Índice

    Índice

Em dezembro de 2020, António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas, ao discursar na Cúpula de Ambição do Clima, apelou aos líderes em todo o mundo para declarar um estado de emergência climática, pelo menos até que se alcance a neutralidade em carbono. Um ano antes, 26 dos Estados membros já haviam assumido o compromisso de atingir a neutralidade carbónica no conjunto da União até 2050. Está mais do que na hora de fazer valer este juramento em todas as áreas da sociedade e agirmos em nome de um futuro comum.

“Estamos numa fase de emergência climática e todos nós já percebemos isso. Também entendemos que temos de avançar numa transição rápida, o que requer medidas de intervenção muito mais assertivas, realizadas num horizonte temporal muito mais acelerado”, afirma Anabela Silva, diretora de Marketing e Comunicação Externa da bp Portugal.

Para Anabela Silva, ainda que a indústria da energia tenha de ser um agente ativo e participar ativamente neste processo, a verdade é que toda a indústria tem de se reinventar para tornar as nossas ações mais sustentáveis. Para que tal aconteça, tem de ser delineado um processo de transição energético, para não causar efeitos colaterais indesejados: é necessário intervir de forma consciente, para progredir de forma rápida e sustentável.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Os países mais industrializados têm que ter a capacidade de fazer alterações, não só para aqueles que já tem uma comodidade e energia dada como garantida – e que tem de ser sustentável a cada dia que passa – mas também, ao mesmo tempo, não esquecer os impactos que podem gerar, em países menos desenvolvidos e com uma necessidade crescente de energia”. O futuro passa por lançar projetos como o Drive Carbon Neutral, apresentado pela bp em 2020 em Portugal, e que permite, através do programa “bp Target Neutral”, compensar emissões de carbono através de projetos em todo o mundo e contribuir para o desenvolvimento desses países.

“Reimaginar” a energia

O Drive Carbon Neutral “é um projeto que se encaixa claramente no novo propósito de ‘reimaginar’ a energia para as pessoas, para o planeta, e que anunciámos em fevereiro do ano passado, em pleno início de pandemia. Nessa altura, traçámos a ambição de atingirmos a neutralidade carbónica até 2050 ou antes e continuamos firmes no nosso propósito”, revela Anabela Silva. Para atingir esse objetivo, através do “bp Target Neutral”, lançaram em Portugal o projeto “Drive Carbon Neutral”, que consiste em compensar as emissões de carbono dos abastecimentos dos seus clientes particulares de todos os tipos de combustível (gasolina, gasóleo e GPL– gás de petróleo liquefeito), através do financiamento de uma redução equivalente de emissões de carbono noutro lugar. Neste caso, na Zâmbia e no México.

Bp Target Neutral

Mostrar Esconder
  • Compensar mais de dois milhões de emissões de toneladas de carbono por ano = retirar 400 mil automóveis das estradas.

“Nós trabalhamos com uma framework na área da sustentabilidade que, naturalmente, ajuda a contribuir para este propósito em três vetores principais: garantir que tudo o que fazemos nesta área atinge a neutralidade carbónica até 2050; que consegue melhorar o bem estar e a qualidade de vida das pessoas; e que, de alguma forma, consigamos garantir que estamos a proteger o nosso planeta”, continua a diretora de Marketing e Comunicação Externa da bp Portugal. A bp prevê que, desta forma, irão estar a compensar a emissão de cerca de dois milhões de toneladas de carbono por ano, o que significa retirar 400 mil carros da estrada.

San Felipe, México

Situado na Península da Baixa Califórnia e banhado pelo Oceano Pacífico, San Felipe no México recebe um dos projetos apoiados pelo bp Target Neutral e que consiste na construção de fornos familiares sustentáveis. “Cerca de 85% do consumo de lenha é usado para fornos de cozinha e para aquecer as casas. O curioso é que este aquecimento, e esta utilização da lenha, é feito não só em fogueiras a céu aberto como também dentro de casas, o que provoca efeitos nocivos na saúde dos seus habitantes”, explica Anabela Silva. “Por outro lado, provoca também um consumo massivo de lenha, o que, naturalmente, tem uma contribuição excessiva do ponto de vista das emissões. O simples facto de se construírem fornos eficientes dentro dos lares, permite não só uma redução imediata do ponto de vista da utilização da lenha, mas também provoca o bem-estar dos seus utilizadores, porque toda a combustão que se dava dentro da casa, passa para fora, melhorando a qualidade do ar dentro das habitações”. Esta intervenção veio inclusivamente trazer outra dinâmica às famílias: sem necessitar de gastar tanto tempo a apanhar lenha, é agora possível dedicarem mais tempo a outras tarefas que podem, inclusivamente, aumentar o orçamento familiar. “Portanto, há aqui um conjunto específico de impactos muito positivos, além da redução de emissões de carbono. O projeto ‘per si’ não tem que apenas reduzir as emissões na mesma proporção que nós estamos a emitir, mas também tem de ter um impacto colateral e muito direto do ponto de vista da sociedade e da população onde se insere esse projeto. E este é, claramente, um dos projetos que tem essa componente”.

Parque natural na Zâmbia

Composto por áreas de savana e floresta, o Parque Nacional do Baixo Zambeze, a 100 quilómetros das Cataratas Vitória, no Rio Zambeze, é o parque mais novo da Zâmbia. Mas é também ameaçado pela desflorestação impulsionada pela produção de carvão e pela expansão das terras agrícolas. Através do bp Target Neutral, promove-se o projeto REDD+, cujo objetivo é proteger a Rufunsa Conservancy, uma das últimas áreas intactas de floresta com mais de 41 mil hectares. “Mais de 50% do carvão que é utilizado na capital da Zâmbia é fornecido por produção local, o que significa que muitas vezes, ou na grande maioria das vezes, a exploração desse produto é feita de forma desorganizada, causando naturalmente problemas do ponto de vista da desflorestação e não só. O projeto que está a ser financiado procura garantir práticas mais sustentáveis, de melhor e maior conservação e exploração das suas terras”, explica a responsável. Uma vez mais, a introdução de novas práticas mais sustentáveis, promoveu a geração de um maior rendimento e maior aproveitamento dos solos. Há ainda outros efeitos a contabilizar, nomeadamente: 60% da água potável usada nestas áreas de exploração foi conseguida através do financiamento de poços; e foram instaladas cinco mil colmeias para funcionarem como alternativa de sustento às famílias que exploravam aquelas áreas.

zambia

Mostrar Esconder

Redução de emissões 

  • 943.469 toneladas CO2e de créditos emitidos até o momento (180 mil  toneladas CO2e/ ano)

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Um dos critérios essenciais para a existência destes projetos financiados através do bp Target Neutral, é o seu enquadramento no âmbito dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), tal como foram identificados pela ONU. No caso do México, além de se estar a trabalhar especificamente para “garantir o acesso a fontes de energia fiáveis, sustentáveis e modernas para todos” (ODS 7) e a “adotar medidas urgentes para combater as ações climáticas e os seus impactos” (ODS 13) estamos a falar de “garantir o acesso a saúde de qualidade e a promover o bem estar para todos, em todas as idades” (ODS 3) e “alcançar a igualdade de género e empoderar todas as mulheres e raparigas” (ODS 5).

O projeto da Zâmbia é ainda mais ambicioso. Responde a dois ODS já referidos anteriormente (o número 3 e o 13) e acrescenta o primeiro ODS estabelecido: “erradicação da pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares”. Mas também, e na sequência desse, a “erradicação da fome, alcance da segurança alimentar, melhoria da nutrição e promoção de uma agricultura responsável” (ODS 2). Não esquece a “garantia do acesso à educação inclusiva, de qualidade e equitativa e a promoção de oportunidades de aprendizagem ao longo da vida, para todos” (ODS 4), o acesso a “Água potável e saneamento” (ODS 6), promoção do “Trabalho digno e crescimento económico” (ODS 8), investimento na “Indústria, inovação e infraestruturas” (ODS 9), ou ainda a promoção da “Proteção da vida terrestre” (ODS 13).

México

Mostrar Esconder

 

Redução de emissões 

  • 284.464 toneladas CO2e de créditos emitidos até o momento (91 mil toneladas CO2e em 2019)

 

Está na nossa mão

As empresas têm efetivamente uma grande responsabilidade na criação das soluções sustentáveis que colocam à disposição dos seus clientes. Mas, na realidade, está na mão de cada um de nós, enquanto consumidores, fazer as escolhas mais sustentáveis em todas as áreas da nossa vida. A bp quer fazer parte desse movimento e dessas escolhas. Anabela Silva está confiante no caminho e acredita que “perante uma proposta de valor séria, e que contribui de forma concreta para o processo da transição energética, que os consumidores irão, naturalmente, fazer essa escolha racional”.