada e um jantar festivo, quando ao início do dia massacraram mais de uma centena de pessoas. As ações dos militares só fazem com que as pessoas fiquem mais furiosas. Mais do que assustados, estamos furiosos”, desabafava ao The Guardian, sob anonimato, um estudante universitário, depois de assistir às imagens do Dia das Forças Armadas (27 de março), o dia mais sangrento (morreram mais de 100 manifestantes)  desde que as forças chefiadas pelo general Min Aung Hlaing tomaram o poder.

Desde o golpe de Estado, pelo menos 706 pessoas morreram às mãos dos militares, segundo a Associação de Assistência aos Prisioneiros Políticos, uma organização não-governamental que tem monitorizado as vítimas da repressão. Entre as vítimas mortais da violência do Exército há pelo menos 46 crianças.

O número de manifestantes assassinados pela Junta militar continua a aumentar quase diariamente, com um movimento de contestação a ser brutal e indiscriminadamente esmagado por um Exército que não dá sinais de querer parar o uso da força contra manifestantes pacíficos.

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A raiva que se apodera sobretudo dos mais jovens, que têm estado na linha da frente das manifestações, tem levado a que cada vez mais pessoas defendam a necessidade de os manifestantes agarrarem em armas para se defenderem do Exército. “Rangum parece uma zona de guerra, só que apenas um dos lados tem armas”, disse ao Guardian Aung, de 27 anos, residente na antiga capital birmanesa.

Na adolescência, Aung chegou a sonhar ser militar, tendo sido demovido pela família, que lhe contou as atrocidades cometidas pelo Tatmadaw (nome pelo qual é conhecido o Exército) contra o seu próprio povo nas últimas décadas, esmagando qualquer dissidência ao poder da Junta militar.

“Somos da Geração Z [nascidos depois de 1996], mas eu diria que somos da Gen-P — Geração Proteção. Vou morrer a proteger o meu país na linha da frente.”
Ko Thet Aung, jovem de 23 anos que está há várias semanas nas barricadas de Mandalay

Hoje, Aung vê essa violência com os próprios olhos, o que o leva a defender que os opositores do golpe de Estado devem tomar medidas mais radicais para enfrentar os militares: “É por isso que precisamos de um exército. Vamos ter de treinar e combater ao mesmo tempo. Não há tempo a perder.”

Manifestantes começaram a receber treino de guerrilha

Até ao momento, os manifestantes que têm saído às ruas para contestar o golpe de Estado têm sido maioritariamente pacíficos, inspirados por outros movimentos pró-democracia na região, como em Hong Kong ou na Tailândia. Mas há sinais de que o movimento de desobediência civil começa a equacionar outros meios para enfrentar o Tatmadaw.

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Muitas pessoas que, até ao momento, nunca pegaram em armas, estão a recorrer ao Youtube para aprenderem a fabricar explosivos ou a montar e disparar armas de fogo. Outros vão mais longe e já estão, inclusive, a ser treinados por grupos de guerrilha nas florestas birmanesas.

“Vejo os militares como animais selvagens, incapazes de pensar e muito violentos com as suas armas. Temos de retaliar e atacá-los”, disse ao The New York Times, também sob anonimato — praticamente a única forma de os manifestantes falarem aos jornalistas, temendo represálias por parte do Exército —, uma mulher de Rangum que está há várias semanas a receber treino de guerrilha num acampamento na floresta. “Isto soa agressivo, mas acredito que temos de nos defender”, justifica.

Bags pilled as barricades during the demonstration.Myanmar

Sacos empilhados em Rangum para formar barricadas. Autoridades respondem com balas de borracha, munições reais e gás lacrimogéneo

SOPA Images/LightRocket via Gett

Nas ruas birmanesas, transformadas em campos de batalha, os manifestantes têm erguido barricadas com sacos de areia e bambu para impedir incursões dos militares, defendendo-as com o arremesso de granadas de fumo e cocktails molotov que aprenderam a fabricar na Internet. Além disso, foram formados grupos para patrulhar as zonas isoladas e garantir a segurança dos cidadãos.

“Quando mais [os militares] reprimirem, mais motivados estamos para ripostar”, disse ao mesmo jornal norte-americano Ko Thet Aung, um jovem de 23 anos que está há várias semanas nas barricadas de Mandalay. “Somos da Geração Z [nascidos depois de 1996], mas eu diria que somos da Gen-P — Geração Proteção. Vou morrer a proteger o meu país na linha da frente.”

Nas primeiras semanas após o golpe de Estado de 1 de fevereiro, os protestos foram pacíficos, com campanhas de desobediência civil, greves um pouco por todo o país e ações simbólicas, enquanto os militares não pareciam dispostos a usar a violência para reprimir a contestação. No entanto, tudo mudou a 20 de fevereiro, quando dois manifestantes desarmados, um deles com apenas 16 anos, foram assassinados a tiro pelo Exército, o que levou a que milhões de pessoas saíssem às ruas nos dias seguintes.

“Os manifestantes não estão apenas a organizar protestos anti-golpe de Estado, porque agora estamos a fazer uma revolução contra o sistema político e cultural no país”
Thinzar Shunlei Yi, ativista

Desde então, a violência por parte do Tatmadaw tem vindo a aumentar a cada semana que passa, o que tem levado a uma cada vez maior disposição para jovens que até agora defendiam métodos pacíficos defenderem o uso da força.

“Está na altura de nos prepararmos para eliminarmos os militares terroristas”, disse à Time Zarni Win (nome fictício), uma antiga funcionária de um comité das Nações Unidas que monitorizava o cessar-fogo entre grupos étnicos rebeldes e o regime birmanês, e que agora defende uma resposta armada para combater o Exército. “Estou pronta para me juntar à revolução armada”, garante.

“Revolução da Primavera” pode acabar em guerra civil

Além das centenas de mortes, o Exército, que derrubou o governo da Liga Nacional para a Democracia (LND) na véspera da tomada de posse do novo parlamento, alegando que as eleições de novembro do ano passado foram fraudulentas, tem sob sua custódia milhares de pessoas. Entre elas a Prémio Nobel da Paz e até então líder de facto do país Aung San Suu Kyi e o Presidente Win Myint.

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Outros membros da LND, ativistas pró-democracia e opositores da Junta militar foram obrigados a fugir, temendo acabar na prisão, vendo-se por isso obrigados a mudar constantemente de localidade, para fugir ao radar do Exército. “Não é que não estejamos cientes do que nos pode acontecer. Posso ser morta, presa. Posso ser espancada. Mas protestamos contra eles [militares], sabendo de tudo isto, porque não temos outra escolha”, disse à Time Thinzar Shunlei Yi, de 29 anos, proeminente ativista birmanesa que tem sido uma das principais vozes da contestação à contestação à Junta militar.

“Se a diplomacia falhar e os assassínios continuarem, o povo de Myanmar será obrigado a defender-se”
Dr. Sasa, porta-voz do Comité para a Representação da União Parlamentar

Nos últimos dez anos, Thinzar Shunlei Yi fez parte de vários grupos de jovens pró-democracia em Myanmar, participando em fóruns e organizações internacionais. Coincidindo com uma maior abertura no país, após a eleição de um governo civil da LND em 2016, foi também moderadora em programas de debate com jovens na televisão birmanesa. Com o golpe de Estado, tudo mudou, e a ativista fala agora numa revolução em curso, que vai além da exigência da libertação de Suu Kyi.

“Os manifestantes não estão apenas a organizar protestos anti-golpe de Estado, porque agora estamos a fazer uma revolução contra o sistema político e cultural no país”, afiança a ativista, lamentando a “matança diária de manifestantes pacíficos”.

Protestos em Myanmar

Rangum. Manifestantes incendeiam pneus para tentar conter avanço do Exército

Getty Images

Mesmo antes de derrubarem o governo os militares birmaneses nunca perderam verdadeiramente o poder em Myanmar. Durante mais de 60 anos, o Exército governou o país, tendo acabado por aceitar alguma abertura no regime em 2008, com uma revisão constitucional que, no entanto, garantiu que os militares ficassem com 25% dos assentos parlamentares, além de manterem Ministérios-chave do governo, como o da Defesa.

A eleição, em 2016, de um governo civil, culminou com o processo de abertura iniciado anos antes. Como resultado, muitos jovens começaram a vislumbrar um futuro diferente dos seus antepassados, que viveram num país isolado do resto do mundo, acreditando numa transição democrática pacífica. Foi nesse contexto que Thinzar Shunlei Yi foi dedicando uma vida à luta pela democracia naquele país do sudeste asiático, uma missão que não foi interrompida pelo golpe de Estado, mas que, pelo contrário, a tem feito falar em nome da já chamada “Revolução da Primavera”, apesar de estar ciente de que as suas críticas ao Tatmadaw põem em risco a sua vida.

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Outros jovens, no entanto, viram-se de repente no meio da revolução, que interrompeu as suas vidas e perspetivas de futuro.

Anti military coup protesters prepare molotov cocktails

Muitos jovens aprenderam a fabricar granadas de fumo e cocktails molotov na Internet

SOPA Images/LightRocket via Gett

“Eu tinha um bom emprego. Tinha grandes sonhos para o futuro da minha família. Tudo colapsou com o golpe. Não quero que as minhas filhas vivam  numa ditadura militar”, disse à National Geographic, mais um vez sob anonimato, um produtor de vídeo, de 30 anos, pai de duas crianças, que tem estado ao lado da sua mulher nas ruas a contestar o golpe de Estado.

“Nós não temos armas, eles [militares] têm. Mas nós temos a juventude. Temos jovens em cada casa. Acho que podemos continuar [com protestos] não-violentos durante um ano, talvez. Depois disso, vai transformar-se numa guerra civil. Um genocídio”, teme.

A possibilidade de uma guerra civil para breve é, aliás, encarada como “elevada” pelo general Yawd Serk, líder político e militar da etnia Shan. “O mundo mudou. Vejo que as pessoas nas cidades não desistem. E vejo que Min Aung Hlaing não desiste. Acho que existe a possibilidade de acontecer uma guerra civil”, afirmou Serk à CNN.

Apelos para a formação de um exército federal

À medida que os dias passam, as táticas do Exército para conter as vozes dissidentes tornam-se mais violentas. São cada mais os relatos de birmaneses que dizem que as suas casas são alvo de buscas durante a madrugada e há inclusive relato de funerais das vítimas da violência do regime que foram interrompidos pelas balas dos militares.

“Enquanto cantávamos canções revolucionárias, as forças de segurança chegaram e começaram a disparar”, contou à Reuters uma testemunha que participava no funeral de Thae Maung Maung, um estudante de 20 anos assassinado no Dia das Forças Armadas em Rangum. “Começámos a fugir enquanto eles abriam fogo”, acrescenta a mulher que se identificou apenas como Aye.

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A estes relatos, que se sucederam um pouco por todo o país, surgem outros que dão conta de civis mortos indiscriminadamente a tiro, exemplo de uma violência extrema que tem levado ao aumento dos apelos para que seja constituído um exército federal que possa enfrentar o Tatmadaw.

MYANMAR-POLITICS-MILITARY

Ativistas fazem o símbolo pró-democracia num funeral na cidade de Taunggyi

AFP via Getty Images

Essa possibilidade começou a ganhar forma nas últimas semanas, depois de o Comité para a Representação da União Parlamentar (CPRH, na sigla em inglês), composto por parlamentares que conseguiram fugir ao Exército e desde então chefiam um governo paralelo ao da Junta militar, ter defendido a necessidade de uma “revolução” para por fim à violência do Tatmadaw, sublinhando que os birmaneses têm o direito de se defender. Além das palavras de ordem, retiraram as designações de grupos terroristas e associações ilegais aos grupos étnicos que há décadas lutam na clandestinidade contra o regime.

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“Se a diplomacia falhar e os assassínios continuarem, o povo de Myanmar será obrigado a defender-se”, declarou o doutor Sasa, um médico eleito deputado nas últimas eleições e que desde o golpe de Estado tem sido porta-voz do movimento de resistência ao Exército, tendo sido nomeado como enviado especial do CPRH junto da Organização das Nações Unidas (ONU).

Identificando-se apenas como Dr. Sasa, o médico transformado em líder político tem sido a principal voz da resistência ao Exército. No dia 1 de fevereiro, data do golpe de Estado, ciente de que seria detido, apanhou um táxi e fugiu de Naypyitaw, estando, desde então, em paradeiro incerto, acusado de traição pela Junta militar, um crime punível com pena de morte, o que não o tem impedido de falar em nome do CPRH.

Ao longo das últimas semanas, Dr. Sasa tem feito um discurso conciliador, defendendo a aproximação entre as várias etnias e a maioria budista da etnia Bamar (68% da população birmanesa). Chamou mesmo “irmãos e irmãs” aos rohingya, a minoria muçulmana alvo de uma tentativa de genocídio, de acordo com as Nações Unidas, por parte do Exército birmanês, com conivência de Aung San Suu Kyi, caída em desgraça internacionalmente antes do golpe de Estado por ter ignorado a perseguição desta etnia.

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Nas suas declarações, Dr. Sasa tem também apelado aos vários grupos étnicos birmaneses para se juntarem à campanha de desobediência civil e para condenarem a violência perpetrada pelo Exército, defendendo uma democracia federal para o futuro de Myanmar. Vários grupos armados já manifestaram apoio ao movimento de resistência.

Estes grupos étnicos, representantes de minorias como os Karen, Kachin, Was e Shan, lutam há várias décadas por mais autonomia e ambicionam um estado federal ou até a autodeterminação. A luta contra o Exército já vem, por isso, de trás.

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“Envolvi-me nos protestos pela minha filha [de um ano de idade], porque não quero que ela cresça numa ditadura como eu cresci”, disse à BBC uma mulher da etnia Karen que se identificou apenas como Naw, e que desde o golpe de Estado tem estado envolvida num comité organizador de greves. “Antes de me juntar aos protestos, discuti o assunto com o meu marido e pedi-lhe para tomar conta da nossa bebé e seguir com a sua vida caso eu fosse detida ou morresse neste movimento”, prossegue Naw. “Vamos terminar sozinhos esta revolução. Não a entregaremos aos nossos filhos.”

Grupos étnicos a combater ao lado do movimento pró-democracia?

Para garantir o apoio da maioria Bamar, o Exército sempre se apresentou como o garante de segurança da população contra as ambições dos grupos étnicos armados. Mas, à medida que a contestação aumenta, as perceções começam a mudar e estes grupos rebeldes ganham simpatia dos manifestantes pró-democracia, com a geração mais jovem a parecer disposta a sarar as feridas do passado, defendendo uma maior aproximação entre os Bamar e as restantes etnias.

"Devíamos ter um exército federal que incluísse as pessoas de todas as etnias do país. Somos mais e os soldados acabariam por desistir. O exército do povo tornar-se-ia o novo Tatmadaw”
Zaw, vendedor de 29 anos

Apesar de episódios de ataques de grupos étnicos aos militares e das palavras de solidariedade com o movimento de desobediência civil, ainda não é possível confirmar que exista uma coordenação efetiva entre rebeldes e manifestantes. No entanto, há relatos de que rebeldes armados estão a dar treino militar (e, quem sabe, a entregar armas) a manifestantes apostados em iniciar uma resistência armada ao Exército, além dos civis que se estão a alistar em grupos armados.

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Se até há bem pouco tempo as minorias étnicas e a maioria Bamar estavam de costas voltadas na luta contra o regime militar, agora começam a ter objetivos em comum e, por isso, antevê-se uma maior cumplicidade.

“Agora é o momento certo para uma rebelião armada, porque a maioria do povo Bamar enfrentou as ações brutais dos militares contra os manifestantes”, disse à Time Seng Zin (nome fictício), um jovem da etnia Kachin. “Antes, eles [Bamar] não queriam saber de nós e às vezes até apoiavam o Tatmadaw. Mas agora aprenderam”, remata.

An anti military coup protester throws a molotov cocktail

Jovens têm estado na linha da frente nas barricadas

SOPA Images/LightRocket via Gett

Enquanto se começam a formar novas alianças, que podem vir a mudar o rumo da “Revolução da Primavera” em Myanmar, o Exército começa a endurecer a posição contra os grupos étnicos que vivem na fronteira do país, e tem vindo a  bombardear aldeias das etnia Karen e Kachin, tendo como alvos militantes do Exército de Libertação Nacional e do Exército pela Independência Kachin, respetivamente. Os ataques criaram uma vaga de refugiados para a Tailândia. 

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Perante estes desenvolvimentos, poucos acreditam que o fim da violência em Myanmar esteja para breve e as palavras de condenação que chegam um pouco de todo o mundo, dos Estados Unidos parecem insuficientes para parar o “banho de sangue iminente”, nas palavras da enviada especial, Christine Schraner Burgener,

A comunidade internacional tem pedido medidas mais duras para travar a espiral de violência em Myanmar, mas, com China e Rússia ao lado da Junta militar, há poucas expectativas de que haja uma solução à vista.

“Perdemos a esperança de que as Nações Unidas ou qualquer tipo exército nos venha ajudar”, lamentou ao The Guardian um homem que se identificou como Zaw. “Devíamos ter um exército federal que incluísse as pessoas de todas as etnias do país. Somos mais e os soldados desistiriam. O exército do povo vai tornar-se o novo Tatmadaw, acrescenta o vendedor de 29 anos, que, tal como a maioria dos que estão na linha da frente do movimento de desobediência civil, não tem qualquer experiência no uso de armas. Mas, enquanto corpos continuam a cair diariamente, a possibilidade de um movimento de resistência armada começa a ganhar força.

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