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O primeiro robô polícia operacional espera o tiro de canhão que marca o fim do dia e do jejum para os muçulmanos que cumprem o Ramadão no Dubai, a 31 de maio deste ano
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O primeiro robô polícia operacional espera o tiro de canhão que marca o fim do dia e do jejum para os muçulmanos que cumprem o Ramadão no Dubai, a 31 de maio deste ano

AFP/Getty Images

O primeiro robô polícia operacional espera o tiro de canhão que marca o fim do dia e do jejum para os muçulmanos que cumprem o Ramadão no Dubai, a 31 de maio deste ano

AFP/Getty Images

A caminho do Robocalypse?

Num futuro não muito distante, os carros vão conduzir-se sozinhos, vamos ser atendidos por computadores, policiados por robôs e geridos por inteligências artificiais. E os nossos empregos?

Carros que se conduzem sozinhos, robôs no lugar de empregados de lojas, algoritmos que fazem negociações em bolsa, máquinas que realizam operações e gestores pessoais que são, na verdade, computadores. A inovação tecnológica ocupa cada vez mais o espaço das pessoas no mercado de trabalho, com consequências sérias para o futuro do emprego. Mas será que economicamente este argumento faz sentido?

Desde que o homem criou a máquina que há quem antecipe um Apocalipse robotizado. No século XIX, o movimento que ficou conhecido como ludismo destruiu teares em protesto contra as consequências da automatização nas práticas laborais. Em 1927, o secretário do Trabalho dos EUA profetizava a falta de emprego devido aos “eletrodomésticos revolucionários”. E nos anos 60 a administração Kennedy até mandou estudar o impacto do aumento da produtividade nos níveis de emprego.

A questão não desapareceu e a rápida evolução tecnológica da era atual fez ressurgir as cassandras que antecipam um “Robocalypse” que vai levar ao desaparecimento de milhões de empregos.

Mas será mesmo assim? Há muitos economistas que se têm dedicado ao tema, mas muitos deles em setores específicos ou sobre questões específicas. Daron Acemoglu, do MIT, e Pascual Restrepo, da Universidade de Boston, por exemplo, antecipavam num estudo de março deste ano que por cada novo robô que entrasse no mercado de trabalho por cada mil trabalhadores, o nível de emprego da população cairia entre 0,18 e 0,34 pontos percentuais, e os salários entre 0,25 e 0,5 pontos percentuais. Mas mesmo estes dois especialistas fizeram uma análise limitada: uma comparação entre duas comunidades nos Estados Unidos.

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Faltava estudar em termos globais, com uma amostra suficientemente grande de países e indústrias, para perceber se, na realidade, o emprego tem vindo a cair com a introdução da mais melhor tecnologia. Foi isso que fizeram David Autor, um dos melhores economistas de trabalho do mundo e professor no MIT, e Anna Salomons, economista da Universidade de Utrecht, na Holanda.

Tal como durante a administração Kennedy – já com Lyndon Johnson no poder -, os dois economistas queriam perceber se à medida que as empresas vão ficando mais produtivas, o número de pessoas empregadas no total da economia desce.

As conclusões foram apresentadas em Sintra, perante uma plateia de mais de 150 banqueiros centrais, economistas, académicos e jornalistas, que se deslocaram ao país para mais uma conferência anual do Banco Central Europeu (BCE). A pergunta era ‘simples’: estaremos perante um cenário de perda de empregos em massa, um “Robocalypse”? Os dados de 28 indústrias de 19 países – incluindo Portugal – entre 1970 e 2007, mostram que não. Para já, não é o caso. Ou, nas palavras de Obi-Wan Kenobi: “These aren’t the droids you’re looking for”.

Os dois economistas propuseram-se a fazer uma análise global, precisamente porque queriam perceber se os ganhos de produtividade – tão associados aos avanços tecnológicos – estavam realmente a eliminar empregos, numa altura em que o número de pessoas empregadas é maior do que nunca. Ou seja, estas novas tecnologias que estão a permitir às indústrias produzirem mais bens com menos recursos estão a substituir os empregos, como alguns alegam? Ou não?

Para chegar à conclusão de que não há uma perda de empregos em massa, até pelo contrário, os economistas explicam que, apesar de as indústrias que têm maiores ganhos de produtividade empregarem cada vez menos pessoas, estes ganhos de produtividade geram riqueza que acaba por se espalhar por outros setores.

Esta riqueza leva a que os consumidores tenham mais recursos, ao aumento da procura de bens desses outros setores e ao crescimento das empresas, que acabam por estar ligadas. Uma empresa que produza automóveis pode empregar menos pessoas, mas também acaba por ter de comprar mais pneus ou componentes para os sistemas de som dos carro, por exemplo, como explicou David Autor numa entrevista ao Observador.

Mesmo em setores onde a produtividade aparente do trabalhador não tenha mudado, como por exemplo na restauração, os rendimentos sobem e há mais empregos a serem criados, porque há mais riqueza. Esta maior riqueza leva a que os consumidores estejam dispostos a pagar mais, levando a indústria a adaptar-se a essa nova realidade.

O economista do MIT disse aos banqueiros centrais, com Mario Draghi na audiência, que “todos os empregos estão em risco por causa da automação”, lembrando que nada do que fazemos atualmente tem alguma semelhança com os empregos de há 100 anos, mas que isto não significa necessariamente que haverá menos empregos. Apenas que os empregos serão diferentes.

Dois braços robóticos criados pela Kuka, mostram numa feita em Berlim como pode muito bem ser um robô a prestar um serviço muito procurado pelos alemães: abrir e servir cerveja.

AFP/Getty Images

Não há motivo para preocupação?

A mensagem dos dois economistas, e de outros que estudaram o tema nos últimos anos, não é, contudo, assim tão otimista. Segundo David Autor e Anna Salomons, há razões de preocupação, não são é, pelo menos para já, as profecias da desgraça de que estamos a perder milhões de empregos para as máquinas. Essa discussão, diz a economista da Univerdade de Utrecht, está a fazer com que a atenção esteja focada no problema errado.

“A ideia de desaparecimento de empregos em massa tem contribuído para nos distrair daquilo em que nos devíamos concentrar, que é a deslocalização e esse tipo de ajustamentos”, disse Anna Salomons.

Se é verdade que as economias estão a criar empregos e, em termos agregados, até há mais empregos do que existiam antes destes ganhos de produtividade, também o é que os números individuais mostram alguns problemas. Problemas esses que têm sido terreno fértil para muitos políticos populistas, entre eles Donald Trump. Os empregos que estão a desaparecer em determinadas indústrias, que tradicionalmente empregam mais pessoas e com menores qualificações, estão a ser compensados por empregos criados para pessoas com maiores qualificações.

Profissões mais suscetíveis de serem substituídas por máquinas

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Telemakerting: 99%

Modelo: 97%.

Cozinheiro: 96%.

Operador de reatores nucleares: 95%.

Taxista e motorista: 89%.

Padeiro: 89%.

Assistente de veterinário: 86%.

Pescador: 83%.

 

Fonte: The Future of Employment: How susceptible are jobs to computerisation? Carl Benedikt Frey and Michael A. Osborne, 2017.

Há mais empregos na economia, mas o mercado de trabalho está cada vez mais polarizado, o que faz com que haja cada vez menos oportunidades de emprego à espera dos menos qualificados, e que os empregos que acabam por aparecer para esta parte da população sejam menos bem pagos, menos seguros e cada vez mais sujeitos a desaparecer. Em alguns países, caso dos Estados Unidos, há trabalhadores que estão a escolher não trabalhar, diz David Autor.

O primeiro cavaleiro do Robocalypse?

Richard Freeman, economista da Universidade de Harvard, diz numa análise publicada recentemente na Harvard Magazine que “os aumentos de produtividade foram, em tempos, passados aos trabalhadores de forma proporcional através dos seus salários”, mas atualmente a situação é diferente: “Hoje, os ganhos vão de forma desproporcional para os mais ricos, que são os principais donos do capital”.

Freeman explica que a contribuição do fator trabalho para o crescimento tem vindo a cair nas últimas duas décadas e, como o capital está distribuído de forma mais desequilibrada, a riqueza conseguida com o crescimento da produtividade acaba por ser distribuída de forma menos equilibrada do que no passado.

Para David Autor, mais otimista que Freeman, a queda da contribuição do fator trabalho para o PIB poderia ser o “primeiro cavaleiro do Robocalypse”, mas uma análise mais fina mostra que, apesar de a média estar a cair como diz Freeman, esta contribuição do fator trabalho não está em trajetória descendente entre todas as empresas, está é a cair devido à concentração de algumas grandes empresas.

Os impactos da criação de cada vez mais grandes empresas – “empresas estrela” —, que concentram cada vez maiores partes do mercado, e com grandes ganhos de produtividade resultantes da evolução tecnológica, acabam por absorver uma grande parte de recursos e dar uma contribuição maior de capital, do que de trabalho, para a criação de riqueza.

“Sabemos que o papel das empresas na desigualdade tem vindo a aumentar ao longo do tempo. Agora, basicamente, importa mais a empresa em que se trabalha. Mesmo que tenhamos o mesmo emprego, há uma grande diferença [em termos salariais] se trabalhar numa dessas empresas mais produtivas. Esta é parte da razão pela qual a desigualdade está a aumentar e pode ser importante perceber. Ainda não há conclusões sobre o papel das empresas, mas parece ser importante para perceber o que se passa em termos de desigualdade”, disse a economista Anna Salomons.

Profissões menos suscetíveis de serem substituídas por máquinas

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Assistente social que trabalhe com abuso de substâncias e problemas mentais: 0,3%.

Nutricionista: 0,4%.

Coreógrafo: 0,4%.

Gestor de recursos humanos: 0,5%.

Educador de infância: 0,7%.

Padre: 0,8%.

Enfermeiros: 0,9%

Fonte: The Future of Employment: How susceptible are jobs to computerisation? Carl Benedikt Frey and Michael A. Osborne, 2017.

O economista francês da Universidade de Nova Iorque, Thomas Philippon, apresentou um artigo próprio onde defendeu que estas super empresas estão a estrangular o investimento — em especial nos Estados Unidos, onde há menos regulação do que na Europa — porque acabam por dominar o seu mercado e estrangular a concorrência. David Autor não concorda por completo com esta análise, porque diz que é algo que acontece noutras partes do mundo, independentemente dos níveis de concorrência, mas admite que estas empresas possam criar problemas ao emprego se ganharem demasiado poder num mercado.

“As grandes empresas são sempre mais centradas no capital do que no fator trabalho. As pequenas empresas tendem a ter muitos trabalhadores para o nível de investimento que têm e as empresas maiores são o contrário. O que parece é que, em vez de o nível de emprego destas empresas estar a descer, o nível de produção está a aumentar. Como são mais produtivas, estão a ter uma maior parte de todas as vendas. Uma consequência mecânica disto é que a percentagem de despesa dessas empresas com salários está a cair, mas como isto vai evoluir com o passar do tempo não sabemos. Estando bem, estas empresas ganham vantagem, porque são mais produtivas. À primeira vista é uma coisa boa mas, se ganharem poder no mercado, podem começar a pensar que não precisam de investir — porque já estão à frente — e preferem guardar o dinheiro em vez de investir, focando-se em impedir a entrada de outras empresas no mercado”, afirmou, dando o exemplo da Apple, fabricante do iPhone e dos computadores iMac.

Robocalyspe later, problems now

O “Robocalypse” pode não ter acabado com empregos em grande escala desde os anos 70, como alguns profetizavam, mas os anos mais recentes mostram uma tendência mais preocupante. Os autores explicaram aos banqueiros centrais que os efeitos de contágio positivos no resto da economia dos ganhos de produtividade nem sempre são assim tão fortes, e que no século XXI até aconteceu precisamente o contrário.

Segundo a apresentação de David Autor, nos dados que os economistas recolheram sobre o impacto do crescimento da produtividade nestas indústrias, o efeito passou a ser negativo entre 2000 e 2007. Ou seja, os aumentos da produtividade destas indústrias, apesar de ajudarem a criar empregos no resto da economia, não criaram empregos suficientes para compensar os que foram destruídos nestes setores.

Isto pode ser resultado de alguma saturação da procura, das mudanças nas cadeias de produção a nível mundial, da própria mudança no tipo de tecnologia que está a ser utilizada e da concentração. Por estas razões, há setores cuja produtividade já não gera efeitos tão positivos no resto da economia. Os efeitos, dizem, ainda não estão suficientemente estudados, mas merecem atenção e alguma preocupação.

Como evitar a crescente desigualdade da robotização?

Uma coisa é certa para estes economistas: esta vaga de inovação está a provocar um aumento da desigualdade e a criar largos grupos de perdedores. O que se pode fazer para compensar estas pessoas, evitar maior desigualdade e, como dizem os autores, um eventual “Robocalypse” no mercado de trabalho? Há propostas para todos os gostos.

Robôs a pagar impostos?

A ideia ganhou notoriedade no início deste ano por causa do apoio de Bill Gates, fundador da Microsoft e um dos homens mais ricos do mundo. Mas a história não começou aí. Na verdade, a ideia até começou a ser defendida por uma deputada do Parlamento Europeu.

Mady Delvaux, do Partido Operário Socialista do Luxemburgo, lembrou, num relatório de maio de 2016, que as previsões da própria Comissão Europeia apontavam que 90% dos empregos iriam exigir pelo menos competências digitais básicas em 2020, e propôs que fosse considerada a possibilidade de exigir às empresas que passassem a ser obrigadas a reportar nas suas contas quanto dos seus resultados se devia ao uso de robótica e da inteligência artificial, tendo como objetivo a “taxação e as contribuições para a Segurança Social”.

A eurodeputada defendeu a sua proposta, argumentando que esta nova vaga de robotização está a aumentar a desigualdade e tem impacto para os sistemas de pensões de cada um dos Estados-membros, devido à queda dos salários resultantes da automatização e robotização do mercado de trabalho.

A proposta não foi bem-recebida pelos seus pares (e economistas), que a chumbaram em fevereiro deste ano, argumentando, entre outros, que seria difícil escolher o que seria tributável.

Mas nem todos são da mesma opinião. Bill Gates, numa entrevista à revista Quartz, disse que taxar robôs seria uma forma de apostar na formação de trabalhadores para o tipo de atividades que só os seres humanos podem desempenhar, como a educação infantil ou os cuidados médicos e acompanhamento dos mais velhos. Os impostos permitiriam também um abrandamento do ritmo de automatização de algumas profissões, que Gates considera que está acontecer demasiado rápido e sem compensação para os seus impactos.

Bill Gates não está sozinho nesta avaliação. Robert Shiller, um dos primeiros economistas a apontar para a descida no preço das casas nos EUA — que viriam a ser uma das grandes razões para a crise financeira — e prémio Nobel da economia em 2013 pelo seu trabalho na avaliação de ativos, defende que esta hipótese não deve ser descartada e que os governos têm de debater como se responde à desigualdade que está a ser agravada pelo avanço tecnológico.

“Não descartemos assim tão rapidamente impostos, mesmo que modestos, durante a transição para um diferente mundo de trabalho. Este tipo de imposto deve ser parte de um plano mais abrangente para gerir as consequências da revolução robótica. (…) Um imposto moderado sobre robôs, mesmo que um imposto moderado que apenas abrande a adoção de tecnologia disruptiva, parece um componente natural de uma política para responder à crescente desigualdade. A receita poderia ser consignada a um seguro salarial [que garante o salário mais alto a um trabalhador obrigado a mudar para um emprego com menor salário], para ajudar as pessoas substituídas pelas novas tecnologias a fazer a transição para uma nova profissão”, disse numa coluna publicada no Project Syndicate.

Trabalhadores donos dos robôs?

Uma proposta mais arrojada, mas não assim tão diferente das práticas de algumas empresas, parte do economista de Harvard Richard Freeman. Para Freeman, uma das soluções para combater o aumento da desigualdade provocado pela robotização da economia poderia passar pelos trabalhadores terem uma participação nos meios de produção.

Richard Freeman argumenta que, mesmo que a economia continue a criar emprego como resultado do aumento da produtividade que vem do uso de novas tecnologias, esta nova vaga de robotização não é igual à automatização do século XX. A preocupação não são os empregos, mas os salários pagos por estes empregos, já que os robôs começam a ter uma percentagem cada vez maior dos empregos de maior produtividade.

Os robôs não estão apenas a tomar conta dos trabalhados menos qualificados, também estão a chegar a profissões teoricamente ocupadas por pessoas com maiores qualificações, e que tinham por isso também maiores salários.

“Se a a distribuição de capital continuar a ser reduzida, como é atualmente, os maiores beneficiários da robotização seria um pequeno grupo de donos ricos, ao mesmo tempo os padrões de vida da grande maioria dos trabalhadores sofreriam” - Richard Freeman 

Com os salários a estagnar, ou mesmo a diminuir, a preocupação já passou para instituições como o FMI e o Banco Mundial. Como se resolve esta questão? Para Richard Freeman, a solução podia passar por os trabalhadores passarem a ser donos de parte dos meios de produção.

“Se a a distribuição de capital continuar a ser reduzida, como é atualmente, os maiores beneficiários da robotização seriam um pequeno grupo de donos ricos e ao mesmo tempo os padrões de vida da grande maioria dos trabalhadores sofreriam”, diz. Mas, “se as pessoas partilhassem a propriedade das máquinas que os substituem no trabalho, todos teriam melhores padrões de vida e mais liberdade”.

Para que esta partilha se fizesse, Freeman defende que os países teriam de avançar com incentivos fiscais para as empresas compensarem os trabalhadores com participação no capital social e mudanças na lei que dariam aos trabalhadores uma palavra sobre a adoção de novas tecnologias nas empresas. A própria Hillary Clinton, durante a campanha presidencial, levantou a hipótese de criar um incentivo fiscal para as empresas que partilhassem os lucros com os seus trabalhadores.

Como apoiar os que ficam para trás?

Uma das ideias levantadas pela eurodeputada na proposta chumbada é que se comece a estudar a introdução de um rendimento básico universal, pago aos trabalhadores, mesmo que estes não tenham emprego. Este é um conceito muito controverso atualmente, seja qual for a orientação política dos intervenientes em discussão, mas uma solução que num futuro controlado por robôs, o fundador da Tesla, Ellon Musk diz que pode bem ser a solução.

“Há uma grande probabilidade de acabarmos por ter um rendimento básico universal, ou algo parecido devido à automação. Não sei que mais poderíamos fazer. Acho que é o que vai acabar por acontecer”, disse o empresário, em entrevista à CNBC. A Suíça levou a referendo, no ano passado, a hipótese de instituir um rendimento básico universal de 2500 francos (cerca de 2300 euros), mas a hipótese foi chumbada nas urnas.

Barack Obama chegou a falar nesta hipótese, dizendo que há muita incerteza sobre se esta é a melhor opção, mas admitindo que este será um tema que será certamente discutido cada vez mais “nos próximos 10 ou 20 anos”. O seu relatório ao Congresso mostra o porquê desta preocupação: a probabilidade dos trabalhos mais mal pagos serem substituídos por algo tipo de máquina foi estimada em 83%. A desaparecerem estes empregos, desempenhados tipicamente por pessoas com menores qualificações, deixaria uma grande parte da população em dificuldades.

Fonte: Relatório Económico do Presidente dos Estados Unidos enviado ao Congresso, 2016.

Seja como for, defendem David Autor e Anna Salomons, os governos terão de encontrar recursos para apoiar estas pessoas que ficam sem empregos e que têm menores qualificações. O dinheiro pode vir da política fiscal, admitem os economistas, mas o importante é que seja usado em mais apoio na transição para outras profissões, em formação profissional ou treino vocacional, para deixar estas pessoas mais bem preparadas para se adaptarem às novas características do mercado de trabalho e às suas futuras metamorfoses.

A inovação pode ser uma coisa boa, os empregos atualmente melhores do que eram há 100 anos e o “Robocalypse” pode ainda não ter chegado, mas já há muitos ‘perdedores’ da globalização que precisam de ser apoiados, defendem.

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