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Portas entusiasmou a sala com aula sobre relações externas
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LUSA

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Portas popular e a linha vermelha ao Chega. O que pensam os jovens alunos (e aspirantes a deputados) do PSD

Na Universidade de Verão do PSD ouvem-se duros ataques ao Chega, que só "ganha" no Tik Tok, e rasgados elogios ao possível candidato Portas, um dos professores preferidos.

Têm em média 21 anos e ambicionam ser deputados, ministros, gestores de sucesso (em casos mais excecionais, há quem deseje tornar-se “presidente do Sporting” ou simplesmente ser “rico”). São na sua maioria filiados na JSD ou no PSD, mas também há quem chegue sem cartão de militante. Acordam todos os dias pelas 8h30, motivados pela curiosidade de conhecer os partidos por dentro ou de “ganhar algum pedigree” político, e deitam-se já tarde, após os jantares-conferência com oradores ilustres. E já têm algumas ideias claras: o não ao Chega, e a qualquer aliança com o partido, parece ser uma delas; e o “carinho” pelo protocandidato a Belém Paulo Portas também fica evidente.

Foi uma das conclusões que o Observador pôde retirar das conversas com alguns dos quase cem alunos da Universidade de Verão do PSD, que todos os anos, desde 2003, vêm para Castelo de Vide para uma espécie de retiro político (com boas doses de convívio e uns ocasionais copos pelo meio). “Acho que o PSD tem de se distanciar do Chega, porque não é nem nunca foi essa a nossa forma de estar e fazer política”, explica Miguel Gonçalves, de 22 anos, numa das pausas para almoço. “O Chega não é bem um partido, é uma pessoa só, com uma estrutura muito instável e é impossível trabalhar com um partido assim“, assegura.

Miguel é um dos muitos alunos da Universidade de Verão que revelam, nos pequenos perfis que todos têm de entregar e onde indicam os seus filmes preferidos ou as suas profissões de sonho, uma ambição política — neste caso, a ideia do jovem de Benavente é chegar a deputado.

Pelo espaço onde almoçam e fazem, depois, os trabalhos de grupo também circulam dois jovens que conhecem bem a função: são os filhos dos deputados — socialistas — Marcos Perestrello e Sérgio Sousa Pinto, que também se inscreveram na Universidade de Verão do PSD e que vão sendo apresentados por responsáveis do partido a oradores como Paulo Portas e Marcelo Rebelo de Sousa, em jeito de curiosidade.

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No caso de Simão Santiago Madeira, de 22 anos, que veio a Castelo de Vide para “ganhar pedigree” político e aprender com quadros do partido, o sonho é chegar a diplomata — mas também não faz questão de embrulhar a sua posição em grandes diplomacias no que toca ao Chega. “Para mim é um insulto aos nossos fundadores e um insulto à nossa democracia termos um partido daqueles com 10% de intenções de voto. É uma minoria muito barulhenta”, dispara. “É uma questão de dever cívico, temos de travar o Chega e dizer: vocês não fazem parte do nosso grupo”.

E não se coíbe de deixar uma mensagem dirigida a Luís Montenegro, que tantas vezes tem sido acusado de não rejeitar liminarmente, ou de forma verdadeiramente irrevogável, um hipotético acordo com o Chega. “Faço um apelo a Montenegro: que não o faça, não quero mais PS no Governo mas não quero por nada o Chega em qualquer tipo de posição governamental”. O ónus, defende, deve ser colocado no próprio partido de André Ventura: “Temos de lhes meter uma escolha à frente: ou nos apoiam a nós ou viabilizam um acordo à esquerda”.

Os jovens com quem o Observador falou foram repetindo a ideia. No caso de Margarida Marante, de 28 anos, possível futura ministra da Saúde — se conseguir concretizar o seu sonho –, grande admiradora de Leonor Beleza e atualmente estagiária de Paulo Rangel no Parlamento Europeu, a convicção é que Montenegro tem feito o seu papel, mas mesmo que não o tivesse “traçado verbalmente”, o “núcleo de valores” do PSD falaria por si, desenhando naturalmente uma linha vermelha em relação ao Chega.

Problema: se Montenegro falar mais do Chega, estará a fazer um favor a Ventura, defende. “Dizemos a palavra Chega muitas vezes, o que desvirtua a nossa conversa política. O Chega não tem esse contributo real. Eles só ganham mais visualizações no Tik Tok, porque depois os nossos telemóveis ouvem e o algoritmo descobre”, resume. E, tal como o colega de “Universidade”, empurra o dilema para fora do PSD: o PS é que terá de assumir se viabilizará um Governo minoritário do PSD para evitar que o Chega o faça.

A ideia parece, a julgar pela amostra, mais ou menos partilhada. Gustavo Cabral, que com 18 anos ouve Chopin, lê Tolstoi, quer ser eurodeputado e fala de política de forma desenvolta, também chuta o Chega para canto: “Para mim, é liminarmente um não”. Matilde Ribeiro da Cunha, estudante de Direito de 19 anos que também veio para “perceber melhor como funcionam os partidos e a política”, é menos taxativa, mas avisa: a direita não deve conformar-se com uma “estagnação”, mas é preciso lembrar que “pode haver escolhas que sejam caminhos sem volta”.

Portas popular, Marques Mendes q.b.

Margarida filiou-se logo a seguir às últimas legislativas — ou seja, tomou a decisão no dia em que percebeu que António Costa alcançara a improvável maioria absoluta. Simão foi bater à porta da sede da ‘jota’ com 16 anos, quando percebeu que não estava a conseguir obter respostas via Messenger. Nenhum deles morre de amores pelo PS, como seria de esperar.

Mas, seis anos depois da filiação, Simão reconhece que há o risco de o PS “fazer o pleno” — conquistar São Bento e, pela primeira vez desde os tempos de Jorge Sampaio, Belém — e por isso analisa com cuidado os “presidenciáveis” da sua área política, mesmo que não sejam do partido.

Tem duas certezas — e é sobre os nomes em quem não votaria. “Por muito que aprecie o trabalho de Pedro Passos Coelho, é uma figura demasiado polarizadora para angariar votos, provavelmente haveria um apelo ao voto útil para o diabo da direita não voltar”, analisa. Por outro lado, nutre “simpatia” por Marques Mendes — o mais recente nome a indicar a sua disponibilidade, se for “útil”, para uma corrida a Belém — mas não acha “que seja um líder para Portugal inteiro”.

O aviso de Portas à direita: “Prioridade é construir alternativa a Costa, não encontrar sucessor para Marcelo”

Quem pode desempenhar esse papel, acredita Simão e vários outros colegas que olham para a figura com admiração, é um homem de fora do PSD: Paulo Portas. “Tenho um carinho especial”, admite. E ficou ainda mais “convencido” da sua escolha depois de ter tido, esta terça-feira, uma aula com o ex-líder do CDS e de ter sido um dos alunos que puderam fazer uma pergunta ao orador — neste caso, sobre a China. Portas estava a abanar-se com um leque improvisado, Simão “gosta de pensar” que foi a sua pergunta que “lhe deu os calores”, graceja. “Estive o jantar todo a sorrir de orelha a orelha”.

“Hoje estava a falar com a minha mãe, que é de esquerda, que me disse, e passo a citar: ele é uma granda carola!”, atira Simão, entre risos. “Se a direita tenciona, e já que neste momento não está a conseguir agarrar muito bem a questão governamental, ver se a esquerda não faz o pleno… Portas parece-me a escolha mais acertada”.

Marcelo chegou e, antes de os alunos poderem pedir uma selfie, foi abordado por duas senhoras de uma excursão da junta de Cascais. Queriam uma foto

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Não é o único a escolher o protagonista de fora do PSD para encabeçar uma futura candidatura presidencial: Miguel considera Marques Mendes um candidato a candidato “válido”, mas também junta Portas ao leque das possibilidades (e Passos ao grupo dos nomes “bons”, mas “difíceis”); e Gustavo também aponta o ex-líder do CDS como uma figura forte para uma corrida a Belém. Margarida volta à sua inspiração para lembrar que Leonor Beleza daria uma boa primeira Presidente no feminino.

A popularidade de Portas é evidente: não só era, no arranque da Universidade, um dos oradores esperados com mais expectativa como foi muito abordado no final da longa palestra, exclusivamente sobre questões de política externa, por alunos que queriam cumprimentá-lo, conversar ou “pedir conselhos”.

Não que Marcelo Rebelo de Sousa não fosse um convidado muito aguardado pelos jovens alunos — foi aplaudido à chegada, pelos ‘jotas’ e simpatizantes que o esperavam na varanda do hotel, com um deles a gritar que o “senhor das selfies” estava a chegar.

Mas com Marcelo já Matilde se tinha cruzado, cumprimentado “duas ou três vezes” e tirado uma selfie. Miguel, idem — já teve a “oportunidade de ver” o Presidente em várias ocasiões e é “sempre um gosto”. E Matilde, que fazia parte do grupo “anfitrião” em cuja mesa Marcelo iria jantar, aguardava com expectativa o momento em que estaria “de faca e garfo ao lado do Presidente”. Em termos de popularidade, entre Portas e Marcelo a competição é renhida — mas o ex-líder do CDS é uma presença mais rara e deixou boa impressão em Castelo de Vide.

 
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