789kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

O Dia do Psicólogo assinala-se este domingo, 4 de setembro.
i

O Dia do Psicólogo assinala-se este domingo, 4 de setembro.

O Dia do Psicólogo assinala-se este domingo, 4 de setembro.

Menos estigma, menos solidão, mais literacia: os psicólogos-influencers querem ter um papel "de mudança" na saúde mental

Têm milhares de seguidores, de "gostos" e de comentários. Sabem as técnicas do marketing digital e querem novos clientes. E assumem: querem trazer para a linha da frente o tema da saúde mental.

    Índice

    Índice

“Os maiores disfarces de ansiedade”. 1370 pessoas gostaram desta publicação. “Antes de julgares quem sofre de ansiedade, lê isto até ao fim”. Aqui somam-se 950 gostos. A partilha seguinte teve especial sucesso: 6421 pessoas gostaram, 104 comentaram. Na capa deste post de Instagram, lê-se: “Dói muito ter ansiedade (e essa dor é muito mais do que física)”. Se arrastarmos para o lado, surgem destacados oito pontos que explicam e refletem sobre a dolorosa perturbação, que é a mais prevalente em Portugal no universo das doenças do foro psicológico.

Todas estas observações são feitas enquanto percorremos o Instagram de Pedro Coutinho, psicólogo clínico, especializado em ansiedade e depressão, seguido por 31.9 mil pessoas. Este scroll tem objetivo, não é daqueles que, súbita e vertiginosamente, nos atiram para o vórtice dos cães, gatinhos e receitas de bolos em caneca. Temos um propósito, uma pergunta subjacente, que nos é respondida assim que, na última imagem do carrossel, vemos aquilo a que no jargão do marketing digital se dá o nome de call to action (chamada para ação). Sim, em Portugal também existem psicólogos influencers.

A tendência não é nova. Uma pesquisa no Google por therapists influencers mostrava-nos antes um ranking com os psicólogos internacionais mais badalados no digital — o algoritmo preferiu mostrar-nos em primeiro lugar aqueles que andam a mexer com o TikTok, colocando Lindsay Fleming, com uma comunidade com mais de 500 mil seguidores, em primeiro lugar. A Portugal, como é costume, as modas chegam sempre atrasadas, mas chegam. A pandemia e consequentes confinamentos alavancaram o papel destas contas, já que temas como depressão, ansiedade ou fobias vieram fixar-se bem no centro do debate público. Um estudo realizado pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, publicado no Journal of Affective Disorders Reports, analisou o impacto da pandemia de Covid-19 na saúde mental dos portugueses e concluiu que um em cada cinco portugueses sofreu de sintomas de ansiedade e de depressão durante a pandemia.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Com frases inspiradoras, dicas e sinais de alerta, distribuídos por mosaicos bem pensados, um dos grandes motivos que traz os psicólogos para as redes sociais é, no entanto, mais velho e o mesmo que, há já vários anos, nos faz ter personal trainers, nutricionistas ou profissionais do coaching a divulgar conhecimento na forma de publicações: construir uma plataforma que é selo de credibilidade, atraindo mais clientes e pacientes. Com isso, vem também a vontade de promover a literacia em saúde mental, esfera do bem-estar cuja luta contra o estigma vai ainda a meio, dizem ao Observador vários especialistas em Psicologia.

O Instagram do Filipa Jardim Silva, Pedro Coutinho e Sophie Seromenho

Como é que os psicólogos se transformaram em influencers?

Sophie Seromenho, que acaba de lançar o livro “Não é Loucura, é Ansiedade“, é uma destas especialistas. Juntou-se ao Instagram como psicóloga quando a pandemia rebentou. Tinha acabado de abandonar a área dos Recursos Humanos, para se dedicar exclusivamente à Psicologia. Já tinha um espaço arrendado para dar as consultas, mas a COVID-19 meteu-se pelo meio e cortou-lhe as vazas. Restava-lhe o online. Estudou os critérios fundamentais para ter sucesso nesta rede social, começou a trabalhar nas suas publicações, investindo inclusivamente dinheiro em algumas delas. Assim, garantia que o algoritmo entregava o conteúdo a mais pessoas e, assim, o seu nome começava a ganhar destaque. Hoje, tem 11 mil seguidores e revela ao Observador que, a partir da sua atividade no Instagram, já conseguiu angariar mais de cem pacientes. “As pessoas não vêm ter connosco caídas de paraquedas. Nós temos de promover a nossa profissão, o nossos trabalho. Na nossa formação base, temos um módulo de marketing pessoal e a Ordem dos Psicólogos tem várias formações online de marketing pessoal também”, explica.

Editado pela Contraponto, “Não é Loucura, é Ansiedade” é uma espécie de manual para compreender os mecanismos desta perturbação, com dicas úteis para saber lidar com ela.

No caso de Pedro Coutinho, a sua conta nasceu mesmo para responder ao desespero coletivo potenciado pela Covid-19. “Criei esta página em novembro de 2020. Com a pandemia foram muitas pessoas que viram a sua saúde mental afetada, por isso achei que seria uma boa oportunidade para criar um projeto para falar sobre este assunto de forma simples e descomplicada e de alguma forma ajudar quem estava do outro lado”, conta. “Diria que cerca de 80% dos meus clientes/pacientes (presenciais e online) entraram em contacto comigo através da página. Os restantes 20% que acompanho foi através de referências de outros colegas psicólogos ou de antigos clientes.”

Com mais de 30 mil seguidores, a psicóloga clínica e coach Filipa Jardim Silva é quase uma pioneira. Antecipou-se à tendência e chegou a esta rede social a 12 de Março de 2017. “Na altura não existiam praticamente profissionais de saúde mental no Instagram. Comecei esta conta nesse momento, porque estava a iniciar um processo profissional autónomo e senti vontade de ter um canal de comunicação mais próximo das pessoas, em que pudesse dar-me a conhecer e tivesse oportunidade de promover maiores níveis de literacia emocional e de psicoeducação, bem como de sensibilizar para a relevância da saúde mental.”

Esta longa presença no digital teve frutos: as pessoas têm a oportunidade de entender a sua forma de trabalhar. “Isso aumenta o grau de segurança no momento de escolherem uma profissional ou equipa para iniciarem um acompanhamento psicológico, seja online seja presencial.”

A própria Ordem dos Psicólogos, que recentemente divulgou um guia com recomendações para a relação entre os psicólogos e os social media, reconhece o valor das redes sociais, considerando-as, quando bem utilizadas, um “importante veículo de promoção de mudanças sociais significativas”. O mesmo documento destaca que as redes sociais, em contexto pandémico, “foram fundamentais para promover o reconhecimento e evidenciar a importância da Saúde Psicológica”, promovendo ainda “a redução do estigma” e “a consciência coletiva da necessidade de prevenção e da procura atempada de ajuda”.

Mas esta partilha de informação deve seguir os princípios éticos estabelecidos para a profissão, aponta Renata Benavente, parte da Direção da Ordem dos Psicólogos, destacando-se aqui o rigor daquilo que se comunica. “Quando fazem declarações públicas, nas suas diversas formas — verbais ou escritas — utilizando os (Social) Media ou outras formas de divulgação, os/as Psicólogos/as devem observar o princípio do rigor e da independência, abstendo-se de fazer declarações falsas ou sem fundamentação científica. Devem relatar os factos de forma criteriosa com base em fundamentação científica adequada, utilizando o direito de retificação, sem suprimir as posições críticas e permitindo a existência do contraditório”, pode ler-se no mesmo documento.

"Todo o tipo de informação que possa contribuir para aumentar a literacia das pessoas no que diz respeito à saúde psicológica é positiva"

Se percorrermos as contas de cada um destes especialistas, vemos identidades bem estabelecidas para esta sua versão online. Pedro Coutinho aposta em fundos azuis e brancos, com o termo “ansiedade” em grande destaque. Filipa Jardim Silva, tem uma coluna para fotografias e vídeos, outra para citações e outra para textos mais esquematizados. Sophie Seromenho tem um mosaico de Instagram menos padronizado, mas é possível encontrar o fio condutor. A especialista explica-nos que um dos trabalhos que antecederam o lançamento desta página passou por encontrar uma “espécie de assinatura”:  “Apostei num fundo branco, letras pretas, com esquemas simples e eficazes, com uma linguagem sempre acessível, mas bem escrito, com informação baseada em ciência.”

Apontam-se muitas vantagens à existência dos psicólogos-influencers, mas também se podem lançar algumas questões: poderão desconsiderar o contexto específico de cada indivíduo? E não se correrá o risco de se dar voz a profissionais não credenciados que, assim, mexem com a vida de quem os segue? Fomos à procura das respostas.

Menos estigma, menos solidão, mais literacia. As vantagens dos psicólogos-infuencers

Sophie Seromenho lembra o desamparo que sentiu quando os sintomas da sua perturbação do pânico se começaram a manifestar. “Sentia-me sozinha, sentia que estava maluca — daí o nome do meu livro”, conta. Viver com uma doença mental, lembra Pedro Coutinho, é muitas vezes “um caminho solitário, porque nem todas as pessoas tem o suporte familiar e social que seria esperado”.

Entramos numa das grandes vantagens: as redes sociais fazem frente a este isolamento. É que quem achava que carregava sozinho o peso de uma doença mental — aquele que o distancia do padrão do “normal” — entende que afinal não está sozinho. “As pessoas sentem-se mais acolhidas e isso, por si só, faz com que tenham menos vergonha.”

Esta “sensação de pertença e de integração”, salienta Filipa Jardim Silva, tem por si só uma “componente terapêutica”. Mas o Instagram ou qualquer outra rede social nunca poderá substituir as consultas. Este é um ponto que abordamos mais abaixo.

Pedro Coutinho é psicólogo clínico, especializado em ansiedade e depressão. Tem quase 40 mil seguidores no Instagram.

Entre os benefícios, aponta-se ainda a  “diminuição do estigma, ainda muito associado às doenças mentais”, diz Pedro Coutinho, que ressalva que há ainda um “longo caminho a percorrer”, apesar destes “progressos”. A habilidade de identificar os sinais de alerta é outro ponto importante. Com um leque de sintomas que vão do físico ao psicológico, a ansiedade, por exemplo, é uma perturbação que nem sempre se manifesta de forma óbvia. Falar sobre aquilo que pode evidenciar este problema é, assim, dotar as pessoas de ferramentas que as permitem estar alerta. São os efeitos do aumento da literacia em saúde mental. “Todo o tipo de informação que possa contribuir para aumentar a literacia das pessoas no que diz respeito à saúde psicológica é positiva”, considera Renata Benavente.

Entra depois o efeito dominó: menos solidão, menos preconceito, mais literacia e capacidade para identificar sinais de alerta potenciam o pedido de ajuda. “Por causa do preconceito, as pessoas tendem a arrastar alguns sinais de alerta e vão adiando a procura de ajuda, o que frequentemente se traduz numa maior dificuldade no processo de recuperação e tratamento”, explica Renata Benavente. “Tudo o que contribua para diminuir o estigma e alertar para os sinais, é, por isso, benéfico.”

Filipa Jardim Silva fala também na humanização do psicólogo: “Durante muito tempo a figura do psicólogo era a de alguém distante, estranho e misterioso — alguém que trabalha numa ciência pouco conhecida e pouco compreendida. Isso contribuiu para muita desinformação e estigmas em relação aos profissionais desta área e aos próprios processos de apoio psicológicos”, considera. Hoje é diferente, mas também neste aspeto existe ainda um longa estrada para percorrer, acredita: “Mesmo junto dos profissionais de saúde, subsiste desinformação que faz com que em 2022 continuemos a ter médicos a colocar em causa o encaminhamento para a psicologia clínica, a difundir a supremacia de fármacos em detrimento da eficácia da psicoterapia, a desaconselhar frontalmente o apoio psicológico ou a não aceitar articular com profissionais desta área.”

Assim, destaca, tornar os psicólogos “mais acessíveis, com uma comunicação mais próxima e clara para a população em geral poderá ser uma forma de se normalizar o apoio psicológico.”

“É uma missão muito importante de todos os psicólogos: difundir uma mensagem validada cientificamente”

Mas em todo este trabalho, há um aspeto que não deverá ficar esquecido: “É uma missão muito importante de todos os psicólogos: difundir uma mensagem validada cientificamente, baseada em factos”, diz Renata Benavente. “[Os psicólogos] devem apostar em documentos produzidos pela Direção-Geral de Saúde, Ordem dos Psicólogos e uma série de entidades de confiança, que têm documentação a partir da qual se pode extrair conteúdos, que é vantajoso que seja disseminado pela população. É para isso que esse conteúdo é, aliás, criado.”

Pedro Coutinho, por exemplo, tem como referências “livros de Psicologia, Psiquiatria e Medicina Geral e Familiar, manuais didáticos divulgados pela Sociedade de Psiquiatria e saúde mental, pós-graduações e simpósios focados na abordagem cognitivo-comportamental”, juntando-lhe ainda aquilo que a experiência profissional lhe traz. “No entanto, tão importante como a fonte que se utiliza, é trocar a informação técnica por linguagem que seja compreendida por toda a população“, destaca.

A própria Ordem dos Psicólogos elaborou um guia com dicas para falar sobre saúde mental nas redes sociais. Este é um tema importante e os números falam por si: de um total de 50 países, Portugal é o que apresenta uma maior prevalência de ansiedade e o segundo com mais casos de depressão, dizem os dado do Mental Health Price Index 2022. Ainda assim, ir ao Psicólogo ainda não é para quem quer — é para quem pode: apesar de Portugal ser o segundo país com mais psicólogos (são cerca de 232 por cem mil habitantes) num universo de 25 mil especialistas, apenas 250 trabalham nos centros de saúde. A esmagadora maioria dos especialistas trabalha fora do Serviço Nacional de Saúde. Soma-se a isto o facto de sermos o 23.º país onde as consultas são mais caras: em média, uma hora num consultório privado custa 74 euros. O salário mínimo em Portugal é de 705€.

Os falsos psicólogos, o autodiagnóstico e a generalização. As desvantagens

“O lado mais negativo da presença do conteúdo de psicologia nas redes sociais é quando há pessoas a utilizarem-no para promoverem serviços de saúde mental para os quais não existe evidência científica ou não se encontram habilitadas”, diz Pedro Coutinho. “Infelizmente”, com o aumento da consciencialização, vêm também os “falsos psicólogos/terapeutas”: “Aproveitam-se das pessoas num momento de maior fragilidade. Nem sempre as descrições nas páginas de Instagram são claras ou não é possível perceber quem são os profissionais que estão do outro lado.”

É por isso que Renata Benavente deixa conselhos para quem utiliza as redes sociais e segue especialistas em saúde mental. “A atividade da Psicologia está regulada por uma Ordem profissional. É muito importante que as pessoas se assegurem que quem está do outro lado é, de facto psicólogo, que está inscrito na Ordem, que tem uma cédula profissional. E para além disso, informar-se sobre o currículo daquela pessoa”.

"Este tipo de plataforma, em circunstância nenhuma, substitui uma avaliação especializada. Sabemos que o comportamento humano, as emoções, tudo aquilo que os psicólogos estudam depende de processos de avaliação muito complexos, que devem obedecer aos meus rigorosos princípios éticos e deontológicos.

Não somos feitos em série e o que funciona para uns, poderá não funcionar para outros. Conhecer as circunstâncias específicas de cada indivíduo é, assim, fator primordial no aconselhamento para a saúde mental. Posto isto, não poderá esta ser uma lacuna da comunicação da Psicologia nas redes sociais?

Sophie Seromenho reconhece que sim. E como se contorna? “Não se contorna. Não conseguimos controlar a forma como as outras pessoas vão interpretar a informação. A única coisa que podemos fazer é reforçar que cada caso é um caso, que o Instagram não serve para fazer diagnósticos e que em caso de dúvidas as pessoas devem recorrer a consulta. A ressalva no final é muito importante.”

É, por isso, importante não extrapolar. A mensagem transmitida pelos especialistas deve ser sempre concreta e bem enquadrada. É que há conteúdo que pode ser “bastante perigoso”, considera Renata Benavente, precisamente por não ser possível saber quem é a pessoa que está do outro lado a ler. “É preciso ter cuidado com algum tipo de mensagens porque quando se sai do campo do concreto, pode ter-se o efeito inverso em função do perfil da pessoa.” Mas para este aspeto também os utilizadores devem estar conscientes: “É preciso ter noção de que o conteúdo pode não aplicar-se à pessoa que está a ler. Esse facto deve ser sempre sublinhado.”

Filipa Jardim Silva fala na criação de conteúdos que transmitam “conhecimentos” passíveis de se tornarem “universais” e que, assim, o acesso a “serviços de psicologia se torne mais democratizado e menos envolto em tabus, culpas ou julgamentos”, diz. “Se todos os conteúdos foram difundidos sempre com o devido enquadramento realizado, se todas as partilhas forem feitas com fundamentação científica e a salvaguarda do contexto em que estão a ser feitas, diria que os riscos se esbatem.”

Filipa Jardim Silva, psicóloga clínica e coach, chegou ao Instagram em 2017.

As caixas de mensagens dos especialistas refletem o poder da comunicação sobre a saúde mental.  “Já existiram partilhas muito tocantes, como uma mulher em pós-parto enviar-me uma mensagem de madrugada a dizer que ter lido um post meu foi o que a salvou naquele momento de cometer um ato menos inteligente. Que leu e releu aquelas palavras e que naquele momento foram as palavras que precisava encontrar para se reencontrar”, conta Filipa.

Pedro Coutinho recebe dezenas — às vezes, centenas — de mensagens por dia. “O melhor que me podem dizer, é que graças às minhas partilhas tomaram a decisão de iniciar acompanhamento psicológico ou que se sentem menos sozinhos nesta ‘caminhada’ que é viver com uma doença mental.”

E quando os seguidores querem aconselhamento no Instagram?

Embora contribua para uma sensação de missão cumprida, a salvaguarda das barreiras entre o Psicólogo e o individuo pode ser outro aspeto a ter em conta. Uma janela de chat não poderá servir de consultório e, assim, há que reconhecer quando a fronteira está ser cruzada. “Este tipo de plataforma, em circunstância nenhuma, substitui uma avaliação especializada. Sabemos que o comportamento humano, as emoções, tudo aquilo que os psicólogos estudam depende de processos de avaliação muito complexos, que devem obedecer aos meus rigorosos princípios éticos e deontológicos.”, frisa Renata Benavente. “A consulta tem procedimentos e requisitos próprios, regras muito específicas, que não são compatíveis com este tipo de plataforma.”

Consciente disso, Pedro Coutinho frisa que, quando sente que a tal fronteira está a ser atravessada, começa por mostrar compreensão, validando o sofrimento de quem lhe escreve, mas terminando sempre com a ressalva: “Sugerir acompanhamento psicológico e/ou médico, pois só eles poderão garantir uma correta avaliação da problemática”, diz.

Esta é uma ideia que faz questão de partilhar de várias formas. “Pessoalmente, faço questão de deixar isso bem claro na minha plataforma seja através das histórias, das legendas, numa caixinha de perguntas ou no último slide de uma publicação.” Há sempre o “risco do autodiagnóstico”, considera: “Mas mais uma vez cabe aos profissionais que estão por detrás das páginas referenciar as pessoas para os locais corretos.”

A opinião dos três especialistas e da representante da Ordem dos Psicólogos é unânime: as vantagens na existência de contas nas redes sociais dedicadas à saúde mental suplantam “tremendamente”, descreve Filipa Jardim Silva, as desvantagens que delas possam surgir.

“Desde que todas as partilhas e presença por parte dos profissionais de Psicologia sejam pautadas por ética e elevados níveis de profissionalismo, diria que os benefícios potenciais de uma maior difusão online e universal de conteúdos de saúde psicológica tenderá a ser substancialmente superior a potenciais obstáculos e riscos”, termina a psicóloga. 

Mental é uma secção do Observador dedicada exclusivamente a temas relacionados com a Saúde Mental. Resulta de uma parceria com a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) e com o Hospital da Luz e tem a colaboração do Colégio de Psiquiatria da Ordem dos Médicos e da Ordem dos Psicólogos Portugueses. É um conteúdo editorial completamente independente.

Uma parceria com:

Fundação Luso-Americana Para o Desenvolvimento Hospital da Luz

Com a colaboração de:

Ordem dos Médicos Ordem dos Psicólogos
Assine por 19,74€

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Assine por 19,74€

Apoie o jornalismo independente

Assinar agora