Uma vida nova no PSD. Mas, nem por isso, com certezas de que o partido vai verdadeiramente mudar de vida — tudo indica que as conspirações vão rearrancar assim que Rui Rio deixe o púlpito. Luís Montenegro chega ao Congresso do PSD, que arranca esta sexta-feira e que se prolonga até domingo, embalado por uma vitória esmagadora contra Jorge Moreira da Silva, que não deixou qualquer margem para dúvidas. Mas os verdadeiros desafios do novo líder social-democrata começam agora.

Com os opositores internos dispostos a deixarem o presidente eleito a queimar em lume brando nos próximos dois anos, o silêncio tático deverá marcar a próxima reunião magna dos sociais-democratas: os críticos internos — que os há — nada farão para dar argumentos ao novo líder para se vitimizar. Não há, nem haverá desculpas para Montenegro. Queria tanto o lugar e o lugar agora é dele. Terá de provar que está à altura.

Os apoiantes tudo farão para segurar Montenegro até 2026, altura em que, previsivelmente, terá oportunidade para disputar as próximas eleições legislativas. Mas este também será o primeiro grande teste de Montenegro: as primeiras escolhas que fizer, para a equipa dirigente e para o Conselho Nacional, órgão máximo do partido entre congressos, que vai determinar a coesão, unidade e mobilização do montenegrismo.

Luís Montenegro

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Um novo ciclo. Mais de quatro anos depois de ter aparecido no congresso que entronizou pela primeira vez Rui Rio, em 2018, a prometer ser a sombra do líder social-democrata, mais de dois depois de ter sofrido uma derrota traumática que o atirou para fora do radar político, escassos meses depois de ter aparecido de braço dado com Rio na campanha para as legislativas, enterrando o machado de guerra entre os dois, Luís Montenegro aparece no Porto como líder incontestado depois de ter esmagado Jorge Moreira da Silva.

Incontestado não será a melhor expressão. O presidente eleito tem a sua boa dose de críticos internos à espera que se estatele nas próximas eleições europeias, em 2024. O grande desafio de Montenegro é provar, precisamente, que não é um líder de transição, um parênteses na história do partido. Os 72% conseguidos contra Moreira da Silva dão-lhe margem para aguentar os primeiros choques, mas o seu passado recente é também o seu maior handicap: depois de ter sido tão vocal nas críticas a Rui Rio, muitos no PSD não estão dispostos a perdoar as primeiras falhas – os eventuais erros de comunicação, as pequenas e grandes polémicas, a dificuldade em crescer nas sondagens e uma eventual derrota nas europeias.

As expectativas criadas, por isso, são muitas. Quando entrar no Pavilhão Rosa Mota, na cidade do Porto, Montenegro saberá que tem muita gente a torcer contra ele, à espera do desastre que se vai anunciando. A reunião magna social-democrata será o primeiro teste à verdadeira força do novo líder: será capaz de unir e mobilizar o partido ou nunca será um verdadeiro candidato a primeiro-ministro?

Hugo Soares

Hugo Soares pode até nem ter um cargo a designar a posição que vai ter, mas o Congresso vai consagrá-lo como novo número dois do partido. Na realpolitik interna ninguém pode ignorá-lo a partir de agora. Seja como secretário-geral, cargo que provavelmente irá assumir, ou como vice-presidente, outra possibilidade, Hugo Soares será sempre alguém que estará envolvido nas negociações e com grande influência na nova direção do PSD. O antigo líder parlamentar aproximou-se de Luís Montenegro durante os anos da troika e foi mesmo eleito seu sucessor na liderança da bancada com o alto patrocínio do agora líder. É uma espécie de Robin de Luís Montenegro, mas em modo bulldozer: é corrosivo na hora de atacar os que atacam o montenegrismo.

O antigo líder parlamentar conhece também bem o aparelho, além de ter alguma rede nos contactos com a comunicação social (moderada, na antiga escala de 0 a Relvas). Hugo Soares será assim, por comparação com o que acontece na direção Rui Rio, um homem que concentra mais do que um papel: fará um bocadinho de Florbela Guedes (de biombo do líder na comunicação e de estratégia na relação com os jornalistas), mas também de Salvador Malheiro (em contactos e negociações de lugares com o aparelho nas quais o líder não queira, ou não possa, estar presente).

Rui Rio

Governou o partido como quis, com quem quis e com a estratégia que quis. Desde o minuto zero até ao fim. O saldo é cristalino: ganhou todas as eleições internas e perdeu todas eleições a que conduziu o partido, a última por números redondos e entregando uma maioria absoluta surpreendente a António Costa. Salva-se o resultado nas autárquicas, com resultados surpreendentes em várias autarquias, que permitiu ao partido sonhar com uma viragem de ciclo. Nada mais.

O ainda líder social-democrata sai deixando alguns fiéis, mas com um sinal claro de que o partido virou definitivamente a página – a vitória de Luís Montenegro, arqui-rival de sempre, contra Jorge Moreira da Silva, que tinha a bênção de muitos dos pesos pesados do rioísmo, foi a prova provada de que a influência de Rio já não existe.

Resta saber se este é mesmo o fim de ciclo. No final de maio, o próprio disse de viva voz que o seu “futuro político” tinha acabado ali. Alguns dos seus apoiantes ainda vão admitindo que uma possível candidatura a Belém, em 2026, seria algo com pernas para andar. Mas as hipóteses serão remotas. O congresso do Porto pode mesmo marcar a última intervenção política de Rui Rio.

Jorge Moreira da Silva

A derrota nas diretas foi clara: Jorge Moreira da Silva teve, números arredondados, 28% dos votos contra 62% do adversário. Não vai, por isso, insuflado para aquela que é principal montra interna. Paulo Rangel chegou ao último Congresso com quase metade dos votos nas diretas (muitos mais do que Moreira da Silva), mas não conseguiu ultrapassar o rótulo de derrotado. Agora é o antigo ministro do Ambiente que carrega esse carimbo.

Jorge Moreira da Silva dizia que o que tinha para oferecer eram as ideias, mas os militantes preferiram as de Luís Montenegro. Também disse que “não faz sentido” ocupar um cargo “executivo” na direção do novo líder do PSD por isso nem há a expectativa que possa aceitar um lugar em nome da unidade. E mesmo eventuais  negociações de bastidores — a acontecerem devem ficar nas mãos de quem, de facto, se movimenta bem no aparelho: Carlos Eduardo Reis (que não vai apresentar lista ao Conselho Nacional), João Montenegro e Salvador Malheiro (se estiver para aí virado). A estratégia da oposição interna de não fazer oposição é um presente envenenado.

O ciclo de curto prazo não é favorável para Jorge Moreira da Silva. Não há nada a ganhar neste Congresso. Faltam dois anos para novas eleições e, mesmo que ambicione voltar a candidatar-se, tem de esperar pelo desfecho das Europeias. Não é momento, ainda, de voltar à carga. Não abdicará, no entanto,. de falar ao Congresso para manter a chama viva. O próprio confirmou ao Observador que estará presente e que irá discursar no sábado.

Carlos Moedas

Teve uma parte considerável do partido a pedir que avançasse para a sucessão de Rui Rio, garantindo-lhe todas as condições para ganhar as eleições diretas. Preferiu não avançar e gerir o calendário eleitoral de outra forma — afinal, tem de revalidar o mandato à frente da Câmara Municipal de Lisboa para provar que as eleições de 2021 não foram um acaso caído do céu.

Carlos Moedas chega a este Congresso depois de ter levantado o anterior e depois de ter abdicado do rótulo de desejado que muitos no partido lhe tentaram colar. Tudo o que disser — e a forma como o disser — será analisado e reanalisado ao pormenor. Dificilmente entrará em rota de colisão com Montenegro (não tem nada a ganhar com isso), mas terá a oportunidade de desenhar um caderno de encargos ao próximo líder. Em termos eleitorais, é o único grande ativo do partido; resta saber se quererá fazer valer esse estatuto ou não.

Também será importante perceber que tipo de comprometimento quererá ter Carlos Moedas com o novo ciclo agora iniciado por Montenegro. Até à hora de publicação deste artigo, ninguém confirmava se de facto o autarca de Lisboa vai ou não liderar a lista do líder eleito ao Conselho Nacional do partido. Se o fizer, ninguém o poderá acusar de taticismo exagerado ou de ter preferido ficar a conspirar na sombra à espera da oportunidade perfeita. Mas tudo tem um preço: se algum dia decidir romper com a nova liderança, não faltará quem o recorde de que decidiu validar a estratégia de Montenegro. É essa conta que Moedas vai ter de fazer.

Paulo Rangel

Foi o último a fazer frente a Rui Rio e perdeu de forma traumática, quando todos diziam que ia ganhar. Daí em diante, fugiu sempre dos holofotes, mantendo-se discreto e longe da vida interna do partido. Nas últimas diretas, foi desafiado a avançar, mas entendeu que teria de dar oportunidade a outros para irem a jogo. Mas isso não quer dizer que esteja completamente arredado do futuro do partido. O tempo o dirá.

Para já, Paulo Rangel vai continuar no mesmo registo. Não é ainda claro que vá ao congresso, mas é muito pouco provável que, aparecendo, venha a discursar. O partido sabe o que pensa, sabe como denunciou a estratégia de Rui Rio em devido tempo e sabe que escolheu outro caminho que não aquele preconizado por ele. O tempo é agora de outros protagonistas.

Completamente excluída está a hipótese de vir a encabeçar qualquer tipo de lista ao Conselho Nacional. Não que Rangel queira organizar ou ser o rosto da oposição interna a Montenegro — porque não quer. Mas também não será ele corporizar uma espécie de paz artificial — as últimas diretas, quando as tropas montenegristas faltaram à chamada e deixaram Rangel à mercê de Rio, causaram desconfianças entre os dois. E não será este congresso a saná-las.

Os dois terão inevitavelmente de falar: o primeiro grande desafio de Montenegro são as eleições europeias de 2024 e o novo líder social-democrata terá de escolher a equipa que quer levar a votos nessa altura. Pior: terá de decidir se inclui ou não Rangel. Nessa altura, se a fratura entre os dois for evidente, pode nascer uma centelha de oposição. Até lá, o eurodeputado não mexe um músculo.

Miguel Pinto Luz

Protagonizou uma candidatura alternativa em 2018, conseguiu um espaço político próprio, foi o grande apoiante de Paulo Rangel no confronto contra Rui Rio, abdicou de entrar na corrida entre Luís Montenegro e Jorge Moreira da Silva e vai fazer o mesmo neste congresso: ficar fora do radar e tentar descolar-se do rótulo de crítico interno do novo líder do PSD.

Ninguém ignora que Miguel Pinto Luz está muito longe de ser um fã de Montenegro – de outra forma, teria apoiado o antigo líder parlamentar quando teve oportunidade. Ninguém ignora também que goza de influência considerável no interior do partido – de outra forma, a sua lista ao Conselho Nacional, na anterior reunião magna, não teria superado a de Luís Montenegro. E ninguém ignora que foi o único, num congresso relativamente unânime, a criticar abertamente Rui Rio. No futuro, logo se verá como se vai posicionar. Desta vez, no entanto, vai preferir a discrição.

Carlos Eduardo Reis

Foi o grande artífice da candidatura de Jorge Moreira da Silva nas últimas diretas e, apesar da derrota expressiva, conseguiu um resultado mais do que digno em Barcelos, a sua zona de influência – mesmo tendo Montenegro varrido do mapa o adversário, Carlos Eduardo Reis conseguiu segurar o bastião, dando uma inequívoca demonstração de força.

Sendo um dos homens mais influentes do partido (sobretudo no distrito de Braga) havia expectativa para perceber o que faria neste congresso: mantinha o seu espaço de afirmação política e apresentava novamente uma lista ao Conselho Nacional; ou ficava fora de jogo. Optou pela segunda, sob a garantia de que nada fará para obstaculizar o novo líder.

No entanto, é um dado adquirido no interior do partido de que qualquer novo líder terá de contar com a sua bênção se um dia quiser enfrentar Luís Montenegro. O “homem dos corredores”, como é conhecido no interior do partido, deixará a primeira linha de combate político interno para voltar ao lugar de origem. E trabalhar a partir daí.

Paulo Mota Pinto

Apresentou a demissão na véspera do Congresso depois de ter concluído que o novo líder do partido não contava com ele para a condução do grupo parlamentar. “Estava disponível, como sempre disse, para exercer o mandato. Fui informado por Luís Montenegro que pretende mudar a direção do grupo parlamentar e, para isso, que sejam realizadas novas eleições. Acedi a essa solicitação”, despediu-se o social-democrata.

O sacrifício de Mota Pinto faz dele automaticamente um quadro a ter em conta para o futuro do partido – nem que seja porque é a primeira vítima de Luís Montenegro. Tal como explicava o Observador, uma parte da ala rioísta, que agora fica órfã, Mota Pinto pode ser a reserva de que precisavam para se reorganizarem na resistência. Mas a lista de candidatos a candidatos é tão grande, que Mota Pinto terá de aproveitar este novo ciclo para capitalizar politicamente – se alimentar essas expectativas, naturalmente.

André Coelho Lima

André Coelho Lima foi uma das figuras do partido que mais cresceu durante o rioísmo, em particular desde o Congresso de Viana do Castelo. Era o único no PSD que acumulava, até aqui, a vice-presidência do partido com a vice-presidência da bancada. É mais-do-que-provável que André Coelho Lima deixe a direção (segue a linha dos mais próximos da direção de Rio: por estarem colados ao anterior líder, optam por não se envolver). Portanto, é um Congresso em que sai da primeira linha.

Na bancada parlamentar não é tão líquido que tenha de sair. Depende daquilo que forem as escolhas de Joaquim Miranda Sarmento e a autonomia que Montenegro lhe dará para fazer a lista à direção da bancada. É, no entanto, claro que vai perder protagonismo a partir deste fim-de-semana face ao que tem tido nos últimos anos.

Pedro Duarte 

Pedro Duarte foi líder da JSD e secretário de Estado e, embora nunca se tenha afastado da política partidária, tem estado afastado dos lugares de destaque. Foi deputado em várias legislaturas, mas decidiu, num determinado momento, dedicar-se à vida profissional. Sempre com um pé na política, foi o diretor de campanha da desastrosa candidatura de Luís Filipe Menezes ao Porto.

Anos depois, podia ter capitalizado a primeira vitória de Marcelo Rebelo de Sousa nas presidenciais — na qual foi diretor de campanha — mas nunca o fez e a relação com o próprio Presidente da República nunca foi a melhor. No tempo de Passos Coelho aparecia como um challenger, mas nunca desafiou verdadeiramente o antigo primeiro-ministro nem avançou para a liderança do partido. Também chegou a admitir avançar contra Rio, mas também nunca o fez. Preferiu apoiar Luís Montenegro, quer contra Rio, quer agora contra Jorge Moreira da Silva.

Nesta era Montenegro, apareceu sempre na fila da frente, sendo, por isso, apontado como uma figura natural para integrar a direção de Luís Montenegro como vice-presidente. Pode ter neste Congresso no Porto, a sua cidade, o regresso aos lugares de destaque no partido.

Pedro Alves

Antigo líder distrital do PSD/Viseu e apoiante de sempre de Montenegro foi uma das figuras, a par de Hugo Soares, mais relevantes na organização da última campanha interna – mas não com o fulgor que teve nas diretas de 2019. Com a derrota nessa campanha, acabou por perder protagonismo e ficou arredado da primeira linha do partido.

Voltou agora e novamente pela mão de Montenegro. Resta saber que protagonismo terá neste novo ciclo. Chegou a ser apontado como possível candidato a secretário-geral do partido, sucedendo a José Silvano no cargo. Mas o mais certo é que a escolha recaia sobre Hugo Soares, secundarizado Pedro Alves. O equilíbrio da equipa de Montenegro também passará por aqui: se o novo líder falhar em garantir um lugar que cumpra as expectativas que Pedro Alves legitimamente alimenta, os problemas poderão começar precisamente aqui.

Miguel Relvas

O kingmaker de Pedro Passos Coelho já não goza da influência de que gozava outrora. Ainda assim, ninguém desconsidera o papel que Miguel Relvas ainda tem dentro do PSD, sobretudo agora que a ala que sempre esteve com o antigo primeiro-ministro regressa, mais coisa menos coisa, ao topo da cadeia alimentar social-democrata.

Na véspera do congresso, o antigo ministro fez questão de marcar o seu espaço: na CNN, Relvas deu a tática, chutou o dilema em torno do Chega, lembrou aquilo que se espera do PSD e atirou a doer contra o Governo de António Costa, balizando o que espera da oposição aos socialistas. Nas eleições de 2019, decidiu apoiar Miguel Pinto Luz em detrimento de Luís Montenegro, só o fazendo na segunda volta. Vai tentar recuperar o papel decisivo que já teve no PSD, desta vez nas sombras.

Pedro Passos Coelho

Durante largos dias circulou o rumor de que Pedro Passos Coelho marcaria presença no Congresso, voltando a um palco que abandonou desde que se despediu da liderança política. O Observador sabe que esse rumor é completamente infundado, não porque o antigo primeiro-ministro tem qualquer tipo de animosidade para com o líder eleito, mas porque o social-democrata se mantém fiel à regra que definiu para si própria: não condicionar de forma alguma os destinos do partido.

De todo o modo, a ascensão de Montenegro ao poder marca o regresso da linha política que foi a sua: o líder eleito e praticamente todos os que lhe estão associados chegaram à primeira linha de combate político pela mão de Pedro Passos Coelho. É certo que na última campanha para as legislativas Montenegro ensaiou uma aproximação a Rio que não caiu bem junto de alguns dos setores mais próximos de Passos.

No entanto, sendo a grande reserva moral do partido, ninguém espera que o antigo primeiro-ministro mexa um músculo para ajudar ou prejudicar publicamente Luís Montenegro. A influência de que goza — e goza de uma enorme influência — será exercida sempre nos bastidores. E apenas e só se Montenegro a solicitar.

Cavaco Silva

Rompeu o silêncio e virou o país político de pernas para o ar, com críticas contundentes a António Costa, primeiro num artigo de opinião publicado no Observador, depois numa entrevista concedida à jornalista Maria João Avillez, na CNN. À direita, as intervenções públicas de Aníbal Cavaco Silva foram celebradas como o regresso de uma oposição que andou desaparecida em combate durante o reinado de Rui Rio.

De resto, o antigo Presidente da República não deixou de enterrar devidamente o ainda líder do PSD e e promover o presidente eleito. No corredores do PSD, comenta-se que a relação entre Cavaco Silva e Rui Rio se começou a deteriorar a partir do momento em que o antigo presidente da Câmara do Porto deixou claro que não ia procurar os conselhos ou a aprovação de Cavaco. Montenegro terá beneficiado dessa antipatia entre os dois para receber a importante bênção do também antigo primeiro-ministro. Mas tem de preservar e a alimentar essa relação se quiser manter as boas graças do único político que conseguiu quatro maiorias absolutas nas urnas.