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FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

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Na casa de Mónica Penaguião: "O olhar está sempre em treino até morrermos, não há como ser minimalista"

Há 40 anos, Mónica Penaguião começou a juntar as peças da sua Poeira, o projeto que galgou fronteiras. Durante a pandemia, a fundadora regressou onde tudo começou, Lisboa.

Mónica é uma mulher irrequieta, em todos os sentidos. Ciranda pela casa, descalça e sempre a fazer-se ouvir. A pandemia reteve-a em Lisboa muito mais tempo do que gostaria. Há 30 anos, mudou-se para o Brasil. Levou consigo a família e a Poeira, a loja de decoração que cresceu e se tornou atelier de design de interiores sem fronteiras. Hoje, considera-se mais brasileira do que portuguesa e o sotaque atesta o passaporte.

Foi há 40 anos que começou a construir uma carreira no design, na altura ainda adolescente e a fazer coletes e suspensórios com materiais importados e outros comprados na baixa lisboeta. O quotidiano era bem mais boémio na época. Rodeava-se de artistas e criativos e o mesmo apartamento onde instalou a primeira loja era, simultaneamente, salão de festas.

O tempo fez dela uma mulher de negócios. Atualmente, assina projetos em Londres e Nova Iorque, mantém ligações com artesãos na Índia, em Marrocos e com comunidades indígenas do Brasil. Recebeu-nos em casa, junto ao Castelo de São Jorge, ampla o suficiente para uma conversa segura e desafogada. Um primeiro andar recuperado de fresco, onde coleciona achados e exibe orgulhosamente as peças de mobiliário e de decoração que ela própria desenhou. Aos 54 anos, é esta a sala de espera de Mónica Penaguião, enquanto não embarca no próximo voo.

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Começou o próprio negócio com 15 anos. Quem era a Mónica nessa altura?
Nasci curiosa e comecei a viajar muito miúda, tanto que já vivi em vários países. Ser curioso abre-nos a cabeça e o leque de contactos. E é espontâneo em mim, vai acontecendo sem pensar muito. Tenho de estar sempre a fazer alguma coisa, seja cerâmica, sofás, tapetes ou cadeiras. Talvez seja isso que distingue a Poeira, o facto de tanto fazer coleções com índios, como colaborar com designers internacionais.

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Na verdade, comecei muito com a moda, a fazer uns coletes e uns suspensórios e a comprar materiais nestas retrosarias da Baixa. Devia ter uns 14 ou 15 anos na altura. Mas já aí arranjava tecidos lá fora e mandava vir para poder ter coisas diferentes. Depois, aos poucos, fui misturando. Entretanto, vivi seis anos na Bélgica. É um país super sofisticado e requintado em milhares de coisas e tem grandes designers também. E lá vive-se no centro da Europa. Estava em Knokke, que é o Saint-Tropez deles. Às vezes, acordava e ia almoçar a Paris e voltava, ou ia passar um dia a Amesterdão. Ainda conheci o Keith Haring, imagina — tenho um quadro dele ali no quarto do meu filho. Ele pintava contentores na praia de Knokke-le-Zoute, nessa altura.

Também sempre me dei com pessoas que faziam coisas diferentes e me faziam sair da minha zona de conforto. Quando vim para cá, trouxe várias marcas de roupa e montei a minha primeira loja num apartamento lindo de morrer, com 500 metros quadrados e todo forrado a azulejo Arte Nova, ali nas Janelas Verdes. Aquilo era uma maluquice — havia festas, vendia-se botões, roupa, fatos de banho, móveis. Era um bagunçada, uma casa repleta de coisas, até na cozinha. Tudo borbulhava de criatividade e muita gente passava por lá. Foi uma época muito engraçada. Já era a Poeira nessa altura, embora o logo se tenha alterado — o primeiro era um cato. Agora estou a mudá-lo para uma coleção de roupa para a casa que vou lançar com um amigo, no Brasil. Parar é morrer, por isso é preciso fazer, sair do registo.

Esse apartamento foi a primeira versão da Poeira?
Foi a primeira versão da Poeira. Há dois anos, tinha quatro lojas — Lisboa, Maputo, Rio de Janeiro e São Paulo. Hoje, tenho só o escritório em São Paulo, com atelier para projetos, e a loja aqui em Lisboa. Era uma loucura, uma vez por semana viajava. Agora estou mais concentrada nos projetos e em criar as minhas coleções.

Quando começou, falava-se em design de interiores?
Não. Aliás, Portugal nessa altura era um país um bocado parado, por isso é que também senti a necessidade de sair. Havia pouca coisa a acontecer, mas havia gente com referências — o Manuel Alves e o José Manuel Gonçalves, era a altura do Frágil, havia a música dos Heróis do Mar, saíamos para o Bairro Alto, havia o Pap’Açôrda, o Pedro Luz a fazer coisas na roupa. Havia pouca coisa, mas existia esta comunidade.

A sala: mesa de centro de Willy Rizzo, tapete Paul Smith, cadeiras Poeira e mesa italiana em pedra comprada num antiquário londrino. A jarra foi feita por um artesão na Toscânia

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Uma loja como a Poeira era então para um nicho?
Aquilo era uma maluquice. Aparecia lá toda a gente, desde a pessoa com dinheiro à pessoa sem dinheiro. Uma misturada de gente, era muito engraçado — músicos, artistas, advogados, empresários. A Poeira sempre foi uma coisa meio diferente, mas nunca me apercebi disso por ter sempre feito parte da minha maneira de ser. Gosto dessa mistura de pessoas e de culturas.

Como é que a marca evoluiu a partir daí?
Talvez o sucesso tenha sido precisamente essa irreverência, apesar de achar hoje que a Poeira continua a ser irreverente numa série de coisas. Não tenho medo de apostar, vou de cabeça, sem pensar muito. Depois, comecei a fazer projetos e entretanto fui viver para o Brasil. Estive muito tempo fora. Na verdade, vinha cá de dois em dois meses, mas depois voltava. Ainda vejo Portugal como a minha segunda casa e o Brasil como a primeira. É lá que tenho a maior parte dos meus amigos, as minhas referências, a minha casa de férias, o meu barco. Foi lá que, há muitos anos, criei as minhas raízes.

E acabou por encontrar um país com espaço para o que fazia.
O Brasil é um mundo, as pessoas são muito criativas e, sobretudo, estão mais juntas. A amizade é diferente e a criatividade também. É um país forte em milhares de coisas — no espírito, numa mente mais aberta, com uma maneira de estar na vida completamente diferente e com a qual me identifico muito mais. Aqui, ainda continua a ser muito careta, muito fechado, as pessoas não colaboram tanto. Lá as coisas desenrolam-se com outra leveza, outra alegria, outra naturalidade. Portugal não é um país fácil, apesar de termos uma qualidade de vida maravilhosa.

Também sentiu que havia uma diferença ao nível do gosto?
Há uma diferença brutal. Em relação ao gosto, talvez sejamos mais requintados em algumas coisas. Eles são um país novo, não têm esta herança dos séculos que temos para trás. É tudo muito mais moderno, mais solto. Na decoração, mantenho as minhas raízes europeias, esta carga de história e do trabalho dos artesãos que acho maravilhoso. Mas enquanto os projetos lá são enormes, aqui é tudo mais pequenino e isso limita. E claro, há mais dinheiro para as coisas acontecerem.

As poltronas são design Poeira. O candeeiro foi pintado à mão por uma ceramista de Nova Iorque. A mesa e a cadeira também são vendidas na loja de Mónica

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Estou cá há muito pouco tempo ainda, não sei até que ponto os mais jovens se preocupam com a casa. Existe sensibilidade, talvez haja menos dinheiro e isso sim, limita as pessoas à Area ou à Ikea. Mas acho que nem sempre é o dinheiro. Às vezes é a criatividade da pessoa — arranjar um móvel não tão bom e pintar, usar a cor como fonte de criatividade, arranjar uns tijolos, pôr umas prateleiras e ficar uma coisa incrível.

Não é só uma questão de dinheiro, então?
Não. Não se vai buscar o bom gosto ao dinheiro, está na maneira de fazer as coisas. Ando sempre com uma tesoura de podar no carro. Adoro quando, do nada, vejo alguma coisa que gosto — uma planta ou uma flor — e trago para casa. É possível encontrar uma cadeira na rua, pintar e ficar incrível. Há várias maneiras de se ser criativo com pouco dinheiro. É preciso gostar e ser-se curioso.

As redes sociais têm sido responsáveis por fomentar esse apetite nas pessoas. Mas não podem estar também a deixar as casas todas iguais?
Nunca fui de blogues. O Instagram, de facto, permite-nos seguir as pessoas com quem nos identificamos. Ajuda-me imenso no meu trabalho, às vezes até a encontrar alguma coisa ou a entrar em contacto com algum artesão. Mas não sigo pessoas que vivem do que postam, não me identifico. Gosto do que aparece de uma maneira natural e mais orgânica.

Fala do trabalho colaborativo que tem desenvolvido sobretudo no Brasil. Em Portugal, isso não acontece tão facilmente?
Por acaso, tive cá um amigo brasileiro, fomos dar uma volta até ao norte e visitámos vários artesãos. Estou a fazer uma coleção de bordados em Viana do Castelo. Encontrei uma pessoa que faz facas manualmente, incríveis. Estou a fazer várias coisas, mas são trabalhos que desenvolvo diretamente com os artesãos, não uma coleção com um amigo como faço lá fora. Aqui o trabalho é mais individual, há poucas parcerias. Há poucas sinergias, ou então é por estar aqui há tão pouco tempo e por estarmos há um ano em pandemia. Isso também fez as pessoas olharem mais para dentro e estarem mais isoladas.

Pode dizer-se que tem estado a redescobrir Portugal?
Completamente. Não conhecia Portugal. Vinha cá por causa dos meus projetos e voltava. O meu objetivo era trabalhar, trabalhar, trabalhar para me ir embora. Agora sim, estou a descobrir. Mas é esse processo que adoro, porque realmente há sangue novo, gente a fazer coisas giras e diferentes.

Tem tido boas surpresas, portanto.
Óbvio. E há ainda muito para descobrir. Às vezes há pessoas que adoramos, mas que não nos identificamos tanto com as peças. É preciso trabalhar com essas pessoas, mas com a nossa visão. Gosto de fazer isso, de personalizar as coisas. No fundo, foi esse o percurso que sempre fiz para a Poeira. Acabo por ser eu a escolher as peças todas, dos livros às velas — adoro cheiros –, as jarras. Tudo o que entra na Poeira é escolhido por mim.

Na sua casa de Lisboa, Mónica projetou a cozinha no mesmo espaço da sala

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O estilo da Poeira sempre foi muito assente numa lógica de mistura de elementos. Isso vem de onde? Da tal curiosidade de que falava?
Acho que sim. Já fiz projetos em Nova Iorque e em Inglaterra e fui para lá sem conhecer o serralheiro, sem conhecer o estofador, sem conhecer o mundo de coisas que faz o projeto acontecer. Sou muito desenrascada e isso também me ajudou a seguir um caminho e a ter algum sucesso. Não há que ter medo, temos de ir à luta, não podemos ser preguiçosos, temos de ser curiosos. Às vezes, acho que é um milagre, mas não, é porque corro atrás das coisas para elas acontecerem. Viajo para o mundo inteiro sozinha, faço coleções de colchas e tecidos na Índia e tenho lá uma família com a qual me vou dar para o resto da vida. Acontece em Marrocos com os tapetes, com os ceramistas que tenho no Brasil, com os índios a quem compro cocares no meio do mato. Gosto de sair de barco e de trabalhar numa coleção de madeiras com os nativos. É um grande privilégio fazer isto. Tanto gosto de estar de saltos altos como completamente sem nada no meio da mata.

Nunca delega essas incursões?
Não. Tenho os meus colaboradores, arquitetos e designers, sem os quais não era absolutamente nada. Faço muita, muita coisa, mas atrás tenho alguém que sustenta essas minhas ideias e que mete a máquina a andar. Mas ir à procura dos fornecedores, sou eu sempre.

Há uma relação emocional com esses artesãos, além dos elos comerciais?
Ainda hoje recebi fotos dos índios, eles tratam-me por amiga. Até estive para organizar uma viagem para ir viver com eles no mato, mesmo. Não consigo trabalhar por trabalhar, tem de haver uma relação. Senão, não vale a pena. Com o estofador é a mesma coisa, trabalho com as mesmas pessoas há muitos anos.

"Toda a vida quis ter este móvel". Fala da cómoda Fornasetti que tem no quarto, com folha de ouro

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Quem a procura hoje, já está ciente do que é a Poeira?
Acho que me procuram por isso. Tenho um projeto na Colômbia que estou a tentar fechar, mas que apareceu do nada. É claro que acho que é pelo meu percurso ou pelo meu lifestyle. As pessoas têm de se identificar, mas também tenho de me adaptar ao que o cliente quer. Nos meus projetos, faço o que quero — tenho uma casa em Paraty com cadeiras suspensas na mata, um barco que fiz de raiz, com 16 metros e todo em madeira, tenho uma casa aqui na Arrábida. Esses são os meus laboratórios, onde estou sempre a fazer coisas. Vira quase uma doença. Mas nunca tive problemas. Hoje, tenho clientes que viraram meus amigos. Conheci o meu marido na Poeira, a fazer projetos para a casa dele. Acho isso uma delícia.

Tendo um estilo muito próprio, como é que se foi adaptando às diferentes tendências? Ao minimalismo, por exemplo?
Todas as casas começam com minimalismo, o problema é quando as pessoas viajam e veem outras coisas. Até morrermos, estamos vivos. Então o olhar está sempre em treino, não há como ser minimalista. Não gosto das coisas muito cheias e detesto acumular tralha, mas a verdade é que é quase impossível isso não acontecer. Mas estou sempre a mudar as coisas. O meu marido às vezes entra em casa, no Rio, e acha que não é a casa dele. Sou muito inquieta.

Sendo tão inquieta, como é que tem vivido este confinamento?
Nunca estive confinada. Como tenho projetos e o atelier a funcionar, continuo a visitar os clientes e as obras. Na primeira fase trabalhei de casa, sim, e continuo a fazer alguns projetos por WhatsApp. Mas se estivesse sempre em casa ia ficar doida. Dá para fazer quase tudo à distância, mas não dá para escolher materiais e cores, isso tem de ser ao vivo.

Este período veio mudar a perceção que as pessoas têm da própria casa?
As pessoas começaram a dar-lhe mais valor, porque no fundo ela virou o nosso porto seguro. E também tiveram mais tempo para cuidarem da casa, para estar com a família, para ver pormenores que normalmente passam despercebidos. A luz da casa é super importante, a vela virou uma coisa importante, os livros. Acho que a gente tem de se sentir bem. Tanto que nesta fase todos os designers de interiores e arquitetos estão cheios de trabalho. As obras não pararam e as pessoas estão sempre a ter necessidade de melhorar, até a própria organização.

Em primeiro plano, uma jarra do holandês Studio Job

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O que é que confere conforto a uma casa?
Sou muito esquisita com o acabamento das minhas coisas. Adoro sofás confortáveis, amo cadeiras confortáveis. Não é só olhar e ser bonito, tem de ser muito bom. A dimensão das coisas no próprio espaço, não ter medo de arriscar, de sair do branco, de experimentar cor.

O gosto português continua a preferir jogar pelo seguro?
Sim. Mas também tenho o privilégio de ter pessoas que sabem que ser diferente é uma das características da Poeira. Estou a fazer um projeto para uma russa e para um inglês, tudo com tonalidades de branco, mas onde dá para brincar com texturas e materiais. E está a ficar lindo de morrer. Adoro verde, acho que tem de estar sempre dentro de casa. E há sempre uma maneira, bem ou mal, de fazer uma hortinha, seja numa varanda ou em vasos.

Sempre achou que era esta a sua vocação?
Quando era miúda queria ser jornalista. Também já quis ser cantora de ópera. Sei lá, já quis ser tanta coisa. Foi acontecendo. Mas adoro o que faço, não me via a fazer mais nada. Mas virou uma coisa meio doentia. Sou muito perfecionista, mas também muito organizada. Se não fosse não conseguia fazer o que faço — às vezes dez projetos ao mesmo tempo em países diferentes. E faço coisas distintas — tanto estou a fazer o barco em Paraty, como faço a casa em Londres, como estou a fazer uma cabana, como estou a fazer uma coleção na Índia, como estou na Toscânia à procura de vasos. Sou muito chata com pormenores e sou exigente com as pessoas que quem trabalho, mas, em primeiro lugar, comigo própria.

A nível familiar, sempre teve apoio para seguir este caminho?
A minha família viveu em África, temos um espírito muito aberto. Vivo sozinha desde os 16 anos. Tive uma educação muito privilegiada. Fomos sempre educados no campo, ao ar livre, e isso faz a maior diferença. O meu avô era engenheiro agrónomo, todos eram pilotos e tinham avionetas, então andávamos de um lado para o outro. A minha mãe nunca me deu horas para chegar a casa. Tenho cinco irmãos e sempre tivemos muita liberdade. O maior privilégio da minha vida foi ter crescido assim e foi isso que dei aos meus filhos, essa liberdade de expressão. Tens de ser aquilo que és, mas tens de ser bom naquilo que fazes porque senão também não vais a lado nenhum. Não sabia o que queria ser, mas o caminho trouxe-me aqui e, de facto, amo o que faço.

Mónica fez da antiga cozinha o quarto do filho João, com uma zona de estar no local da chaminé. Numa das casas de banho, o chão é do século XVII – "Era a entrada do antigo convento"

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Uma diretora de uma revista inglesa disse que conhecia muito pouca gente que trabalhasse tão bem a cor como eu. Talvez seja um dom, mas também é um exercício que faço todos os dias. E adoro ter arte à minha volta. Adoro ter coisas bonitas à minha volta, faz-me mais feliz. E acho que faz mais feliz todo o mundo. E depois, tenho a sorte de ter clientes incríveis, mulheres maravilhosas com quem trabalho. Por exemplo, faço as coisas todas para a Farm. Trabalho com eles há anos: fiz os escritórios em Nova Iorque, faço as coisas para a Katia [Barros]. Ainda ontem estivemos a trocar figurinhas. São parcerias de muitos anos e ela, por exemplo, começou numa feirinha a vender roupa, com uma barraquinha de dois metros por um. Hoje tem um império com lojas no mundo inteiro. Tu só és bom quando fazes muito e quando não tens medo de arriscar. Pessoas acomodadas é o que me assusta mais aqui em Portugal, mas acho que a geração mais nova já é muito diferente.

Regressou a Portugal. É para ficar?
Não. Nunca vou querer largar, mas também não é para ficar. Sou daqui, mas não sou daqui. Considero-me muito mais brasileira do que portuguesa. Amo o meu país, esta natureza, esta qualidade de vida, mas sou irrequieta e acho que vou acabar por voltar.

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