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Paulo Sande no Carpool do Observador. "Marcelo Rebelo de Sousa terá o meu apoio incondicional"

Acredita no projeto europeu apesar de lhe reconhecer as falhas. E até traz propostas debaixo do braço. Enquanto o Aliança não se decide sobre Marcelo, Paulo Sande já lhe prometeu apoio.

É a primeira vez que se candidata a um cargo político apesar de já ter andado pela política. Ex-consultor político de Marcelo Rebelo de Sousa, Paulo Sande é o cabeça-de-lista do Aliança às europeias. A proximidade que tem com o Presidente da República não o faz hesitar: apoia a recandidatura mesmo que o seu partido não o faça. Sobre a Europa, tem uma visão crítica, mas apresenta as primeiras propostas para solucionar “a enorme crise do projeto europeu”. Do “mandato negociado”, ao esquecimento de Nuno Melo: o candidato do Aliança às europeias em entrevista ao Observador.

[Veja aqui os melhores momentos do Carpool do Observador]:

Para as europeias tem algum resultado a partir do qual se possa falar de uma derrota ou de uma vitória?Realisticamente, uma vitória será eleger eurodeputados. Eleger um julgo que seria normal, dois seria bom e três seria excelente. Eleger eurodeputados na primeira vez que um partido criado em Portugal há três meses, ainda por cima numas eleições com circunscrição nacional, e num grupo de 21 possíveis, seria claramente uma vitória. Vai ser, porque vai acontecer, estou convencido

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Não eleger nenhum seria uma derrota?
Não seria uma derrota em si mesmo. Isto é um partido novo e sabemos que para os partidos novos não é fácil começar em Portugal. Não é fácil começar do nada e retirar dos incumbentes os votos que eles têm. Depende muito do que for a campanha e das mensagens que se transmitam. Mas não parto sequer da ideia de que seja possível não eleger nenhum. Estou convencido de que elegeremos. Gostaria de levar mais gente da lista.

Gostaria de ter companhia?
Senão é muito solitário. Há lá muita gente mas ficaria muito solitário.

Uma das coisas que os analistas mais rapidamente notaram quando o seu nome foi apresentado foi o facto de, na declaração de princípios do Aliança, Pedro Santana Lopes ter apresentado um discurso eurocético, mas ter escolhido para cabeça-de-lista às europeias um europeísta convicto. Isto não é uma contradição em si?
Quem fez essa análise, chamando-me aliás um nome feio, que é federalista, não reparou numa coisa fundamental: convidar-me é justamente renegar essa visão de um partido eurocético, que quer limitar a integração europeia, e escolher outro caminho. Fiquei muito honrado por isso. E mais: foi uma das razões que me levaram a aceitar o desafio. Ao convidarem-me renegaram essa tentação, presente no discurso político e no espaço público português, de ter um discurso mais eurocético, populista ou, até, nacionalista, porque é isso que dá votos. Não concordo nada com isso e os portugueses são um povo adulto, maduro. Aliás, não há nada mais europeísta do que ser um fervoroso patriota. A confusão na cabeça das pessoas sobre estas coisas também tem de ser afastada. Trabalhar na Europa, e fi-lo durante muitos anos, aumentou o meu patriotismo.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Quando recebeu o convite não ficou surpreendido?
Obviamente. Na primeira conversa que tive com Santana Lopes sobre isso, e antes até de aceitar, ficou o claro o que ele pensa sobre a Europa, que equivale muito ao que eu penso. E isso para mim chega. Não há dúvida nenhuma de que as coisas não estão a correr bem. Só um louco ou um utopista é que acha o contrário. As propostas que fiz no congresso têm duas componentes essenciais: mudarem mesmo as coisas e serem factíveis. Quando Santana Lopes me convidou, chegámos a uma espécie de ideia conjunta de que é preciso ter uma atitude diferente na Europa.

Quando se soube que seria candidato pelo Aliança, era ainda assessor de Marcelo Rebelo de Sousa.
Trabalhar com Marcelo Rebelo de Sousa foi provavelmente a maior honra profissional. Fui consultor político do Presidente da República, ainda por cima de um Presidente muito político. O convite para ser cabeça-de-lista teve muitas consequências e uma dessas consequências foi a de que, mais tarde ou mais cedo, haveria que suspender as funções. Teria de haver o momento em que me dava a conhecer e isso não era compatível com uma atividade tão sensível e tão importante.

E não se vê agora no meio de uma contradição? Na moção que leva ao congresso, Santana Lopes diz que não apoia para já uma eventual recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa.
São coisas completamente diferentes.

Se o Presidente da República se recandidatar terá o seu apoio?
Terá o meu apoio incondicional.

Independentemente da posição que o partido assuma?
Terá o meu apoio incondicional independentemente da posição que o partido assuma. Estou a concorrer como independente. Quando o partido tomar a sua decisão, e eu estou mais do que convencido de que vai tomar a decisão de o apoiar, nessa altura as coisas ficarão claras. Mas não vejo aí nenhuma condição. Este é um partido de liberdade, que é a principal coisa pela que devemos lutar, a liberdade de podermos viver e de estudar onde queremos no espaço europeu.

Isso não está ameaçado pela crise do projeto europeu?
O projeto europeu está a atravessar uma enorme crise, sim.

E que voz se pode esperar do Aliança para encontrar uma solução para essa crise?
As propostas que fiz ontem ou alguém as ouve já, porque são suficientemente sérias e documentadas e fundamentadas e todas elas exequíveis, ou então vamos ter de nos fazer ouvir. O exemplo para mim mais importante é que com estas medidas podemos mudar a forma de estar em Bruxelas. Isso é muito importante e tem de ser feito já.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

E o que é que pretende fazer para isso?
Aquilo a que chamei “mandato negociado”. É muito simples: a partir de agora não há legislação importante que não passe primeiro pelo crivo da Assembleia da República. Tornar isso obrigatório não é impossível e já existe noutros países. Pode devolver em parte a Europa a Portugal. Há aí uns cartazes que dizee “A Europa é aqui”.

Sim, os de Nuno Melo.
Sim, esse, não me lembro. Só vi os cartazes e o título. Que a Europa é aqui já se sabia há muito tempo, não é nenhuma descoberta. Temos é de devolver a Europa aos portugueses. Os deputados europeus passam cinco anos a ignorar Portugal na sua dimensão europeia e por isso são poucas vezes associados ao Parlamento Europeu. Quando são as eleições, fazem o contrário: ignoram a Europa e só falam da política portuguesa. Aquilo que vamos fazer é falar da política portuguesa à luz da Europa.

Mas o eleitorado português quer saber da Europa?
O eleitorado português provavelmente não está suficientemente informado. E não estou a falar de cor, porque fui diretor do gabinete do Parlamento Europeu em Portugal durante oito anos e o meu papel era, justamente, fazer recolher informação. Se quiser responsabilizar alguém por essa falha, culpe-me a mim. Não fui capaz de o fazer. Se 85% das nossas leis são feitas em Bruxelas, eu quero que os portugueses participem na feitura dessas leis. Se queremos chegar a Bruxelas e dizer à Comissão Europeia que tem de mudar o seu comportamento e exigir mais transparência temos de ter uma boa participação. Só posso fazer isso se estiver mandatado e com uma participação eleitoral que faça sentido.

E que percentagem considera aceitável?
Gostava de ultrapassar os 40%. Ou, pelo menos, atingir esse número, que é o da média europeia. Tivemos pouco mais de 33% de participação nas últimas europeias. É muito pouco. Um povo antigo não pode deixar a outros aquilo que lhe cabe a si fazer para seu próprio benefício. E para isso temos de combater a corrupção, também. O Aliança tem isso nas suas bases programáticas. O meu país não pode estar sujeito ao fartar de vilanagem destes anos todos. Essa tem de ser uma causa grande enquanto candidatos ao Parlamento Europeu.

Se for eleito, esse sucesso terá dependido mais de si ou de Pedro Santana Lopes?
Em primeiro lugar de Pedro Santana Lopes. Quem me convida tem obviamente a maior responsabilidade no convite que faz. Aquilo que tenho de fazer é honrar o convite  e estar a altura dele. Nesse aspeto, compro o mandato que me é atribuído.

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