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ANA MARTINGO/OBSERVADOR

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PAN. Da acupuntura às curtas-metragens: quem são os candidatos à porta do Parlamento?

PAN tem como objetivo mínimo manter o grupo parlamentar, mas nos corredores do partido há quem receie perder lugares na Assembleia da República. Quem são os elegíveis do Pessoas-Animais-Natureza?

Na constituição de listas para a bancada do PAN houve dúvidas, propostas de mudanças de círculo, repetição das caras já conhecidas e desafios que não passaram disso mesmo. Inês Sousa Real, que tem negócios no Montijo, rejeitou a ideia de substituir Cristina Rodrigues (eleita em 2019, mas que se desfiliou algum tempo depois) no círculo de Setúbal e avança para as eleições com a quase total garantia de ser eleita na condição de cabeça de lista em Lisboa.

A norte, mantém-se a líder parlamentar no primeiro lugar da lista, mas também houve mudanças face ao que o partido apresentou em 2019. As desfiliações e saídas dos últimos anos deixaram algumas marcas e foi necessário fazer ajustes, mas Bebiana Cunha continua como cabeça de lista, tal como Inês Sousa Real, confiantes que pelo menos o partido consegue manter os quatro lugares conquistados há dois anos.

Na melhor das hipóteses o PAN sonha com aumentar a bancada, na pior com a manutenção dos quatro lugares na Assembleia da República, mas no partido há quem receie perder o lugar de Setúbal. Quem são e de onde vêm os deputados que podem compor a bancada do Pessoas-Animais-Natureza?

Inês Sousa Real faz-se acompanhar por ex-assessora em Lisboa

André Silva é cada vez mais apenas uma memória do partido. Com a saída do líder e ex-deputado único, Inês Sousa Real ascendeu à liderança do partido e deixou a liderança da bancada parlamentar para Bebiana Cunha. A decisão de concorrer por Lisboa não foi consensual. Dentro do PAN houve quem tivesse insistido com a líder do partido para dar a cara pelo distrito de Setúbal.

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A tentativa de manter o lugar que Cristina Rodrigues conquistou em 2019, dando ao mesmo tempo um sinal de proximidade ao território — já que o negócio de frutos vermelhos de Sousa Real que gerou polémica está instalado nesse distrito, no Montijo — não foi suficiente para superar o receio de que o PAN não consiga manter esse lugar e, ao que o Observador apurou, Sousa Real terá pressionado para encabeçar a lista por Lisboa.

Ainda na lista de Lisboa, Nelson Silva é o número dois e a ex-assessora do partido na câmara de Lisboa e no Parlamento, Paula Nicolau, é o número três. Se mantivesse o lugar em Setúbal e Porto, e lhe somasse (o que o partido acredita ser possível) um terceiro mandato em Lisboa o PAN conseguiria aumentar a bancada dos quatro alcançados em 2019 (passaram a três com a saída de Cristina Rodrigues) para cinco.

Começando pela número um, Inês Sousa Real licenciou-se em Direito e completou o mestrado em Direito Animal e Sociedade. Inês de Sousa Real foi também jurista na Câmara Municipal de Sintra desde 2006 e chefe de divisão e execuções fiscais e contraordenacionais entre 2015 e 2019, mas foi enquanto provedora municipal dos Animais de Lisboa que começou a destacar-se. Em 2017 deixou o lugar de provedora queixando-se da “falta de condições”.

No partido, Sousa Real controlou vários anos a distrital de Lisboa, que largou recentemente para assumir a liderança do partido, mas onde deixou pessoas da inteira confiança, uma delas Paula Nicolau.

Paula Nicolau. Facebook/Paula Nicolau

Paula Nicolau é a terceira na lista por Lisboa. É uma das pessoas que o partido tem movimentado ao longo dos anos nas funções de assessoria do PAN entre a autarquia de Lisboa, o Parlamento e o próprio partido. É uma das pessoas da confiança de Sousa Real e que a tem escudado ao longo dos anos no partido, mesmo quando a corrente norte pareceu ganhar mais posição.

Prova da importância que tem e da proximidade à líder do partido e cabeça de lista é o salto que Paula Nicolau deu nas listas do partido. Em 2019 a ex-assessora foi a 45.ª candidata da lista por Lisboa e este ano está num lugar que o partido tem como potencialmente elegível, o terceiro.

O nome de Paula Nicolau foi uma dos visados na troca de assessores entre a Assembleia Municipal de Lisboa e o Parlamento, noticiado pela Sábado em junho de 2020, sendo que internamente é vista mais como um ativo de trabalho do que propriamente político. “Nunca se envolveu a nível político, é uma funcionária”, diz fonte próxima ao Observador.

De acordo com os registos da Assembleia da República, Paula Nicolau foi nomeada assessora parlamentar a 12 de dezembro de 2019 e exonerada do cargo cerca de um mês depois, a 31 de janeiro de 2020. Antes de trabalhar para o PAN, Paula Nicolau já era funcionária da autarquia de Lisboa. Foi requisitada pelo PAN à Câmara Municipal de Lisboa em 2015, quando o PAN se estreou nos mandatos municipais e conseguiu eleger Miguel Santos.

Arquiteta de formação, entrou para a direção do partido no último Congresso e passa agora a ser uma das possíveis deputadas a sentar no hemiciclo parlamentar. Antes, o PAN candidata ainda Nelson Silva.

Nelson Silva, número 2 do PAN por Lisboa

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

O número dois na lista por Lisboa, Nelson Silva entrou para a Assembleia da República para substituir outro Silva. Com a saída do rosto principal do partido, o discreto Nelson Silva passou a estar sob as luzes das câmaras e a representar o PAN, por exemplo, nas reuniões com Marcelo Rebelo de Sousa.

Formado em cinema, com uma passagem pela academia de cinema de Londres, Nelson Silva foi militante do Bloco de Esquerda num breve período temporal. Ao Observador diz ter “pedido a fé no PEV muito cedo”, chegou a participar num acampamento de verão do Bloco de Esquerda, mas inicialmente não se reviu no partido.

Só depois da passagem pelo Reino Unido e de regressar a Portugal se fez militante do BE. Não lhe agradou a democracia interna que viu no partido na altura, mas era “o único semi-ambientalista” no espetro político português e por isso esteve alguns meses como militante.

Acabou por ser um familiar a levá-lo para o PAN onde se filiou depois de uma conversa com André Silva. Foi o responsável por dinamizar a concelhia de Odivelas do PAN, sem surpresas para o conhece. Já durante a vida estudantil fechou a escola onde estudava, a Escola Secundária David Mourão Ferreira a cadeado — em 2002 –, e só cedeu depois de uma reunião com o então Secretário de Estado da Educação.

Com um extenso currículo na área do cinema e com nomeações concedidas à curta metragem Yael que realizou, Nelson Silva trabalhou também como lobista na Organização Não Governamental Water.org que se dedica a levar soluções de água potável às populações em África e na América do Sul.

Em 2019 era o terceiro na lista por Lisboa, daí ter conseguido chegar à Assembleia da República com a renúncia de André Silva e foi também eleito deputado municipal do PAN na Assembleia Municipal de Odivelas. No PAN conta também com a presença da mulher, ainda que não partilhem quaisquer órgãos do partido.

Bebiana Cunha passou a líder parlamentar do PAN com a saída de André Silva

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Bebiana Cunha continua como cabeça de lista no Porto

Com lugar praticamente garantido continua Bebiana Cunha. Cabeça de lista pelo círculo do Porto, lugar que a levou ao Parlamento em 2019, a líder parlamentar é uma das principais figuras da corrente norte dentro do PAN, uma voz acérrima da palavra “animais” na sigla do Pessoas-Animais-Natureza.

Com formação na área da psicologia, Bebiana Cunha trabalhava desde 2009 na divisão cívica e juventude na Câmara Municipal de Matosinhos. É casada com Albano Lemos, uma das pessoas mais interventivas no último Congresso do partido e que colhe dentro do partido grande respeito.

Bebiana Cunha começou a colaborar com o PAN em 2011 como voluntária, sem ter qualquer cargo remunerado, algo que mudou em 2019, com a eleição para deputada na Assembleia da República. Em 2021 foi a candidata do partido à Câmara Municipal do Porto onde é autarca desde 2017.

Assume-se como “fortemente anti-especista” e diz acreditar “na educação e no potencial de mudança humano”. Numa entrevista ao Observador em setembro disse ser vegan há nove anos, num processo que foi “gradual”. Na mesma entrevista descartava qualquer intenção de chegar à liderança do partido, afirmando que “o PAN está muito bem entregue à Inês Sousa Real”, mas nos bastidores do partido há quem jure que se trata apenas de uma “paz podre”.

O facto de o marido, Albano Lemos Pires, ser membro da direção do PAN, não incomoda Bebiana Cunha que recusa qualquer ‘Family Gate’ no partido. “Há uma clara confusão de conceitos, uma coisa era eu, enquanto deputada, contratasse o meu marido para trabalhar no PAN, isso eu rejeito totalmente, outra coisa é ter conhecido o meu marido, que na altura não era meu marido, no partido em 2012. Apaixonámo-nos e hoje trabalhamos juntos, ele em regime de voluntariado. Estamos a falar de coisas distintas, a pessoa não pode ser prejudicada nos seus direitos políticos porque é casada comigo”, disse ao Observador em setembro. Albano Lemos Pires é o sexto na lista encabeçada por Bebiana, lugar não elegível para o PAN.

Especialista em acupuntura a tentar segurar lugar de Cristina Rodrigues

Vítor Pinto já foi candidato pelo PAN à câmara de Almada nas autárquicas de 2021 onde conseguiu apenas 1.617 votos, 2,29% ficando apenas à frente da Iniciativa Liberal. Dentro do partido é visto como um “setubalense de gema”, com uma participação muito ativa na distrital de Setúbal.

Será a “grande ligação à comunidade” o trufo que o partido vê no cabeça de lista por Setúbal. Terá provavelmente a missão mais difícil de entre os candidatos já que o lugar em 2019 foi conquistado por Cristina Rodrigues que mais tarde rompeu com o partido.

O currículo de Vítor Pinto, na área da acupuntura fará dele um alvo fácil de outros partidos que se pautam pela “ciência”, argumento aliás já utilizado pelo cabeça de lista do Livre em Lisboa, Rui Tavares, nos debate frente a Sousa Real onde confrontou as convicções e apoios do PAN às terapias alternativas.

Além da geologia, Vítor Pinto é especialista em Acupuntura e Medicina Tradicional Chinesa e é possível ver alguns vídeos desta sua faceta no YouTube bem como ver um perfil de Facebook sobre o livro que escreveu intitulado “Acupunctura da Terra- Uma perspectiva Energética da Água”.

Na candidatura à autarquia de Almada, Vítor Pinto defendeu a candidatura da cidade a património da humanidade tendo por base o valor da “interceção da frente atlântica com o estuário do Tejo” que considerava proporcionar “um património natural de um valor incalculável”.

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