785kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

A ministra da Saúde recorreu a vários gráficos para mostrar a capacidade de resposta do SNS
i

A ministra da Saúde recorreu a vários gráficos para mostrar a capacidade de resposta do SNS

RODRIGO ANTUNES/LUSA

A ministra da Saúde recorreu a vários gráficos para mostrar a capacidade de resposta do SNS

RODRIGO ANTUNES/LUSA

Os 22 gráficos que traçam o retrato do SNS

Há 20 mil camas nos hospitais públicos, mas só mil em UCI. Há 2 mil camas afetas à Covid. Há mais recursos humanos, mas menos médicos especialistas. A capacidade de resposta do SNS em 22 gráficos.

A situação de Portugal é “complexa” e “grave”. As palavras são da ministra da Saúde, que convocou uma conferência de imprensa para dar conta da capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para fazer face à pandemia. Para isso, recorreu a 22 gráficos para fazer um retrato do SNS, analisando a capacidade de internamento, ou seja, o número de camas existentes nos hospitais públicos, a capacidade de recursos humanos e laboratoriais, analisando ainda outras respostas, como a Linha SNS24.

quase 20 mil camas no SNS, sendo quase todas de enfermaria e apenas mil em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), mas com a resposta a picos de afluência, a capacidade de resposta baixa para 18 mil camas. A Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo é a que tem maior capacidade instalada e contabilizam-se cerca de duas mil camas afetas à Covid-19.

mais recursos humanos, mas o SNS perdeu mais de 300 médicos especialistas este ano. O atendimento de chamadas da Linha SNS24 foi inconstante ao longo dos meses de pandemia, sendo que só agora em outubro conseguiu atender tantas chamadas como em março.

Veja os 22 gráficos apresentados por Marta Temido:

O primeiro gráfico que a ministra da Saúde mostrou dá conta da capacidade instalada em hospitais gerais do SNS, ou seja, o número de camas existentes não só termos nacionais, como por ARS. O SNS tem no total 19.778 camas, sendo que a ARS de Lisboa e Vale do Tejo é que tem mais camas, um total de 7.134, seguindo-se a ARS do Norte com 6.685, 4.189 na ARS do Centro, 904 na ARS do Algarve e 866 na ARS do Alentejo.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A grande maioria (17.741) das camas são de especialidades médico-cirúrgicas, isto é, camas de enfermarias que, de acordo com a ministra, não incluem camas em unidades de queimados, para doentes coronários, camas afetas a vias-verdes de AVC, etc. Seguem-se os cuidados intensivos, que têm 1.021 camas, das quais 755 para casos médico-cirúrgicos, coronários, polivalentes, entre outros, e 266 para casos pediátricos e recém-nascidos. Há 566 camas de cuidados intermédios, 164 de cuidados paliativos e 286 camas neutras.

A ministra reforçou que nesta contabilização não estão contemplados nem os Institutos Portugueses de Oncologia nem os hospitais psiquiátricos e que as camas utilizadas para tratar doentes com Covid-19 são as camas de enfermaria ou de cuidados intensivos. “Esta capacidade instalada normalmente está afeta a outros tratamentos e portanto há sempre aqui um equilíbrio entre aquilo que é a resposta à Covid e aquilo que é a resposta à não Covid.”

A capacidade de resposta a picos de afluência dos hospitais do SNS é de 18.077 camas, das quais 17.225 são em enfermaria e 852 em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) “É a capacidade máxima. Evidentemente que nós temos de combinar a melhor resposta nestas camas, entre a resposta à Covid e não Covid”, indicou Marta Temido.

À data de ontem havia 1.672 doentes infetados com o novo coronavírus internados nos hospitais do SNS, dos quais 1.432 estão em enfermaria e 240 em UCI. A ARS Norte é a que concentra o maior número de internamentos, 802 pessoas internadas. Segue-se Lisboa e Vale do Tejo, com 623 doentes internados e a ARS do Centro um total de 152 doentes internados. Há 60 doentes internados com Covid-19 nos hospitais da ARS do Alentejo e no Algarve 35 doentes. Quantos às camas afetas à Covid-19 contabilizam-se 2.120 nos hospitais públicos, das quais 1.802 em enfermaria e 318 em UCI.

“É muito importante perceber que o total de camas quando o consideramos, consideramo-lo para todo o tipo de resposta e vamos aliviando a pressão das outras respostas face ao que é o crescimento da necessidade de repostas à pandemia Covid”, afirmou a ministra da Saúde.

A ARS Norte tinha, a agosto de 2020, 5.489 camas de enfermaria. À data deste domingo, havia 807 de enfermaria para doentes com Covid-19, sendo que nesse dia havia 679 doentes internados. Relativamente ao número de camas de cuidados intensivos, a ARS Norte tem 405, das quais 153 são para doentes infetados com o novo coronavírus e 252 para doentes não Covid. À data deste domingo havia 123 doentes com Covid-19 internados em camas de cuidados intensivos.

Relativamente à ARS do Centro, em setembro de 2020, havia 3.786 camas, sendo que a 25 de outubro havia 206 camas de enfermaria para adultos com Covid-19 e 131 doentes internados. Quantos aos cuidados intensivos, à mesma data, contabilizavam-se 97 camas, das quais 63 para doentes não Covid e 34 para doentes Covid. Este domingo havia 21 doentes infetados com o novo coronavírus em unidades de cuidados intensivos.

No caso da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, no dia 30 de setembro contavam-se 6.330 camas de enfermaria e a 25 de outubro havia 669 destas camas só para doentes adultos Covid-19, das quais 533 estavam ocupadas. Havia ainda 278 camas de cuidados intensivos à data deste domingo, das quais 173 para doentes não Covid e 105 para doentes Covid. Nesse mesmo dia havia 87 doentes infetados com o novo coronavírus internados em UCI.

A setembro de 2020, a ARS do Alentejo tinha 802 camas de enfermaria. A 25 de outubro havia 72 destas camas para doentes adultos com Covid-19, das quais 52 estavam ocupadas. Também à data deste domingo havia um total de 40 camas de cuidados intensivos, 26 para doentes não Covid e 14 para doentes Covid. Nesse mesmo dia havia oito doentes com Covid-19 internados em unidades de cuidados intensivos.

No que toca à ARS do Algarve contabilizavam-se 818 camas de enfermaria em setembro de 2020, sendo que a 25 de outubro havia 48 camas para adultos de enfermaria para doentes com Covid-19. Nesse mesmo dia havia 34 doentes internados com o novo coronavírus nestas camas. O Algarve tem ainda 32 camas de cuidados intensivos, 12 alocadas a doentes Covid e 20 a doentes não Covid. Este domingo tinha apenas uma pessoa com Covid-19 internada nos cuidados intensivos.

Nos gráficos apresentados esta segunda-feira pela ministra da Saúde foi destacado o reforço de ventiladores. Em março de 2020 havia 1.141 ventiladores disponíveis no SNS e este mês contam-se 1.889, ou seja, foram distribuídos 747 ventiladores “dos cerca de 900 que foram comprados, recuperados ou doados ao SNS”, indicou Marta Temido. O programa centralizado de aquisição de equipamento para UCI atingiu 60 milhões de euros.

Relativamente ao investimento no SNS, o gráfico mostra que a execução até setembro deste ano foi superior ao que o Governo se comprometeu no Orçamento do Estado para 2020 a investir no SNS, que era de 180 milhões de euros. “É certo muito por força daquilo que foi a necessidade de resposta à pandemia”, acrescentou a governante.

Em termos de recursos humanos, é possível ver que em 2019 contabilizavam-se mais de 135 mil funcionários no SNS, sendo que se nota um aumento do número de trabalhadores a partir de 2015, depois de uma quebra entre 2010 e 2014. A variação de funcionários entre 2015 e 2019 foi de mais 15.425 efetivos. Quanto ao ano de 2020, o número de funcionários do SNS passou de 137.186 em janeiro para 140.882 em setembro, ou seja, um aumento de 3.696 de efetivos, sendo que entre dezembro de 2019 e setembro de 2020 houve um reforço de 5.459 efetivos.

No caso concreto dos médicos houve um acréscimo destes profissionais entre 2015 e 2019, mais 3.710 médicos, sendo que no ano passado contabilizavam-se 29.018 médicos no SNS. Relativamente a 2020, havia mais médicos no início deste ano do que em setembro. Em janeiro de 2020 havia já 30.484 e em setembro deste ano 29.566, ou seja, menos 918. No entanto, se for comparado o número de médicos que havia no SNS em dezembro de 2019 (29.018) e os que havia em setembro de 2020 contam-se mais 548 médicos.

Apesar de entre 2015 e 2019 se notar um aumento do número de médicos especialistas — aqui a contabilização é feita sem ter em conta os médicos internos —, mais concretamente mais 2.636 especialistas, entre dezembro de 2019 (19.614) e setembro de 2020 (19.291) nota-se um decréscimo de 323 médicos.

“Com toda a transparência, este total de médicos quando olharmos para os especialistas ressente-se daquilo que foi o atraso na conclusão da realização dos concursos para colocação de recém-especialistas“, afirmou a ministra da Saúde, acrescentando que espera compensar este decréscimo do número de especialistas “com os concursos atualmente a decorrer”. Foram abertas 911 vagas para especialistas hospitalares, 39 para médicos de Saúde Pública e 435 para médicos de Medicina Geral e Familiar, indicou ainda Marta Temido.

Quanto aos enfermeiros, aqui nota-se novamente um reforço destes profissionais de saúde entre 2015 e 2019, com o SNS a contar com mais 6.689 enfermeiros. Entre dezembro de 2019 (45.367) e setembro de 2020 (47.094), houve um reforço de 1.727 enfermeiros no SNS, sendo que entre janeiro (45.459) e setembro de 2020 (47.094), o reforço foi de 1.635.

Num panorama mais geral dos funcionários do SNS, houve um reforço de 5.459 funcionários no SNS entre dezembro de 2019 e setembro de 2020, como já foi indicado. Apesar de se notar um reforço de 548 médicos, houve um decréscimo do número de especialistas (menos 323). Ainda assim, somam-se mais 871 médicos internos neste período temporal. No caso dos enfermeiros, houve um reforço de 1.727 enfermeiros, mas contam-se menos cinco técnicos superiores de saúde e farmacêuticos.

Entre dezembro de 2019 e setembro de 2020, houve um reforço de 501 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, 538 assistentes técnicos, 1.929 assistentes operacionais e mais 173 técnicos. Não foram contratados mais informáticos e houve ainda mais 48 contratações de outros profissionais.

Em termos de capacidade laboratorial, no início da pandemia apenas o laboratório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) realizava testes à Covid-19 e atualmente há 111 laboratórios a fazê-lo. Nesta rede de laboratórios, 41 pertencem ao SNS, 41 são privados e há 29 laboratórios da academia e outros a fazerem estes testes. Desde o início da pandemia já foram feitos mais de 3,2 milhões de testes.

Ao longo dos meses da pandemia, a capacidade de testagem à Covid-19 tem vindo a aumentar. Se em março se realizaram quase 80 mil testes, com uma média de 2.578 mil testes por dia, este mês já se fizeram mais de 585 mil testes, sendo a média diária de 24.397 testes diários.

Note-se que entre março e abril o número de testes passou de 79.909 para 347.329, ou seja, uma diferença de mais 267.420 realizados. Ainda assim, regista-se uma quebra no número total de testes entre maio e junho, em que foram feitos menos 70.045 testes, e entre julho e agosto, em que se realizaram menos 10.048.

Comparando a capacidade de testagem de Portugal com a de outros 30 países, esta segunda-feira, Portugal estava em 10.º lugar, tendo feito quase 310 mil testes por um milhão de habitante, à frente de países como a Noruega, a Alemanha, a Itália, a Áustria e a França. Ainda assim, o país fez menos testes do que a Irlanda, a Espanha, a Bélgica, o Reino Unido e Malta. O país que mais testes realizou neste dia foi o Luxemburgo — 1.508 mil testes por um milhão de habitantes —, com uma diferença significativa para o país que o segue, a Dinamarca, que fez 846 mil testes por um milhão de habitantes.

A Linha SNS24 recebeu, este domingo, mais de 20 mil chamadas, sendo que desde o início da pandemia atendeu mais de 2,4 milhões de chamadas, com uma taxa de atendimento superior a 99%. Em termos mensais, a linha passou de atender 171 mil chamadas em janeiro para quase 436 mil a 25 de outubro, ou seja mais 264 chamadas, sendo que se tivermos em conta a altura em que surgiram os primeiros casos de infeção em Portugal, a Linha SNS24 passou de 381 mil chamadas em março para 436 mil, isto é, mais quase 55 mil chamadas. Entre fevereiro e março, a linha atendeu mais 146 mil chamadas, isto é, passou de 162 mil chamadas atendidas para 381 mil.

No entanto, não se registou um aumento constante no número de chamadas atendidas ao longo dos meses. Aliás, a Linha SNS24 atendeu menos chamadas em maio (quase 168 mil) e em junho (170 mil) do que em janeiro (171 mil), numa altura em que ainda não havia casos de Covid-19 em Portugal e só este mês é que a linha atendeu mais chamadas do que em março.

Registaram-se ainda quebras no atendimento entre os meses de janeiro e fevereiro — foram atendidas menos nove mil chamadas — entre março e abril — menos quase 147 chamadas — e novamente entre abril e maio — menos 66 mil chamadas — e ainda entre julho e agosto — menos 28 mil. Nos dois meses seguintes, o número de chamadas atendidas volta a subir: entre agosto e setembro foram atendidas mais quase 128 mil chamadas e entre setembro e 25 de outubro foram mais 129 mil chamadas.

Ainda relativamente à Linha SNS24, foram atendidas mais de 45 mil chamadas pela Linha de Aconselhamento Psicológico, que foi criada a 1 de abril, e foram atendidas 468 chamadas na Linha de Atendimento para Surdos, criada a 21 de abril.

Quanto à aplicação StayAway Covid, foram feitos mais de 2,4 milhões de downloads e inseridos mais 566 códigos.

Assine o Observador a partir de 0,18€/ dia

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Vivemos tempos interessantes e importantes

Se 1% dos nossos leitores assinasse o Observador, conseguiríamos aumentar ainda mais o nosso investimento no escrutínio dos poderes públicos e na capacidade de explicarmos todas as crises – as nacionais e as internacionais. Hoje como nunca é essencial apoiar o jornalismo independente para estar bem informado. Torne-se assinante a partir de 0,18€/ dia.

Ver planos