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Mário Cesariny, Paula Rego e Alberto Lacerda, Londres, 1964
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Mário Cesariny, Paula Rego e Alberto Lacerda, Londres, 1964

Mário Cesariny, Paula Rego e Alberto Lacerda, Londres, 1964

Os bons amigos e a má sorte de Alberto de Lacerda

Nove anos após a morte do poeta, ainda não foi encontrada uma solução satisfatória e definitiva para que Portugal guarde o espólio de Alberto de Lacerda. Vasco Rosa recorda a importância deste legado.

Em Portugal, não valorizamos suficientemente a salvaguarda, conservação e estudo de espólios literários e artísticos, que persistem ou se perdem ao acaso de circunstâncias e imprevistos. À sociedade e à política falta uma sólida cautela (podia dizer-se cultura) e consciência, colectiva e individual, de que a garantia de memória do país é um assunto de todos, mesmo quando uma parte dela é menos simpática para uns do que para outros. Diferenças fazem uma melhor identidade. Basta correr a cortina do imediatismo mediático dominante para ficarmos cara a cara com um quadro de casos flagrantes, inesperados e escandalosos, que o bom senso recomendaria que fossem examinados com máxima seriedade política (ou patriótica, se a palavra não gerasse equívocos), mas que os atávicos arrasta-pés e empurrar-com-a-barriga deixam à deriva, como se nada fosse. (É um pouco semelhante ao que se passa com a ausência dum cânone literário consolidado por edições rigorosas e de preço reduzido.)

Há de tudo um pouco, em toda a parte. Mas nenhum caso é tão berrante como o que ocorre na magna instituição patrimonial que é a Biblioteca Nacional: refiro-me ao Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea, um nome pomposo para um serviço desprovido de direcção esforçada e de meios humanos e operacionais adequados às suas altas funções. É inaceitável o que ali se passa há uma década: dezenas de arquivos de escritores aguardam o conveniente trabalho de organização, efectiva catalogação e digitalização online, prejudicando e causando má impressão a investigadores próximos ou distantes. Mais cedo ou mais tarde, por advertência ou consequência, quem tencione doar-lhe os próprios papéis ou os dum parente ou amigo defunto há-de perceber ao que foi; e este estado de insipiência ou abandono será ainda agravado com a inexorável e nalguns casos próxima aposentação dos aliás poucos funcionários ali em exercício, sem que ministro ou secretário de estado venham acudir ao problema.

1. Alberto de Lacerda

Alberto de Lacerda fotografado por Fernando Lemos. Lisboa, início dos anos 1950

O Centro Português de Fotografia — uma sombra do que já foi — e o Arquivo Nacional das Imagens em Movimento, da Cinemateca Portuguesa, também precisam de recursos que lhes permitam voltar ao desempenho consistente duma finalidade estratégica e ao prestígio dum trabalho reconhecido internacionalmente. O arquivo do Instituto Camões, que acumula com o da primitiva Junta de Educação Nacional e o do antecessor Instituto para a Alta Cultura, é pouco conhecido e divulgado, mas contém documentação preciosa sobre escritores e artistas bolseiros no estrangeiro. Também os valiosos arquivos do Forte de Xabregas e Histórico Ultramarino, embrulhados no novelo duma reorganização ministerial à outrance que foi subtraída à discussão pública que a sua importância exigiria, deixam inquieto quem se interessa por estas coisas mas não tem peso político nem voz pública influente.

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Em matéria de arquivos de editoras e revistas literárias, ainda estamos mais perto da estaca zero da consciência patrimonial: é como se fossem irrelevantes. Por outro lado, não há um sério debate — quiçá parlamentar — sobre como prevenir os efeitos da cisão tecnológica dos suportes sobre a conservação de documentos escritos, sonoros e visuais. Apesar de ser um bom instrumento de preservação documental e de inclusão territorial no acesso à informação, a digitalização de periódicos e obras raras avança a passos curtos e periclitantes, como se se tratasse duma tarefa residual das três ou quatro instituições nela envolvidas, as quais por vezes se sobrepõem por falta de diálogo e concertação.

Para que seja re-examinada e debatida continuamente, como merece, a história cultural necessita de arquivos pessoais e institucionais devidamente identificados e conhecidos, dispostos numa plataforma digital partilhada que nos permita saber instantaneamente o que existe e onde.

Duas exposições muito recentes promovidas pela Fundação Calouste Gulbenkian, a de Hein Semke, em Lisboa, e a de Amadeo de Souza-Cardoso, em Paris, vieram provar dum modo particularmente incisivo que espólios artísticos salvaguardados e estudados (nos dois casos, na sua Biblioteca de Arte) ajudam decididamente a ampliar o alcance e bom impacto de realizações deste tipo. Apesar de ainda pouco divulgado, o excelente trabalho da Fundação Mário Soares no projecto Casa Comum — que colocou online milhares de documentos da nossa vida cultural da segunda metade do século passado — aponta o caminho a seguir, e certamente dará boas provas a médio prazo.

Fora estes casos e alguns outros, o pouco empenho generalizado e trabalho manso sem pensamento estratégico transmitem desconforto, pasmaceira e subalternidade. Para que seja re-examinada e debatida continuamente, como merece, a história cultural necessita de arquivos pessoais e institucionais devidamente identificados e conhecidos, dispostos numa plataforma digital partilhada que nos permita saber instantaneamente o que existe e onde. Mas, como estamos longe disso… Aliás, para que instituições recebam espólios não basta a boa-vontade dos seus dirigentes: cada tratamento catalográfico, acondicionamento de segurança, espurgo periódico e toda a rotina da vida arquivística representa, de facto, um considerável custo adicional que pode pesar sobre orçamentos geralmente condicionados ou exíguos. Na ausência de reforço ou efectivação de meios (e a decisão política correspondente), cada depósito ou incorporação de um arquivo literário ou artístico numa instituição consagrada arrisca-se a ser apenas, e nada mais que, a trasladação — mais ou menos conveniente para as partes — dum corpo obscuro, que continuará inútil e incógnito.

Para evitá-lo, um novo paradigma cultural precisa ser criado e prevalecer. E que os próprios doadores de espólios possam confiar que as suas dádivas serão respeitadas e partilhadas em condições condignas e duradouras, permitindo manter conhecido o legado daqueles que já não estão entre nós.

Lacerda, um caso excepcional

Naturalmente, não se deve esperar que o Estado e as grandes fundações façam tudo ou resolvam tudo, tanto mais que o primeiro e decisivo passo é o reconhecimento in situ da existência dum espólio privado de interesse público, cujo valor exacto só o longo prazo confirmará. O que hoje parece de menor valor pode, sem dúvida, constituir depois de amanhã uma evidência relevante para o esclarecimento dum facto, duma biografia, duma acção pessoal ou colectiva. E é por isso que a doacção de espólios literários ou artísticos constitui uma “obrigação patriótica” a que as pessoas de bem se sentem vinculadas, por se reconhecerem como partes dum todo perene (cidade, região, país, mundo), e é um índice de civilização.

5. Loire 1964 bis

Com Vieira da Silva e Arpad Szenes, pelos castelos do Loire (França) no Verão de 1964

A incorporação pública ou fundacional duma memória privada depende, em geral, da acção familiar, mas casos há em que são amigos a quem — um tanto inesperadamente, por força das circunstâncias — coube tratar disso, com considerável dispêndio das suas energias e tempo.

O caso de Alberto de Lacerda e Luís Amorim de Sousa é, neste aspecto, ainda mais excepcional: trata-se, em primeiro lugar, de dois “exilados|estrangeirados”, para quem a pátria não foi “mãe benévola”, como é uso dizer-se; e em segundo, o espólio do autor de Oferenda, particularmente extenso, exclusivo e de óbvio interesse, é de inegável valor internacional, fazendo da sua vinda para Portugal uma bondade, se a expressão é permitida. Todavia, nove anos depois, ainda não foi encontrada uma solução portuguesa satisfatória e definitiva, apesar das tentativas feitas e das entidades já contactadas ou envolvidas, enquanto o diligente amigo — quase com 80 anos — se desdobra em contactos, negociações, edições e eventos culturais, no Reino Unido, na América do Norte e no nosso país. Mas conseguirá prevenir o futuro?

Como se não bastasse, preocupa-o a intransigente aplicação da “nova ortografia” pela editora do Estado — à qual a obra poética de Alberto de Lacerda ficou vinculada, desde Vasco Graça Moura —, que subitamente criou um impasse no lançamento de livros contratados, inéditos ou de reedições, com evidente prejuízo da sua posteridade literária. Em Junho de 2010, ao apresentar O Pajem Formidável dos Indícios, que reuniu poemas americanos, Amorim de Sousa avisou tratar-se do “primeiro livro que se publica após a sua morte, escolhido de uma impressionante lista de poemas e livros organizados que deixou” (ed. Assírio & Alvim e Fundação Mário Soares, p. 7; itálico meu).

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Uma vida rara

Alberto de Lacerda morreu em Londres, a 27 de Agosto de 2007, a um mês de completar 79 anos, boa parte dos quais passados fora de Portugal. Poeta, professor ocasional de literatura, crítico de arte (ainda por reconhecer), coleccionador compulsivo, viveu na capital britânica uma longa época particularmente rica em figuras do meio das artes e das letras, galerias, livrarias, teatros e museus, em contraste absoluto com o correspondente milieu português. “A National Gallery é a minha casa”, repetia com gosto. Para a sua elevada sensibilidade estética, nada poderia ser mais favorável do que grandes museus de entrada gratuita, suplementos literários eruditos, antiquários selectos, livrarias cuidadas e até uma conversa não desprovida de acento snob, numa tertúlia ou num encontro pessoal no seu café de eleição, o Picasso, em Chelsea. Poemas seus sobre Lisboa partilham mixed feelings, enquanto as suas crónicas londrinas no Diário Popular transmitem o seu prazer espiritual pela cidade onde viveu o seu “exílio redimido”, “posuído dos mistérios da cidade” que lhe proporcionava o estímulo duma vida cultural de alto gabarito num ambiente democrático e livre. “O único critério é a excelência” ensinou a um amigo, a quem também disse: “Vivo voltado para a luz.”

Essa excepcionalidade da vida de Lacerda em Londres viria a ser reconhecida em primeiríssimo lugar por José Sommer Ribeiro (1924-2006), que no Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian comissariou em 1987 uma exposição biográfica de Alberto de Lacerda, intitulada “O mundo de um poeta”. O ensaio do crítico de arte John McEwen incluído no catálogo dessa exposição primacial começa assim:

“Ao entrar no apartamento de Alberto de Lacerda em Londres vamos passando rente a estantes com discos, e a seguir com livros, do chão ao tecto, ao longo de todo um corredor. Nas divisões que dão para este corredor, há ainda mais discos, mais livros, arranjados mais ordenadamente, e quadros. Não só obras emolduradas, e que estão penduradas, mas quadros encostados uns aos outros de encontro à parede, obras debaixo da cama, em gavetas — folhas soltas em pastas, ou embrulhadas em papel pardo. De forma que o que vemos nas paredes a uma dada altura […] é apenas um vislumbre da extensão do que há para ver.”

No fim de In Spite of All. A memoir of Alberto de Lacerda (111 páginas, editado no ano passado pela Shearsman Books de Bristol, e escrito em Novembro de 2014) Luís Amorim de Sousa reproduz uma fotografia da sala de estar do pequeno apartamento londrino de Lacerda em 2007, que nos dá a dimensão da acumulação aí existente, que “surpreendeu todos” (p. 110). Os números são frisantes: “16 toneladas, 21 mil livros e revistas, 9000 discos, 13 mil documentos literários, 12 mil fotografias e cerca de 1000 obras de arte” (ibid.). Dir-se-ia que o transbordo dos materiais reunidos durante a estada nos Estados Unidos atolhou por completo a morada do poeta, a que poucos era dado conhecer, tão rigorosa era a reserva de privacidade com que pontuou a sua vida. Num relato incluído em Às Sete no Sa Tortuga (2010), Luís Amorim, que admite ter conhecido o apartamento antes da chegada das caixas de Boston, descreve uma visita: circulava-se “por estreito carreiro”, havendo caixas por toda a parte, inclusive na cozinha e no quarto.

7. Com David Hockney

Com David Hockney

O amigo feito herdeiro viu-se diante duma tarefa imensa, que se tornou, a par e passo, também gratificante, pela riqueza e inesperado dos materiais encontrados. Mário Soares disponibilizou os serviços da sua Fundação, beneficiada por programas de financiamento a campanhas deste tipo, para trabalhos de arquivística que duraram três anos e foram assinalados com uma mostra da colecção de arte de Lacerda na sede da fundação, o respectivo catálogo, e um Retrato co-editados com a Assírio & Alvim ainda independente, em 2009, além do depósito dos discos de longa duração de música clássica e de jazz.

Uma projecção com duas caras

A longa amizade do poeta com Paula Rego e com o casal Maria Helena Vieira da Silva e Arpad Szenes também propiciou exposições nas respectivas casas-museus, em Cascais e Lisboa. No museu do jardim das Amoreiras, a exposição de 2009, celebrada como “Encontros”, centrou-se nos vários retratos de Lacerda por Arpad e nas visitas aos amigos em França, em quadros da colecção do poeta e na correspondência epistolar entre eles. Na Casa das Histórias, em Novembro-Dezembro de 2012 foi apresentada a exposição “David Hockney and Alberto de Lacerda — There”, no âmbito do Lisbon & Estoril Film Festival. Num pequeníssimo catálogo feito pela Documenta, de Manuel Rosa (consequência da compra da Assírio & Alvim pelo grupo Porto Editora), Amorim de Sousa introduz a amizade do poeta português com o ainda hoje surpreendente pintor inglês, referindo a “criteriosa escolha” de “obras de David Hockney que Alberto de Lacerda, com muito empenho e maior escassez de meios, foi comprando” (p. 8), e comenta a palestra de 9’ e 45’’, adiante transcrita, que Lacerda lhe dedicou de viva voz, num programa semanal de artes e letras da secção portuguesa da BBC.

Alguns meses depois, Amorim de Sousa concedeu ao signatário desta nota a possibilidade de publicar na Colóquio Letras um texto de Lacerda sobre o ambiente cultural português no início da década de 1960, “Hollywood e a vida do espírito em Portugal”, e na Delphica. Letras & artes (2013) textos sobre Morandi, Van Gogh e Visconti, como alarme aos editores para a excepcionalidade dessas crónicas londrinas “por descobrir”. A indiferença foi absoluta.

Este exemplar caso de devoção a um poeta português é inteiramente merecedor duma outra consideração pelas instituições do nosso país capazes de acolher o seu arquivo literário e artístico e de publicar a sua obra inédita e dispersa — e relembro que em 2017 se assinalam dez anos da morte de Alberto de Lacerda.

Em Novembro de 2015, outro passo foi dado, envolvendo a Fundação Cupertino de Miranda (Famalicão), que conserva boa parte do acervo de Mário de Cesariny de Vasconcellos. A edição, ainda pela Documenta, das cartas deste para Lacerda, tomou como título o verso Um sol esplendente nas coisas, fazendo parte de um projecto maior, que inclui, entre outros, um volume de cartas de Cesariny para Cruzeiro Seixas, preparado por Perfecto Quadrado. No prefácio, Amorim de Sousa refere como Cesariny foi levado a conhecer Londres pela mão de Lacerda. O livro reproduz uma série de fotografias de ambos na cidade, desde a década de 1960, mas também em convívios com o casal Vieira da Silva, em passeios pela França, mas o seu maior interesse consiste na conversa literária e artística entre dois outsiders da norma cultural estabelecida: “Tenho antipatia geral pela chamada Sociedade Portuguesa de Escritores […] um organismo pernicioso, reaccionário e conservador” (pp. 28-29), escreveu Mário, em Maio de 1965.

Vivendo em Oxford, com Mary Porter de Sousa, Luís Amorim conseguiu sensibilizar a Taylor Institution Library (a parte da Bodleian dedicada às literaturas europeias) para uma exposição comemorativa, conversas informais e leituras de poesia, que tiveram lugar durante todo o mês de Maio de 2015, sob o título de “Part of an Endless River”. Dessa exposição, que assinala os 60 anos de 77 Poemas, fez parte um exemplar da antologia de Algernon Charles Swinburne (1837-1909) organizada por Dame Edith Sitwell em 1960, e dedicada a Alberto de Lacerda, “que a sugeriu”.

Outras acções tiveram lugar nos Estados Unidos da América e em Espanha: logo em 2008, a Universidade de Boston, onde Lacerda leccionou, rendeu-lhe tributo; em 2010, um programa literário norte-americano de intercâmbio, “Disquiet”, teve o poeta como figura tutelar portuguesa; em 2011, a exposição “Insolent Grace: the transaltlantic life of Alberto Lacerda”, inaugurou novas instalações da Poets House, em Nova Iorque; em Novembro de 2012, uma antologia de poemas de Lacerda foi traduzida para castelhano pelo poeta Luis María Marina sob o título El Encantamiento, e lançada numa Mostra Portuguesa; em finais de 2014, publicou-se, em Buffalo, NY, Such Conjunctions: Robert Duncan, Jess and Alberto de Lacerda. Luís Amorim de Sousa concluiu agora, sem apoios nacionais mas com sucesso, uma exposição biobibliográfica de Alberto de Lacerda na Poetry Library (Royal Festival Hall), a mais completa biblioteca de poesia existente em Londres.

Este exemplar caso de devoção a um poeta português é inteiramente merecedor duma outra consideração pelas instituições do nosso país capazes de acolher o seu arquivo literário e artístico e de publicar a sua obra inédita e dispersa — e relembro que em 2017 se assinalam dez anos da morte de Alberto de Lacerda.

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