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A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, retira a sua máscara de proteção respiratória à chegada para a conferência de imprensa de atualização da situação epidemiológica em Portugal, relativa à infeção pelo novo coronavírus (Covid-19), realizada no Ministério da Saúde, em Lisboa, 23 de novembro de 2020. Portugal regista até ao momento 3.971 (+74) mortes associadas à Covid-19 e 264.802 (+4.004) infetados, segundo o boletim divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS). ANTÓNIO PEDRO SANTOS/POOL/LUSA
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A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, está infetada com o novo coronavírus. Foi testada na tarde de terça-feira depois de ter estado em contacto com um infetado

ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, está infetada com o novo coronavírus. Foi testada na tarde de terça-feira depois de ter estado em contacto com um infetado

ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

O que se passou nos bastidores depois do teste positivo de Graça Freitas

Equipa especial do INEM testou os governantes do Ministério da Saúde. Ministra e secretários de Estado não estão em isolamento. DGS com 3 casos de Covid-19. Graça Freitas com sintomas, mas sem febre.

A suspeita surgiu durante a tarde de terça-feira, quando Graça Freitas ficou a saber que tinha estado em contacto com uma pessoa infetada com o novo coronavírus. Na avaliação de risco, foi decidido testar a diretora-geral da saúde e a tarefa de recolher a amostra coube à equipa especial do INEM para as altas individualidades do Estado, que foi ao seu encontro, já ao final da tarde. Saber o resultado era urgente e os técnicos do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) haveriam de confirmá-lo já à noite: positivo.

A partir daí, foi preciso pôr a máquina de rastreio a funcionar: alguns dos contactos próximos dos últimos dias eram também eles altas individualidades, neste caso a ministra e os secretários de Estado de Saúde. E, além deles, foram testados também os familiares próximos identificados como eventuais contactos de risco.

O processo acabaria por se estender durante a noite. Marta Temido foi testada em sua casa, segundo o Expresso. O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, e os seus familiares já só foram testados durante a madrugada de terça-feira, uma vez que uma das equipas especiais do INEM teve de se deslocar até Leiria. Também na mesma noite foi testado o secretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes, e os seus familiares considerados de risco.

Os seus resultados, porém, demorariam mais tempo a chegar: só já afinal da manhã desta quarta-feira se confirmaria que estão todos negativos. Até aí, ministra e secretários de Estado estiveram em isolamento, apesar de estarem assintomáticos — ao contrário de Graça Freitas, que está com sintomas ligeiros.

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A ministra da Saúde, Marta Temido, durante uma conferência de imprensa sobre a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde à pandemia de covid-19 realizada no Ministério da Saúde, Lisboa, 26 de outubro de 2020.  MANUEL DE ALMEIDA/POOL/LUSA

Depois do resultado positivo de Graça Freitas, a ministra da Saúde, Marta Temido, e os secretários de Estado da Saúde foram testados para a Covid-19

MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Também segundo o Expresso, o marido da ministra, Jorge Simões, antigo presidente do Conselho Nacional de Saúde também testou negativo. E como nenhum dos três governantes foi considerado contacto de alto risco por parte das autoridades de saúde, puderam deixar o isolamento, confirmou o Ministério da Saúde ao Observador. Aliás, Marta Temido até esteve na reunião desta tarde sobre o plano de vacinação contra a Covid-19, que teve lugar no Palácio da Ajuda.

As suas rotinas passam, porém, a ter de incluir as regras impostas aos contactos de baixo risco. De acordo com a norma da DGS sobre o rastreio de contactos, ministra e secretários de Estado terão de estar diariamente atentos ao surgimento de sintomas compatíveis com a Covid-19, medir a febre duas vezes por dia e cumprir “rigorosamente” o distanciamento social, a higienização das mãos e a etiqueta respiratória. Além disto, os governantes terão de evitar locais com muitas pessoas, ainda que mantenham a atividade profissional, e, caso surjam sintomas, terão de se auto-isolar e contactar a autoridade de saúde.

Na Direção Geral da Saúde, o impacto também acabou por ser menor do que o previsível. Em parte porque muitas das reuniões dos últimos dias têm sido feitas por vídeoconferência, o que reduziu o número de contactos, mas também por parte dos funcionários da DGS estão em teletrabalho — e, portanto, não contactaram com Graça Freitas recentemente. Até ao seu regresso, será substituída por Rui Portugal, o subdiretor-geral, que, curiosamente, também está em isolamento até à próxima semana, apesar de não estar infetado.

3 casos de infeção, dirigentes sem sintomas, equipas em espelho e “muita gente em teletrabalho”

Ao longo desta quarta-feira, foi feita na DGS uma “avaliação global de toda a situação e dos contactos” para se poder determinar quem tem de ser testado e quem tem de ficar em isolamento, adiantou ao Observador Rui Portugal, subdiretor-geral da Saúde e a pessoa que está a substituir a diretora-geral enquanto autoridade de saúde nacional. O seu trabalho, contudo, será feito à distância, uma vez que se encontra em isolamento. Não devido a esta situação, mas porque esteve a cuidar da mãe, de 92 anos, que esteve infetada com o novo coronavírus. O seu período de isolamento termina na próxima semana.

“A Dra. Graça Freitas está bem. Teve um azar, como qualquer um pode ter“, afirmou Rui Portugal, acrescentando que a responsável pela DGS tem sintomas “muito ligeiros”, sem precisar ao certo quais, mas garantindo que não tem febre.

"A Dra. Graça Freitas está bem. Teve um azar como qualquer um pode ter"
Rui Portugal, subdiretor-geral da Saúde

Apesar de toda a situação, o subdiretor-geral da Saúde falou num “dia normal” na Direção-Geral da Saúde e assegurou que a “operação da DGS” está a ser mantida: “Está assegurado todo o trabalho da DGS, até porque estamos a trabalhar em espelho e está muita gente em teletrabalho“, garantiu Rui Portugal. Aliás, as várias pessoas contactadas pelo Observador que tiveram recentemente reuniões com a DGS referiram que elas foram feitas remotamente, o que poderá ter ajudado a que a infeção não se espalhasse.

De acordo com o subdiretor-geral da Saúde, nada se alterou em termos de funcionamento de trabalho na DGS. Foram precisos, porém, alguns ajustes — como no caso de algumas pessoas que nunca estiveram em teletrabalho e que, não apresentado sintomas, irão agora para casa trabalhar, como é o caso de “um ou outro dirigente”.

Sem avançar números em concreto, o número dois de Graça Freitas confirmou que já há pessoas em isolamento e a serem testadas. Ao que o Observador apurou foram testadas cerca de 15 pessoas. Segundo um comunicado da DGS, enviado às redações na noite de quarta-feira, foram até ao momento confirmados três casos de infeção na sede do organismo — contando com a diretora-geral de Saúde — e estão 10 funcionários em isolamento profilático. A DGS não especifica, contudo, quais os cargos das pessoas infetadas ou em isolamento.

Estes resultados surgem no âmbito da investigação epidemiológica, que está em curso, em articulação com a Autoridade de Saúde, tal como estipulam as normas vigentes, apenas se aplicando teste quando for considerado relevante”, lê-se ainda no documento.

Até ao momento, no que toca aos dirigentes da DGS, ninguém tem sintomas e “está tudo operacional”, assegurou Rui Portugal, indicando que “alguns irão para isolamento e continuarão a trabalhar” a partir de casos e alguns serão testados. Tudo irá depender do grau de exposição determinado pela autoridade de saúde.

Quem também será contactado e observado será a equipa de comunicação, o motorista e o secretariado: “Ainda agora estava a falar com o secretariado e até nem tiveram muito contacto com a Dra. Graça. Foi [um contacto] mais à porta [do gabinete] ou uma conversa à distância”, notou. Isto sem esquecer os “contactos externos”, ou seja, pessoas fora da Direção-Geral de Saúde, que também estão a ser observados. No entanto, de acordo com o subdiretor-geral da Saúde, Graça Freitas “teve muito poucos contactos externos” nos últimos dias. Tal como aconteceu com os governantes, os familiares da diretora-geral da Saúde considerados contactos de risco também foram testados.

"Está assegurado todo o trabalho da DGS, até porque estamos a trabalhar em espelho e está muita gente em teletrabalho"
Rui Portugal, subdiretor-geral da Saúde

ACES da residência de Graça Freitas acompanha a situação

Toda esta situação está a ser acompanhada pela unidade de Saúde Pública do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Lisboa Central, a que pertence a residência de Graça Freitas, e supervisionada pelo delegado de Saúde Regional de Lisboa e Vale do Tejo, António Carlos Silva. Durante o dia esteve um elemento desta equipa de Saúde Pública a fazer “todo o levantamento” dos contactos e a falar com as pessoas uma a uma, adiantou ainda Rui Portugal.

Contactado pelo Observador, António Carlos Silva explicou que ainda está a ser feita avaliação de risco, até porque está “muita gente envolvida”, e não quis adiantar os dados provisórios que tem. Ainda assim, indicou que “a maioria das pessoas está em termos preventivos em casa“.

Artigo atualizado às 21h54 com o comunicado da DGS, enviado às redações na noite de quarta-feira

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