O Sporting vinha numa fase boa e chegava confiante: depois de uma inesperada derrota caseira frente ao Penafiel, os leões tinham seis vitórias e um empate no Campeonato enquanto iam passando eliminatórias na Taça UEFA, incluindo aquela onde Miguel Garcia vestiu o papel de herói em Alkmaar frente ao AZ e colocou o conjunto verde e branco pela primeira vez na final da prova que se iria realizar nesse ano em Alvalade. Já o Benfica, após uma série de seis triunfos seguidos, tinha entrado num ciclo mais irregular, ganhando apenas dois dos cinco encontros antes do dérbi. A 14 de maio de 2005, jogava-se o tudo ou nada.
Não foi propriamente um jogo com muitas oportunidades como aquele que tinha acontecido uns meses antes, quando o Benfica derrotou o Sporting na marcação de grandes penalidades para a Taça de Portugal após um emocionante empate a três. Ainda assim, Simão teve duas chances isolado no decorrer da segunda parte, ambas concluídas com remates ao lado. Para as águias, só a vitória interessava; no caso dos leões, um empate mantinha a liderança e colocava o título a um triunfo de distância, na receção ao Nacional no fim de semana seguinte. Até que, a sete minutos do final, Luisão subiu mais alto na sequência de um livre lateral batido por Petit e marcou o único golo da partida, entre os protestos verde e brancos por uma eventual falta sobre Ricardo. Uma semana depois, o Benfica quebrou um jejum de 11 anos sem Campeonato, enquanto o Sporting desceu ao terceiro lugar, tendo ainda perdido pelo meio a tal final da Taça UEFA, diante do CSKA Moscovo (3-1).
A sete minutos do final, tudo mudou. E também por isso, a realidade dos clubes sofreu um desvio. Não de forma imediata, mas a médio prazo. 13 anos depois, numa altura em que José Peseiro regressa à Luz no comando do Sporting após passagem também pelo FC Porto (de Benfica, assumiu em entrevista ao Diário de Notícias em fevereiro) que já teve essa possibilidade e que continuava a ser um objetivo), encarnados e verde e brancos estão envolvidos em contextos, momentos e perspetivas diferentes. Enquanto um teve apenas um presidente, o outro vai para o sexto; enquanto um teve seis treinadores, o outro teve quase o dobro; enquanto um faturou 125 milhões de euros nas provas europeias entre 2013 e 2017, o outro arrecadou menos de um terço no período homólogo. Esses sete minutos, não justificam tudo mas fazem perceber muita coisa.
Uma mão cheia de diferenças em relação a uma palavra: liderança
O Sporting atravessa nesta fase mais um período de campanha eleitoral, que terá o seu epílogo daqui duas semanas quando os sete (!) candidatos ficarem a conhecer, provavelmente a altas horas da madrugada, o resultado do sufrágio. Entre João Benedito, José Maria Ricciardi, Pedro Madeira Rodrigues, Frederico Varandas, Rui Jorge Rego, Dias Ferreira e Fernando Tavares Pereira, um será o novo presidente dos leões, sucedendo no cargo a Bruno de Carvalho, destituído em junho. E, de forma inevitável, mais cedo ou mais tarde irá cruzar-se com o homólogo do Benfica. Desde 2005, será o sexto rival que Luís Filipe Vieira “terá”.
Sporting-Benfica. Só eu sei porque almoço em casa (e não num hotel)
Se existe diferença 13 anos depois entre os rivais de Lisboa, a mesma entronca na estabilidade diretiva e na linha de continuidade em termos de liderança que uns atingiram e outros ambicionam encontrar. Eleito pela primeira vez em novembro de 2003, Vieira teve apenas um opositor em dois dos cinco sufrágios daí para a frente (Bruno Costa Carvalho e Rui Rangel) – ganhando uma vez com 92% e outra com 83%. Já foi muito contestado, como aconteceu em setembro de 2012 com o chumbo das contas do clube, ou em junho deste ano numa Assembleia Geral ainda em cima da perda do Campeonato e dos vários processos judiciais em torno (direta ou indiretamente) dos encarnados, mas nunca esteve verdadeiramente em causa. Com isso, ou por causa disso, existe um projeto mais estável, melhor consolidado, com resultados práticos e possibilidade de se estender ao médio e longo prazo.
Em total contraponto coloca-se o Sporting e a sua autofagia quase crónica que tão depressa desmonta alicerces de projetos como os derruba de alto em baixo num ápice. Poucos meses depois dessa derrota na Luz, em 2005, José Peseiro acabou por não resistir à contestação dos associados e o próprio presidente Dias da Cunha também se demitiu; Soares Franco ficou como líder interino e, quando se preparava a sucessão para um nome “eleito” (Ernesto Ferreira da Silva), decidiu avançar e ganhou a Abrantes Mendes nas eleições de 2006 (74%-26%, sendo que ainda havia Guilherme Lemos, com pouco mais de 0,5%). Aguentou até 2009, mesmo com resistências internas como a que teve ainda antes do sufrágio pela venda do património não desportivo; aí, afastou-se e foi José Eduardo Bettencourt que agarrou na batuta, derrotando Paulo Pereira Cristóvão (90%). Não resistiu ao maus resultados desportivos e financeiros e demitiu-se em fevereiro em 2011. Nas mais polémicas eleições do clube, no mês seguinte, Godinho Lopes derrotou por 400 votos Bruno de Carvalho (Dias Ferreira, Pedro Baltazar e Abrantes Mendes também estavam na corrida). “Sofreu” da mesma falta de resultados, desportivos e financeiros, e demitiu-se dois anos depois. Em março de 2013, Bruno de Carvalho venceu José Couceiro (53,7%-45,3%, com 1% para Carlos Severino), foi reeleito em 2017 frente a Pedro Madeira Rodrigues (87%) mas acabou destituído em Assembleia Geral após dois meses de polémica e crise institucional.
Aprender com os erros vs. repetir os erros (até à casa de partida)
No final dessa temporada de 2004/05, Giovanni Trapattoni decidiu colocar termo à ligação com o Benfica apesar do sucesso, ao passo que José Peseiro permaneceu no Sporting apesar do insucesso. 13 anos depois, o italiano está afastado do futebol desde que saiu do comando da Rep. Irlanda, em 2013 (antes esteve um ano no Estugarda e dois no Red Bull Salzburgo), ao passo que o português passou por mais de dez clubes e seleções em seis países diferentes (Al-Hilal, Panathinaikos, Rapid Bucareste, Arábia Saudita, Sp. Braga, Al-Wahda, Al Ahly, FC Porto, Sp. Braga, Al-Sharjah e V. Guimarães) até regressar este verão em Alvalade. Do individual para o coletivo, também o Benfica ganhou uma estabilidade técnica que o Sporting ainda tenta encontrar.
Rui Vitória e o “reconhecimento de parte a parte” entre clube e treinador
Depois da Velha Raposa, Vieira apostou em Ronald Koeman mas, apesar de ter chegado aos quartos da Champions, a falta de títulos nacionais levou à saída um ano depois. Seguiu-se Fernando Santos, que fez a temporada de 2006/07 e uma jornada da época seguinte antes de ser substituído por José António Camacho, acabando 2007/08 com Chalana no banco. Quique Flores também não vingou e, no final de 2008/09, saiu. Chegou Jorge Jesus e o paradigma mudou: em dez anos, houve apenas dois técnicos, com Rui Vitória a chegar em 2015. O presidente encarnado já admitiu em entrevista que a decisão mais complicada que tomou foi a rescisão prematura com o atual selecionador nacional, mas percebeu também a importância da estabilidade no comando técnico mesmo quando o contexto não era o mais favorável, como aconteceu com Jesus no final de 2012/13. Com isso, além de manter sempre uma base na equipa, potenciou também a parte dos resultados desportivos e a própria formação.
No Sporting, o processo foi inverso: em nome da estabilidade, Dias da Cunha quis manter José Peseiro na temporada seguinte a perder em quatro dias o Campeonato e a final da Taça UEFA, caindo também juntos no final de setembro. Seguiu-se Filipe Soares Franco, seguiu-se Paulo Bento (que era treinador dos juniores à data) e seguiu-se um período em que fizeram dupla até ao final do mandato do primeiro. Bettencourt manteve a aposta em Bento com a célebre expressão do “forever”, mas a saída em novembro inverteu esse ciclo – depois da transição de Leonel Pontes, Carlos Carvalhal acabou a época de 2009/10, Villas-Boas tinha acordo para a temporada seguinte mas caiu, Paulo Sérgio foi aposta para 2010/11 mas, até 2013, os técnicos foram-se sucedendo: José Couceiro, Domingos Paciência, Sá Pinto, Oceano, Vercauteren, Jesualdo Ferreira. Bruno de Carvalho começou por apostar em Leonardo Jardim que saiu para o Mónaco um ano depois, Marco Silva ganhou a Taça de Portugal mas também saiu incompatibilizado com o líder do clube e Jorge Jesus aguentou três anos que, qualquer que fosse o escrutínio da Assembleia Geral destitutiva, já tinham chegado ao fim. Peseiro voltou mas não tem uma situação muito estável.
Os líderes que são muito mais do que as pessoas com a braçadeira
Começa a ser complicado encontrar imagens de jogo de Luisão no Benfica sem a braçadeira. Aliás, é fácil mas temos de recuar quase dez anos. Ainda assim, também está bem assente quem é o número 2 caso o brasileiro não jogue: Jardel. E até existe uma clara ideia de quem tem perfil para assumir essa hierarquia, anunciado pelo próprio Luís Filipe Vieira – Rúben Dias. Do lado do Sporting, a pré-temporada serviu também para se perceber quem podia ter esse papel depois das saídas de Rui Patrício e William Carvalho e, quando se pensava que seria Coates o eleito, Nani assumiu a braçadeira nos primeiros jogos.
Afinal, era um trampolim mas para outra coisa: Luisão é o mais titulado de sempre pelo Benfica
Dois anos antes dessa temporada da conquista do título, o Benfica tinha registado um caso na pré-época quando foi “apanhada” uma conversa entre Simão e Hélder, onde o avançado se mostrava desagrado como tinha sido votado o capitão principal do plantel entre todos os jogadores. O central saiu no final de 2003/04 e a braçadeira lá passou para o braço do número 20, que liderou a equipa em campo e no balneário até sair para o Atl. Madrid em 2007. De forma natural, Nuno Gomes, outro dos pesos pesados do balneário, assumiu a função até sair para o Sp. Braga em 2011, já na parte final da carreira. Daí para cá, Luisão, que já era vice, tornou-se número 1 e tem batido recordes atrás de recordes na história do clube.
Do lado do Sporting, entre apostas prematuras e escolhas onde a antiguidade prevalecia sobre o perfil, a braçadeira tem andado a rodar de braço em braço. Em 2005, depois da retirada de Pedro Barbosa, o papel passou por uns meses para Beto (que sairia no mercado de inverno desse ano para o Bordéus) e chegou depois ao braço de Ricardo Sá Pinto. Pouco antes do verão de 2006, quando se pensava que teria sido o último ano da carreira do avançado, o internacional quis fazer mais uma temporada. As portas fecharam-se, rumou à Bélgica (Standard Liège) e Custódio foi o escolhido. Mais uma época, mais mexidas: o médio saiu, Ricardo também, a cedência de Caneira terminou e João Moutinho, então com 20 anos, assumiu a responsabilidade. Em 2010, após uma saída polémica de Alvalade para o FC Porto, a braçadeira foi entregue a outro miúdo da formação: Carriço. Foi sol de pouca dura e, com a chegada de Domingo, saltou para outro central no Sporting desde 2004: Polga. Em 2012, Sá Pinto estava no comando técnico e, percebendo também esta instabilidade na liderança, decidiu designar um grupo de cinco capitães com maior (Carriço, Patrício e André Martins) ou menor (Rinaudo e Elias) ligação ao clube. Com Rinaudo a perder influência em campo, Rui Patrício assumiu em definitivo a braçadeira, que dividiu ao longo da última época com William Carvalho. Ou seja, contas feitas, o Sporting teve a posição de número 1 da hierarquia dividida entre 11 jogadores…
Nos últimos dez anos, como estão as contas dos títulos? 17-3
Recuando até à temporada de 2004/05 que ficou praticamente sentenciada com o golo de Luisão no dérbi da penúltima jornada e olhando para a realidade que se vive nos nossos dias, os papéis foram praticamente invertidos: no passado, era o Benfica que queria quebrar o maior jejum de títulos da sua história (11 anos), enquanto o Sporting lutava pelo terceiro Campeonato em seis anos desde 2000; agora, olhando para as ambições das duas equipas, os encarnados, depois da frustração do penta, tentam chegar ao quinto Campeonato em seis anos, enquanto os verde e brancos tentam acabar com o segundo maior jejum (16 anos).
Benfica campeão, mais uma festa no Marquês. “Agora é todos os anos a mesma coisa?!”
Olhando para a realidade das águias depois desse título de 2005, houve mais um hiato de cinco épocas sem vencer o Campeonato que terminou no primeiro ano de Jorge Jesus, mas os quatro títulos consecutivos entre 2013 e 2017 conseguiram “estancar” a tendência crescente do FC Porto desde que Pinto da Costa assumiu a liderança dos dragões. Contas feitas, em 13 anos desde 2005 (inclusive), o Benfica venceu seis títulos e os rivais nortenhos sete. A isso somaram-se ainda duas Taças de Portugal, sete Taças da Liga, quatro Supertaças e, sobretudo, um visível crescimento em termos de peso europeu, com a presença em duas finais da Liga Europa – prova conquistada pelos azuis e brancos em 2011 –e em quartos de final da Champions.
Já o Sporting, que terminou o Campeonato de 2006/07 a um ponto do FC Porto e o de 2015/16 a dois pontos do Benfica (que conseguiu inclusive nessa temporada bater o recorde de pontuação na Liga, igualada pelos dragões de Sérgio Conceição em 2017/18), não voltou a conquistar o principal título nacional entre anos de maior austeridade e outros de maior aposta, registando sim a pior classificação da história em 2012/13 (sétimo lugar). Assim, e nos últimos 13 anos, depois de perder o título e a Taça UEFA em quatro dias, os leões ganharam três Taças de Portugal, uma Taça da Liga e três Supertaças; desde 2008 (ou depois da era Paulo Bento), a equipa verde e branca celebrou apenas a conquista de três troféus no futebol sénior.
Comprar bem para vender melhor antes de formar bem e vender melhor
Recuando a 2005, o impacto direto do sucesso desportivo nas vendas desportivas não era algo matemático. Por exemplo, no defeso após essa conquista do Benfica, o único encaixa significativo que os encarnados fizeram foi Miguel, o lateral que rumou ao Valencia (que tentava voltar a lutar pelo título ganho em 2004), ao passo que o Sporting venceu o central nigeriano Enakarhire ao Dínamo de Moscovo, então uma espécie de novo El Dorado da Rússia. No entanto, a realidade mudou.
Até 2010, o Benfica não teve propriamente grandes encaixes de verão. Depois de Miguel, que tinha saído por oito milhões de euros, houve as vendas de Simão (Atl. Madrid, 20 milhões) e Manuel Fernandes (Valencia, 18 milhões) – além desses negócios, registou-se apenas a alienação de Nelson (Betis, seis milhões) e Ricardo Rocha (Tottenham, cinco). Nessa temporada de 2009/10, o sucesso desportivo teve prolongamento na parte financeira no final da temporada, com Di María (Real Madrid, 33 milhões), Ramires (Chelsea, 22 milhões) e David Luiz (Chelsea, 25 milhões em janeiro), e assim continuou até aos dias de hoje com uma nuance: inicialmente, as principais vendas foram sobretudo apostas que resultaram e saíram, casos de Matic, Enzo Pérez, Gaitán, Fábio Coentrão ou Rodrigo; depois, começaram a ser também de jogadores que passaram pelo Seixal antes da equipa A ou fizeram a formação no clube, como Renato Sanches, Ederson, Lindelöf, Gonçalo Guedes ou Nelson Semedo.
No caso do Sporting, a evolução foi distinta e com parâmetros diferentes: por um lado, e à exceção de Nani em 2007/08 que saiu para o Manchester United por 25,5 milhões de euros, foi preciso esperar pelas alienações de João Mário (Inter, 40 milhões, na maior venda de um jogador português que alinhava na Liga) e Slimani (Leicester, 31 milhões) em 2016 para se assistir a um negócio acima dessa barreira; por outro lado, e olhando para o top-10 das maiores transferências dos jogadores, apenas três foram mais valias inflacionadas em Alvalade: Slimani,, Rojo (Manchester United, 2014) e Duscher (Deportivo, 2000); por fim, continua a haver uma dependência quase total do rendimento dos grandes talentos da formação para alcançar grandes encaixes financeiros – entre 2000 e 2018, 13 dos 20 jogadores que renderam mais passaram pelas camadas jovens.
Um fosso que se foi adensando a nível de capacidade de gerar receitas
Após um longo jejum de títulos dos encarnados, que contrabalançava com o regresso dos leões aos êxitos no Campeonato, não existiam aqui grandes nuances a nível de receitas e de faturação entre Benfica e Sporting, a viver os primeiros anos de experiência dos novos estádios que trouxeram outras possibilidades a nível de entradas que os antigos não permitiam. Agora, e sobretudo alavancado pela conquista do tetracampeonato, a realidade de ambos mudou e existem diferenças acentuadas.
Na apresentação do Relatório e Contas da SAD do Benfica no exercício de 2015/16, Domingos Soares Oliveira, CEO das águias, destacava aquela que foi uma espécie de marca histórica em termos nacionais que poucos poderiam prever há uns anos: pela primeira vez, os encarnados superaram os 200 milhões de receita. Mas as diferenças em relação ao ciclo dos últimos quatro a cinco anos é bem maior: se é certo que, com o contrato feito com a NOS, o maior de sempre feito pelo clube verde e branco, existe uma linha muito próxima de valores a nível de direitos televisivos, a verdade é que o Benfica conseguiu um total de 900 milhões de euros de receitas entre 2013 e 2017 contra menos de metade do Sporting no período homólogo (410 milhões); olhando apenas para as competições europeias, o fosso sobe para três vezes mais, com 125 contra apenas 40 milhões. E esta é talvez a maior diferença de todas entre os dois clubes – influenciado, claro está, pelo sucesso desportivo.
A evolução das assistências que explicam as bases para o futuro de ambos
Os últimos anos dos velhinhos estádio da Luz e José Alvalade coincidiram com um decréscimo generalizado de espetadores, sendo que os encarnados chegaram mesmo a jogar no Jamor por causa das obras do novo recinto, enquanto os leões tinham parte de uma bancada inutilizada. Com o Campeonato da Europa de 2004, houve um boom inicial pela “novidade” e um crescimento exponencial que acompanhou os resultados desportivos mas que explica as bases para o futuro dos dois conjuntos.
De acordo com o relatório consolidado “European Club Footballing Landscape” publicado pela UEFA no início de 2018, o Benfica era o nono clube europeu com maior media de assistências por jogo, quase nos 56 mil espetadores. Nem sempre foi assim, com três anos seguidos antes do título de 2010 abaixo dos 40 mil, mas o sucesso desportivo do tetracampeonato multiplicou essa realidade e os próprios responsáveis do clube gostariam de ter mais oferta para a procura de algumas zonas específicas como os camarotes (essa área do corporate está a anos luz dos restantes rivais nacionais). A tendência, essa, é para haver ligeiras flutuações mas sempre bem acima dos 50 mil, a rondar o intervalo de 80% ou mais de ocupação. No caso do Sporting, e depois da subida verificada na era Soares Franco-Paulo Bento, houve épocas abaixo dos 25 mil de média mas a tendência inverteu-se em definitivo a partir de 2013/14, com uma subida de 26.521 para os 33.703 até às últimas duas épocas, acima dos 42 mil, o que representa uma taxa de ocupação superior aos 80%. A nível de Campeonato, os resultados continuam a não ser suficientes para o título, mas houve uma importante recuperação neste capítulo, com consequências financeiras que permitem maiores encaixes a nível de bilhetes de época e por encontro.