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O açoriano que nunca esqueceu Raul Brandão

Nos 150 anos do nascimento do autor de "As Ilhas Desconhecidas", Vasco Rosa destaca a sua amizade com o jovem Vitorino Nemésio e a influência que teve sobre ele.

Celebram-se 150 anos do nascimento de Raul Brandão, ocorrido na Foz do Douro a 12 de Março de 1867. Ano de muitas e variadas efemérides, 2017 também assinala 100 anos de Húmus e 90 de As Ilhas Desconhecidas. No Porto, um colóquio internacional e algumas conferências de prestígio vão dialogar com duas exposições de duração semestral, uma dedicada à sua biografia e obra literária, a outra atenta à sua pintura e à ilustração dos seus livros. Guimarães também é palco, por estes dias, de um festival literário a pretexto do escritor.

Como sucedeu há meio século, esta nova efeméride será um poderoso momento de revisitação, redefinindo — uma vez mais — o lugar de Raul Brandão na história literária portuguesa. Importantes progressos foram feitos desde 1967: a sua obra beneficiou, ao longo destas últimas décadas, além de uma fixação textual muito qualificada, dos contributos exponenciais de José Carlos Seabra Pereira, Guilherme de Castilho, Vítor Viçoso e Maria João Reynaud, todo um escol de grandes especialistas que escreveram prefácios complexos para novas edições. Alguns lembrar-se-ão ainda que em 1967, quando Vergílio Ferreira fez a sua proverbial palestra-ensaio “No limiar dum mundo novo, Raul Brandão”, quase todos os livros do escritor careciam de reedições — incluindo Húmus —, Túlio Ramires Ferro não havia podido levar aos prelos o muito inacabado livro Os Operários (1987) e ainda ninguém se abalançara a reunir os Dispersos do escritor espalhados por dezenas de publicações ao longo de quarenta anos (2007-13).

Justino de Montalvão, Raul Brandão e Teixeira de Pascoaes, 1926. Fotografia de Fernandes Tomás. © Sociedade Martins Sarmento, Guimarães

Outras boas coisas sucederam entretanto. O seu teatro foi de novo posto em evidência pelos trabalhos notórios e notáveis de Alexandre Delgado, com uma versão operática de O Doido e a Morte (2012-14); de Manoel de Oliveira, com um O Gebo e a Sombra em francês e protagonizado por carismáticas actrizes a fazer muitíssimo pelo conhecimento além-fronteiras da obra do escritor (2012); e de João Sousa Cardoso, com a adaptação à cena de Os Pescadores, uma fusão de dança contemporânea e récita (2015-16), focada aliás nas lapidares páginas de Brandão dedicadas aos bravos homens do mar da Póvoa do Varzim.

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Temos hoje nas estantes, debaixo do braço ou entre as mãos, todos os livros dele cuidadosamente publicados, mas nem sempre foi assim, e sobretudo durante muito tempo não foi assim.

O admirador

Vitorino Nemésio foi o primeiro a chamar a atenção pública para o eclipse editorial a que a obra brandoniana estava votada vinte anos passados sobre a sua morte. No Diário Popular de 7 de Dezembro de 1949, questionou-se:

“Um esquecimento negro caiu sobre Raul Brandão, e quase o sepultou pela segunda vez. As últimas edições dos seus livros, paradas no mercado há mais de dez anos, nem quase se vêem já nos mostradores, onde no entanto abunda tanta farfalha impressa. Porquê? Perdeu o grande escritor a actualidade dos seus temas, o timbre da sua voz sincera e humana como poucas, a impressividade das suas páginas?”

E concluiu com uma pergunta de evidente actualidade:

“Não estaremos nós, literariamente, sob um signo de espontaneidade inculta, obedientes a uma senha de indiferença pelos que foram e já fizeram — em suma, acintosamente confiantes na nossa auto-suficiência e adamismo? Nesse caso, não há dúvida de que a presença espiritual de um Raul Brandão é de mais.”

Essa presença espiritual vertida em moldes literários e enriquecida por um convívio pessoal que a Morte reduziu a meia dúzia de anos apenas, tocara de maneira muito profunda o jovem escritor açoriano. Reconhecemo-la desde logo no depoimento que Nemésio escreveu para a primeira página do Diário de Lisboa de 7 de Dezembro de 1930, ao qual deu o título impactante de “Alguém”, como a reconhecemos em cartas de 1926 a 1930, muito pouco referidas, e que hoje se conservam na Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães.

A mais poderosa dessas cartas, aliás a última, datada de 14 de Novembro de 1930, foi lida a escassas semanas da morte do velho escritor e começa assim:

“Desde Julho que não comunicamos, e apesar disso não o esqueci um só dia. A sua influência pessoal na minha vida é das maiores; e, em certo sentido, a única: de ninguém recebi como de si tão forte sugestão para viver, e viver amando e fazendo passar por mim, como se fossem humanas, todas as coisas do contorno.”

"Não diga nada a ninguém... Eu escondo a poesia como quem esconde um tumor", anuncia: "Li O Avejão na Seara [Nova] e vi-o depois nas montras. Nada lhe direi sobre a impressão que me causou, a ver se assim entende quanto senti ao lê-lo. Ainda é a melhor maneira".
Carta de Vitorino Nemésio para Raul Brandão

Noutra carta, esclarecera:

“Admiro-o cada vez mais, à medida que me vou convencendo de que a sua grandeza é humana, só carne e osso, perfeitamente isolada e moral no meio da charneca dos tropos. Como a escrever sou mais literato que humano, é possível que um dia troque a pena de novelista por uma que seja ao menos útil a escrever sobre os outros, sobre os que foram verdadeiramente originais com um graveto entre os dedos. Talvez um dia escreva um livro sobre o meu Amigo.”

Tal propósito, reafirmado em outras ocasiões, não foi adiante, como sabemos, mas Nemésio de facto trabalhou nesse sentido, como disse a Brandão numa outra carta:

“Releio os seus livros e tenho-os quase todos anotados para um longo estudo em que penso — um estudo sobre a sua pessoa, tal como a vejo e se revela. Há épocas em que o meu quarto de trabalho revessa Raul Brandão. Lá está o quadrinho, O Caniço; o seu retrato de pintor; e a um canto da estante que me fica defronte da mesa, a colecção dos seus livros. Quando me lembro do Alto prefiro os de capa parda — o Junot, Gomes Freire, a primeira edição das Memórias —, porque me falam mais do seu ambiente e de si. Há um não sei quê de autobiográfico naquelas capas, que parecem burel ou estôpa. E não sei porquê, tenho a impressão de que o meu amigo, se pudesse, andaria assim vestido.”

Numa carta de 1929 em que, curiosamente, a propósito de um soneto escrito para um Memorial a Praia da Vitória, sua terra natal, Nemésio diz:

“Não diga nada a ninguém… Eu escondo a poesia como quem esconde um tumor”, anuncia: “Li O Avejão na Seara [Nova] e vi-o depois nas montras. Nada lhe direi sobre a impressão que me causou, a ver se assim entende quanto senti ao lê-lo. Ainda é a melhor maneira”.

Uma visita de alguns dias à Casa do Alto, em Nespereira (Guimarães), no verão de 1927, apertara firmemente o primeiro laço criado três anos antes, entre o escritor de 60 anos e o estudante de 26, recém-casado com Gabriela Monjardino de Azevedo Gomes. De volta a Coimbra, logo lhe escreveu um bilhete postal, em que se lê:

“Chegámos bem, cheios de saudades do Alto e dos senhores. Não é possível dizer isto por palavras: só nos resta a esperança de que tenham sabido ler nos nossos olhos a veneração e a amizade. Amanhã escreveremos. | De todo o coração || Vitorino Nemésio”.

Postal de Nemésio a Brandão, após visita em 1927

Noutra missiva haverá de dizer-lhe:

“Também não insistirei sobre a gratidão que sentimos e de que a vossa hospitalidade foi causa. Tudo aí respira bondade e grandeza. Tão perfeita maneira de receber nunca vi. Obrigado de uma vez para sempre — mas com todo o coração, obrigado!”

Noutra ainda, esta de Abril de 1928:

“Supondo-o ainda no Alto, escrevo-lhe estas linhas para me fazer lembrado e assim matar algumas saudades à pena. De vez em quando, olho para O Caniço, que está encaixilhado sobre uma papeleira, e tenho saudades dessas vizinhanças do Ave. Eu nunca devia ter ido aí: trouxe lembranças para toda a vida» — uma garantia também expressa noutra carta: «O meu ilustre Amigo fez muito mal em me convidar para o Alto. Assim, fiquei duplamente preso à sua pessoa: pelos livros e pelo meio, do qual, para me servir da sua expressão favorita, até na cova me hei-de lembrar.”

No Observador dos anos 1970 haveria de relembrar esses anos distantes, quando — e cito — “Raul Brandão empolgou facilmente o moço aéreo que eu era numa intimidade generosamente concedida. Nestes auges travámos, apesar dos abismos cavados por idades e merecimentos, uma amizade comovente, como de pai e filho”.

Tudo isto começou da maneira mais inesperada e sublime que imaginar se possa, em matéria de primeiro encontro de um jovem literato com um grande escritor do seu tempo — e garanto-vos, desde já, que foi muito mais do que o fugaz encontro de Ruben A. com T. S. Eliot num compartimento de comboio, algures na Inglaterra. Em Junho de 1924, ambos embarcaram em Lisboa, casualmente, no mesmo paquete rumo aos Açores, para a viagem de que resultaria o fascinante livro As Ilhas Desconhecidas. Notas e Paisagens, publicado na primavera de 1927.

Capa da primeira edição de As Ilhas Desconhecidas. Notas e Paisagens, Maio de 1927

A descrição desse primeiro encontro, durante muito tempo eclipsada, merece ser lida:

“Ali o tinha, na sua andaina azul-ferrete, errando no tombadilho dos passageiros ou subindo às balieiras para disfrutar o largo. Simples, um chapéuzinho-carteira e botas abotoadas, quando de pé, de bruços na amurada, dava a impressão dum capitão de navios saudoso dos bancos do bacalhau. Mas sentado, com as enormes pernas uma dobrada sobre a outra, afigurava-se-me — para mais, descoberta a espiritualíssima cabeça — um desses santos da Lenda Áurea ou, melhor, o São Cristóvão do nosso Eça, com menos músculo e uma pontinha de amor à segurança do Hotel Francfort! — A nossa derrota não teve incidentes nem mar mau: apenas a vaga indispensável para dar ao escritor a impressão da largura e do infinito, «esta coisa imensa e negra», «esta agitação incessante». — Raul Brandão, não sendo palrador, fala bastante, embora não ouça bem. A sua conversa é de preferência o monólogo, um momento em que franqueia as profundidades do seu íntimo sempre entretido com espectros, num obsessivo e porfiado solilóquio. Nada, porém, que revele nele o homem cultivado: o seu colóquio é comesinho e encanta. Quem ali vai, não se sabe. O observador leviano julga-o um bom senhor; só quem lhe conheça a balda de escrever completa os próprios juízos e descobre no vulto pernalta, acima da gravata crucificada num colarinho de festão, os olhos azuis e francos, duma ternura de menino, que falam da atonia genial de algumas páginas de Os Pescadores.” “Depois [duma paragem no Funchal], reentrámos no paquete, e as suas horas deslizaram mansas, nos bancos da coberta ou encostado aos pés de carneiro, notando o cardume de toninhas ou alguma gaivota erradia. Jamais consegui lobrigar-lhe o recheio das carteirinhas, de capa negra e cantos boleados, onde lançava escorços para o livro”.

Saudade do velho amigo

Estes trechos pertencem à primeira página do Diário de Lisboa de 14 de Maio de 1927, e a um artigo inicialmente destinado à elegante revista Ilustração, escrito a partir da leitura de um maço de cadernos do livro ainda por coser e encapar, que Vitorino Nemésio folheou com a curiosidade que se imagina e ele não deixou de anotar: “Se os livros de Raul Brandão foram sempre para mim de encanto assegurado, As Ilhas Desconhecidas tem condições especiais para me comover, não só porque o livro fala dos meus sítios, mas porque lhe assisti à nascença, nessa manhã soalheira de 8 de Junho de 1924 em que o São Miguel largou de Santos levando a bordo o mais simples, o menos literato e ao mesmo tempo um dos maiores escritores portugueses de todas as épocas”.

Mais adiante, haverá de registar:

“Quando se atinge esta limpidez de arroio, esta claridade tão viva, eu chego a duvidar se a arte literária não é isto, este marulho subconsciente dos oceanos de cor do Raul Brandão paisagista. Tanto mais quando ele junta à naturalidade dos tons a humanidade com que os funde. […] Confesso que nunca me senti tão comovido e deslumbrado. É o meu coração de escritor que se deslumbra, a minha alma de ilhéu que se comove. […] E quando me lembro que as pobres ilhas, para terem um pouco de nomeada e de justiça, tiveram de armar em arco e mandar vir da metrópole uma missão estridente (de pessoas ilustres, é certo, mas que lá foram rogadas); quando me lembro disto e do modo como Raul Brandão lá foi, modesta e simplesmente, com o seu chapéu-carteira e a sua fobia de mensagens, não me posso conter que lhe não beije in mente a mão de velho e de amigo. Raul Brandão não quis receber dos açorianos as flores da admiração. Fez bem”.

"Agora reli passagens das Ilhas Desconhecidas e cada vez chamo mais burros aos meus patrícios que o não entenderam. A sua visão da luz e da cor dos Açores é uma coisa inexcedível. Só quem é açoriano como eu pode sentir o Pico que nos pinta".
Carta de Vitorino Nemésio para Raul Brandão

(A missão estridente a que Nemésio se refere percorreu as ilhas açorianas com pompa e circunstância um mês, produzindo vários livros que ninguém lembra, como Mês de Sonho do extraordinário José Leite de Vasconcellos, Descobrindo Ilhas Descobertas de Hipólito Raposo — e dois outros ainda, de que eu próprio, lamento dizer, esqueci título e autor…)

O impulso dado à consciência da açorianidade pelo livro de Raul Brandão já foi muitas vezes sublinhado, por ensaístas de estirpe como Onésimo Teotónio Almeida, ou eruditos como Pedro da Silveira, que o qualificou como “um dos melhores livros de literatura portuguesa de viagens”. Mas outra carta, ainda inédita, vai mais longe e diz-nos:

“Agora reli passagens das Ilhas Desconhecidas e cada vez chamo mais burros aos meus patrícios que o não entenderam. A sua visão da luz e da cor dos Açores é uma coisa inexcedível. Só quem é açoriano como eu pode sentir o Pico que nos pinta”.

Noutra ocasião ainda, é a comum viagem atlântica que lhe trava uma vontade de gratidão:

“Muitas vezes sinto ganas de lhe chamar ‘meu querido mestre’, mas lembro-me sempre do monóculo e da careta de chafariz com que o Trindade Coelho lhe dava esse tratamento. A bordo do São Miguel, lembra-se?”

Na Sociedade Martins Sarmento também está guardado o folheto nemesiano O açoriano e os Açores, outro texto fundacional dessa identidade regional, a respeito do qual o autor reconhece a Brandão se apoiar “constantemente na sua autoridade para falar bem dos picarotos e das mulheres da minha ilha…” Essa influência brandoniana sobre a percepção de Nemésio acerca da sua própria terra ficaria ainda expressa, de acordo com vários autores, no seu próprio livro de viagens às Ilhas, após duas décadas de ausência, o volume Corsário das Ilhas, publicado em 1956, e sem esticar demasiado as coisas creio que podemos assumir que recebeu inspiração dos livros de Brandão para muitas das suas crónicas de veraneio, no litoral da Figueira da Foz a Peniche, de que é exemplo “Dunas de Mira”, saído em Setembro de 1947, e muitas outras que ainda precisam de ser respigadas dos jornais.

Vitorino Nemésio, enquanto jovem estudante na Universidade de Coimbra.

Curiosidade histórica e trabalhos nesse campo também os aproximaram. Referindo-se ao seu livro A Terceira durante a Regência, confidencia:

“Como verá, é um quadrinho das lutas liberais em que aproveitei toda a minunçalha histórica a que pude deitar o harpão. E o caso é que me apaixonei pelo género. — Estou resolvido, logo que me forme e me instale, a explorar essa veia do começo do século XIX em livros romanceados. Da história de Portugal é esse o período que sinto — tão agitado, tão ansioso, e cujos gérmenes ainda revolvem o nosso coração século XX. Hoje temos mais civilização — ou mais lábia, coisa a que chamam cultura; mas naquele tempo havia mais coração ao pé da boca e uma sofreguidão de justiça que parece desterrada das almas”.

(Não haveriam eles de se entenderem bem…) E Vitorino continua, logo de seguida:

“Agora delicio-me relendo o seu Gomes Freire, que toca num ou noutro brevíssimo ponto dos que aflorei no tal capítulo, como os deportados da Amazona. Ainda terá por aí elementos que me sirvam ou pistas que me indique? Sinto que esta ideia de romancear o liberalismo me está agarrando pelos cabelos.”

A morte de Brandão pôs fim a um convívio pessoal mas não quebrou em Nemésio a saudade do velho amigo. Sete anos depois, leccionando em Bruxelas, dedicou à sua memória e viúva o volume de contos A Casa Fechada (1937), abrindo-o com uma carta comovente a Maria Angelina Brandão, e dez anos depois, incluiu-o em A Terra e o Homem (1947), uma antologia literária para leitorados de português em universidades estrangeiras, a que juntou páginas de crítica que claramente indiciam uma releitura integral da sua obra, que depois conduziria ao artigo de Dezembro de 1949, a que me referi.

Raul Brandão poderia ter sido esquecido, mas não por ele…

Versão alargada de conferência no festival Correntes d’Escrita na Póvoa do Varzim, a 24 de fevereiro de 2017. O autor agradece à Sociedade Martins Sarmento, de Guimarães, as facilidades concedidas nas suas pesquisas.

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