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Um candeeiro a gás e uma mísula, duas das cerca de 40 peças que habitam a nova sala do Museu Bordalo Pinheiro
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Um candeeiro a gás e uma mísula, duas das cerca de 40 peças que habitam a nova sala do Museu Bordalo Pinheiro

Um candeeiro a gás e uma mísula, duas das cerca de 40 peças que habitam a nova sala do Museu Bordalo Pinheiro

"Quem é que se lembra de atar cinco bacalhaus secos com uma corda?" Bordalo, o decorador

Entre candeeiros, aparadores ou molduras, o Museu Bordalo Pinheiro reserva uma nova sala expositiva à veia de decorador de Rafael, um artista moderno entre modestas quermesses e interiores de luxo.

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É um combate inofensivo e adequado a espectadores sensíveis. Ninguém sai morto nem ferido da super abundância de referências e cruzamento de estilos, da mesma forma que a fruta vai bem em qualquer época e a fauna é quase sempre chamada a conviver. “Na arte portuguesa temos muitos poetas, temos infinitos prosadores, temos diversos desenhistas, temos vários arquitectos e escultores, temos numerosos pintores e músicos. Decoradores temos dois, ou — verdadeiramente — não temos já senão um, Bordalo Pinheiro, porque o outro, Alfredo Andrade, expatriou-se há muitos anos, e habita a Itália”. Em 1886, as palavras do amigo Ramalho Ortigão resumem a veia, talvez menos explorada entre nós, de Rafael, que se mostra agora numa das salas do Museu Bordalo Pinheiro, em Lisboa, acabada de inaugurar.

De um imponente candeeiro a um conjunto de castiçais, cerca de 40 peças ocupam o espaço, num testemunho de intervenções efémeras e respetivo mobiliário, onde o mestre da caricatura, da ilustração e da cerâmica conseguiu expressar mais livremente a sua criatividade transbordante, fiel a casamentos inconfundíveis. “Quem é que se lembra de atar cinco bacalhaus secos com uma corda?!”, nota o investigador Pedro Bebiano Braga, que nos guia entre mísulas, apenas um dos muitos objetos idealizados por Rafael. “Há uma base que parece de madeira que passou a cerâmica onde ele coloca castanheiros, lagosta, palmeiras ou um peru com folhas de couve”.

Saídas da Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha, estes pequenos móveis de sustentar, para suspensão na parede, conforme foi moda nos anos 1880-1900, acomodavam no seu cimo relógios, castiçais ou vasos, e parecem sempre aspirar à dimensão cénica que cada peça transmite, além do carácter democrático que encerram. No cenário dos anos 80 do século XIX, com a próprio conceito de decoração em mudança, Bordalo é convidado a decorar os mais diversos contextos — do compromisso mais abnegado ao desafio mais faustoso. “Tanto podia ser um grande banquete na plateia do São Carlos como uma quermesse em Torres Vedras, onde se montava uma barraca para angariar fundos para um recita ou criação de um teatro. Bordalo fez parte de movimentos de ajuda quando havia tragédias. Se alguém ficava mal, participava nas subscrições públicas para donativos, e era muitas vezes convidado a decorar uma barraca de vendas ou uma associação de estudantes, ou um grande jantar de homenagem a uma figura ilustre”.

Das lagostas aos perus, passando pelas frutas e couves, o efeito surpresa destaca-se na galeria de mísulas que produziu, como este icónico exemplar com bacalhaus atados

Entre as mise en scène mais memoráveis, conta-se a impressionante receção a Assis Brasil no São Carlos, vindo do Rio de Janeiro. Bordalo trata de esvaziar toda a plateia do teatro, dispõe uma enorme mesa em ferradura, mesas com buffets, sofás; enquanto isso, o palco é decorado como jardim de inverno, com peças em bronze, e o camarote real transforma-se numa jardineira com palmeiras. Rafael rubrica também os grandes bouquets de flores que ocupam os centros de mesa. “Há uma foto publicada desse grande jantar”, nota Pedro, com os jornais da época a cristalizarem as intervenções que pouco depois se esfumariam.

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Para um Carnaval no mesmo São Carlos, o artista pôs a orquestra a tocar no interior de um barco fictício, que na sua proa tinha a imagem de Brito, o empresário do teatro, cujas célebres boquilhas surgem ainda nos azulejos com  caricatura que manda fazer nas Caldas. O quadro fica completo com cestos, gafanhotos e caracóis em cerâmica. “Era a imaginação genial de Rafael a fazer aquilo. Tinha um gosto pelo teatro e pelo cenário, por isso todas as decorações são muito cénicas. Ele sabia muito bem como criar um ambiente”.

Numa versão mais humilde, destaque ainda para o dia em que, não havendo dinheiro para fazer uma quermesse, o mestre improvisou uma decoração que deu largas ao seu gosto pelo japonismo. “Viu umas macieiras em flor, cortou pernadas e decorou a sala toda com isso, criando um pomar dentro de casa. Ficaram sem maçãs naquela estação, mas foi extraordinário”.

A habitual pincelada de humor e um registo pitoresco

Aqui chegados fruto de doações ou aquisições em leilões ou lojas de antiguidade, muitos destes objetos e figuras em que o real é ampliado revelam também o humor enquanto traço decisivo na decoração de um dos sócios da Empresa Bordallo Pinheiro, fundada pelos irmãos na década de 1880, em Lisboa, e que anunciava a execução de trabalhos decorativos, incluindo “projetos de ornamentação interior” e “desenhos de mobílias”. “A empresa de decoração encarregava-se não apenas da decoração. Também de pintar um teto, ou fazer ilustrações para a capa de um álbum“, explica o investigador. “Bordalo fez muita coisa que não era para rir, tinha um lado empresarial”.

É também neste tempo que o artista se envolve na fundação da Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha. Nos estatutos, de 1883, previa-se o fabrico de “molduras para quadros e espelhos (…) peanhas, mísulas, colunas, vasos,
tamboretes”, aos quais veio a acrescentar placas de encaixar e peças para iluminação. A produção de cerâmica artística arrancaria em 1885, e juntar-se-ia a esta ideia de português que se traduzia no pitoresco, cujos exemplos se encontram tanto nas exposições individuais na Fábrica de Faianças como nas grandes mostras de representação nacional no estrangeiro. É aqui que Rafael utiliza objetos de execução popular, flora e fauna nacionais, para oferecer uma generosa panorâmica do país. É sua a direção artística da representação portuguesa na Exposição Universal de Paris, em 1889, e na Exposição Colombiana, de Madrid, em 1892, ambas muito premiadas.

Trabalhador incansável, deixou a sua marca em eventos mais simples ou grandes empreitadas como o (premiado) interior do Pavilhão Português na Exposição Universal de Paris (1889)

“Bordalo é convidado para fazer a decoração do pavilhão português e vai querer uma coisa dentro do pitoresco, para mostrar o que é Portugal através de pinturas e paisagens, muitos artefactos, redes de pesca, cangas do Minho. Pede ao [ historiador e crítico de arte português] Joaquim de Vasconcelos que procure peças para levar e consegue criar um cenário para cada um desses produtos, com muito sucesso. Muitas peças a decorar foram logo vendidas a museus e colecionadores.”

Um lado mais elitista e uma mudança nos gostos

O Bordalo serial, na sua produção de acesso mais popular e massificado, fica aqui em segundo plano. Desconhecem-se os valores envolvidos na confeção e transação de obras como estas, mas vários aspetos são certos. Por um lado, admite Pedro Bebiano Braga, que “há novas questões a colocar na obra de Bordalo que nos últimos cem anos não foram colocadas”, sobre o mercado da arte da época, por exemplo, ou sobre os sítios aos quais estas peças se destinavam. Por outro, que nesta vertente se revela uma outra dimensão do artista. “Esta ideia do Bordalo popular é evidente, criou modelos que se tornaram imagens identitárias nacionais, mas há um lado elitista. Estes grandes pratos ou as esculturas em barro são sofisticados; exigiam génio criativo do designer avant la lettre como era Rafael, e não eram usados em cozinhas como aconteceu pelo século XX, com muitas fábricas a copiar as louças das Caldas”.

Bordalo dedica-se ao universo da decoração nos anos 80 do século XIX, quando o conceito de decorador começa a querer mudar. “Até à altura, quem queria decorar a sua casa à moda geralmente recorria a um armador, que se encarregava de armar a casa. Tinham estofadores com oficina própria e conjuntos de móveis. Para algo ainda mais especializado pedia-se a um artista ou cenógrafo”. Ou, claro, a um ceramista e pintor como Bordalo, que encetaria várias e profícuas colaborações com marceneiros, entalhadores e outros reforços da equipa de trabalho. “Os armadores tinham um lado mais comercial. Quem encomenda já pede algo mais fora do padrão, quer evidenciar as peças de que mais gosta, tem mais gosto pelo interior, e as mulheres começam a participar mais na decoração, para lá dos pequenos lavoures femininos”, descreve o investigador.

É neste contexto que a escritora Maria Amália Vaz de Carvalho, debruçando-se sobre o tema, recomenda empenho do casal na decoração da casa, ao mesmo tempo que se popularizam os catálogos de venda de mobília. Com o evidente toque personalizado, as criações de Bordalo eram preferidas por uma elite urbana e também na província, com ligação à capital. “As encomendas vinham desde o rei e toda a aristocracia, de sangue ou dinheiro, e sobretudo um grupo de intelectuais que rodeiam os Bordalo Pinheiro”. A título de exemplo desta rede de contactos, basta lembrar como uma das irmãs casa com o dramaturgo Henrique Lopes de Mendonça ou a amizade com Ramalho Ortigão, para quem cria objetos. É a única herança, criativa, que deixa o ilustre operário que não tinha e não deixou fortuna, mas “trabalhou imenso”.

A caixa relógio concebida para a livraria de Manuel Gomes, no Chiado

Além do quadro privado, outros espaços de fruição pública não escapam à sua intervenção. Uma das peças de maior volume nesta sala é a caixa para relógio, um invulgar moldura, ao gosto renascentista, realizada para a montra da loja de Manuel Gomes, livreiro e editor seu amigo, em pleno Chiado. Inspirado n’Os Lusíadas, e doada ao museu, é toda uma fantasia cerâmica, com ondas a envolver o mostrador e habitadas por sereias e tritões, figuras marinhas da mitologia clássica. A mulher nua, montada na águia, segurava um archote em fogo e uma fita (entretanto desaparecidos), onde se lia: ”espalharei por toda a parte”, citando o poeta Camões.

“Manuel Gomes não foi só editor, era amigo de Rafael, é aqui que ele expõe a talha manuelina antes de ser adquirida pelo rei D Carlos. É também aqui que Columbano, o seu irmão, vem a fazer a primeira grande exposição de retratos, que pinta de todos os intelectuais da época.”

Da banco cogumelo ao bengaleiro, pelo espírito Arts and Craft

Sofisticados, mas sempre funcionais, bem como um “investimento para ficar”, dentro da tendência da época, que se aplicava até ao mobiliário de combate. Mais uma vez, todo este legado patrimonial resultava da mente criativa de Bordalo e das parcerias firmadas com os nomes com quem singularmente vai trabalhar, e que se concretizaram, por exemplo, no móvel de conter e pousar que fazia parte do conjunto de mobiliário encomendado para a Sala de Jantar do Beau Séjour, entre 1892-93. Integra na sua decoração frisos de azulejos padrão rã e nenúfar de Rafael Bordalo, ao gosto pela Arte Nova, cúmplice do mobiliário e do espaço. A parceria na execução é atribuída ao reputado marceneiro Frederico Ribeiro, com atelier de construção civil e oficina de móveis. Neste armário-aparador falta o alçado, cujo rasto se perdeu.

“Bordalo encarna o movimento britânico Arts and Crafts e fabrica mobiliário em cerâmica, procura recuperar estas artes artesanais portuguesas e propõe pequenas peças, que estão logo nos estatutos da fábrica, em 83, que são as mísulas.” Por cima da consola, destaca-se um friso renascentista, encomendado para decorar o fogão em madeira, da sala de jantar do Palacete do maestro Michel’ Angelo Lambertini, na Avenida da Liberdade, em
Lisboa, e oferecido ao museu por Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro, filho do artista. O programa decorativo da sala  de jantar era da autoria de José Queiroz e foi executado pelo entalhador José Maior e por Rafael Bordalo na cerâmica.

Mas há outros objetos, de feição mais portátil. Duas lagartixas a espreitar entre o musgo num tronco de sobreiro completam a ilusão provocada pelo vidrado, que caracteriza muito o seu trabalho em cerâmica, que confere mais veracidade ao objeto e brinca com o olho. A “surpresa que coloca nas peças” presente neste bengaleiro que usa a representação da cortiça é uma das características do conceito decorativo de Rafael Bordalo para o interior, nas décadas de 1880-1890. Semelhante receita se aplica ao naturalista banco em forma de cogumelo, vidrado e esmaltado, que foi produzido ao longo de várias décadas para decoração exterior e, também, para espaços interiores — encontramos peças idênticas a ornamentar várias salas do Pavilhão de Portugal, na Exposição de Paris, em 1889.

Ilustres mas sempre funcionais no seu uso: o suporte para bengalas e guarda-chuvas e o banco cogumelo para um jardim de inverno

A luminária é outra categoria em evidência, com o candeeiro de suspensão Justino Guedes, oferecido ao museu pelos seus herdeiros, a centralizar a atenção dos visitantes. Funcionava a gás, tecnologia moderna para a época, e bebe da linguagem da caixa de relógio, com direito a seres fantásticos como sereias e tritões. A peça foi executada e dedicada, por Rafael Bordalo, para a decoração do Pavilhão de vendas da Editora de Justino Roque Gameiro Guedes, seu amigo, colaborador próximo, editor de algumas das suas publicações e que auxiliou na gestão da Fábrica.

Uma passagem ainda pelo vaso em forma de cesto, espelho da tradição caldense da imitação do vime e da palha, com o seu invulgar vidrado a azul que contraria a representação realista do trabalho de cestaria.

Às voltas com uma jarra e um roteiro por Lisboa

O vídeo, à entrada, e um conjunto de ilustrações, ajudam a fixar a memória possível destas encenações de carácter temporário. Uma das imagens reflete o investimento decorativo de Bordalo numa exposição em particular, em 1899. A grande protagonista da mostra é a jarra Beethoven, uma peça que havia sido encomendada por José Relvas e gerara recuo pelas suas avantajadas proporções — “depois disse que não queria aquilo tão grande em casa e pede algo mais pequeno para os Patudos”. Confiante no anterior sucesso na venda da sua talha manuelina, Bordalo vem expor a jarra no Teatro São Luiz, em Lisboa, achando que surgiria comprador, numa fase em que a própria Fábrica se encontra em situação de crise. Com os planos gorados, Rafael parte para o Brasil com a peça na bagagem, com a ideia de sorteá-la.

Bordalo com a atribulada jarra Beethoven, concebida em 1895, e que acabaria a ser sorteada no Brasil

A Beethoven acabou por caber em sorte à pessoa que mais rifas comprara, já que o número sorteado não tinha sido comprado. Hoje repousa no Museu Nacional de Belas Artes, num reflexo do contacto que Bordalo manteve com o outro lado do Atlântico. “Nunca perdera contacto com o Brasil desde os anos 70. Bordalo vendia em Lisboa e Porto e tinha agências em Paris, Madrid, e Rio. Tanto jornais como cerâmica circulavam e eram muito apetecidos.”

Mas não é preciso uma viagem tão longa para contactar com algumas destas referências assinadas por Bordalo — basta uma circulação pela capital. O Beau Sejour, uma quinta em Benfica, permanece “a maior intervenção doméstica de Bordalo ainda existente” e é uma das paragens obrigatórias para este roteiro de decoração.

Também no Palácio Foz, nos Restauradores, se aprecia “o expoente da grande casa urbana bem mobilada ao gosto da época”, naquele que é o antigo palácio dos Castelo Melhor. Fiéis ao conceito de arte total, Bordalo e companhia produzem também para a casa real, de Belém à Ajuda, e sobram ainda duas moradas comerciais na cidade onde é possível observar vestígios dos seus projetos: a tabacaria Mónaco, no Rossio, povoada de rãs, andorinhas, e cegonhas, onde animais se entregam ao fumo e à leitura; e uma padaria em Campo de Ourique, a Panificação Mecânica (R. Silva Carvalho, 209), onde aplicou o padrão de espiga e gafanhoto e espiga e papoila. “Desapareceu o balcão nos anos setenta, em arte nova, mas ainda lá estão muitos painéis únicos”. E candeeiros mascarados com cachos de uvas e salpicado com abelhas.

Sempre ligado a festas sazonais, como as batalhas de flores na Avenida da Liberdade, Rafael não descansa até ao fim dos seus dias. Quando morre, a 23 de janeiro de 1905, Bordalo, o decorador, estava a preparar um Carnaval para o Porto.

Casa Museu Rafael Bordalo Pinheiro, Campo Grande, 382, Lisboa. Aberto diariamente das 10h00 às 18h00. Encerra às segundas-feiras, 1 de janeiro, 1 de maio e 25 de dezembro. Entrada: 3 euros (sujeito a descontos).

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