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Web Summit: Segundo dia da Web Summit, no Parque das Nações, em Lisboa. Lisboa, 2 de novembro de 2021. JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
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Web Summit completou o terceiro dia. Falta um na edição de 2021

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Web Summit completou o terceiro dia. Falta um na edição de 2021

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Rochas amigas do ambiente, uma aliança em Portugal e uma aula que foi uma desilusão. O dia 3 da Web Summit

No terceiro dia da Web Summit, o Observador foi ver rochas amigas do ambiente. Isto depois de presenciar o arranque da aliança europeia para as startups e a aula de uma "big 5" que foi uma desilusão.

No terceiro dia da Web Summit, que voltou ao formato presencial — pelo menos na maior parte das conferências –, o Facebook continuou a dominar as conversas. Desde logo quando Chris Cox, braço direito de Zuckerberg, entrou, de forma remota, no palco principal para defender o Facebook e a sua transformação em Meta. “Não somos perfeitos”, admitiu, para ser seguido no palco principal pela jornalista do New York Times Cecilia Kang que, em conjunto com Sheera Frenkel, escreveu “Uma verdade feia: Por dentro da batalha do Facebook pelo domínio” (numa tradução livre para português). E foi dela uma das vozes críticas em relação ao poder da rede social.

A réplica a quem é mais crítico do Facebook chegou à Web Summit pela voz de Daniela Braga, fundadora da DefinedCrowd (que aproveitou o evento para apresentar novamente a mudança de nome para Define.ai) e que foi convidada para integrar a task force de Joe Biden para a inteligência artificial, que defendeu Mark Zuckerberg dizendo não acreditar em planos maléficos.

Daniela Braga sobre Facebook: “Não houve má intenção. Ninguém está a esse nível a pensar num plano maléfico para dominar o mundo”

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Não foi, no entanto, apenas o Facebook das “big 5” que esteve no palco principal. Também a Apple foi defender a sua dama, deixando mesmo o aviso à Comissão Europeia de que a lei que pretende criar vai deixar “todos os smartphones inseguros”. A Apple recebeu aplausos nesta cimeira. Já a Microsoft optou por dar uma aula.

Este foi o terceiro dia da Web Summit. No segundo dia foram efetuadas mais de 21.700 compras no recinto do evento, com um consumo médio de 10,6 euros, de acordo com dados da SIBS. Na cimeira, sem dinheiro físico, foram utilizados cartões de cartões de 95 nacionalidades. E foi neste mundo virtualizado que surgiu uma das novidades do dia: a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa vai disponibilizar, a partir de dezembro, NFT (tokens não tangíveis) de peças de arte dos espólio com mais de 500 anos, como relíquias, pinturas, artefactos.

O que menos gostámos

O presidente da Microsoft que foi vago no futuro do ambiente

Artificial Intelligence And Digital Skills Conference In Milan

Brad Smith é presidente da Microsoft e responsável jurídico da empresa

Getty Images

Como já referimos, Brad Smith está para a Web Summit como a Ivete Sangalo está para o Rock in Rio. Porém, o presidente da Microsoft não levantou sequer poeira no final desta manhã quando subiu ao palco principal da maior conferência de empreendedorismo e tecnologia da Europa.

O presidente da Microsoft deu uma aula sobre “contabilidade” do ambiente na Web Summit

Na aula sobre “contabilidade carbónica” falou sobre “tecnologia que ainda não existe” e mostrou que gigantes empresariais como a Microsoft têm na agenda o aquecimento global – numa altura em que em Glasgow a COP26 debate o futuro do planeta. Porém, o também responsável jurídico da organização que está por detrás do Windows não mostrou novas ideias. Aliás, praticamente tudo aquilo que falou tem sido referido várias vezes pelo fundador da Microsoft, Bill Gates.

Brad Smith ainda falou de máquinas que captam o dióxido de carbono do ar mais eficientemente e realçou que “nunca se sabe onde é que o futuro nos vai levar”. Mesmo assim, a “volta à escola” a que levou o público foi pouco concreta, mesmo nas ideias mais futuristas que quis promover.

O que mais gostámos

A aliança que fica em Portugal

Siza Vieira deu o pontapé de saída da aliança para as startups.

Eóin Noonan/Web Summit

Portugal já tinha anunciado, no âmbito da presidência europeia no início de 2021, que iria ser criada a Aliança das Nações de Startups da Europa (Europa Startup Aliança das Nações — ESNA). Esta quarta-feira, 3 de novembro, foi dado o pontapé de partida no palco principal da Web Summit, por Pedro Siza Vieira, ministro da Economia de Portugal. São 27 nações (26 estados-membros e a Islândia) que se comprometem a trabalhar para criar na Europa um ambiente (fiscal, regulatório, financeiro) mais amigo das startups. Já há um conjunto de temas a abordar.

A sede da organização vai ficar em Portugal. O Pavilhão de Portugal foi o local escolhido, instalando-se aí o que Siza Vieira diz que irá ser uma estrutura ligeira de 10 pessoas, estando ainda por selecionar o líder — será escolhido no âmbito de um processo internacional de recrutamento.

Ficar com a sede custará a Portugal, anualmente, 1,5 milhões de euros, sendo o único país a investir dinheiro na estrutura. Mais 1 milhão chegará, em dois anos, da Comissão Europeia.

Os resultados serão medidos mais à frente, ambicionando a Europa ter mais unicórnios.

No anúncio da sede da ESNA, Siza Vieira tentou passar um pano sobre o estudo, divulgado pelo Negócios, de que o impacto direto da Web Summit estava aquém do inicialmente pretendido. O ministro da Economia não tem dúvidas de que há impactos que não são mensuráveis. A propósito deste estudo Paddy Cosgrave, líder da Web Summit, optou por considerar que são assuntos ligados às eleições em Portugal.

Pavilhão de Portugal vai ter novo “inquilino”. Aliança Europeia de Startups foi lançada com sede em Portugal

A ideia mais fora da caixa

A startup que transforma dióxido de carbono em rochas

Um perodotito com veios de mineiais carbonatados que reagiram com o dióxido de carbono

Wikimedia Commons

Nas paisagens escarpadas de Omã, uma rocha com manchas castanhas, cinzentas e negras, cravada com veios brancos que fazem lembrar o mármore, pode tornar-se no Santo Graal para varrer o dióxido de carbono em excesso da atmosfera terrestre. Neste país, tudo acontece normalmente: as pedras, chamadas peridotitos, nascidas da lava que brotou há milhões de anos do manto da Terra, reagem com o dióxido de carbono dissolvido na água ou presente na atmosfera e transformam-no em minerais esbranquiçados.

Na natureza, isso acontece ao longo de dezenas de milhares anos. Mas a 44.01, uma startup britânica que o Observador encontrou no pavilhão número três da Web Summit, diz ter descoberto uma forma de fazer exatamente o mesmo, mas muito mais depressa, contou a engenheira Amal Ibrahim ao Observador: a partir de 2030, conta armazenar anualmente mil milhões de toneladas de dióxido de carbono em rochas. Depois de mineralizado, o dióxido de carbono nunca mais volta a escapar para a atmosfera. E a rocha torna-se numa espécie de fóssil do CO2.

A tecnologia da 44.01 também pode ser útil diretamente nas fábricas emissoras de grandes quantidades de dióxido de carbono. As empresas podem instalar ventoinhas captadoras de CO2 e entregá-lo diretamente à startup. Com recurso à energia solar e a biocombustível cedido por uma empresa parceira, a Wakund, o dióxido de carbono é “injetado” nestas rochas — que também existem nos Estados Unidos e Albânia, e que podem ser encontradas à superfície (em antigas grutas de mineração, por exemplo) ou a poucos metros de profundidade no mar.

A “injeção” não precisa de agulhas, na verdade: a ideia é abrir corredores em formações rochosas e bombear água misturada com o dióxido de carbono no seu interior. O perodotito fica assim exposto a uma maior concentração de CO2 do que ficando simplesmente na natureza, o que permite uma reação mais rápida e uma captura e armazenamento maior de dióxido de carbono. No fim, a água, já livre do dióxido de carbono, pode ser reutilizada.

O significado do nome da startup está enraizado em explicações científicas: as moléculas de dióxido de carbono são compostas por um átomo de carbono e dois de oxigénio. Ora, somando a massa molar — massa em gramas de um mol de substâncias elementares, uma unidade de medida usada em química — de todos os átomos da molécula obtém-se uma massa molar de 44,01 gramas por mol. Nasceu assim a “44.01”, criada em julho de 2020, que acredita que “a humanidade precisa remover o CO da atmosfera permanentemente, não armazená-lo”.

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