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JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

O fado, a política, o país e a tradição: Carlos do Carmo em 28 frases

O fado que em adolescente achou "careta", a morte prematura do pai, as convicções políticas de quem nunca foi "feijão frade" e o gosto em ser "portuga": eis Carlos do Carmo nas suas próprias palavras.

"De maneira nenhuma me tomem como um deusinho de coisa nenhuma, sou um sujeito cheio de defeitos. Mas há uma coisa, eu diria duas, que não sou: nem sacana, nem desleal. Tenho outros defeitos."
Entrevista ao Público (2008)
"Demorei anos a solucionar o desgosto da morte do meu pai. Não verti uma lágrima, não fui capaz de chorar. Foi um desgosto profundo, profundo. Depois fui-me reencontrando. O meu pai morreu e eu, 24 horas depois, era patrão de 23 pessoas."
Entrevista à revista Selecções do Reader’s Digest (2005)
"Tive um período na minha adolescência em que contestei o fado seriamente. Não queria ouvir fado, achava-o uma coisa menor, terrível. Qual é palavra que usam agora em relação aos mais velhos? Careta! achava o fado careta."
Entrevista à Blitz (2008)
"Houve um período em que fui muito mal tratado (...) A democracia era recente e a tomada de posições era mal interpretada. Mas as pessoas têm de tomar uma posição e eu tomei-a. Sou um homem de esquerda e espero morrer assim. Não sou feijão frade, não sou uma pessoa de circunstância, que é de esquerda hoje porque é o que está a dar e a seguir é de outra coisa."
Entrevista ao Diário de Notícias (2008)
"Um artis­ta é um perigo. Convida-se um artista para ser político e se há qualquer coisa que não está a cor­rer bem, a gente parte a loiça to­da."
Entrevista à Notícias Magazine (2014)
"Quando vou fazer um concerto, vou como os touros nas pegas, levo tudo à frente. Vou com gana, com vontade... Tenho muito gosto em fazê-lo"
Entrevista à Máxima (2014)
"Há uma coisa que me sinto desde sempre: um portuga que gosta de ser portuga. (…) Todas as vezes que cantei lá fora, e canto, é das primeiras coisas que digo no palco quando saúdo: 'Venho de Portugal, é um país pequeno, periférico e pobre, mas que tem um povo valioso que vale platina.' Portanto é a quem eu pertenço."
Entrevista ao Portal de Angola (2014)
"Eu sou um grande maluco. Tenho este ar assim muito certinho, mas gosto de que tudo o que são tabus e barreiras seja derrubado. "
Entrevista ao Diário de Notícias (2008)
"Não me peçam agora que por ganhar o Grammy esteja calado e não faça ondas para não desagradar aos banqueiros e aos patrocinadores. Não me peçam isso. Agora já é tarde."
Entrevista ao Público (2014)
"Tinha 22 anos e estava convencidíssimo de que ia ser um engenheiro hidráulico de olhos azuis, director de uma unidade hoteleira no estrangeiro…"
Entrevista à revista Selecções do Reader’s Digest (2005)
"O [Jacques] Brel, a Elis [Regina], a minha mãe [Lucília do Carmo], a Maria Teresa de Noronha, a Amália, com certeza, o Marceneiro, o Carlos Ramos. Tudo isso está cá dentro da cabeça e por isso é que não se canta duas vezes da mesma maneira."
Entrevista à Blitz (2008)
"Até aos 50 anos fui uma locomotiva. Mas depois caí de um palco em Bordéus e fiquei muito mal. Nunca mais fui o mesmo homem. Depois, ao 60, tive o aneurisma. Ia morrendo com as três operações. Depois, tive uma tuberculose e agora há pouco tempo tive problemas de coração outra vez."
Entrevista ao Diário de Notícias (2008)
"Faz-me impressão ver uma rapariga nova, encostada a uma parede, a cantar fados tristes. Aquilo não bate certo, ela devia cantar sobre a juventude, a alegria de viver, pedir a alguém que lhe escrevesse letras sobre os dias que correm, a tecnologia, já que ela existe."
Entrevista à revista Visão (2013)
"Não faria sentido termos a liberdade e, para não desagradar a umas senhoras ou senhores, dizer que a minha política era o trabalho... As pessoas tomam as suas posições. Bem ou mal... Cantar o fado em liberdade é muito bom."
Entrevista ao Diário de Notícias (2008)
"Na década de 1980, a década mais dura, perguntavam-me muito se o fado iria acabar. E eu pensava que a Amália estava a cantar e andava por esse mundo fora, eu estava a cantar e andava por esse mundo fora e por cá tínhamos o guardião dos bastidores disto tudo que era o Fernando Maurício. Por isso, pensava: “Isto não acaba, têm é de aparecer miúdos”. Começaram a aparecer e nunca mais parou."
Entrevista ao Público (2014)
"A minha lista telefónica é um obituário. Um gajo chega à minha idade e perdeu pelo caminho gente com 40, 50, 70 anos. Todos os dias há um amigo que tem um cancro, outro tem não sei quê."
Entrevista à Blitz (2014)
"Acho que é uma grande treta quando os artistas dizem que é um incómodo andar na rua, mas um artista sem público é como um jardim sem flores, não é? Nem sequer é um preço que se paga, é um preço que se recebe."
Entrevista ao Portal de Angola (2014)
"O meu fado é tosco agasalho mas também pode aquecer."
Entrevista ao Diário de Notícias (2014)
"Fui muito assediado, obviamente, qual é o artista que não é? Elas assediavam-me mesmo à frente da minha mulher."
Entrevista à Notícias Magazine (2014)
"Sou um gajo todo marcado: tenho um pacemaker, seis anestesias gerais, uma tuberculose…"
Entrevista à Blitz (2014)
"Quando me disseram: 'Ganhaste o prémio [Goya], eu ouvi a mulher dizer o nome e disse assim: 'Isto não é possível.' Fiquei com as mãos geladas e tal, a olhar para aquilo e disse assim: pois é, pá, estás cheio de sorte, estás vivo, estas coisas vão-te acontecendo.”
Entrevista ao Diário de Notícias (2008)
"Portugal faz-me lembrar um barco que tem bombordo e estibor­do e que está todo virado a estibordo, todo no litoral, com meia dúzia de gatos a bombordo, o interior deserto. Isto não tem nenhum senti­do. Não há um pensamento estruturante e enquanto não houver os nossos velhos e os nossos jovens vão sofrer muito."
Entrevista à Notícias Magazine (2014)
"Nunca subestimei Portugal, cantei em tudo o que era mundo e nunca permiti, em cima de um palco, que Portugal fosse tratado como um país menor. Eu não tenho medo da palavra: eu sou um patriota. Gosto muito de Portugal, de ter nascido aqui, e acho que a minha terra tem potencialidades que estão todas por tratar."
Entrevista à Blitz (2014)
"[O fado] Deu-me uma vida boa, ajudou-me a construir uma família, deu-me a conhecer o mundo, tive durante muitos anos uma vida desafogada, deu-me imensas alegrias."
Entrevista ao Público (2012)
"Não me levanto de manhã. Já tenho participado em coisas à tarde e sabe Deus a dificuldade! Já tenho o relógio montado."
Entrevista ao Público (2013)
"O fado só pode ser rico na diversidade. Lembro-me sempre da velha geração: o que é que a Lucília [do Carmo] tinha a ver com a Maria Teresa de Noronha? O que é que a Maria Teresa tinha a ver com a Amália? O que é que a Amália tinha a ver com a Hermínia? E a Maria José da Guia, a Berta Cardoso..."
Entrevista ao Público (2013)
"O fado é uma canção da alma. E com as canções da alma não se brinca. Ou se tem ou não se tem. Porque se não tínhamos dez milhões de pessoas a cantar o fado. E essa alma não se vende. A gente vende o trabalho, não vende a alma."
Entrevista ao Público (2013)
"A Amália era contemporânea da minha mãe. Houve um período em que tive um relacionamento maravilhoso com a Amália, ainda rapaz. Quando comecei a cantar ela começou a achar-me menos graça. Considero-a uma voz única no século XX. Tivemos maneiras de sentir e pensar sobre a vida diferentes e isso pode ter-nos afastado um pouco."
Entrevista ao Público (2008)

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