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O ex presidente da Câmara do Porto Nuno Cardoso não tem qualquer intenção de se candidatar à liderança da autarquia nas próximas eleições, agora que foi absolvido no processo do Plano de Pormenor das Antas (PPA), no Porto, 14 de novembro de 2010. (ACOMPANHA TEXTO). JOSE COELHO/ LUSA
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Aos 59 anos, Nuno Cardoso quer voltar a presidir a Câmara Municipal do Porto, cargo que ocupou em 1999 substituindo o socialista Fernando Gomes

JOSE COELHO/LUSA

Aos 59 anos, Nuno Cardoso quer voltar a presidir a Câmara Municipal do Porto, cargo que ocupou em 1999 substituindo o socialista Fernando Gomes

JOSE COELHO/LUSA

Passou pelos cuidados Intensivos, recuperou da Covid e quer ganhar o Porto. Nuno Cardoso pede primárias no PS

A recuperar da Covid-19, Nuno Cardoso quer recandidatar-se à Câmara do Porto e desafia o PS a apoiá-lo. Em entrevista, fala das polémicas enquanto autarca e crítica Rui Rio, Moreira e o Chega.

Foi internado no Hospital de São João com o novo coronavírus. Durante dez dias, passou pelos cuidados intensivos e acabou ventilado. Está agora em casa a recuperar. E tem um desejo: chegar a presidente da Câmara Municipal do Porto.

Em entrevista ao Observador, Nuno Cardoso faz uma verdadeira viagem no tempo e recorda como chegou ao município do Porto, primeiro como assessor do socialista Fernando Gomes, depois como vereador e mais tarde como presidente. Fala dos casos polémicos, como as construções no Parque da Cidade, a condenação por prevaricação em 2009 e da alegada relação umbilical com Jorge Nuno Pinto da Costa e afirma ter a consciência tranquila, sem arrependimentos.

O antigo autarca critica os 12 anos de governação de Rui Rio e não esconde a mágoa com José Sócrates, depois de ter sido preterido por Francisco Assis, em 2005. “Gostaria muito de ter feito esse combate, estou convicto que ganharia porque a minha ligação com o povo do Porto era brutal e a minha intervenção na cidade estava ainda muito próxima. Teria obviamente conseguido estancar essa calamidade que foi a governação de Rui Rio.”

Com o atual presidente da autarquia diz uma relação cordial, reconhece o seu “bom trabalho”, mas lamenta os atrasos nos projetos como o Mercado do Bolhão, o Matadouro Industrial em Campanhã ou o Cinema Batalha. “Não consigo apontar obras estruturantes nos últimos 20 anos.”

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Nuno Cardoso acredita que a cidade precisa de recuperar o fôlego e a dinâmica que tinha no final da década de 1990, por isso quer avançar com o apoio do PS e desafia o partido a realizar eleições primárias para eleger um candidato, apesar de fonte da distrital do PS do Porto já ter rejeitado o apoio oficial. “Estou disponível para apanhar a bandeira do partido e reconquistar a Câmara.”

Nuno Cardoso com António Guterres, primeiro-ministro, em 2001

Como está a recuperar da Covid-19?
A mãe da minha mulher vive connosco e era a nossa maior preocupação. Felizmente ficou assintomática, assim como os meus dois filhos. A minha mulher teve um pouco de febre e eu tive um quadro clínico mais complexo. Estive internado 10 dias no Hospital de S. João, sete dias na enfermaria no serviço de doenças infeciosas e depois subi para a unidade de cuidados intensivos, onde fui ventilado.

Tem doenças associadas ou foi uma surpresa total?
Quando fui presidente da Câmara do Porto era muito novo, tinha uns 38 anos, e não sabia muito bem a relação que deveria ter com a comunicação social, como tinha sempre muito para dizer, e o tempo de antena era pouco, tentava concentrar a mensagem e dizê-la muito rápido, com o nervosismo normal de quem não tem tarimba em termos de comunicação. As pessoas ficaram com ideia de que eu seria asmático, mas nunca tive problemas pulmonares. Isto foi uma surpresa, até porque estou numa condição física muito boa, ainda no ano passado fiz o Caminho de Santiago de Compostela pela primeira vez em nove dias, quando eles aconselham fazer em 16. Felizmente, temos um Serviço Nacional de Saúde que é um exemplo a nível europeu e o Hospital de S. João é um dos melhores do país, para não dizer o melhor. Fui muito bem tratado e o ambiente que se vive no hospital é de uma enorme tranquilidade.

Disse numa entrevista que a cidade esteve parada nos 12 anos seguintes à sua governação. Rui Rio deixou cicatrizes ainda visíveis no Porto?
Cicatrizes creio que não, mas estávamos com um dinamismo incrível. Quando saio da Câmara, a cidade está no auge, com infraestruturas boas e o aeroporto a concluir-se. Rui Rio beneficiou depois com o boom do turismo, para o qual nada contribuiu. Mas um dos pilares absolutamente essenciais para uma cidade é a cultura. Logo nas primeiras entrevistas, lembro-me de ouvir Rui Rio dizer: “Não me falem em cultura que tenho logo que pensar no livro de cheques”. Era assim que ele via a importância da cultura e todo esse setor foi abandonado por ele. Felizmente foi recuperado com o trabalho fabuloso do vereador Paulo Cunha e Silva, que em dois anos conseguiu pegar no fio deixado pela Porto 2001 e relançar esse projeto cultural que é fundamental para a cidade.

Em 2013 candidata-se à Câmara como independente. Porquê?
Fiz essa candidatura absolutamente fora do tempo, fui o último candidato a aparecer e foi uma candidatura um pouco pessoal. Convivi mal com o facto de andar na rua e as pessoas pedirem-me para voltar, decidi que tinha que matar o assunto e candidatar-me. Foi fora do tempo e a minha expectativa era que houvesse bastante cobertura mediática, até porque tínhamos várias candidaturas interessantes: Luís Filipe Menezes pelo PSD, Manuel Pizarro pelo PS e Rui Moreira como independente. Claro que Rui Moreira estava no terreno há dois anos — Rui Rio nomeou-o, em 2011, presidente da Sociedade de Reabilitação Urbana do Porto, o que era uma coisa pouco provável. Houve, por isso, todo um trabalho de preparação a longa distância. Já a corrida ia a meio quando eu parti e a minha esperança era que houvesse mediatização e debates. Mas isso não existiu, foi um logro. Fiz uma candidatura muito digna.

Ficou desiludido com o resultado das eleições? Fizeram-no desacreditar da política?
Assumo a responsabilidade do que fiz, mas há uma situação curiosa que se prende com o facto de as pessoas confundirem o Rui Moreira e o Nuno Cardoso. Somos ambos altos, magros, morenos e há muita gente que nos confunde.

Então acredita houve gente que iria votar em si e acabou por votar em Rui Moreira?
Sim, sim. Posso dizer-lhe que ainda hoje há pessoas que me mandam mensagens no Facebook a pensar que eu ainda sou o presidente, andam distraídos de certeza. É curioso, mas somos relativamente semelhantes.

Que relação tem com ele?
Temos uma relação muito cordial. Quando assumi que estava a preparar uma candidatura, fez questão de me saudar e dizer que não poderia votar em mim porque em principio também será candidato.

Como avalia os dois mandatos de Rui Moreira?
Foi um enorme salto. O mandato de Rui Moreira não tem nada a ver com o mandato de Rui Rio. A cidade recuperou um pouco da sua alma e tem-se feito um trabalho bom. A questão não está tanto na qualidade do trabalho, mas sim no dinamismo. Não me conformo com a velocidade com que se fazem as coisas. Não podemos aceitar que em 20 anos não se tenha feito quase nada de estruturante na cidade. Não consigo apontar obras estruturantes nos últimos 20 anos. Começo a ver o Bolhão e o Interface de Campanhã a serem recuperados e existe uma intervenção importante nos bairros sociais, mas pouco mais.

Pretende recandidatar-se este ano porquê?
Tive 20 anos fora da política, a criar os meus filhos e a trabalhar no mundo mais privado, das assessorias e das empresas. Vejo-me muito disponível para voltar ao cargo público, onde sou muito feliz. Uma autarquia é o sítio mais maravilhoso onde se pode trabalhar em termos políticos, porque efetivamente resolvemos os problemas das pessoas.

Estava à espera de ser apoiado pelo PS?
Gostaria, mas não estou à espera. Fui o último presidente da Câmara socialista, num ciclo de 12 anos em que o líder político foi, sem dúvida, Fernando Gomes. Isso é inquestionável. Mas participei nesse tempo e fui um elemento muito determinante em todo o processo. Acabei por sair do partido em 2013, mas continuo a ser socialista. Na segunda candidatura de Rui Rio, depois de o primeiro mandato ter corrido muito mal, onde ele não se fez absolutamente nada e criou conflitos com todas as instituições, além de ele me ter feito ataques pessoais violentos e profundamente injustos, mobilizei-me para ser candidato pelo PS e consegui o apoio de toda a militância do Porto. Mas depois José Sócrates é eleito secretário-geral do partido e não apoiou essa ideia. Acabou por apoiar a candidatura de Francisco Assis, sabendo nós, o PS do Porto, que iria ser uma calamidade em termos de resultados. Gostaria muito de ter feito esse combate, estou convicto que ganharia porque a minha ligação com o povo do Porto era brutal e a minha intervenção na cidade estava ainda muito próxima. Teria obviamente conseguido estancar essa calamidade que foi a governação de Rui Rio.

Alguém do PS já admitiu apoiar a sua recandidatura?
Se for perguntar aos militantes do Porto talvez lhe digam que simpatizam imenso com a ideia. Diria mesmo que há muitos militantes que ansiavam por isto. Agora dependerá muito dos dirigentes do PS. Estou disponível para apanhar a bandeira do partido e reconquistar a Câmara do Porto.

Concorrendo sempre como independente?
Sim, foi como independente que fui presidente da Câmara e acho que não há necessidade nenhuma de voltar a participar na vida ativa do partido. Gostava que o PS do Porto fizesse eleições primárias, penso que seria um processo político muito interessante. Desta forma, o partido estaria aberto a candidaturas de militantes e simpatizantes, que mostrariam os seus projetos e equipas. Seria um debate altamente mobilizador para a cidade e isso alavancaria a conquista da Câmara. Este procedimento prévio, de escolher o candidato numas primárias abertas à cidade, seria um processo político muito importante até a nível nacional.

Manuel Pizarro é o único nome que se fala para o PS. Seria um bom candidato?
Já foi duas vezes candidato, penso que não é preciso comentar mais nada.

O presidente reeleito do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa (D) acompanhado pelo presidente da câmara do Porto e membro dos orgãos sociais, Rui Moreira, durante a tomada de posse dos órgãos sociais do FC Porto, no estádio do Dragão, Porto, 9 de junho de 2020. JOSÉ COELHO/LUSA

O socialista realça que a relação com o futebol deve ser "transparente" e comenta os dois mandatos de Rui Moreira à frente da autarquia

JOSÉ COELHO/LUSA

Mesmo que Rui Moreira volte a vencer, será o seu último mandato. Na sua opinião, qual é o partido melhor posicionado para daqui a quatro anos conseguir recuperar a autarquia: o PS ou o PSD?
O PS comigo ganha. É o que posso dizer. Se o PS quiser fazer umas primárias, estou convicto que consigo ganhar essas primárias e depois o PS ganha o Porto.

Nuno Afonso, coordenador autárquico do Chega, disse numa entrevista ao Público que Nuno Cardoso vale 1/1,5% do eleitorado e que esses seriam votos que podiam ir para o Chega. Concorda com esta análise?
[Risos] Isso é a coisa mais louca que já ouvi. Tenho esperança que o Chega se esfume, porque efetivamente o Chega não existe. O partido vive da notoriedade de uma pessoa que ganhou essa notoriedade no futebol. É triste que no país grande parte dos nossos políticos ganhem notoriedade a falar de futebol. Tenho muita esperança que o Chega desapareça rapidamente, assim como desapareceu o fenómeno Marinho e Pinto.

Não representa uma ameaça, portanto?
Representa uma ameaça, mas espero que ela se esfume rapidamente. Considero que existe uma responsabilidade enorme dos partidos tradicionais da nossa democracia, nomeadamente o PS e o PSD. A existência do Chega deve-se a eles.

Concorda com o adiamento destas eleições?
Admito que faça sentido adiar cerca de um ou dois meses, é importante que se faça. O processo autárquico envolve milhares de pessoas e muito contacto, uma campanha autárquica sem contacto com as pessoas é quase impossível. Não podemos de maneira nenhuma comparar uma campanha autárquica com as presidenciais. É necessário que a pandemia esteja bastante controlada para podermos fazer uma campanha minimamente normal.

Se regressar à Câmara do Porto, o que será prioritário fazer?
O mais urgente será cuidar da pobreza que se instalou devido à pandemia, apoiando as estruturas que existem no terreno. Felizmente temos um tecido associativo enorme, que também é preciso revitalizar e apoiar, é necessário garantir uma resposta eficaz de forma a que não existam pessoas com fome ou sem abrigo. Tenho esperança que quando a pandemia estiver controlada em termos mundiais, o turismo vá recuperar rapidamente, embora possam existir algumas mudanças mais ou menos estruturantes, mas creio que o turismo voltará. A Câmara vai ter que estar muito atenta a essa revitalização económica, apoiando os agentes económicos e a criação de emprego, acompanhando as políticas nacionais. Haverá muito dinheiro da Europa e as autarquias terão um papel crucial, vão ter que trabalhar bastante e em articulação.

Fazendo uma viagem no tempo, assume presidência da câmara em 1999, em vésperas da Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura.
Acompanhei todo o projeto político liderado pelo Fernando Gomes, apenas não participei na primeira campanha. Fui contratado por ele logo após a vitória eleitoral para ser assessor para a mobilidade, numa altura em que a mobilidade no Porto era uma coisa absolutamente surreal. Ninguém circulava no centro da cidade. Uma pessoa que fosse às compras a Santa Catarina de manhã não conhecia chegar à Rotunda da Boavista na mesma manhã. Demorava imenso tempo. Em 1990, começo como assessor dele, fazendo a ligação com os serviços autárquicos, era também assistente na Faculdade de Engenharia na área dos transportes e fui começando a ficar cada vez mais tempo na Câmara. Dava-me um enorme prazer atuar numa cidade tão maravilhosa. No que à mobilidade diz respeito, revolucionei a cidade toda. Era quase impossível fazermos tanto em tão pouco tempo.

Tinha a ambição de ser presidente?
Não, de todo. Sou fundamentalmente um técnico. Sou engenheiro e por definição os engenheiros gostam de resolver problemas, sou muito formatado para isso. Nunca tive essa ambição e até é curioso a forma como aceitei o convite no limite do tempo, depois de ir sempre recusando. Naquela altura, estava a presidir um projeto importante e estratégico para a região que era a empresa das Águas do Douro e Paiva, por outro lado, tinham-me nascido duas filhas gémeas. Não me queria envolver na política. Acabei por decidir no último dia possível, num domingo à noite. Fiz um contrato com a minha mulher em que lhe prometi que eram apenas quatro anos e depois fui a Vila do Conde dizer ao Dr. Fernando Gomes que aceitava o convite.

"Tenho esperança que o Chega se esfume, porque efetivamente o Chega não existe. O partido vive da notoriedade de uma pessoa que ganhou essa notoriedade no futebol, aliás, é triste que no país grande parte dos nossos políticos ganhem notoriedade a falar de futebol."

O que foi mais desafiante para si enquanto autarca na Porto 2001?
A ideia foi tentar que o projeto fosse a compensação do investimento brutal que se fez em Lisboa na Expo’98. Esta não foi apenas uma iniciativa cultural, com uma boa programação e com bons equipamentos, foi muito mais do que isso. Quisemos ter uma intervenção pesada na cidade, na reabilitação do espaço público e na renovação desse mesmo espaço, o que foi muito determinante e estruturante para tudo aquilo que foi feito a seguir, nomeadamente o investimento privado que veio acolher a grande procura turística que existiu, muito devido ao nosso aeroporto e à nossa rede do metro.

Alguma obra que mais se orgulhe?
Não sou muito disso, cultivo mais a humildade, mas gosto particularmente de uma pequena obra, feita em três ou quatro meses, que ajudou a resolver o problema de tráfego no encontro na Rua de Sá da Bandeira com a Rua Gonçalves Cristóvão. Resolveu-nos um enorme problema que existia no centro da cidade, foi a primeira e a mais simbólica.

Quatro dias antes do final do seu mandato, em 2002, viabilizou a frente urbana do Parque da Cidade, o que permitiu à Imoloc construir nos terrenos junto ao parque. Só entre 2009 e 2013 a câmara teve de pagar 50 milhões de euros ao consórcio proprietário dos terrenos com base nesta decisão. Hoje voltaria a fazer esta aprovação a 96 horas de abandonar o cargo?
O projeto do Parque da Cidade estava completamente enquadrado no Plano Diretor Municipal (PDM). Estávamos a ocupar grande parte do parque, mas os terrenos não estavam comprados. Esses 50 milhões serviram para comprar os terrenos que já tínhamos ocupado. Se o processo tivesse avançado, a negociação que estava estabelecida era que a câmara não iria gastar absolutamente nada porque o promotor tinha visto os seus direitos de construção realizados. No quadro do PDM de então isso era absolutamente viável, mas depois começa uma campanha eleitoral, onde eu não era candidato, e ficava bem ser demagógico e manipular a população dizendo que não se quer construção no parque. Essa ideia pegou. Se eu fosse uma pessoa que não assumisse as responsabilidades, não assinava nada, ficaria para o presidente seguinte. Mas não sou assim. Disse aos serviços do urbanismo para não acelerarem o processo, mas para o gerirem normalmente e caso ficasse concluído, com todos os pareceres positivos, cá estaria para o assinar.

Mas é um dos atos que se arrepende?
Não me arrependo, até porque sabia perfeitamente o que estava a fazer. Os promotores têm prazos e a lei obriga a que câmara responda a determinados prazos, naquele caso concreto, assinei a decisão no dia 4  de janeiro, estava no limite do prazo. Se não assinasse haveria o deferimento tácito e eu não queria sair da câmara com deferimentos tácito. Também é importante esclarecer que não fui eu que marquei a tomada de posse no dia 8 de janeiro de 2002, foi o presidente da Assembleia Municipal e o presidente eleito. A tomada de posse poderia ter sido em dezembro. Se assim tivesse acontecido já não teria assinado dossier nenhum. O facto de Rui Rio ter descansado no seu Natal e no seu fim de ano manteve-me com responsabilidades até ao dia 8 de janeiro e eu assumi isso. Mal seria se não assumisse essa responsabilidade.

Em 2009 é acusado e condenado pelo crime de prevaricação, acabando por ser absolvido. Que marcas deixa um episódio como este?
É muito triste. Não houve prevaricação nenhuma e se houve não foi minha. Relembro que essas mesmas construções continuaram ilegais no tempo de Rui Rio. Portanto, existiram três presidentes da Câmara que compactuaram com uma construção que era ilegal porque não tinha licença. Aquilo não estava licenciado como devia. Tenho culpa nisso porque achei que o processo era tão ridículo que não lhe dei valor. Mas nunca pensei que pudesse ser condenado por uma história dessas, mas não me pesa. Sei que não fiz nada de errado.

O secretário-geral do PS, António Costa (E), cumprimentado pelo recém eleito Presidente da Federação Distrital do Porto, Manuel Pizarro (D) durante o XIX Congresso da Federação Distrital do Porto do Partido Socialista, realizado no Complexo Desportivo Municipal de Leça da Palmeira,12 de setembro 2020. MANUEL FERNANDO ARAÚJO/LUSA

Nuno Cardoso não comenta a possibilidade de Manuel Pizarro voltar a ser candidato à Câmara do Porto e desafia o PS e promover eleições primárias

MANUEL FERNANDO ARAÙJO/LUSA

Foi também acusado de ter uma relação umbilical com o presidente do Futebol Clube do Porto durante o tempo que esteve na autarquia. É justa esta afirmação?
Isso é completamente falso. Que digam que havia uma relação umbilical do clube com o Dr. Fernando Gomes parece-me que sim. Mas comigo não.

Que ligação tem hoje com Jorge Nuno Pinto da Costa?
Tenho uma relação distante, de amizade, mas nada íntima. Respeitamo-nos mutuamente. Tenho muito respeito por ele, afinal é presidente do meu clube e o maior presidente de sempre em todo o mundo. É um grande dirigente desportivo. A minha relação com o clube sempre foi muito transparente.

É importante para um candidato à Câmara do Porto ser apoiado pelo presidente do FC Porto?
Naturalmente que gostaria de ser apoiado por ele, mas não acho que seja importante. O que seria importante no país era separar o futebol da política, mas infelizmente há muita promiscuidade entre as duas áreas, sendo isso muito mais visível em Lisboa do que no Porto. Aqui sempre fomos muito transparentes nessa relação. É óbvio que o clube dignifica a cidade. Quem gere uma cidade tem que trabalhar e ter boas relações com as grandes instituições, sejam elas universidades, instituições de solidariedade ou clubes. Não temos de temer essa relação, desde que ela seja completamente transparente.

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