Criado em 2022, o Comité Científico Consultivo da Mercadona surge com a missão de contribuir com os seus conhecimentos e experiência para promover a segurança e confiança junto dos clientes, sendo a Qualidade e Segurança Alimentar um dos alicerces para o crescimento da empresa.
Composto por cinco especialistas nos campos da nutrição, microbiologia, biologia molecular, fraude, embalagens sustentáveis e ciências farmacêuticas, este é o Comité responsável pela auscultação e o aprofundamento dos processos de análise alimentar, bem como da própria área de intervenção da Mercadona, desde a origem do produto ao momento do consumo. Numa altura em que a segurança alimentar é um tema urgente e trazido frequentemente para debate, acaba por se tornar numa ferramenta capaz de validar os próprios processos da marca, dando ainda apoio técnico e formação à própria equipa de Qualidade e Segurança Alimentar.
Foi para perceber melhor no que consiste o trabalho do Comité, mas também para aprofundar aquilo que é o tema da Segurança, que teve lugar o 2º encontro em Portugal. Intercâmbio de ideias, desconstrução de mitos e a própria evolução – não só do trabalho desenvolvido pelo Comité, como pela própria Mercadona – foram alguns dos temas debatidos. Este foi um evento que contou com a presença de membros do Comité Científico, mas não só. Estiveram presentes pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), Manuela Sol, Chefe de Divisão do Laboratório de Microbiologia, e César de Oliveira, Técnico Superior da Divisão de Riscos. Pela Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), Vera Conde, Coordenadora da área alimentar, não alimentar e saúde e bem-estar. Pela Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), Maria Manuel Mendes, Diretora de Serviços de Segurança Alimentar, e Ana Pinto, Chefe de Controlo de Cadeia Alimentar.
A Rádio Observador também marcou presença no debate sobre a segurança alimentar e foi durante as Tardes em Direto que se juntaram à conversa o Dr. Duarte Torres, professor auxiliar Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação na Universidade do Porto e a Dra. Paula Teixeira, Licenciada em Engenharia Alimentar e doutorada em Biotecnologia pela Universidade Católica Portuguesa, ambos membro do Comité Científico Consultivo da Mercadona.
Nas palavras de Duarte Torres, esta é uma iniciativa “louvável por parte da Mercadona”, acrescentando: “É uma forma de o Mercado interagir com o sistema científico nacional e esta procura de saber o que se faz nas instituições, nas universidades, e usufruir do know-how que existe no país, acho que é algo muito eficaz. Para quem trabalha no sistema científico, também é muito útil sabermos quais as reais necessidades dos operadores”.
No que à segurança e qualidade alimentar diz respeito, o professor afirma que um dos grandes problemas é a falta de literacia alimentar. “Se virmos a literacia alimentar como a capacidade de garantir a segurança dos alimentos, a capacidade de comer de forma equilibrada, a capacidade que temos de ler um rótulo e interpretá-lo…essa falta de literacia existe. Nós não queremos transformar todos os consumidores em especialistas em alimentação, não é esse o objetivo, mas queremos que sejam capazes de conhecer algumas regras básicas daquilo que é, por exemplo, a formulação de um rótulo, mas, também, perceber que nem todos os alimentos que devemos consumir têm de estar em embalagens”, afirma.
Já Paula Teixeira, aproveita a oportunidade para desmistificar alguns dos mitos associados a este tema. “Quando falamos em mitos, falamos em crenças que não têm fundamentos científicos. E existem algumas crenças. Por exemplo, que a carne de frango, em particular, deve ser lavada antes de ser cozinhada. O que é importante é que sejam bem cozinhadas. Outro exemplo: os ovos que flutuam, ou que não flutuam, são ovos estragados ou não. Nós já mostrámos no laboratório que um ovo cheio de Salmonela ia ao fundo. Portanto, a tática não é boa. Ou então a regra dos cinco segundos, da qual todos já ouvimos falar”, explica a professora, deixando em seguida um recado para todos os consumidores: “Como consumidores, temos um papel muito importante. Somos o último elo da cadeia. Se alguma coisa correr mal, ainda estamos a tempo de a reparar. Também temos de ter o cuidado de não estragar tudo o que já foi bem feito para trás. Aquilo que eu recomendo são as boas práticas de higiene, o refrigerar, cozinhar bem alimentos e prevenir contaminações cruzadas”.
Existente há 19 anos em Espanha, este é um Comité que tem vindo a traçar o seu percurso rumo a uma melhor oferta de alimentação e a uma maior consciencialização por parte de todos os consumidores. Com atuação em Portugal há pouco mais de um ano, o objetivo continua a ser o de fazer a diferença na vida – e no prato – de todos aqueles que escolhem os alimentos da marca.