As áreas que aparecem no topo não surpreendem e continuam a ser as mesmas, ano após ano. Em Portugal, há 63 cursos e mestrados integrados que prometem emprego no fim dos estudos, e a medalha de ouro vai para a área de Tecnologias, onde cabem todas as engenharias, cursos que continuam a ter grande procura e a exigir médias elevadas. Das mais de seis dezenas de cursos que prometem um lugar quase garantido no mercado de trabalho, 18 eram desta área de conhecimento. Logo de seguida, também sem grandes surpresas, aparece a área da Saúde, onde cabem todos os cursos de Medicina ministrados no país. Ali encontram-se também os de Enfermagem, Ciências da Saúde e Cardiopneumologia, entre outros.
No entanto, os números, disponíveis no portal Infocursos desde 7 de julho, olham apenas para a percentagem de recém-diplomados registados como desempregados no IEFP — Instituto do Emprego e Formação Profissional — não considerando, por exemplo, outros jovens que podem até estar a trabalhar, mas não na área em que se formaram.
Na lista que promete emprego zero há um pouco de tudo: desde Turismo a Gestão, passando por Psicologia e Educação Básica e, claro, engenharias e cursos de Medicina. Em termos de áreas, com seis cursos representados cada, seguem-se as Ciências, a área de Economia, Gestão e Contabilidade e, por último, as Humanidades, Secretariado e Tradução.
Olhando para os cursos com desemprego zero, Medicina ocupa cinco desses lugares, num ranking onde as Engenharias ganham, com 17 cursos representados, do Ambiente à Informática, passando pela Biomédica e a Naval. Entre os cursos que se repetem destacam-se ainda os de Enfermagem (4) e os de Gestão (3).
Nas restantes áreas, não há repetição, não sendo possível encontrar um padrão. Por exemplo, na área de Ciências os seis cursos sem desemprego são Matemática Aplicada e Computação, Estatística Aplicada, Química, Matemática, Química Medicinal e, por último, Meteorologia, Oceanografia e Geofísica.
O mesmo sucede na área de Humanidades onde se encontram cursos de Teologia, Ciências Religiosas, Estudos Comparatistas, História da Arte, Ciências da Linguagem e Humanidades.
Na velha luta entre ensino público e privado, a rede estatal fica a ganhar. A maioria (47) dos cursos e mestrados com desemprego zero são tirados em universidades e politécnico públicos, só havendo 16 licenciaturas de instituições de ensino privado. Entre estas destaca-se a Universidade Católica com três cursos — Teologia, Ciências Religiosas e Psicologia —, a Lusíada também com três — Psicologia, Economia e Jazz e Música Moderna — e o ISEC de Lisboa com dois cursos — Engenharia de Segurança do Trabalho e Gestão Aeronáutica.
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