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F1 Grand Prix of Italy - Qualifying
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O engenheiro de 47 anos chegou à Fórmula 1 com a Stewart Grand Prix e passou depois pela Jordan, pela Ferrari e pela Williams

Getty Images

O engenheiro de 47 anos chegou à Fórmula 1 com a Stewart Grand Prix e passou depois pela Jordan, pela Ferrari e pela Williams

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"Quando entrei, éramos 70 numa equipa. Agora, só no chassis, são 1.000". Rob Smedley, engenheiro da F1, sobre a mudança dos tempos

Foi engenheiro de Massa na Ferrari e na Williams e agora é diretor de Data Systems para toda a F1. Ao Observador, Rob Smedley fala sobre dados, a "fantástica" série da Netflix e confessa-se fã do VAR.

Chegou à Fórmula 1 em 1997, o ano em que Jacques Villeneuve foi campeão, em que Michael Schumacher fazia dupla com Eddie Irvine na Ferrari e em que Jos Verstappen, o pai do atual prodígio da Red Bull, ainda corria com a PIAA Tyrrell Ford. Foi também o primeiro dos 24 anos que se seguiram sem Grande Prémio em Portugal, até à corrida do Algarve em outubro do ano passado e depois da última no Estoril, em setembro de 1996. Em 1997, Rob Smedley chegou à Fórmula 1. E de lá para cá, não mais voltou a sair.

Formado em Matemática e Engenharia Mecânica, com um mestrado na mesma Engenharia Mecânica, o inglês saiu da universidade de Loughborough diretamente para o circuito da Fórmula 1. Começou com a Stewart Grand Prix, do três vezes campeão do mundo Jackie Stewart, e passou depois pela Jordan, pela Ferrari e pela Williams. Nas últimas duas, formou uma dupla de sucesso com Felipe Massa, o piloto brasileiro que nunca conquistou o título mas alcançou 11 vitórias ao longo de 15 temporadas. Em 2018, um ano depois de Massa deixar o Mundial, decidiu sair da Williams e expert technical consultant da Fórmula 1, subindo depois a diretor de Data Systems para toda a competição.

F1 Insights, as novidades da Fórmula 1 que vão mostrar tudo o que acontece em pista desde os timings de travagem às paragens na box

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É nesta condição que conversa com o Observador sobre os novos “F1 Insights”, um conjunto de estatísticas em tempo real que foram criadas em parceria com a Amazon Web Services (AWS) e que vão tornar toda a transmissão televisiva das corridas muito mais envolvente e completa. O primeiro Insight estreou-se no passado fim de semana, em Imola, e detalha os timings e a violência das travagens de cada carro e cada piloto. Em entrevista, Rob Smedley conta também porque é que quer explicar aos espectadores o que é a unidade motriz, revela que as equipas são agora muito maiores do que eram nos anos 90 e recorda a relação de “confiança” com Massa.

Bahrain F1 Grand Prix - Practice

Com Felipe Massa, nos tempos da Ferrari, quando o piloto brasileiro era colega de equipa de Fernando Alonso

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Este Insight que se estreou em Imola, no último fim de semana, está relacionado com os timings da travagem. O objetivo é explicar o quão importantes e complexas são todas as travagens ao longo de um Grande Prémio?
Sim, claro. Quando nos sentámos com a AWS [Amazon Web Services] e discutimos, este era um dos Insights que eu queria fazer já há algum tempo. Como engenheiro na Fórmula 1, estou sempre interessado em chegar ao detalhe, em detalhar a informação que conta a história. Neste Insight em particular, acaba por ser uma pergunta que me fazer a toda a hora: quão a fundo travam os carros de Fórmula 1? Porque acho que se só conduzes um carro normal, e mesmo que seja um carro de alta performance, não tens ideia nenhuma nem qualquer conceito do quanto é que estes carros travam. Estamos a falar de mais do que 5G, de picos de 6G, às vezes, seis vezes o peso do teu corpo no pico da travagem. É algo estonteante. E essa é a parte mais bonita desta parceria, é trazer esses dados cá para fora e dá-los aos adeptos para que os possam consumir e compreender de uma forma que é acessível para toda a demografia de espectadores. Estamos mesmo entusiasmados com este Insight, com o poder de travagem, com a energia da travagem, que não pode ser comparada a qualquer outra coisa no mundo, basicamente. Quando pegas num carro que pesa quase 800 quilos, em pista, e consegues travar em 60 metros e passar dos 360 km/h para os 70 km/h, como em Monza [Kimi Räikkönen, com a Ferrari, em 2015], é incrível. É absolutamente incrível como é possível fazê-lo em menos de 100 metros. Tentámos usar a tecnologia para mostrar isso e para mostrar isso de uma forma utilizável e consumível, que aparece na transmissão e que dá mais informação aos espectadores.

A ideia destes Insights é aproximar o público que está em casa, a ver a corrida pela televisão, da realidade da modalidade? Principalmente numa altura de pandemia, em que os circuitos estão encerrados ao fãs na maioria das etapas do Mundial.
É isso que estamos a tentar fazer com esta informação, a 100%. É sempre o objetivo desta parceria, é sempre sobre usar a tecnologia para dar os adeptos uma experiência mais imersiva, para mostrar aquilo que é complicado ver através da televisão. E aquilo de que estávamos a falar é um excelente exemplo, a travagem. Quando vemos num ecrã de televisão, é muito complicado imaginar ou estar imerso em tudo aquilo, na forma como o piloto trava e o quão rápido o carro pára. É tudo sobre usar esta informação para aproximar os adeptos, para todos darem um passo à frente e compreenderem tudo isto. Todos estes Insights são sobre usar os dados para aproximar os adeptos da ação, para que todos tenham mais conhecimento. Porque se tiveres mais conhecimento, acaba por ser uma experiência muito mais imersiva e cativante. É isso que estamos a tentar fazer, definitivamente.

Acho que se só conduzes um carro normal, e mesmo que seja um carro de alta performance, não tens ideia nenhuma nem qualquer conceito do quanto é que estes carros travam. Estamos a falar de mais do que 5G, de picos de 6G, às vezes, seis vezes o peso do teu corpo no pico da travagem. É algo estonteante.

Em algumas modalidades, a tecnologia tem sido útil mas também sido acusada de destruir o desporto puro e temos visto isso no futebol, com o VAR, com muitas pessoas a criticarem o facto de se anularem golos por foras de jogo de dois centímetros. Na Fórmula 1, parece ser ao contrário: a tecnologia aproximar os adeptos da modalidade. Concorda com este ponto de vista?
Eu sou um grande fã do VAR! Como pessoa que viveu e respirou análise de dados durante toda a minha carreira, ainda que na Fórmula 1 e não no futebol, só posso ser um fã do VAR. Mas sim, acho que a Fórmula 1 é um desporto que vive muito de dados, é talvez o desporto que mais vive de dados no mundo inteiro. Basta pensarmos que temos dados sobre o carro, dados sobre a telemetria, dados sobre os tempos, dados sobre a meteorologia, dados sobre os pneus, metadados, sei lá… Vivemos em cima desta enorme montanha de dados, desta mina de ouro de dados, há décadas. E só tem vindo a aumentar. Aquilo que estamos a tentar fazer é usar toda essa informação para criar um produto melhor. A parte difícil é passar da ideia para a parte em que conseguimos mesmo desenvolvê-la e conceber estes pacotes bonitos de dados que depois aparecem nas transmissões ou nos meios digitais das equipas. Esse é que tem sido o trabalho difícil. Mas também sido uma aventura muito positiva, usar estes dados para melhorar o produto. Como disse, a Fórmula 1 é o desporto mais tecnologicamente avançado do mundo e a força vital da Fórmula 1 são estes dados. Por isso, vamos usar estes dados para aproximar os fãs e para lhes proporcionar uma experiência muito melhor. E é exatamente isso que estamos a fazer.

Além do Insight que se estreou em Imola, outros cinco vão surgir ao longo da temporada. Quais é que destaca?
O Car Exploitation, que é sobre a forma como cada piloto usa o carro, a forma como o piloto e a máquina estão combinados. Podemos ver um carro que se qualifica à frente do outro e achamos que o grande ponto diferencial é o carro mas o que vamos tentar mostrar com este algoritmo é a forma como cada piloto explora o próprio carro – se um está a explorar o carro a 99%, é diferente de outro que está a explorar a 97%. Depois temos outro ótimo, que me deu muito gozo a desenvolver, que é o da Power Unit Energy. Quando pensamos na unidade motriz [power unit], é talvez a maior história técnica que nunca foi contada. E acho que é muito difícil, para um adepto, entender tudo o que é que a unidade motriz. Por isso, aquilo que vamos fazer é usar os dados para contar a história da unidade motriz e todos os seus diferentes aspetos e partes: temos o motor de combustão interna, o turbocompressor, o sistema de recuperação de calor, o armazenamento de energia, a enorme bateria. E para o adepto da Fórmula 1, esta é uma história que é parte da tecnologia e que eles sempre tiveram interesse em tentar compreender. Claro que pessoas como eu, que sou engenheiro da Fórmula 1 há 25 anos e trabalho com estes carros híbridos desde 2004, têm um enorme conhecimento sobre isto. Mas depois, se formos ao adepto genérico, é complicado entender, é complicado explicar tudo isto a um nível que toda a demografia de adeptos entende, desde o mais ao menos conhecedor da tecnologia.

F1 Grand Prix of Bahrain - Practice

Na Williams, para onde foi para prosseguir a parceria com Massa. Foi a última equipa que o engenheiro representou

Getty Images

A pandemia e os confinamentos afetaram o desenvolvimento destes Insights? Ou estão a sair exatamente quando era suposto saírem?
Nós continuámos a trabalhar durante o confinamento, no ano passado, continuámos a preparar tudo e a preparar a temporada de qualquer forma, mesmo sabendo que seria uma temporada comprimida que iria de julho a dezembro. Mas estivemos a construir estes Insights durante o período sossegado, por assim dizer, para que, quando a temporada começasse, pudéssemos desenvolvê-los com a cadência necessária para satisfazer tanto as transmissões como os espectadores. O confinamento do início de 2020 acabou por ajudar-nos a concentrar na construção destes produtos.

Começou na Fórmula 1 em 1997, há 24 anos, no final de um século e no início de outro. Qual é que a maior diferença entre esses tempos e a atualidade?
A quantidade de cabelos brancos que tenho! No que toca à Fórmula 1, acho que a maior diferença é o tamanho das equipas. Eu comecei com a Stewart Grand Prix, que era uma equipa nova, formada entre a Ford e a família Stewart, do Jackie Stewart. E acho que éramos tipo 70 ou 80 pessoas, algo assim, quando começámos. E agora, só no departamento do chassis, são quase mil. No departamento do motor são outros mil. A Mercedes, como equipa, tem duas mil pessoas. As equipas cresceram muito. Mas esta pergunta é muito importante, porque antes – e eu fazia parte de uma nova geração de engenheiros que dava mais importância ao poder dos dados –, ali nos anos 90, existia essa dúvida sobre como tirar valor da big data. Geramos tanta informação, temos tantas fontes de informação, como é que a juntamos toda e tiramos valor real daí num espaço curto de tempo? E agora existem estas parcerias com gigantes da tecnologia, que nos ajudam a colocar toda a informação à nossa escala e interpretá-la de forma muito rápida e construir todos estes produtos. Toda a gente pode interpretar dados mas é preciso tirar o valor desses dados num espaço muito curto de tempo. E é isso que está a acontecer na Fórmula 1, este aumento exponencial de informação ao longo destes últimos 25 anos.

Temos dados sobre o carro, dados sobre a telemetria, dados sobre os tempos, dados sobre a meteorologia, dados sobre os pneus, metadados, sei lá... Vivemos em cima desta enorme montanha de dados, desta mina de ouro de dados, há décadas. E só tem vindo a aumentar. Aquilo que estamos a tentar fazer é usar toda essa informação para criar um produto melhor.

Esteve na Jordan, na Ferrari, depois na Williams e atualmente é o diretor de Data Systems para toda a Fórmula 1. Tem saudades de estar numa equipa? Ou sente-se mais realizado assim, a trabalhar para toda a modalidade?
É um tempo diferente para mim. Tive um período muito longo, desde muito novo, nas equipas. Ocupei vários lugares nessas equipas, tive lugares influentes nessas equipas. E aquilo que se tornou claro para mim foi que eu precisava de um desafio diferente, porque já tinha passado muito tempo a fazer a mesma coisa. Queria um desafio diferente. E uma das coisas que me faz acreditar que sou incrivelmente afortunado é o facto de ter tido uma carreira tão longa na Fórmula 1 – e logo desde tão novo. Há muita gente que tem de esperar até aos 30 e tal anos para conseguir entrar na Fórmula 1, eu entrei diretamente saído da universidade. Tive sorte, acho eu. E quis usar esse conhecimento e essa experiência para ajudar a colocar algo de volta na modalidade, se é que isso faz sentido. O ponto em que estamos agora é sempre sobre como atrair mais os fãs, angariar mais fãs, dar-lhes mais insights, construir um produto muito melhor que faz com que os fãs vejam tudo isto como o maior espetáculo do mundo. E ser parte disso é uma enorme honra.

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Teve uma parceria de sucesso com o Felipe Massa, primeiro na Ferrari e depois na Williams. Qual é o fator mais importante na relação entre um piloto e o seu engenheiro?
Confiança. Confiança. A 100%. Têm de confiar um no outro. Quando o piloto diz algo ou quando o engenheiro diz algo ou quando o piloto dá uma indicação ou o engenheiro dá uma indicação, têm de confiar um no outro, têm de acreditar que o outro está certo. Se estiverem sempre a duvidar um do outro, torna-se uma relação muito difícil e tortuosa. Se existir essa confiança, as coisas podem movimentar-se a um ritmo muito alto. E eu gostei muito do meu tempo como engenheiro do Felipe [Massa], foi uma parte muito alegre da minha carreira, sem qualquer dúvida. Mas acho que a maior parte dessa alegria foi a relação profissional que construímos, porque confiávamos muito um no outro. E acho que evoluímos muito mais enquanto parceiros do que teríamos evoluído um sem o outro, se é que isso faz sentido. O todo era melhor do que a soma das partes. Tínhamos uma ótima sinergia entre nós e isso ajudou-nos a sobressair. Eu confiava muito nele, ele confiava muito em mim e ambos tínhamos essa confiança.

F1 Grand Prix Of India - Previews

A dar uma volta de bicicleta no circuito do Grande Prémio da Índia, em 2011, com Massa e outro elemento da Ferrari

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Disse recentemente, numa entrevista, que na Ferrari tudo é sobre a Ferrari, nunca é sobre um ou outro piloto, é sobre a equipa e sobre ganhar com essa equipa. Acredita que tem sido difícil, para uma equipa que foi construída para ganhar, passar por estes anos mais difíceis?
Sem dúvida, sem dúvida. A Ferrari é uma grande equipa, tem um lugar especial na Fórmula 1, uma história especial. E, claro, um lugar especial no meu coração, porque estive lá muito tempo, estive lá mais de uma década. E é doloroso, para qualquer equipa, passar por um período destes em que se deixa de ganhar depois de terem vencido tanta coisa. Mas para uma equipa com o calibre da Ferrari, e especialmente com a forma como a Ferrari é vivida, com tanta paixão e quase religião em Itália, acho que tem sido incrivelmente difícil. Mas se olharmos para a segunda metade da temporada de 2020 e até para o primeiro Grande Prémio [de 2021, no Bahrain], eles parecem estar a conseguir ter algumas melhorias. E isso é muito positivo para a modalidade.

Há uns anos, quando começou a hegemonia de Lewis Hamilton, muita gente abandonou a Fórmula 1 e disse que tinha deixado de ter piada, porque era sempre o mesmo a ganhar. Agora, com a série da Netflix [“Formula 1: Drive to Survive”], com pilotos cada vez mais jovens, com o aparecimento de personalidades interessantes como Verstappen, Leclerc ou Norris, parece que a Fórmula 1 é cool outra vez. Concorda com esta ideia? A Fórmula 1 é cool outra vez?
Eu sempre achei que a Fórmula 1 era cool! Mas sim, acho que a Netflix tem sido fantástica para a modalidade, tem mostrado a Fórmula 1 de uma forma diferente. Dá para ver os bastidores, tem uma ótima liberdade artística que acaba por tornar a série fantástica. Mas acho que existem outros elementos, acho que – e não digo isto de uma forma negativa – essa acaba por ser a ponta do icebergue, a ponta superficial do icebergue. Aquilo que estamos a fazer por detrás, a forma como estamos a explicar a corrida no espaço de segundos através deste tratamento de dados, a melhoria da transmissão como um todo, acho que muito disso trouxe-nos a este pico onde estamos agora. E claro que sim, acho que a Fórmula 1 é cool outra vez. Mas, para mim, sempre foi cool. Por isso, tenho uma opinião enviesada.

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