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Charlie Perez/NurPhoto via Getty Images

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Pedro Sánchez está nervoso (e tem razões para isso)

O PSOE viu na repetição eleitoral uma hipótese, mas pode estar prestes a perder essa aposta. Após uma campanha difícil, nada é garantido e os apoiantes desesperam: "Está tudo muito complicado…”.

Reportagem em Barcelona, Espanha

Os ponteiros do relógio vão passando, mas não há maneira de Pedro Sánchez chegar. José Antonio Rincón está impaciente. Veio ao comício de encerramento de campanha do PSOE em Barcelona, nesta sexta-feira à tarde, como quem se veste para um jogo da sua equipa de futebol: empolgado e confiante, leva vestida uma camisola “vermelho à PSOE”, que pediu à sua mulher que lavasse de propósito para levar ao comício socialista.

“Sou socialista desde sempre, tal como é a minha família. Lá é em casa é assim, já eram os meus pais, eu também e o meu filho continuará a ser socialista por nós todos, não é assim?”, diz, apontando para o filho, sentado na cadeira ao lado, que lhe devolve um olhar de quem diz “não te preocupes”.

Tem 71 anos e está reformado, depois de ter trabalhado 50 anos como metalúrgico. Começou aos 14 anos, um depois de ter chegado à Catalunha vindo de Badajoz, na Extremadura, pela mão dos pais. “Já sou mais catalá do que extremeño!”, proclama, rindo. Pelo sotaque, ninguém diria — é como se nunca tivesse saído de Badajoz.

Chegou à Fira de Barcelona, local escolhido pelo PSOE para encerrar a campanha, por volta das 18h30 — e duas horas depois ainda não tinha chegado o líder do PSOE. Mas, no fundo, como quem perdoa o melhor marcador da sua equipa que falhe um golo de baliza aberta, José Antonio perdoa também o atraso de Pedro Sánchez. “O homem anda muito cansado”, diz.

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Pedro Sánchez prometeu, no debate, a extradição de Carles Puigdemont. A promessa, na qual insistiu, valeu-lhe críticas de querer submeter a justiça ao executivo (Pablo Blazquez Dominguez/Getty Images)

Pablo Blazquez Dominguez/Getty Images

José Antonio não está a especular nem a inventar nada — foi o próprio Pedro Sánchez que o admitiu numa entrevista esta semana. Vale a pena explicar o contexto. Tudo começa no único debate destas eleições antecipadas, em que Pedro Sánchez aproveitou a sua posição de Presidente de Governo em funções para, vestindo os sapatos de estadista, fazer vários anúncios. Um deles causou mais estrondo do que qualquer outro: prometeu que ia conseguir a extradição de Carles Puigdemont para Espanha.

A promessa de Pedro Sánchez explodiu-lhe nas próprias mãos quando um jornalista da RNE lhe perguntou como isso seria possível, já que em Espanha, como em qualquer democracia consolidada, o ramo executivo não se mistura com o judicial. “De quem é que depende a procuradoria?”, devolveu Pedro Sánchez ao entrevistador. “Sim, sim, depende do Governo”, respondeu o jornalista, depois de algum silêncio. E o socialista respondeu prontamente: “Então, pronto”.

Esse “então, pronto” (“pues, ya está”, no original), tal como toda aquela ideia, irritou associações de procuradores e motivou também críticas de toda a oposição — incluindo do Vox, apesar de este mesmo partido também prometer a detenção do presidente do governo regional catalão, Quim Torra.

Esta quinta-feira, porém, Sánchez deu um passo atrás numa entrevista ao canal de televisão La Sexta. “Há que ser humilde”, disse, recuando no seu “então, pronto”. “São muitas entrevistas, muitas horas à frente de um microfone, à frente de um ecrã, e às vezes não somos precisos”, disse.

“Pedro Sánchez está muito nervoso. O facto de fazer tantos comícios e dar tantas entrevistas por dia é sinónimo de que está nervoso.”
Carmen Torres, jornalista e autora de uma biografia política de Pedro Sánchez

Pedro Sánchez parece, nestes últimos dias, uma banda de top de vendas em intensa digressão. Desde 23 de setembro, dia em que as eleições deste domingo foram oficialmente convocadas, Pedro Sánchez já deu várias entrevistas, desde a alguns meios mais próximos da direita e privilegiando outros mais à esquerda — ao canal La Sexta, deu quatro entrevistas num mês e meio. Em campanha, o ritmo só aumentou. Quinta e sexta-feira, os dois últimos dias de campanha, deu três entrevistas em cada lado. Tudo isto alternado com comícios em toda a Espanha, numa campanha “express” de apenas uma semana, a mais curta de sempre da democracia espanhola.

“Pedro Sánchez está muito nervoso”, diz ao Observador a jornalista do El Independiente Carmen Torres, autora da biografia política de Pedro Sánchez “Instinto de poder – La convulsa trayectoria de un hombre obsesionado con ser presidente” (sem edição portuguesa). “O facto de fazer tantos comícios e dar tantas entrevistas por dia é sinónimo de que está nervoso.”

E o facto é que sobram razões para que, de facto, Pedro Sánchez esteja nervoso.

Depois de ter vencido sem maioria absoluta as eleições de abril, Pedro Sánchez não conseguiu chegar a um acordo com os restantes partidos para formar um governo. À sua direita, Ciudadanos e PP fecharam a porta a qualquer entendimento. À sua esquerda, o Unidas Podemos exigiu-lhe ministérios em troca de apoio para formar governo, condição que Pedro Sánchez se recusou a aceder.

Em abril, o slogan do PSOE era "Agora, Espanha". Na repetição eleitoral, em novembro, passou para "Agora, sim" (John Milner/SOPA Images/LightRocket via Getty Images)

(John Milner/SOPA Images/LightRocket via Getty Images)

Entre as duas tentativas de investidura que falharam (a 23 e 25 de julho) e a convocatória de eleições antecipadas a 23 de setembro, as sondagens sorriam ao PSOE. Embora o deixassem aquém da maioria absoluta (algo que, com o fim do bipartidarismo em Espanha, se tornou num feito virtualmente inatingível), o facto é que estava previsto que o partido de Pedro Sánchez saísse com um mandato reforçado. A confirmar-se esse cenário, e juntando a ele a acumulação de cansaço ao longo de vários meses de bloqueio, Pedro Sánchez acreditou que ficaria mais perto de ser Presidente de Governo. Ir a eleições antecipadas era, tudo sugeria, um perfeito atalho para se manter no Palácio da Moncloa.

Mas, em vésperas de eleições, o que se entende é que esse atalho poderá deixar apenas ainda mais trabalhos a Pedro Sánchez. Depois dos protestos violentos que se seguiram à leitura da sentença dos políticos catalães, e perante um eleitorado pouco motivado que poderá fazer disparar a abstenção, Pedro Sánchez pode sair destas eleições com menos votos e menos deputados do que tinha até agora. E, além disso, ainda com menos soluções para poder governar.

Tal como Espanha, Sánchez sobreviveu a quatro eleições em quatro anos

Nada disto é novo para Pedro Sánchez. Na verdade, estas são as suas quartas eleições em quatro anos — um dado biográfico que torna evidente que a sua história é também a da Espanha dos últimos tempos. E, ao longo desse tempo, para surpresa de alguns, Pedro Sánchez (e Espanha também) acabou por sobreviver sempre.

A primeira vez que Pedro Sánchez foi a eleições foi em dezembro de 2015, eleições em que levou o partido ao seu pior resultado até então: 22% e 90 deputados. Ainda tentou formar governo, apesar de ter terminado em segundo lugar atrás do PP de Mariano Rajoy, mas nada feito. Foi novamente a eleições, a junho de 2016, e dali voltou a ter o pior resultado dos socialistas até então — com mais 0,63% do que nas eleições anteriores, é certo, mas também com menos cinco deputados.

Mesmo com Mariano Rajoy em primeiro lugar, Pedro Sánchez continuou a insistir em não lhe dar a abstenção necessária para haver um governo do PP. A insistência repetida soltou alarmes dentro do próprio PSOE, cujos barões saíram ao ataque contra Pedro Sánchez e apoiaram o nome de Susana Díaz, então presidente do governo regional da Andaluzia, para suceder-lhe. Tudo culminou numa tensa reunião do comité federal do PSOE, na sede do partido, em Madrid. Com centenas de militantes e curiosos concentrados na rua, os líderes regionais e nacionais do PSOE estiveram reunidos 12 horas, ao fim das quais Pedro Sánchez capitulou, entregando a sua demissão.

Depois da segunda derrota eleitoral de Sánchez, em 2016, Susana Díaz avançou com apoio dos barões. O PSOE foi a primárias e a andaluza foi derrotada por Sánchez (JORGE GUERRERO/AFP/Getty Images)

JORGE GUERRERO/AFP/Getty Images

Muitos viram ali o fim de Pedro Sánchez — mas ele viu um começo. Após várias hesitações, a liderança interina do PSOE decidiu que o próximo líder seria eleito através de eleições primárias, a serem celebradas em junho de 2017. Por altura desse anúncio, um nome conhecido dos corredores da política espanhola chegou aos ouvidos de Pedro Sánchez: Iván Redondo. Especialista em estratégia e comunicação política, é um ávido jogador de xadrez — e é com os mesmos olhos que olha tanto para um tabuleiro de jogo como para uma estratégia política.

Depois de ter trabalhado com o PP (ajudou a eleger Xavier García Albiol em Badalona, na Catalunha, com uma mensagem fortemente anti-imigração; esteve por trás da eleição do primeiro governo do PP na Extremadura, sob a liderança de José Antonio Monago), Iván Redondo aceitou trabalhar para a equipa de Pedro Sánchez nas eleições primárias. Foi um xeque-mate: numas eleições em que participaram praticamente 80% dos quase 190 mil militantes do PSOE, Pedro Sánchez venceu com 50,26% dos votos e arrumou Susana Díaz e os barões do partido.

Menos de um ano depois, estalava o escândalo Gürtel, grave caso de corrupção que levou à prisão de vários ex-dirigentes do PP e que acabou numa sentença onde se declarava que o próprio partido tinha beneficiado com fontes de financiamento ilegal. Além do mais, apesar de não ter sido alvo da condenação, os juízes punham em causa a veracidade do depoimento que o então líder do PP e Presidente de Governo, Mariano Rajoy, fez durante o julgamento.

Em junho de 2018, Pedro Sánchez conseguiu derrubar Mariano Rajoy com uma moção de censura que poucos previam que pudesse ter sucesso (PIERRE-PHILIPPE MARCOU/AFP via Getty Images)

PIERRE-PHILIPPE MARCOU/AFP via Getty Images

Foi uma catástrofe à direita, da qual Pedro Sánchez se aproveitou como ninguém. Depois de trocar ideias com Iván Redondo, avançou para uma moção de censura pela qual ninguém, a não ser eles os dois, dava um tostão. No final de contas, com poucos telefonemas, conseguiram a neutralidade do Ciudadanos, tal como o apoio do Podemos e de vários partidos independentistas da Catalunha e do País Basco. A moção de censura proposta pelo PSOE vingou — e, como mandam as regras, Mariano Rajoy teve de ceder o lugar a Pedro Sánchez.

Foi naquele lugar que o socialista se sentou um total de 527 dias até estas eleições. Um ano, cinco meses e nove dias ao fim dos quais, como sempre, sobreviveu. Mas, no final de contas, não tem como saber o que virá depois.

“Está tudo muito complicado…”

José Antonio Rincón vai suspirando, olha para um lado e depois para o outro, levanta-se e vai-se sentando, e continua tudo na mesma. No palco, vão discursando vários políticos do Partido Socialista da Catalunha (PSC), a filial do PSOE na Catalunha. José Antonio pouco lhes liga. Veio mesmo foi para ver Pedro Sánchez, tal como tantos apoiantes do PSOE, já largas centenas, que estão sentados na Fira de Barcelona, que falam por cima dos primeiros discursos.

A enormíssima parte daqueles que aqui se sentam partilham as rugas e cabelos brancos de José Antonio. Os jovens escasseiam — e muitos dos que entram no pavilhão são expressamente enviados pela organização para as cadeiras que circundam o palco onde Pedro Sánchez vai discursar ou para a bancada que ficará atrás do líder socialista. Desta forma, quando começar o discurso, Pedro Sánchez aparecerá nas televisões à frente um pequeno mar de caras jovens, tal como de uma família de muçulmanos, onde duas mulheres vestem um hijab. Os eleitores mais velhos, que são a larga maioria desta sala, ficarão fora de plano.

José Antonio está confiante numa vitória, apesar da difícil campanha que o PSOE e o seu líder tiveram. Mas sabe, como qualquer um em Espanha, que Pedro Sánchez não terá maioria absoluta. E, por isso, só de pensar nos próximos dias de negociações este metalúrgico reformado já fecha os olhos e franze a cara num esgar de dor. “Vai ser uma confusão dos diabos, lá isso vai…”, lamenta.

Os poucos jovens presentes foram levados a sentar-se atrás do palco, para aparecerem nos vídeos dos discursos. Os mais velhos ficaram fora de plano (Charlie Perez/NurPhoto via Getty Images)

(Charlie Perez/NurPhoto via Getty Images)

Um pouco à semelhança do que resultou das eleições de abril, Pedro Sánchez deverá voltar ter esta segunda-feira duas opções: para fazer coligações, ou se vira para a esquerda e para alguns independentistas, ou então vira-se à sua direita.

À sua esquerda, tem o Unidas Podemos (que continua a exigir entrar no governo e ter ministérios), tal como o Más País, do ex-Podemos Iñigo Errejón. Além disso, pode estender a mão ao Partido Nacional Basco, ao Partido Regionalista da Cantábria e à Coligação Canária. Mais difícil, mas ainda assim possível, pode também procurar o apoio da Esquerda Republicana da Catalunha.

À sua direita, sobra apenas um partido que, de acordo com as sondagens, o poderia ajudar a formar governo: o Partido Popular. Ao contrário do que se passou nas eleições de abril, o resultado do Ciudadanos agora deverá ficar pela metade, retirando importância ao partido de Albert Rivera na hora de pegar na calculadora.

José Antonio sabe bem qual é a opção que quer: quer um governo do PSOE apoiado pela esquerda e partidos independentistas e regionalistas. Mas, quando recorda a lista, volta ao seu esgar de dor e logo se ri diante de tarefa tão complexa. “Está tudo muito complicado…”, refere. Mas prefere isso à outra alternativa: “O pior que pode haver é um governo socialista condicionado com o PP. No dia em que o Casado tiver, desculpe a expressão, o Sánchez agarrado pelos tomates, o país vai passar mal”.

“O pior que pode haver é um governo socialista condicionado com o PP. No dia em que o Casado tiver, desculpe a expressão, o Sánchez agarrado pelos tomates, o país vai passar mal."
José Antonio Rincón, eleitor do PSOE, 71 anos

Falar disto tudo torna o semblante de José Antonio mais carregado. Tal como acontece quando fala da crise na Catalunha, tema omnipresente em toda a campanha. Sobre o endurecimento do discurso de Pedro Sánchez em relação à Catalunha (além da promessa de extradição de Carles Puigdemont, antes da leitura da sentença voltou a acenar com o Artigo 155), José Antonio só vê méritos. “A situação também mudou muito, portanto Pedro Sánchez também tem esse direito. Antes disto, ninguém andava por aí a queimar contentores e a cortar estradas e linhas de comboio”, diz.

Quando diz esta frase, as luzes do pavilhão baixam ligeiramente, soa uma música delicodoce e são anunciados três oradores, todos catalães: o cabeça de lista do PSC por Barcelona ao Senado e presidente daquela câmara, Manuel Cruz; o líder do PSC, Miquel Iceta; e Josep Borrell, até há pouco tempo ministro dos Negócios Estrangeiros e desde 1 de novembro Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros.

José Antonio ouve os seus discursos sentado, batendo palmas casualmente, sem grande convicção. Na maior parte das vezes, tamborila os dedos em cima da perna direita, cruzada sobre a esquerda. Os discursos são em catalão, língua que consegue acompanhar mas que não domina. Quando Josep Borrell cita longamente um artigo escrito em 1981 pelo republicano e ex-presidente da Generalitat no exílio Josep Tarradellas, José Antonio chega a suspirar várias vezes. Ao lado, o filho passeia pelo Instagram.

Só quando voltam a ouvir a mesma música delicodoce acompanhada pelos gritos de Miquel Iceta, homem que é perito em levantar plateias mas que desta vez falhou nessa proeza, é que José Antonio despertou do seu torpor. É que, finalmente, estavam a anunciar Pedro Sánchez. Entrou por uma porta no canto da sala. Por força de abraços, beijinhos e selfies,  demorou cinco minutos a percorrer os cem metros que dela distam até ao palco.

“Agora é que é!”, diz José Antonio, esfregando as mãos de satisfação, como se nos últimos minutos de um jogo empatado a zeros a sua equipa tivesse conquistado um penálti.

Entre ter entrado no pavilhão e começado o discurso, Pedro Sánchez levou cinco minutos a cumprimentar apoiantes e a tirar selfies (LLUIS GENE/AFP via Getty Images)

LLUIS GENE/AFP via Getty Images

Pedro Sánchez entrou com um “boa tarde”. Teve de repeti-lo, por entre os aplausos, fossem dos jovens que tinha nas costas a aparecer dentro do plano ou dos mais velhos espalhados por toda a sala. E, depois, partiu para um discurso onde repetiu slogans, sublinhou ideias feitas e onde pouco ou nada deixou de concreto.

“Os independentistas e a direita querem um governo débil, mas nós precisamos de um governo forte e estável, que garanta a justiça social e a convivência”, atirou Pedro Sánchez. “Espanha tem uma decisão muito clara para tomar no domingo: se quer um governo forte perante a precariedade e o bloqueio, um progressista perante a ultradireita, um governo moderado perante os extremistas, aqui está o PSOE para votarem nele este domingo de maneira maioritária”, disse noutra altura. O líder socialista apostou ainda noutra ideia, um bestseller à esquerda, que foi a promessa de “ilegalizar a fundação Francisco Franco e todas as fundações vinculadas à ditadura franquista”. E sobre coligações não se comprometeu, pedindo apenas que o deixassem governar: “Da próxima vez que aqui voltar não será como Presidente de Governo em funções, mas com todas as funções para poder começar a arranjar as coisas nesta terra”.

“Da próxima vez que aqui voltar não será como Presidente de Governo em funções, mas com todas as funções para poder começar a arranjar as coisas nesta terra."
Pedro Sánchez, líder do PSOE e Presidente de Governo em funções

José Antonio acompanhou todo este discurso com aplausos e até acompanhou os cânticos em catalão. “Visca, visca, visca, Catalunya socialista!”, gritou-se várias vezes. Ao final de 20 minutos, quando a retórica de Pedro Sánchez já rodopiava sobre si mesma e tudo ia bater à necessidade de formar um governo “progressista”, “estável” e “moderado” (nas eleições de abril, o mais comum era um “de esquerda” no lugar deste “moderado”), o socialista despediu-se da audiência e logo caiu uma música de campanha do PSOE.

Apanhado de surpresa por este fim abrupto, José Antonio levanta-se e aplaude o líder socialista. A velocidade e força com que as mãos batem uma na outra não rimam com a sua cara, onde lhe falta entusiasmo. Para o lado, enquanto mantém as palmas fervorosas, confessa que o comício e o discurso de Pedro Sánchez “não foi lá grande coisa”. Mas logo acrescenta: “Isto é como no futebol. Mesmo quando sabemos que a nossa equipa não está a jogar bem, temos de dar-lhe apoio”.

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