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O FC Porto não vai à Câmara há 19 anos. O que mudou na cidade desde então?

Na história do Porto, 19 anos são uma eternidade. Recorde dez das mais importantes mudanças que a cidade sentiu desde que o FC Porto foi recebido pela última vez na Câmara Municipal, em 1999.

Na noite que se segue ao último jogo do campeonato, os dragões vão poder voltar a levantar a taça que quebrou um jejum de títulos no futebol que se prolongava desde agosto de 2013 na varanda do mais imponente edifício dos Aliados. Há 19 anos que a equipa não era recebida pela Câmara Municipal do Porto e, desta vez, há outra razão de festejo para lá da vitória na Primeira Liga: Pinto da Costa, presidente do FC Porto, vai ser condecorado com a Medalha de Honra da Cidade.

Desde os transportes ao turismo, da cultura à saúde e habitação social, a cidade foi sofrendo inúmeras mudanças ao longo de quase duas décadas, desde que o clube deixou de festejar no edifício dos Paços do Concelho.

Nasceu o Metro do Porto – e a cidade renasceu com ele

Corria o ano de 2002 quando o então primeiro-ministro Durão Barroso inaugurou o Sistema de Metropolitano do Porto e a sua primeira linha – a Linha A – que ligava o coração da cidade (Trindade) a Sr. de Matosinhos. Foi esse o primeiro passo de uma extensa caminhada que viria a revolucionar a mobilidade nos centros do Porto e de Gaia, dominados pelo trânsito automóvel. Foi até construída uma nova ponte rodoviária sobre o Douro, a Ponte do Infante, para que o tabuleiro superior da Ponte D. Luís, um ex libris da cidade, passasse a ser destinado à circulação pedonal e do metro.

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Hoje, a rede é composta por seis linhas, 82 estações e ramifica-se ao longo de 67 quilómetros, ligando o Porto aos concelhos de Matosinhos, Maia, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Vila Nova de Gaia e Gondomar. No ano passado, a Metro do Porto divulgou que transportava, em média, 60 milhões de clientes e poupava a emissão de 62 mil toneladas de CO2, anualmente.

Porto 2001: A Casa da Música e (muitas) reabilitações

Há 20 anos, Porto e Roterdão acabavam de ser nomeadas Capitais Europeias da Cultura para 2001 – uma excelente oportunidade para concentrar na cidade financiamentos nacionais e europeus para avançar com importantes obras, à imagem do sucedido em Lisboa, com a Expo-98 e o Centro Cultural de Belém.

O maior legado do Porto 2001 dispensa apresentações – quem não conhece a Casa da Música? Mas, ainda assim, não foi a única mudança que se viu no panorama cultural da cidade: o Teatro de Carlos Alberto, o Museu de Soares dos Reis e o Mosteiro de S. Bento da Vitória foram requalificados; o Centro Português de Fotografia, localizado na antiga Cadeia da Relação, foi finalmente concretizado; e a cidade ganhou uma nova biblioteca municipal, nos Jardins do Palácio de Cristal. Para além disso, novos parques de estacionamento foram construídos e áreas como a Baixa, a Cordoaria e o passeio marítimo foram reabilitadas.

JOSE COELHO/LUSA

São João de Deus e (parte do) Aleixo caem por terra

Tendo em conta que o Porto é a cidade que engloba mais bairros sociais no país, é impossível deixar fora desta lista casos como o do Aleixo ou o do São João de Deus. Há cerca de 20 anos, qualquer um associaria estes dois nomes a um outro – droga. A demolição foi a solução eleita pelo então presidente da Câmara, Rui Rio.

Entre 2002 e 2008, a Câmara derrubou 28 blocos de apartamentos do Bairro São João de Deus. Centenas de famílias foram realojadas, mas houve quem se mantivesse lá, nas habitações unifamiliares que escaparam à demolição. A droga foi-se, mas o bairro ficou abandonado anos a fio. Só em 2016 é que se anunciou a reabilitação de umas casas e a construção de outras – uma promessa que ainda está por cumprir.

Parado no tempo, ficou o Bairro do Aleixo, o antigo “hipermercado de drogas do Grande Porto” cercado por condomínios de classe média alta. Em 2011, Rui Rio assistiu à demolição da primeira torre. Em 2012, a segunda foi abaixo. E, desde aí, nada se fez. Os moradores, que ficaram nas restantes três torres de 13 andares, permaneceram no limbo – em 2015, 101 famílias estavam nessa situação. Há casas onde “chove como na rua” e a droga não abandonou por completo o bairro. Rui Moreira já disse que as restantes demolições estão previstas para este mandato, mas para já não se viram avanços.

A noite do Porto já não é a mesma – e a Baixa também não

Há cerca de 20 anos, não existia “noite” na Baixa. A animação noturna estava dispersa por várias zonas da cidade – Foz, Matosinhos, Zona Industrial, Ribeira – e ia mudando de centro consoante a moda. Mas, no início do novo milénio, tudo mudou. Bares e espaços noturnos surgiram na Baixa como cogumelos, como é o caso da Tendinha dos Clérigos, do Plano B, do Café Au Lait, do Maus Hábitos e do Passos Manuel. E a zona central da cidade, tantos anos adormecida, passou a ficar acordada até tarde – o que até incentivou a criação de um regulamento da Movida, implementado em 2012.

Iniciava-se uma nova era da movida portuense e espaços no coração do Porto, como a zona do Piolho, a Rua Cândido dos Reis, a Rua Galerias de Paris e o Largo Mompilher, ganharam uma nova importância, que persiste até aos dias de hoje. Tudo isto funcionou como motor para a reabilitação urbana e consequente abertura de novos bares, restaurantes e outros negócios, como a tese de Cláudia Rodrigues confirma.

FERNANDO VELUDO/LUSA

O boom do alojamento local

Impulsionado pela chegada das companhias lowcosts ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro – como a Ryanair e a Easyjet – e pelas sucessivas distinções como melhor destino europeu (e outros), o fenómeno do turismo tomou conta do Porto. As lojas de venda da bugiganga very typical invadiram as ruas e vários centros dedicados ao turismo, como o Porto Welcome Center, nasceram. Com isso, chegou à Invicta um fenómeno que a capital já conhecera – o boom do alojamento local.

Nos últimos anos, os portuenses foram adotando esta prática como forma de ter algum lucro com casas próprias ou arrendadas na cidade. Dados do Registo Nacional de Alojamento Local indicam que, apenas entre janeiro e julho de 2017, foram registados 1.623 novos alojamentos locais no concelho do Porto – um aumento de 147% face ao mesmo período de 2016. Um número que nem tem em conta os negócios feitos através do Airbnb e do Booking.

As consequências são várias e estão à vista de todos – os senhorios da Baixa aumentam as rendas, de tal modo que os inquilinos de há décadas têm de abandonar as suas casas, e é cada vez mais difícil encontrar sítio para viver com a família na cidade.

A Primavera chegou ao Parque da Cidade

Já dava música em Barcelona desde 2001 e chegou em 2012 pela primeira vez a Portugal. O festival Primavera Sound escolheu o maior parque urbano do país – o Parque da Cidade – para albergar um dos maiores festivais de música alternativa no país. E foi uma aposta ganha. A primeira edição, que trouxe ao Porto nomes como Suede, The Flaming Lips e Wilco, contou com 25 mil espectadores por dia, sendo que metade eram estrangeiros.

No ano passado, o festival de três dias e quatro palcos, localizado junto ao mar, bateu recordes de público – no dia em que atuou Bon Iver, 30 mil pessoas marcaram presença no recinto. Este ano, não se espera menos e um bom sinal é que os passes gerais já estão esgotados.

JÚLIO LOBO PIMENTEL/OBSERVADOR

Um caminho verde entre os Clérigos e a Lello

O triângulo onde outrora existiu um mercado ao ar livre e, depois, o Clérigos Shopping, tornou-se num dos mais concorridos jardins do centro do Porto. Falamos da antiga Praça de Lisboa, que há uma mão cheia de anos foi rasgada por uma “rua” que liga a Torre dos Clérigos à Livraria Lello. A obra fez com que a cidade ganhasse outro polo de comércio e, mais importante, um espaço verde de 4.500 metros quadrados.

O Jardim das Oliveiras, assim chamado pelas árvores lá plantadas que dão sombra aos inúmeros habitantes e turistas que lá descansam, funciona como um telhado verde do atual Passeio dos Clérigos, que alberga dez lojas de moda e um par de espaços de restauração.

A saúde materno-infantil do norte concentrou-se num só local

Depois de 30 anos de espera, o Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN) foi inaugurado em 2014. A construção da nova unidade junto à Maternidade Júlio Dinis, com a capacidade para 4.500 partos por ano, custou mais de 60 milhões de euros. Mas foi só em 2016 que a obra ficou completa, com a reconstrução do edifício da Maternidade Júlio Dinis e a construção de um parque de estacionamento subterrâneo.

Previsto desde 1991, e após um longo processo de avanços e recuos, o espaço, que permite concentrar todos os cuidados da saúde materno-infantil do norte num único local, viu a primeira pedra ser lançada em 2011, pela mão do então secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro.

A cidade ganhou um superlaboratório

O maior instituto de investigação em saúde do país chegou ao Porto. O i3s (Instituto de Investigação e Inovação em Saúde), inaugurado em 2016 no polo universitário da Asprela, juntou na mesma casa três instituições da Universidade do Porto – Instituto de Biologia Molecular e Celular, Instituto Nacional de Engenharia Biomédica e Instituto de Patologia e Imunologia Molecular.

O edifício de 18 mil metros quadrados que custou 21,5 milhões de euros, alberga 800 cientistas que se dedicam a estudar respostas para os maiores desafios da saúde da atualidade: cancro, neurobiologia e doenças neurológicas e interação e resposta do hospedeiro.

Porto disse adeus ao antigo Mercado do Bolhão

Depois de quase três décadas de avanços e recuos, 2018 é o ano em que o centenário Mercado do Bolhão vai, finalmente, ser requalificado. O mercado temporário do Bolhão abriu no início deste mês no centro comercial La Vie – com a presença do Presidente da República – e é ali que se vai manter durante os próximos dois anos, tempo estimado da empreitada que vai recuperar o original mercado.

De um total de 140 comerciantes que faziam negócio no interior e exterior do antigo mercado, apenas 82 deles aceitaram migrar para o piso -1 do La Vie que, segundo os vendedores, tem melhores condições de trabalho e higiene. Mas são cerca de 100 os comerciantes que querem voltar ao antigo poiso. E, quanto mais depressa, melhor.

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