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Quem vai suceder a Logan Roy? Estas são as nossas apostas para o final de "Succession"

Nesta “Guerra dos Tronos” há menos cabeças a rolar e mais cobras do que dragões, mas, só um poderá liderar a Waystar Royco. A série termina domingo nos EUA, na segunda-feira em Portugal.

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[Atenção: este especial pode conter spoilers. Se ainda não viu a quarta temporada de Succession e não quer saber nada, não leia]

Quem será, enfim, o “o sucessor” há 38 episódios aguardado? E o que será da América, da democracia e da reflexão que daqui faremos para os nossos próprios sistemas político-mediáticos? Analisamos as cinco candidaturas principais. Façam as vossas apostas. Enfim, não literalmente – ou, pelo menos, não aqui. Porque há realmente sites de apostas sobre isto. Afinal, o dinheiro é o sangue que pulsa nas veias do mundo e nos faz mover, para parafrasear, de memória, o primeiro candidato. O Roy está morto; longa vida ao Roy (ou a quem Matsson quiser no lugar de um).

[o trailer para o fim de “Succession”, disponível na HBO Max esta segunda-feira, 29 de maio:]

KENDALL

O príncipe imperfeito

É ele quem desencadeia a história quando, como Lúcifer, se revolta e deseja sentar mais alto do que o pai, e é ele também, a maior parte das vezes, a sua força motriz, com as suas falhas, contradições, pecados, atos de contrição e gestos de redenção. Kendall (Jeremy Strong) chega ao último capítulo em boa posição para a corrida ao trono da Waystar: assumiu, claramente, a liderança da empresa na apresentação do novo produto Living+ e, sobretudo, a da família, no funeral do patriarca.

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Tem a drive, o instinto, a posição e as boas relações – mas vê-lo vencer constituiria um final, porventura, demasiado previsível. Depois do fracasso de Roman (Kieran Culkin) no penúltimo episódio, a ideia da dupla de irmãos, “The Roy Boys”, perdeu qualquer valor facial e, mais grave do que isso, o putativo futuro Presidente de extrema-direita, Jeryd Mencken (Justin Kirk), parece disponível para roer o acordo do apoio da ATN à sua campanha em troca da oposição à venda do grupo a capital estrangeiro.

Mas Kendall é o protagonista de “Succession” e, apesar de tudo, não estamos na “Guerra dos Tronos”, em que essa condição não só não garantia qualquer vitória final como até costumava ser condição para uma morte abrupta e dolorosa. A forma como a personagem terminar será sempre um fator essencial para a consideração final de “Succession” como obra e não poderá ser descurada. Foi estranho, porém, vê-lo no penúltimo episódio a reunir apoios entre personagens pouco influentes como o homem de mão Colin (Scott Nicholson) ou o empregado capacho Hugo Baker (Fisher Stevens) e até abandonado pela assistente Juliana (Jess Jordan).

Alegações finais: “A vida não é agradável. É contingente. Os que dizem que te amam também te f****. Este é um plano para lixar o acordo e dominar o mundo.” – No penúltimo episódio, enquanto a banda sonora ganhava contornos negros de ”Marcha Imperial”.

Probabilidade de ganhar: 30%

ROMAN

O bobo moderno

Foi, a dado momento, o candidato mais promissor. Fazendo a trajetória oposta à de Kendall, que se confunde mais com as personagens mitológicas da queda, veio em ascensão de criança grande a mais fiel seguidor do pai. Ao contrário de Ken, porém, Roman ainda não enterrou o pai nem seria já credível que o fizesse em tempo útil. O penúltimo deitou-o, literalmente, por terra, atirando-o ao chão do trono aonde, à força, se tentava alcandorar. Outra versão do bobo moderno (um arquétipo muito amado e variado pelo criador da série, Jesse Armstrong), Roman detém a maior coleção de one-liners mortais de “Succession”, bem como a mais retorcida galeria de fantasias maradas. Mas confundiu maturidade e crueldade, quando não tinha garras para uma nem para outra.

No penúltimo episódio, depois de planear milimetricamente ser “a estrela do funeral” e tomar o lugar do pai, desabou, no momento da verdade, a chorar como uma criança, tendo Kendall de tomar o seu lugar e fazer o trabalho, enquanto Roman apontava o caixão num pranto, perguntando se era ali que o pai estava e se o podiam tirar de lá. Auto-oferecendo-se em sacrifício, no final do penúltimo episódio, à multidão de “camponeses” em fúria contra a golpada eleitoral, o próprio Roman parece já ter reconhecido para ele mesmo a derrota. A irmã já o substituiu no acordo com o potencial comprador estrangeiro e até na negociação com o eventual novo Presidente americano. O trono está fora do alcance; quando muito, precisa de um colo, mas nem esse se avizinha qual possa ser neste momento.

Alegações finais: “A morte parece – não sei – demasiado tamanho único.”

Probabilidade de ganhar: 5%

SHIV

A senhora “opções”

Parece ter tido a relação mais sincera com o pai e tão desligada da mãe como os irmãos; é, aparentemente, a melhor resolvida de todos, a mais equilibrada, sensata e madura – mas, ainda assim, incapaz de governar a sua própria vida afetiva. Teve a última palavra no funeral do pai, mas o discurso não teve metade da contundência do de Kendall ou ainda menos que o de Ewan (James Cromwell), o irmão desavindo de Logan. E, no entanto, chega muito bem colocada à grelha de partida para a última corrida, talvez por manter “todas as opções em aberto”.

Nunca será a dona da empresa, mas poderá ficar como a CEO americana que tranquilizaria o chauvinismo do putativo novo Presidente em relação à passagem de um grande grupo empresarial americano para mãos estrangeiras. Já andou de braço dado com o candidato democrata, com os irmãos, com o comprador hostil e, agora, portanto, até com o candidato republicano. O facto de apoiar tantos partidos alimenta, grandemente, as suas hipóteses relativamente a um lugar à mesa real. Mas também poderá ser castigado pela moral da história (admitindo que “Succession” queira ter alguma).

Alegações finais: “Não conseguia conceber uma mulher inteira na cabeça dele.” – No elogio fúnebre ao pai

Probabilidade de ganhar: 30%

CONNOR, TOM, GREG

Os idiotas úteis

Não contam para o baralho. Poderão receber umas migalhas que, dependendo da quantidade, os deixarão contentes. A verdade é que, em qualquer organização, o lugar de idiota útil não costuma ser negligenciado.

Alegações finais: “O gato de Schrödinger, Tom. Até contarem os votos, sou tão Presidente como os outros dois.” – Connor, para o cunhado Tom Wambsgans

Probabilidade de ganharem (qualquer coisa, todos somados): 5%

GERRI, KARL, FRANK, KAROLINA

Quem?, perguntam vocês. Certo, estas são as personagens que não aparecem no poster de “Succession”, mas estão sempre lá, desde o episódio 1. São os “yes, men (and women)” de Logan Roy e que não desapareceram depois da sua morte. Porquê? Porque, de parasitas, passaram, sem dificuldade, ao papel de aves necrófagas ou vírus oportunistas que acordam o momento e o candidato ideal para se transmitirem a novo hospedeiro.

Dirá que, em teoria, não contam para o baralho, mas temos dois argumentos para a troca: a natureza fundamentalmente cínica de “Succession” e o comportamento destas personagens nos últimos episódios. Para oportunistas, têm estado estranhamente quietos, calados, seguros. Ao contrário de Tom ou Greg que se desfazem a dar graxa a qualquer par de sapatos já lustroso que passe, este naipe de diretores da Waystar (já) não parece preocupado em assegurar o seu futuro – possivelmente, por já o ter feito. Veremos se passaram ou não a perna aos pobres meninos ricos Roy e chegaram a um entendimento direto com a “nova ordem”.

Alegações finais: “Quanto de vocês está contente?” — Gerri, para os restantes, no funeral de Logan

Probabilidade de ganharem: 30%

[leia — ou releia aqui as crónicas sobre todos os episódios da última temporada de “Succession”]

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