Em Washington não há muitas opções para assistir à noite eleitoral. Há quem fique em casa, há quem tenha a oportunidade de ir até à Universidade de Howard assistir à festa dos democratas e, por fim, há quem decida ir a um dos vários bares espalhados pelo centro da cidade.

O Union Pub e o Dirty Water são dois desses bares. Se o primeiro tem uma ligação ao partido democrata — isso é bem visível pelas várias fotografias do ex-Presidente John F. Kennedy penduradas nas paredes — o segundo é simplesmente um típico bar americano que decidiu aproveitar uma oportunidade de negócio e fazer uma festa para os republicanos de Washington.

No Dirty Water as várias televisões, que em dias normais costumam estar em canais desportivos, estão todas sintonizadas na Fox News. Entre o som da emissão, as conversas paralelas e o barulho dos copos de cerveja a bater no balcão, há quem tenha algum receio do que possa vir a acontecer durante a noite. “Quero confiar no intelecto do meu país e de que vai ser tomada a decisão certa”, diz ao Observador a jovem estudante Mia.

Com o desenrolar da noite e com as primeiras projeções, o receio foi desaparecendo e deu lugar à felicidade entre os republicanos. No entanto, a um quilómetro de distância, no Union Pub, a situação foi diferente.

“Os swing states estão a adiar o inevitável, acho que ela já não ganha”, é comentado por um grupo de jovens que está sentado em frente a um ecrã gigante. O que é certo é que com o encerramento das mesas de votos nos diferentes estados e com as primeiras projeções, os democratas que estavam no bar começaram a sair gradualmente. O bar ficou ainda mais vazio quando o co-presidente da campanha democrata informou que Kamala Harris não iria discursar.

Se no bar dos democratas o ambiente era de derrota, no bar dos republicanos a festa atingiu o ponto mais alto quando a primeira projeção da Pensilvânia deu o estado a Trump. “Ele fez o impossível”, “Ele vai voltar a salvar a América”, comentaram dois jovens que estavam colados a um televisor. A festa dos republicanos só parou temporariamente para ouvir o discurso de Trump, que assumiu uma “vitória histórica”.

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