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Mónica Baldaque: "Já só ouço aos mais velhos aquela frase estafada: 'Agustina é muito difícil de ler'"

Um ano depois da morte da escritora, Mónica Baldaque segue o rasto dos seus sapatos de corda e dá-nos a ver a face mais intimista de Agustina Bessa-Luís, através de um novo livro.

Pensemos que cada livro é um monumento, tão ou mais duro, resistente e simbólico que uma catedral, um castelo, e que é tão frágil e tão precário como tudo o que pertence à terra. Que nasce para se tornar húmus, mas que por isso mesmo merece o nosso olhar atento, a nossa reflexão. Cada objeto deste mundo passa a pertencer à História da Humanidade, quer queiramos, quer não. Depois há que separar os que são detritos e os que são valiosos. Este Sapatos de Corda: Agustina, é um desses objetos valiosos, que chegou discretamente às livrarias e que corre o risco de passar despercebido, sob a enxurrada de livros natalícios. Mas também por isso, merece ser lido: é uma homenagem e um requiem de uma filha a uma mãe que atravessou mundo, cumprindo-se como escritora genial, como mulher incomparável.

Sapatos de Corda segue o rasto dos passos de Agustina na areia da praia, à medida que ele vai desaparecendo e leva consigo um tempo e seus acontecimentos silenciosos, os ecos dos risos e das brincadeiras infantis, as coisas imóveis ao olhar, mas que são a argamassa da nossa existência passageira:

“Não há principio nem fim, há um relato de um tempo retirado de outro tempo, ou tempos, que, como bolhas de gás pairam no espaço negro do universo.

Desliza-se entre os dedos o pensamento, e nada é, nem muito nítido nem provado. Apenas pressentido e esperado. Agoniza um tempo, e outro o vem cobrir, cheio de sombras e de assombro. Ainda podemos voltar atrás a visitar memórias, mas vão acabar por perder-se num imenso longínquo, sem gravidade, nem luz .” [Mónica Baldaque, “Sapatos de Corda”]

Nesta obra melancólica e serena, Mónica Baldaque, que não é uma escritora principiante, expressa um desejo de conhecer melhor a sua vida e a das gerações que a precederam, é mais um escavar em sedimentos de tempo, do que um desejo de exibição ou de catarse. Assim, este livro é uma mistura de diário, memórias, cartas, fotografias, não só de Agustina, mas também do pai, Alberto Luís e dela própria enquanto herdeira de mulheres, senhoras de um tempo antigo, como lhes chamou Bernardim Ribeiro, que carregavam uma dignidade e uma sabedoria milenar. Conversámos com Mónica Baldaque, sobre como é isso de ser filha e herdeira da sibila.

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A capa de "Sapatos de Corda: Agustina", de Mónica Baldaque (Relógio D'água)

Por que razão Agustina está escrito em letra mais pequena, e abaixo do título “Sapatos de Corda”?
Porque é um murmúrio. Porque é um tempo de cumplicidade que não quero espalhar aos quatro ventos. Como se fosse o estojo de um colar de safiras azuis, que se abre devagar e dali se soltam gratas lembranças de celebrações e gestos elegantes.

Este, é um livro da Mónica, única filha da escritora Agustina Bessa-Luís, sobre essa figura singularíssima que a foi a sua mãe, mas também é um requiem por uma parte da sua própria vida, da sua juventude. Porque decidiu escrevê-lo e publicá-lo?
Comecei a escrever este livro logo após a morte de meu pai, em dezembro de 2017, mais precisamente, que é o mês em que todos os símbolos se conjugam para anunciar um fim e um renascimento. Senti que era altura de pôr ordem no meu olhar, no nosso percurso como família, naquilo que fomos, naquilo que somos, e onde chegámos. O que deixamos. Os sentimentos que nos ligaram e no que se transformam com as ausências. Decidi publicá-lo, porque, instintivamente, era este o momento certo para o escrever e dar a ler, não só àqueles que ainda podem acompanhar algumas memórias, como aos que estão já um passo à frente na vida. Convidar a ler é uma forma de permanecer.

Não é contudo uma narrativa banal de si mesma, com vista a ver-se personagem. É um livro com uma arquitetura complexa, com múltiplas vozes, com a presença de quatro gerações de mulheres e onde o que é dito nunca fere de morte o segredo. Fale-me desta arquitetura: já tinha em mente que fosse assim ou a coisa foi-se tecendo ao longo do processo de escrita?
Gosto tanto de escrever, que não tenho tempo para ser escritora, no sentido de “arquitetar”, de definir processos de escrita, etc. Escrevo, escrevo, vou contando a história a mim própria, numa espécie de sonambulismo iluminado pelas vozes familiares e reveladoras. Em casa, e como princípio, sempre tive como exercício obrigatório falar, contar o que tinha lido, o que tinha observado, o que tinha ouvido. E escrevo nesse mesmo registo.

"Atrevo-me a escrever, com o mesmo direito de ser sua filha e continuadora legítima de uma condição que me foi transmitida e da qual tenho de prestar contas. Não é, portanto, uma liberdade, é o que é."

Porque decidiu usar os sapatos de corda, hoje conhecidos por alpercatas ou “espadrilles”, como símbolo da passagem de Agustina?
Eu explico no livro, que minha mãe calçada com os sapatos de corda, brancos, vestida com uma saia branca de bordado inglês, o cabelo meio desfeito ao vento, a caminhar na praia, sem deixar uma só pegada na areia, é a imagem que a define. E os sapatos das grandes marcas Férragamo ou do sapateiro italiano Monasterolo, são acessórios de cena. Tudo o mais que se diga são meras tentativas de esboçar um retrato. Por isso sempre reagirei muito mal a qualquer escultura que se queira fazer de minha mãe. O retrato na pedra, no bronze, nada pode exprimir Agustina. Já um desenho, sim, é mais possível. E o José Rodrigues foi mesmo o único a percebê-lo. Além de meu pai. E do Hébil, que refiro no livro. Já veria Agustina sugerida numa escultura sem rosto e vazada, de um Henry Moore! Que ela admirava!

Como é que se atreve a escrever sendo filha de Agustina Bessa-Luís? Ela deu-lhe, ensinou-lhe essa liberdade?
Atrevo-me a escrever, com o mesmo direito de ser sua filha e continuadora legítima de uma condição que me foi transmitida e da qual tenho de prestar contas. Não é, portanto, uma liberdade, é o que é.

Como é que foi e como é que é hoje ser filha da Agustina?
“Ser filha” significa já por si uma dependência que a vida toda não dilui. Mas desde criança que me sentia liberta de certos laços constrangedores da minha natureza. Minha mãe estava ali, atenta, mas independente, e ensinando-me a independência – sobre o que havia a resolver, a conquistar, era eu que deveria descobrir as soluções e os caminhos, com a minha inteligência, e a ponderação que o exemplo me ensinavam.  Hoje, ser a filha de Agustina, é exatamente a mesma coisa, a que se acrescenta apenas um dever – o de continuar.

Mãe e filha numa viagem a Itália; E Agustina na praia de Ofir

Os outros ensinam-nos muito mais através daquilo que são do que daquilo que dizem. Quais foram as coisas principais que aprendeu com a sua mãe?
Com minha mãe, sobretudo aprendi a aceitar a vida como um dom, e a dialogar com tudo aquilo que a mesma vida me propõe.

Agustina tratava a Mónica por “Pim”. De onde vem esse pequeno nome?
Pinduca, era o nome brasileiro dado a um boneco de banda desenhada criado pelo cartoonista americano Carl Anderson. Meu pai achava o boneco parecido comigo – careca e silencioso – e passaram em casa a chamar-me Pinduca, depois abreviou-se para Pim. Quando ainda alguém da minha infância do Douro me chama Pinduca, sorrio comovida!

A partir do momento em que Agustina adoeceu, a Mónica cuidou dela, lutou para que a sua obra não desaparecesse, contra o esquecimento, e pelo meio ainda escreveu três pequenos documentários e este livro. Nunca a deixou cair, tal como Eneias não deixou cair seu pai, Anquises, na fuga de Troia. Como está essa luta?
Uma pequena diferença: nunca precisei de levar minha mãe às costas, como Eneias levou Anquises! Minha mãe teria encontrado um estratagema inesperado para sair de Troia! Nem posso dizer que esteja numa luta para que a Obra de minha mãe não seja esquecida. Ela existe e existirá depois de mim, com outras atenções e dedicações. Mas é verdade. Estou empenhada em trazer a palavra sábia de Agustina sobretudo aos novos, que é preciso estimular a saber ouvir. E ouvir passa também por ver. Por isso estou voltada para a linguagem do cinema, seguindo, de resto, uma paixão de minha Mãe, desafiando a transposição para cinema de duas obras emblemáticas. Acabou de ser rodado “As Estações da Vida – Vento da Desordem”, que se encontra em fase de montagem. Iniciei uma rubrica de podcast, com a Universidade do Porto, que intitulei de “À Boca de Cena”, com leituras de textos escolhidos de Agustina. E uma série de traduções estão em curso, graças ao empenhamento do editor Francisco Vale. Um roteiro agustiniano vai em breve estar disponível online. Localizam-se no mapa, sítios, lugares, paisagens, personagens, de 11 dos seus romances, entre o Porto, Douro e Minho, acompanhadas de textos alusivos. No fundo, aquilo que nunca preocupou, nem ocupou minha mãe, a promoção da sua obra, estou de certo modo, com o editor e a minha filha Lourença, a criar o clima para situações de convívios com a extraordinária voz de Agustina.

"Começa a surgir uma gente nova, isenta, preparada, e já só ouço aos mais velhos aquela frase estafada: 'Agustina é muito difícil de ler'. Se não fosse uma perda de tempo, eu diria: 'ora vamos lá falar sobre isso…'”

Para além da sua filha Lourença Baldaque que tem estado a trabalhar na obra de Agustina, nomeadamente reunindo os seus textos escritos de imprensa, tem tido ajuda?
Para além da Lourença, que é constante na sua ajuda e empenhamento, a par do seu percurso individual na área literária, tem colaborado na reedição da obra, na pesquisa necessária para novas publicações, tenho ainda apoios pontuais, nomeadamente na organização do arquivo. Começa a surgir uma gente nova, isenta, preparada, e já só ouço aos mais velhos aquela frase estafada: “Agustina é muito difícil de ler”. Se não fosse uma perda de tempo, eu diria: “ora vamos lá falar sobre isso…”

E o que lhes diria?
Por exemplo: “Vou-lhes ler duas páginas de Agustina, duas pequenas páginas, sobre A Soberba. Todas as palavras se entendem, a escrita é transparente, fluída, mas o olhar de Agustina sobre a Soberba é inquietante. E aí recuam, vocês, os leitores, porque a leitura não é inofensiva, como esperavam. Então, dizem ser ‘difícil’, e fecham o livro, não pelo que não percebem, mas pelo que sentiram — como que uma qualquer ameaça, e um ligeiro ardor inexplicável de ferida que se abriu. Vamos voltar ao princípio e ler, palavra por palavra, ver como são belas e sábias as imagens encontradas à nossa volta para revelar um estado de Soberba escondido em cada um de nós. Ler, é aprender a ouvir, e a pensar.”

A Mónica Baldaque é formada em Belas Artes. Pinta, escreve, o que faz agora com a sua pulsão criativa, para lá de Agustina? Ou ainda não se habituou a viver sem ela?
Viver com Agustina sempre foi um exercício de habituação a viver sem ela. O que mais acha que possa fazer? O tempo que me sobra é para tratar do jardim – varrer as folhas, dar de comer aos peixes, procurar as flores antigas que desapareceram na voragem dos cortadores de relva, alucinados como soldados da frente a investir contra o inimigo. E para o meu silêncio.

Agustina com a filha Mónica, de 6 meses, fotografadas no Douro por Alberto Luís

A certa altura do livro, reflete sobre como Agustina podia ser dura e por isso arranjou muitos inimigos. Nas cartas que vai trocando consigo e com a sua própria mãe, Laura, ela não parece dura, mas certamente muito assertiva, muito sábia… ela nunca parece estar na condição de mãe ou de filha, mas sim de sibila.
Nas cartas que minha mãe escrevia, ou à mãe dela ou a mim, não era conciliadora, era afirmativa, denunciava razões para estados de alma, e estava sempre certa. Minha Avó guardou religiosamente todas as cartas da filha, porque sabia que não eram vulgares. Ficavam pousadas na cómoda do quarto, e voltava a lê-las quando o seu coração o pedia.

Outra das figuras misteriosas deste livro é o seu pai, Alberto Luís. O mais evidente é a vossa ligação profunda. Quem era este homem para lá de Agustina?
Se minha mãe era um mistério, meu pai era um homem misterioso, como facilmente o parece ser uma pessoa reservada. De uma cultura fora do vulgar, de uma inteligência brilhante, de uma sensibilidade para os assuntos da Arte absolutamente magnífica! Mas… de uma exigência às vezes terrível. Com minha mãe aprendi a disciplina dos sentimentos; com meu pai, a disciplina dos deveres.

Outra das coisas que o livro mostra é uma família de feição muito matriarcal, onde as mulheres, de forma clara ou dissimulada, detêm o poder. O que lhe ensinaram estas mulheres? Como agiram na sua construção de si mesma?
As mulheres da família transmitiram-me o conhecimento do poder da casa. A casa como o espaço fechado, secreto, onde tudo se aprende, tudo se destina. Os homens vivem a casa de outra maneira – como visitas – diria, a quem está vedado o prazer da rotina, e a profunda ligação desta com a liberdade. O espaço aberto é mais o lugar do homem — como caminhante.

"Na adolescência passei por provas que me desgostavam, com os amigos que se aproximavam e se intimidavam comigo e com a presença de minha mãe, sobretudo, e afastavam-se. Tudo era tão diferente das suas vidas, dos seus clichés, e das suas ambições…"

A dada altura conta que na sua adolescência, nos anos 60, foi a Agustina quem “descobriu” os Beatles e lhe ofereceu o disco. Não se pode dizer que fosse uma mãe conservadora ou retentiva?
Conservadora, Agustina? Não. É adjetivo que não lhe assenta. Minha mãe gostava dos Beatles. Achava-os uns novos românticos, e que seria importante que eu os conhecesse e acompanhasse o espírito da minha época.

Sendo filha única de uma mãe que gostava de passar mais tempo com as suas personagens fictícias do que com outras pessoas, teve uma infância solitária ou isso ajudou-a de alguma forma a construir o seu mundo interior?
Não tive nada uma infância solitária. Vivi sempre rodeada de pessoas inspiradoras, alegres, aventureiras, cada dia dispostas a recomeçar tudo, como se tivessem aportado a uma ilha deserta! Enfim, tive o ambiente que encanta uma criança, e a fortalece para sempre.

Numa das cartas que escreve a Agustina, a Mónica lamenta-se:
— “Mãe não tenho amigos… a culpa é minha ou deles?”
— “Concentra-te na alianças. As relações entre as pessoas não devem ser intensas , mas só simbólicas?”
Concorda e aplica este conselho que a Agustina lhe deu na adolescência?
Na adolescência passei por provas que me desgostavam, com os amigos que se aproximavam e se intimidavam comigo e com a presença de minha mãe, sobretudo, e afastavam-se. Tudo era tão diferente das suas vidas, dos seus clichés, e das suas ambições… Minha mãe ensinava-me a ser sábia e a caminhar por entre esses pequenos choques, sem me deter. E nunca esqueci e ainda hoje preciso todos os dias dessas palavras: as relações entre as pessoas não devem ser intensas, mas só simbólicas.

Mónica Baldaque, Agustina Bessa-Luís e o cão Boneco

Qual é o livro dela de que mais gosta e porquê?
O meu livro preferido é Os Incuráveis – uma saga familiar, romanesca, intensa, turbulenta. Minha mãe dizia que só um Bergman saberia pegar nesse romance! Depois, A Ronda da Noite, a última das suas obras, uma história cheia de esconderijos, de pistas de sentimentos, de irresoluções que ficam a pairar como luzes na noite e onde eu descubro inesperadas chaves, que vou experimentando aqui e ali.

E ela gostava dos livros que a Mónica escreveu ou preferia que se tivesse dedicado mais à pintura?
A minha mãe desde sempre me estimulava a ler e a escrever um diário. Isso era muito importante para dominar não só a boa escrita, como exercitar a reflexão; como conhecer as palavras e o seu significado, era fundamental para dizermos o que se queria dizer. Sim, minha mãe achava que eu escrevia bem, pensava bem, no entanto, seguir a pintura era a sua certeza. Apreciava os meus trabalhos com real entusiasmo. Mas como eu não distinguia entre as duas expressões, também não era capaz de escolher apenas uma delas.

De facto, todas as pessoas que atravessam este livro são mistérios que nunca deixam de o ser e esta é uma da coisas que ele tem de belo. A Mónica escreve contra aquela ideia, tão em voga, de que tudo tem que ser dito, mostrado, que todos os véus têm que ser levantados, todas as tumbas abertas…
Nem tudo tem de ser dito, nem tudo sabemos dizer. A maior parte da nossa vida fica espalhada pelos lugares mais improváveis e as pessoas determinantes para a construção de nós próprios como imagem visível e convivente, são também as mais improváveis, e às vezes de passagem meteórica.

Sapatos de Corda é um livro cujo centro é uma reflexão sobre a passagem do tempo, das gerações, a metamorfose da vida entre o pó solar e o húmus, um tema que também era caro a Agustina. “A vida  é necessária? Não é necessária mas inevitável” , escreve ela, no livro o Prazer e a Glória. É assim?
É assim. A vida não é necessária, mas inevitável. Agustina saberia porque é que a vida não é necessária. Será um contra-tempo inevitável?

Todas as fotografias fazem parte do arquivo de família de Agustina Bessa-Luís e foram cedidas para publicação neste artigo por Mónica Baldaque

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