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Neste domingo terá lugar a primeira volta daquela que é sem dúvida uma das eleições presidenciais mais atípicas da V República Francesa, fundada em 1958. Por um lado, são bastante concorridas: há quatro candidatos que têm perspetivas realistas de chegarem à segunda volta — um cenário sem par, que tem apenas alguns ecos nas eleições de 1953, que, por terem outras regras, só terminaram à quarta volta. Por outro, porque há outra certeza: o candidato do Partido Socialista não vai chegar à segunda volta.
As eleições para escolher o sucessor do socialista François Hollande são feitas numa altura em que o terrorismo e a economia marcam o debate político francês. O debate é intenso e feito a muitas vozes. No meio disto, são muitos os franceses que continuam indecisos. As sondagens estimam que entre 25% a 33% dos eleitores ainda não fizeram a sua escolha.
Conheça os cinco principais candidatos nas eleições francesas e o que cada um deles propõe.
Jean-Luc Mélenchon
França Insubmissa, extrema-esquerda
Entre os cinco principais candidatos à presidência francesa, o eurodeputado Jean-Luc Mélenchon é indiscutivelmente aquele que está mais à esquerda, merecendo muitas vezes o rótulo de extrema-esquerda. A nível partidário, a sua candidatura — a França Insubmissa — é apoiada pelo Partido Comunista Francês, pelo Partido de Esquerda e pelos ecologistas do Ensemble.
Entre as suas propostas estão:
- A fundação da VI República de França;
- Uma negociação dos termos de pertença da França à UE, seguido de um referendo onde se decidirá a permanência do país na comunidade europeia e também na zona Euro;
- Suspender a participação de França no CETA (acordo comercial entre UE e o Canadá) e sair das negociações do TAFTA (acordo comercial entre UE e EUA);
- Criação de um “serviço cidadão obrigatório” para homens e mulheres até aos 25 anos, durante nove meses. A vertente militar seria um dos módulos desta formação, à qual os jovens se poderiam declarar objetores de consciência;
- Aumentar o salário mínimo nacional de 1 143 para 1 300 euros;
- Aproximar-se da Rússia, que considera um país “parceiro”, e permitir uma solução para guerra na Síria que respeite “a integridade” daquele país e das suas fronteiras;
- Integrar a França na Aliança Bolivariana para as Américas, fundada por Hugo Chávez e que serve para congregar os países latino-americanos com governos de esquerda, nomeadamente a Venezuela, Cuba, Bolívia e o Equador.
Durante esta campanha, Mélenchon fez um esforço para apelar ao eleitorado mais novo — o que já lhe tem valido comparações com o norte-americano Bernie Sanders. Além de ter um videojogo, o Fiscal Kombat, onde esvazia os bolsos de banqueiros e personalidades como Christine Lagarde, um dos momentos altos da sua campanha foi um comício em que apareceu em dois sítios ao mesmo tempo — ele mesmo, em Lyon, e um holograma, em Paris.
Mélenchon foi socialista na maior parte da sua vida política. Entre 1976 e 2008, foi militante do Partido Socialista, partido pelo qual chegou a ser ministro do Ensino Profissional, entre 2000 e 2002, durante o Governo liderado pelo primeiro-ministro socialista Lionel Jospin — enquanto Jacques Chirac, do centro-direita da UMP, era Presidente. Ao longo dos tempos, Mélenchon foi cortando os laços com o centro esquerda e aproximou-se cada vez mais da extrema-esquerda. Foi já nesta área política que concorreu às eleições presidenciais de 2012.
Em 2012, o ano da vitória do socialista François Hollande, Mélenchon ficou em quarto lugar, com 11,11% — uma pequena desilusão para aqueles que, com uma dose considerável de irrealismo, sonhavam com a sua passagem à segunda volta. Algumas sondagens chegaram a prever-lhe 15% dos votos e o terceiro lugar. Naquela campanha, defendeu uma subida de impostos para os mais ricos — e Hollande, que viu que esta promessa tinha corrido bem a Mélenchon, decidiu elaborá-la e passou a prometer uma taxa de 75% sobre os rendimentos acima de 1 milhão de euros.
Agora, Mélenchon volta a ser apontado como um possível candidato a poder disputar a segunda volta destas eleições — e, desta vez, essa perspetiva é mais realista do que nunca, apesar de não ser certa. Neste momento, as sondagens colocam-no entre o quarto e o terceiro lugar, mas deixam-no perto o suficiente do segundo ou até do primeiro lugar.
Na reta final até à primeira volta das eleições presidenciais, este domingo, Mélenchon é o candidato que mais tem subido nas projeções. E este facto contribui para baralhar ainda mais as intenções de voto do eleitorado de esquerda. A divisão surge em três frentes: a extrema-esquerda de Mélenchon, o socialismo mais esquerdista dos últimos tempos por parte de Benoît Hamon e o centrista e ex-ministro da Economia de Hollande, Emmanuel Macron. Neste momento, a esquerda debate-se com fazer uso do “voto útil” — mas nem aí chegam a acordo. É que se uns acham que o mais seguro é votar em Macron — que cita o general Charles de Gaulle, dizendo que não é “nem de direita nem de esquerda” — outros acreditam que Mélenchon é a resposta verdadeiramente de esquerda a François Fillon ou Marine Le Pen, numa segunda volta.
Benoît Hamon
Partido Socialista, centro-esquerda
Já ninguém acredita que Benoît Hamon vai ser o próximo Presidente de França. A menos de uma semana antes das eleições, as sondagens colocam-no invariavelmente em quinto lugar e sempre aquém dos 10%. Se a votação dos franceses assim se confirmar, este será o pior resultado de sempre de um candidato socialista nas eleições presidenciais francesas — o que colocaria França na lista de países onde o centro-esquerda tradicional vive uma verdadeira crise, como aconteceu na Grécia, Espanha, Holanda e também no Reino Unido.
A caminhada de Benoît Hamon nestas presidenciais começou com as primárias socialistas, que venceu contra todas as expectativas. Depois de vencer a primeira volta, Hamon disputou enfim uma segunda votação com o primeiro-ministro socialista Manuel Valls. Em causa, estavam duas visões incompatíveis para o PS francês. De um lado, Hamon queria devolvê-lo à esquerda e retirá-lo do centro, ao mesmo tempo que erguia bandeiras como a do ecologismo. Do outro, Valls sempre quis manter o PS — cujo nome quis mudar, argumentando que “socialista” é um termo “antiquado” — ao centro, encontrando-se por vezes com a direita em questões como a emigração e a integração.
A vitória de Hamon deu o mote para uma debandada de personalidades socialistas pouco agradadas com a aproximação à esquerda do PS. A alternativa encontrada foi, na esmagadora maioria dos casos, Emmanuel Macron, que concorre como independente. Entre os “desertores” do PS, está o primeiro-ministro Valls, outros três ministros do atual Governo e uma secretária de Estado. A nível nacional, entre senadores, deputados, autarcas e outros eleitos, a contagem de socialistas que preferiram Macron a Hamon já passa os 600.
Ainda assim, Hamon está longe de ser um novato nas lides do PS francês. Foi eurodeputado entre 2004 e 2009, porta-voz dos socialistas entre 2008 e 2012 e liderou dois ministérios sob a alçada de François Hollande como Presidente. Entre 2012 e 2014 foi ministro da Economia Social. Depois, com a entrada de Manuel Valls para primeiro-ministro em abril de 2014, passou a ministro da Educação. Três meses depois, em rutura com Valls e Hollande, demitiu-se.
O programa de Hamon às presidenciais de 2017 contém as seguintes ideias:
- Criação de um rendimento universal em França;
- A nível da UE, harmonizar os países consoante alguns factores — criação de um salário mínimo europeu; mutualização de parte das dívidas soberanas; lançar um programa para a “transição ecológica e económica” com um investimento de 1 bilhão de euros — mas ao mesmo tempo travar a integração noutros — como voltar atrás no CETA; impedir as negociações do TAFTA; ou rever o Tratado de Dublin;
- Permitir aos refugiados o direito de trabalhar em França a partir dos três meses de residência no país;
- Aumentar os impostos às multinacionais e impor sanções económicas aos paraísos fiscais.
Em grande parte, o programa de Hamon aproxima-se das propostas de Mélenchon. Na reta final das eleições, perante o que as sondagens dizem, os apelos a Hamon para que este desista a favor do candidato da França Insubmissa multiplicam-se. Porém, a menos de uma semana da primeira volta, Hamon parece pouco inclinado a tomar essa decisão drástica. Como resultado, deverá levar o PS francês ao seu pior resultado de sempre.
Emmanuel Macron
En Marche!, centrista liberal
“Nem de direita, nem de esquerda.” A frase foi popularizada pelo general e antigo Presidente Charles De Gaulle, mas é dela que Emmanuel Macron, da campanha En Marche!, se tem servido muito para fazer a sua campanha. E é precisamente essa ideia que tem permitido ao ex-banqueiro (Rothschild) e antigo ministro da Economia de François Hollande (2014-2016) o verdadeiro homem elástico destas eleições.
A prova disso foi uma altura da campanha em que mereceu críticas dos dois lados do espectro político. Tudo começou quando foi até à Argélia, antiga colónia francesa, em campanha. Lá chegado, disse que a colonização francesa foi “um crime contra a Humanidade” e uma “verdadeira barbárie”. “Faz parte de um passado que devemos olhar de frente e [que nos deve levar a] apresentar as nossas desculpas àqueles contra quem cometemos esses gestos”, disse.
Macron foi imediatamente criticado pela extrema-direita. A sobrinha da líder da Frente Nacional, Marion Le Pen, escreveu: “Macron, o candidato das elites, dos bancos, dos media e… do arrependimento”. Nas ruas, durante a campanha, as suas palavras sobre a Argélia valeram-lhe alguns encontros mais tensos com franceses que ali viviam — conhecidos com os pied-noirs, que não lhe perdoaram. “Está a acusar-nos de coisas que não fizemos”, atirou-lhe uma mulher. Mais tarde, Macron fez um vídeo onde dizia que “é tempo de deixar o tempo avançar”.
Mas também a esquerda o criticou. Benoît Hamon disse que usar a expressão “crime contra a Humanidade” colocava injustamente os franceses ao lado daqueles que cometeram “o Holocausto, o genocídio ruandês ou o genocídio arménio”. Jean-Luc Mélenchon disse que condenava a colonização, mas que esta é “um facto que deve dizer respeito aos historiadores” e que “um francês deve pesar as suas palavras quando fala da Argélia”.
Este é um retrato paradigmático da campanha de Macron, o homem que uma boa parte dos franceses dizem ser o candidato do “sim, mas…”. Mas há um outro “sim, mas…” que importa referir quanto a Macron: sim, mas… ele é o candidato que, segundo as sondagens, está mais bem colocado para ser o próximo Presidente de França.
Eis alguns elementos do programa de Macron:
- Os desempregados que se demitam podem ter direito ao subsídio de desemprego uma vez num período de cinco anos. Ainda assim, perderão o direito a este se recusarem duas “ofertas razoáveis” de emprego;
- Maior integração europeia para que sejam atingidos “standards mínimos” e áreas como a formação, saúde, subsídio de desemprego e salário mínimo;
- Manter a França no CETA, mas sujeitar os acordos comerciais europeus ao escrutínio de um “comités de vigilância cidadã”;
- Suprimir ao longo de cinco anos 120 mil empregos na função pública, exceto no setor da saúde;
- Garantir que o défice não passe de 3% em 2017 (em 2016 foi de 3,4%, acima do limite imposto no Tratado Orçamental;
- Aumentar os meios destinados ao combate contra o terrorismo e ao mesmo tempo criar centros de detenção para pessoas radicalizadas, onde estas deverão ser “ressocializadas”;
- Garantir que os processos de concessão de asilo sejam completados em menos de seis meses, promover programas municipais de integração de imigrantes e usar o domínio da língua francesa como ponto fulcral para a obtenção de nacionalidade.
O programa de Macron, o seu pendor centrista e liberal valeu-lhe o apoio de vários militantes de topo do Partido Socialista, que bateram em retirada quando o esquerdista Benoît Hamon venceu as primárias naquele partido. Um dos apoios mais sonantes é o de Manuel Valls, até há pouco tempo primeiro-ministro. Além disso, o suposto apoio de François Hollande à campanha de Macron é uma espécie de segredo de polichinelo.
Na reta final da campanha antes da primeira volta das eleições, Emmanuel Macron aparece em média com uma ligeira vantagem sobre Marine Le Pen — o ex-ministro aparece com 24% e a líder da Frente Nacional com 23%.
François Fillon
Os Republicanos, direita
François Fillon venceu as eleições primárias d’Os Republicanos contra todas as expetativas — e sondagens. Quando estas previam uma segunda volta entre o ex-Presidente Nicolas Sarkozy e o ex-primeiro-ministro Alain Juppé, os resultados demonstraram algo diferente: Fillon venceria as primárias com 44%, seguindo-se Juppé 28,6%. Na segunda volta, Fillon subiu aos 66,5% e tornou-se no candidato da direita.
No início da sua campanha — e ainda antes de os socialistas terem um candidato, já que François Hollande ainda não tinha anunciado se queria ser reeleito — Fillon era visto como o homem com mais possibilidades de travar o avanço de Marine Le Pen. O discurso duro de Fillon em termos de imigração, aliado à crítica, embora moderada, à União Europeia, seriam elementos suficientes para aliciar algum do eleitorado frontista.
Porém, Fillon passou de bestial a besta depois de um pequeno jornal satírico, o Canard Enchainé, ter publicado uma série de trabalhos onde era dito que o líder d’Os Republicanos tinha empregado ficticiamente a sua mulher, Penélope Fillon, como sua assistente parlamentar. Ao longo desses sete anos, contava o Canard Enchainé, terá recebido cerca de 900 mil euros. Em 2007, numa entrevista ao The Telegraph, Penélope Fillon disse o seguinte da sua relação com o marido: “Eu nunca fui assistente dele”. Pouco tempo depois, a polémica estendeu-se a dois dos seus filhos, a quem também terá dado empregos fictícios.
Em março, Fillon foi formalmente indiciado pelos crimes relacionados com desvio de fundos públicos e abuso de bens sociais. O candidato d’Os Republicanos rejeita as acusações.
A campanha de Fillon sofreu fortemente com isto. Até 25 de janeiro, quando o Canard Enchainé publicou a investigação comprometedora, Fillon aparecia frequentemente num confortável segundo lugar, em posição de disputar a segunda volta com Marine Le Pen. Porém, desde essa altura, as sondagens passaram a colocá-lo em terceiro ou quarto lugar. O maior beneficiado de tudo isto é Emanuel Macron, que desde então não descola do topo das sondagens.
Politicamente, Fillon junta o conservadorismo social com (algum) liberalismo económico, o que lhe vale muitas vezes comparações com Margaret Thatcher. Eis algumas das suas propostas:
- Proceder a uma harmonização fiscal a nível europeu;
- Recusar acordos de comércio livre como o TAFTA ou o CETA;
- Estabelecer parcerias estratégicas e comerciais com a China e com a Rússia;
- Permitir aos autarcas, mesmo sem que esteja declarado o Estado de emergência, fechar locais de culto que possam comprometer a ordem pública e segurança do país;
- Aplicar quotas para a entrada de imigrantes, apertar o controlo das fronteiras de Schengen, impor condições mais restritivas ao acesso à nacionalidade aos filhos de imigrantes nascidos em França;
- Suprimir 500 mil empregos na função pública e aumentar progressivamente o horário de trabalho dos assalariados do Estado para 39 horas semanais.
Já na fase final da campanha, Fillon recuperou ligeiramente nas sondagens, à medida que Marine Le Pen foi perdendo algum fôlego nas projeções. A haver esperança para Fillon, ela partirá sobretudo de um setor do eleitorado: os indecisos.
Marine Le Pen
Frente Nacional, extrema-direita
Os olhos estão todos postos nela. Marine Le Pen, formada em Direito, é a candidata da Frente Nacional, o maior partido da extrema-direita em França e, possivelmente, o maior da Europa. Marine Le Pen é filha de Jean-Marie Le Pen, que em 1972 foi um dos co-fundadores do partido. Ao longo dos anos, este tem alterado as suas posições — e a mudança de liderança do pai para a filha, em 2011, é o grande motor dessa mudança.
Esta transição ideológica — da qual apenas sobrou a forte posição anti-imigração — não foi particularmente pacífica. Entre 2015 e 2016, Jean-Marie Le Pen e a filha protagonizaram vários episódios tensos, que resultaram na expulsão do ancião do partido — mas, paradoxalmente, os tribunais disseram que este podia manter o título de “presidente honorário” da Frente Nacional.
A Frente Nacional começou sobretudo como um partido de extrema-direita, que albergava desde nostálgicos de Vichy a defensores da manutenção do império colonial francês. Só no final dos anos 1980 é que a Frente Nacional começou a fazer da imigração — por oposição a esta, isto é — uma das suas principais bandeiras. Economicamente, era um partido liberal — e a respeito da União Europeia, pouca oposição tinha a fazer. O primeiro grande resultado da Frente Nacional aconteceu em 2002. Jean-Marie Le Pen ultrapassou o socialista Lionel Jospin na primeira volta e foi disputar a segunda com Jacques Chirac — que venceu com facilidade, reunindo 82,2% dos votos.
Agora, Marine Le Pen prepara-se para voltar a ir à segunda volta, com muitas sondagens a colocá-la como vencedora desta primeira etapa — e mesmo naquelas em que surge em segundo, a líder da Frente Nacional aparece colada a Emmanuel Macron.
Apesar de manter o mesmo nome, a Frente Nacional foi palco de várias mudanças ao longo dos últimos anos. Muitos chamam a este processo de “desdiabolização” — e que pode ser visto nos detalhes, como a adoção de uma rosa azul (em vez do símbolo de um facho) como logótipo da campanha de Marine Le Pen; ou o facto de todos os materiais de campanha dizerem apenas “Marine”, ocultando o apelido e a sua carga. As mudanças também são no discurso. As tiradas anti-semitas e negacionistas do Holocausto por parte do ancião do partido deram lugar ao combate contra o “Islão político”. De liberalmente económico, a Frente Nacional passou a ser proteccionista, aproximando-se aqui da extrema-esquerda, ao ponto de lhe roubar votos. Quanto à União Europeia e ao euro, a oposição é uma das mais fortes entre todos os candidatos. Por oposição, Marine Le Pen defende uma aproximação à Rússia — que é de onde surge grande parte do financiamento do partido.
Aqui ficam algumas das propostas de Marine Le Pen:
- Retirar a França de todos os tratados de livre comércio e optar pela via do “protecionismo inteligente”;
- Sair do espaço Schengen, referendar a presença na União Europeia e no euro;
- Fechar todas as mesquitas classificadas como “radicais” pelo Ministério do Interior, interditar o financiamento estrangeiro de locais de culto e expulsar todos os cidadãos com dupla nacionalidade que tenham ligações ao terrorismo;
- Receber apenas 10 mil imigrantes por ano e acabar com a obtenção da nacionalidade através do casamento ou para os filhos de imigrantes nascidos em França;
- Contratar 40 mil guardas prisionais, 15 mil polícias ou guardas e criar 50 mil postos de trabalho no exército;
- Aproximação da Rússia, que deve passar pela legitimação da anexação da Crimeia;
- Criar uma taxa intermediária de 24% — em vez de 33% — para as pequenas e médias empresas.
Marine Le Pen prepara-se para ter o melhor resultado eleitoral de sempre da Frente Nacional, sendo hoje dado como garantido que vai ultrapassar os 16,9% do pai na primeira volta de 2002. Porém, há outra realidade que Marine Le Pen não deve ignorar: todas as sondagens dizem que ela perde na segunda volta. De Mélenchon a Fillon, passando por Macron ou até Hamon, qualquer um deveria conseguir reunir mais votos do que Marine Le Pen. Sobre isto, a líder da Frente Nacional já disse: “As sondagens não são uma eleição”. Só os resultados deste 23 de abril e, mais à frente, de 7 de maio, dirão quem teve razão.