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Os Globos de Ouro vistos do sofá: foi para as senhoras e para os senhores que restam

Susana Romana acompanhou a cerimónia minuto a minuto, como é suposto: com os suplementos alimentares certos, a acreditar mais na TV que no cinema e à espera que Oprah seja presidente dos EUA.

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Comida e grandes maratonas televisivas são como Bucha e Estica, Egas e Becas ou Costa e Centeno: simplesmente vão juntos. “Podes ver os Globos de Ouro e escrever sobre isso?”. Claro que sim, mas primeiro é preciso artilhar a despensa com alimentos que horrorizariam qualquer instagramer que viva pelos hashtags como #paleodescomplicado ou #eathealthystayhealthy. Não há sequer um abacate à vista, mas há bolachas com mais “E” seguidos que o nome do Ed Sheeran. Montado o arsenal calórico no sofá – nós, os enfardadores televisivos experientes, sabemos que ir buscar comida no momento em que alguém troca um envelope ou sobe ao palco com demasiado Pêra Manca no bucho é terrível –, é aguardar de Word aberto e cinismo escancarado.

A noite negra dos Globos de Ouro foi mesmo das mulheres

Primeiro prato: torradas com manteiga e vestidos pretos

Noutras circunstâncias, ser apanhada com um vestido semelhante a outra convidada de uma festa é o suficiente para estragar o evento. Mas esta noite o fotocopismo que se sente na passadeira vermelha tem uma razão de ser: a versão fabril do movimento #metoo, aqui reapropriado e expandido como #timesup. Cada vedeta vestida de preto fá-lo pela igualdade e paridade no sector, apelando não só ao fim do assédio sexual como à inclusão de mais mulheres em tomadas de decisão e no acesso a salários iguais. O briefing chegou claramente a todas, menos a uma repórter do E! que apareceu de vermelho e com cara de quem se estava a sentir um militante do CDS na Festa do Avante.

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Mas este nem foi o momento mais difícil de gerir para o canal de entretenimento: Debra Messing, protagonista do retornado “Will & Grace”, fez questão de dizer durante a sua entrevista na passadeira que vinha vestida de preto por causa da igualdade de direitos e que lhe chocava saber que o canal em causa paga mais aos apresentadores homens do que às apresentadoras mulheres.

Estrelas e ativistas: quem se vestiu de negro na passadeira vermelha dos Globos de Ouro?

A boca remete para a demissão da host Catt Sadler, que abandonou o E! após descobrir que ganhava muito menos que o homem com o qual fazia parelha. Decididamente, uma red carpet muito mais interessante do que aquelas em que se discute quem vem de Versace e quem vem de Mango Outlet.

Segundo prato: Nutella directamente do frasco e Seth Meyers a fazer o melhor monólogo possível

Seth Myers tinha em mãos o chamado berbicacho. O tema do assédio sexual era incontornável, mas era também um campo minado com snipers e tubarões e fossos de lava. O ex-guionista do Saturday Night Live já tinha dito que quem tem um programa diário de comédia está habituado a fazer humor com temas difíceis, sobretudo depois do último ano. Mas mesmo assim, os nervos de um homem branco heterossexual numa sala que clamava por mudanças no paradigma eram palpáveis. Entrego este texto de madrugada e sem noção de como reagiu a turba das redes sociais, mas aqui do meu sofá do Ikea amplamente destruído por gatos o monólogo inicial pareceu mordaz, certeiro e (parece que esta parte é importante) divertido.

A entrada foi a pés juntos: “Ladies and remaining gentlemen” (senhoras e senhores que ainda restam). Não valia a pena fingir que não estavam todos ali para expiar o caos dos últimos meses. Myers admite que se sente observado pelos outros comediantes, “como se fosse o primeiro cão no espaço”. Na verdade, não é o pioneiro de fazer piadas perante um auditório hollywoodesco no pós-Weinstein. Ma, ao contrário de James Corden, que apresentou em Outubro uma gala de recolha de fundos, Myers fez menos piadas com esperma de produtores e mais piadas com o facto de Harvey Weinstein ir voltar aos Globos daí a 20 anos, mas como a primeira pessoa a ser apupada durante um vídeo de In Memorium. Não gozar com a vítima, gozar com o predador.

Myers começou como guionista, gaba-se de escolher criteriosamente quem escreve com ele e isso notou-se na precisão de ourives daquele monólogo. Sou fã, e por isso agora espero que não lhe dê para desatar a mostrar o pénis a cidadãs incautas. O meu coração não aguenta outro Louis CK.

Terceiro prato: uns amendoins que estavam cá em casa desde o Euro 2016 e primeiras categorias

A primeira categoria e respetiva vencedora condizem com o tom que se quer para aquela noite como as almofadas condizem com os tapetes naquelas sessões em casa de ricos na revista Holla!. Nicole Kidman ganha Melhor Actriz Em Mini Série por “Big Little Lies”, o sucesso de crítica da HBO que a actriz australiana também co-produz. Na série faz de uma vítima de violência doméstica, o que leva o discurso de agradecimento a guinar para os temas de abuso, mudança e denúncia. Apercebo-me que o facto dos vestidos serem todos semelhantes me distrai menos e me foca mais no que está a ser dito – e este comentário vem de uma pessoa com o fashion sense de uma couve lombarda.

Nicole Kidman vence por “Big Little Lies”

De seguida, Actor Secundário em filme. Vence Sam Rockwell, por “Three Billboards Outside Ebbing, Missouri”. Fala em compaixão, ligando assim o tema do seu filme ao tema não-oficial da cerimónia. Compaixão curiosamente é coisa que sinto pouco pelas noivas que aparecem nas 57 promos que a SIC Caras passa durante os 32 intervalos que sinto que já vi. Felizmente, faltam apenas mais 783. Pelo menos foi o que pareceu.

Quarto prato: bolachas recheadas e o girl power televisivo

A Amazon há muito que queria fazer sombra à miúda gira e popular da turma, uma tal de Netflix. Até agora, as suas séries originais tinham feito pouca ou nenhuma mossa, mas esses tempos podem estar a chegar ao fim. A excelente comédia “Marvelous Mrs. Maisel”, sobre uma dona de casa a fazer stand up na Nova Iorque dos anos 50, garante à actriz Rachel Brosnahan o seu primeiro bibelot. Brosnahan apela a que se contem mais histórias sobre mulheres, e a Associação de Correspondentes Estrangeiros de Hollywood parece fazer-lhe a vontade, dando de seguida o prémio de Melhor Actriz de Drama Para Televisão a Elizabeth Moss, por “Handmaid’s Tale”. Tanto girl power em tão pouco tempo comoveria as Spice Girls.

A equipa de “Handmaid’s Tale”

E é no feminino que continua a cerimónia: numa menção a um tweet de Donald Trump, Meyers chama ao palco o “génio estável” que preside à Associação: a recém eleita Meher Tatna. Pequeno faux pas da parte desta – é a única mulher toda a noite a subir a palco que não está de preto. Espero que ninguém a tenha atacado com um eyeliner do WC das senhoras. Tatna chama a atenção para o quão corajosos são os actores e as actrizes por ganharem a vida a contarem histórias. Nesta altura reviro o olhos e fico com algumas saudades da ponta-e-mola de Rocky Gervais, que em Globos passados bem gozou com um star system que faz dos actores mais importantes do que aquilo que de facto são.

Quinto prato: queijo mal cortado e mais um bocadinho de História

Eu não devia admitir que conheço bem a série a ganhar o Globo seguinte. “This Is Us” é o meu guilty pleasure, a minha telenovela de fazer chorar os calhaus da calçada. É com ela que Sterling K. Brown ganha Melhor Actor de Drama Para Televisão. O seu discurso vinca importância das raças se verem representadas e Brown torna-se no primeiro negro a ganhar este prémio.

Mas depressa voltamos a lembrar-nos que a noite de hoje nasceu menina. “Handmaid’s Tale” limpa Melhor Série de Drama, dando nova vitória a séries directa ou indirectamente sobre feminismo. O autor, Bruce Miller, sobe a palco para dizer que não quer nunca que aquela série sobre mulheres rebaixadas e escravizadas num futuro distópico se torne real. Assim o espero, até porque eu ia ficar péssima com aquela farda bordô tipo saca de batatas.

Sexto prato: pipocas de microondas e a apologia do péssimo

O sueco Alexander Skarsgard vence por “Big Little Lies”, dedica o prémio a um “amigo de oito anos” e enaltece todas as mulheres com quem trabalhou no projecto. Não sei se há grande empoderamento nisto, mas fartei-me de suspirar.

Mariah Carey aparece na sua melhor pose de diva kitsch para apresentar Melhor Banda Sonora. Não diz piadinhas, mas também não exige chá quente como fez durante a actuação de passagem de ano em Nova Iorque. Parece vagamente deslocada e incomodada por ter de privar com pessoas que são menos famosas do que ela.

Entretanto, há bronca no Twitter: a ex-actriz Ally Sheedy, conhecida por “Breakfast Club”, deixa algumas bocas a Franco dando a entender que o rapaz não é boa rês e é um dos motivos pelos quais Sheedy deixou Hollywood.

Na categoria Melhor Actor De Comédia Ou Musical, Emma Stone segura o envelope com o nome do vencedor com receio de que esteja lá a coisa errada, como aconteceu com o seu “La La Land” nos Oscares. Mas, até ver, parece que ganhou mesmo James Franco por The Disaster Artist. O filme é baseado na história real de “The Room”, talvez o pior filme de todos os tempos (meu coração balança com o “Pesadelo Cor-de-Rosa”, com a Catarina Furtado). Franco convida o muito real Tommy Wiseau, actor do original, a subir ao palco com ele.

Wiseau vai directo para o microfone, mas Franco impede-o com um empurrão de deixar o Maxi Pereira orgulhoso. Percebe-se, para fazer figura de asno já bastou o próprio Franco a apresentar os Óscares em 2011. Entretanto, há bronca no Twitter: a ex-actriz Ally Sheedy, conhecida por “Breakfast Club”, deixa algumas bocas a Franco dando a entender que o rapaz não é boa rês e é um dos motivos pelos quais Sheedy deixou Hollywood. Acaba os tweets com #metoo, numa suposta referência a assédio e/ou manipulação. Franco foi encenador da actriz em 2014 na peça “The Long Shrift”.

Sétimo prato: outra vez torradas e outra vez Big Little Lies

Laura Dern ganha Melhor Secundária Em Mini Série para “Big Little Lies” e apela ao fim de uma cultura de silêncio e à atenção que devemos ter com as crianças vítimas de bullying. E por falar em crianças: Dwayne Johnson sobe a palco com a filha de 16 anos e diz que ela agora é embaixadora dos Globos. Não se percebe bem o porquê, mas volta-se a discursar sobre igualdade e toda a gente bate palmas.

A vencedora de Melhor Actriz Secundária Numa Comédia é Allison Janney por “I, Tonya” e fala de outro dos temas da noite nesta Era Trump: a nossa perceção da verdade. Num dos momentos mais estranhos da noite gradece ao pássaro com quem contracenou, levando até uma réplica no ombro quando apresentou a nomeação do filme.

O próximo a subir (a custo) ao palco é Kirk Douglas, que tem actualmente 134 anos. Esperem, fui ver ao Google e afinal tem só 101. É homenageado pela nora, Catherine Zeta Jones, que realça o seu papel no fim das listas negras de simpatizantes comunistas no rescaldo da Segunda Guerra Mundial. Douglas diz algumas larachas, de certo adoráveis, mas com uma dificuldade no discurso que nem o Cogumelo do Tempo salva. Felizmente, por respeito as pessoas riem e aplaudem nos sítios certos. A dupla apresenta Melhor Guião, que vai para “Three Billboards Outside Ebbing, Missouri”.

Apesar destes serem os prémio da Foreigner Press, é bastante notório na categoria seguinte o quanto se estão a marimbar para projectos que são, efectivamente, foreigners. A categoria Melhor Filme Estrangeiro é apresentada por Hugh Grant e por Sarah Jessica Parker como se estivessem a fazer uma colonoscopia. O realizador do filme vencedor, “In The Fade” (em Portugal “Em Pedaços”) tem de fazer o discurso a correr, feito Usain Bolt dos agradecimentos.

Chegados a Melhor Actor De Mini Série, vence Ewan McGreggor por “Fargo”, onde faz de gémeos. Agradece à sua namorada (e co-protagonista) e à ex-mulher de 22 anos que deixou por esta. Isto se calhar tem o seu quê de bonito, suponho.

Oitavo prato: cházinho para a dor de barriga e Oprah a Presidente

“The Marvelous Mrs. Maisel” ganha Melhor Comédia Para Televisão, oficializando que este foi o ano das mulheres no pequeno ecrã. Oficializa também a Netflix como grande perdedora da noite, com os grandes prémios a irem para as concorrentes directas Amazon e Hullu (a casa de “Handmaids Tale”). Já não lhes bastava nunca mais irem ter o “House Of Cards” nomeado na vida.

O prestigiado prémio Cecil B. DeMille foi entregue a OprahWinfrey, a primeira mulher negra a ser agraciada com este galardão. O que se seguiu foi interpretado por muitos como o discurso inspirador que lança a ex-apresentadora, pelo menos nos nossos sonhos, numa futura corrida à presidência dos Estados Unidos.

Prémio de consolação para o gigante de conteúdos com o prémio de Melhor Actor de Comédia a ir para Aziz Ansari por “Master Of None”. O actor e criador agradece a Itália por tudo o que comeu por lá durante as gravações desta segunda temporada. Lembro-me que talvez tenha lasanha do Lidl no congelador.

Segue-se um dos momentos mais aguardados da noite: o prestigiado prémio Cecil B. DeMille a ser entregue a Oprah Winfrey, a primeira mulher negra a ser agraciada com este galardão. O que se seguiu foi interpretado por muitos como o discurso inspirador que lança a ex-apresentadora, pelo menos nos nossos sonhos, numa futura corrida à presidência dos Estados Unidos. Oprah 2020, pedem já os fiéis. O discurso assentou, como não podia deixar de ser, nos direitos dos negros e das mulheres, mas sempre numa óptica de esperança. “Um novo dia está no horizonte”, promete ela.

Oprah Winfrey emociona plateia dos Globos de Ouro: “O tempo deles chegou ao fim”

Mas o momento da noite durou dois segundos e passou despercebido a alguns. Ron Howard e Nathalie Portman sobem ao palco para apresentar Melhor Realizador. Portman mostra que ainda há muito a fazer com um singelo “and here are the all male nominees” (“e aqui estão os nomeados, todos homens”). A boca nem sequer é vaga: “Lady Bird” está nomeado nas categorias principais, mas aqui não há nem sinal da sua realizadora, Greta Gerwig. Vence Guillermo Del Toro por “Shape Of Water”. Claramente comovido, explica que este seu filme sobre um monstro é uma metáfora para o falhanço. A orquestra tenta tirá-lo do palco, mas nada demove um homem emocionado por ter feito o filme que sempre quis fazer: “demorei 25 anos a chegar aqui, agora dêem-me um minuto!”.

Nono prato: bombons do Natal e a vingança de Gerwig

Com menos surpresa do que um Benfica – Sintrense, “Big Little Lies” ganha Melhor Mini Série. Uma das produtoras e protagonistas, Reese Witherspoon, realça que a série sobre mulheres num subúrbio rico mostra que “a vida que apresentamos ao mundo é diferente da vida dentro das portas da nossa casa”. Não sei se a juíza do caso Bárbara Guimarães estava a ver televisão às quatro e tal da manhã, mas pareceu-me uma boa dica para ela.

Breves instantes a mostrar a mala dos envelopes que faltam e dois funcionários da Ernst Young com o sorriso de pânico de quem não quer replicar a concorrente PwC nos Óscares do ano passado.

Para apresentar a categoria de Melhor Actriz de Comédia num filme, sobem ao palco Jessica Chastain e Chris Hemsworth. Depressa sugerem que as actrizes nomeadas vão ganhar os 23 por cento que faltam nos seus salários em comparação aos homens, vindo esse fundo do dinheiro poupado com os homens já corridos de Hollywood. Palmas e sorrisos amarelos misturam-se. Vence Saoirse Ronan, a actriz com o nome mais impronunciável do mundo, por “Lady Bird”.

Saoirse volta para o seu lugar, mas nem valia a pena ter andado a maçar a carpete do teatro: instantes depois regressa ao palco quando o filme ganha Melhor Comédia, escancarando assim ainda mais a bizarria da sua realizadora não ter sido sequer nomeada. Talvez Gerwig se vingue nos Óscares.

Décimo prato: limpar migalhas e fechar a festa

Apesar de hoje em dia os Globos de Ouro serem mais frescos e talvez até relevantes que os Óscares, a importância dada ao cinema em detrimento da televisão talvez esteja um pouco desfasada da realidade actual, na qual o pequeno ecrã vive um período áureo. Os fãs de “Guerra dos Tronos” ou de “Stranger Things” já há muito que se foram deitar, pouco ralados com filmes que ainda nem estrearam.

“Thelma & Louise” faz 25 anos e por isso são Geena Davis e Susan Sarandon quem vem entregar o Globo para Melhor Actor De Drama (são apresentadas com a piada-spoiler “elas fizeram o que quisemos fazer o ano todo: atirar-nos com o nosso carro de um penhasco”). Dizem que os actores nomeados deviam doar metade do seu salário para mitigar a diferença salarial de género, mas mesmo como piada a ideia é acolhida como um exagero já batido. Quase me pareceu ouvir os actores a bufarem “já sei, já sei, já me explicaram a noite toda que isto é tramado para as miúdas, já chega”. Vence Gary Oldman, o homem que tanto faz de Drácula como agora de Winston Churchill em “Darkest Hour”.

Uma noite na qual o #timesup foi mais importante que os prémios, mas que mesmo assim misturou o inspirador com o forçado. Em algumas alturas, a cerimónia pareceu quando o homem compra flores para a mulher sem perceber bem porquê, apenas porque ela lhe parece chateada lá com umas coisas dela.

Melhor Actriz De Drama vai para Frances McDormand por “Three Billboards Outside Ebbing, Missouri”. “Tenho umas coisinhas para dizer. Mas vou ser rápida, que estamos todos a precisar de tequilha”. E eu a chá de mação e canela, senhores. Fala da “mudança tectónica na lógica de poder desta indústria”.

De uma senhora para outra, entra Barbra Streisand. Relembra que é a única mulher a ganhar alguma vez ganhar o Globo como realizadora, no ano já longínquo de 1984. O realizador da cerimónia mostra Greta Gerwig com fartura durante esta intervenção, mas uma lady sabe estar e uma lady finge que nem repara. “Three Billboards Outside Ebbing, Missouri” ganha Melhor Drama e depois tudo é muito rápido: não há piada final (depois de um bom monólogo, o apresentador apareceu muito, muito pouco), levanta-se tudo a correr pronto para a rodada de tequilha sugerida pela Frances e quando dou por mim já está antes o Cláudio Ramos a dançar no meu televisor.

Uma noite na qual o #timesup foi mais importante que os prémios, mas que mesmo assim misturou o inspirador com o forçado. Em algumas alturas, a cerimónia pareceu quando o homem compra flores para a mulher sem perceber bem porquê, apenas porque ela lhe parece chateada lá com umas coisas dela. É também patente numa análise mais atenta dos discursos de agradecimento que, mesmo com tantas “histórias de mulheres” quem ainda decide e manda nos estúdios são homens. Ainda.

Susana Romana é guionista e professora de escrita criativa

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