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Sergio Ramírez: "Os livros de ficção não servem para fazer política. Para mim, a literatura é sempre sobre o ser humano"

O Prémio Cervantes falou com o Observador sobre a Nicarágua corrupta que enche as páginas do último livro, que marca o regresso de Dolores Morales. E ainda houve tempo para os hipopótamos de Escobar.

A vida de Sergio Ramírez podia dar um romance. Formado em Direito, abandonou a escrita, que sempre considerou ser a sua verdadeira vocação, para se juntar à revolução sandinista que fez cair a ditadura do último Somoza. Viveu exilado na Costa Rica e depois na Alemanha, regressando ao seu país, a Nicarágua, e ocupando o cargo de vice-presidente durante três anos. Descontente com o rumo da revolução, distanciou-se de Daniel Ortega, que apoiou, e voltou a pegar na caneta, colocando um ponto final definitivo na carreira política. Não voltou a olhar para trás, porque sempre soube que não estava destinado a ter um papel administrativo. Foi como escritor que entrou na revolução e foi como escritor que saiu dela.

A profissão que escolheu, e que admite nada ter a ver com a sua formação, não o impede, no entanto, de exercer o seu papel enquanto cidadão nicaraguano. Ramírez sabe que há escritores que ignoram o que se passa à sua volta e que isso não os impede de escrever bons poemas, bons romances. Mas ele não é assim. Atento e preocupado com a situação cada vez mais complicada na Nicarágua e na América Latina, o vencedor do Prémio Cervantes de 2017 não se recusa a fazer um comentário ou a dar a sua opinião. Admite, contudo, que não é a ele nem aos da sua idade que cabe fazer a mudança. Essa está na mãos dos jovens, que correspondem a uma grande parte da população do seu país.

Sergio Ramírez esteve em Portugal para participar no festival literário Correntes d’Escritas, da Póvoa de Varzim, onde apresentou o seu último romance, Já Ninguém Chora Por Mim, publicado este mês pela Porto Editora. Foi sobre o regresso do detetive Dolores Morales que falou com o Observador, mas também sobre o que entende por literatura e o papel do escritor, a quem cabe falar sobre o ser humano.

O último romance de Sergio Ramírez chegou às livrarias portuguesas neste mês de fevereiro. Tem chancela da Porto Editora

Neste novo livro, recuperou uma personagem antiga, o detetive Dolores Morales. Porque é que decidiu que estava na altura de o trazer de volta?
Sinto que há situações na América Latina que é melhor narrar de uma perspetiva como a que oferece o romance policial, porque a realidade que vivemos é sempre anormal. A vida pública está cheia de anormalidades por causa da ausência de instituições democráticas. Então, o que temos são regimes autoritários, ditaduras, sistemas judiciais corruptos. A diferença entre o romance policial e o romance de uma forma geral é que o policial não tem de superar estes obstáculos — da corrupção, de um fiscal que pode estar comprado, da polícia que pode estar a responder a interesses que não são apenas os do estado, das máfias, do narcotráfico. A polícia está muito exposta à contaminação e corre perigo de vacilar no trabalho que faz. Este meio é muito rico para [ser tratado] no género negro, e em situações como a que se passa na Nicarágua, por exemplo, parece-me ser o veículo perfeito ou mais apropriado para as narrar. Neste caso, trata-se de um inspetor da polícia que vem da própria guerrilha, da revolução. Ele ajudou a derrubar um regime que, com os anos, voltou a ser o mesmo. Tudo isto está introduzido no enredo e no [caso] que ele está a investigar. O que ele investiga neste romance tem a ver com a própria corrupção, que surge disfarçada com uma linguagem revolucionária.

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O livro abre com uma entrada da Wikipédia dedicada a Dolores Molares. Porque é que decidiu começar o romance desta forma?
Há um primeiro romance, chamado El cielo llora por mí, que é onde aparece esta personagem pela primeira vez. Não está traduzido para português. Tende-se a escrever pensando que o leitor conhece o antecedentes da personagem, e isto parece-me ser uma má conclusão. Por isso é que decidi resumir quem é a personagem através desta página da Wikipédia. Se procurar, existe mesmo. Procurei fazê-la passar por uma personagem real.

E ao fazê-lo acabou também por oferecer algum contexto político ao leitor.
Sim, claro, mas um leitor de língua portuguesa não será um romance pelas referências à história de um determinado país, mas pelo que a própria personagem significa, se fica agarrado a ela. Para mim, isso é o mais importante. Um romance não serve para explicar a história de um país, é para isso que serve um livro de História. Um romance serve para apresentar uma personagem, os seres humanos que giram em torno dela e com os quais qualquer leitor, de qualquer língua, se pode identificar através de sentimentos.

Mas em Ninguém Chora Por Mim existe um retrato da Nicarágua de hoje.
Sim, é inevitável, porque o que está a acontecer, essa anormalidade de que falei, tem a ver com a História do país e com o que isso significa. Há uma geração que viveu numa ditadura de 40 anos [e aqui] temos um sobrevivente dessa guerrilha [que a derrubou]. Este detetive, Dolores Morales, perdeu uma perna na luta. É um herói que se torna num polícia antidrogas [e depois num investigador privado]. Sacrificou a juventude nesse grande empreendimento histórico [que foi a revolução] e agora vive num país corrupto, onde nada é verdade. Nem sequer a linguagem revolucionária, que se transformou num invólucro para toda a corrupção que existe por baixo.

"Era essa a minha intenção — construir um diálogo permanente entre as personagens. É uma maneira de criar dinâmica. São as palavras que constroem o livro, cheias de humor."
Sergio Ramírez

Há uma outra personagem que regressa neste livro, Lord Dixon.
Lord Dixon era uma personagem real na primeiro romance, mas morreu numa ação policial, [quando o carro de Morales foi metralhado por sicários ao serviço dos cartéis de droga,] como está explicado na Wikipédia.

E agora transformou-se num fantasma que persegue Morales.
É a sua consciência e tenta guiá-lo pelo bom caminho, como o Grilo Falante tenta guiar Pinóquio, aconselhando-o e mantendo com ele um diálogo que tem sempre muito humor.

Esse diálogo é apenas um dos muitos que preenchem o romance. O discurso direto é muito abundante.
Sim, é um livro oral. Era essa a minha intenção — construir um diálogo permanente entre as personagens. É uma maneira de criar dinâmica. São as palavras que constroem o livro, cheias de humor. Humor negro, muitas vezes. É daí que resulta a história, daquilo que as personagens vão conversando entre si. São personagens muito extravagantes.

E muitas delas têm um passado corrupto. É esse o caso de Miguel Soto Colmenares, um homem de origens simples que conseguiu construir um império multimilionário. É essa a realidade nicaraguana?
Conto a história desse milionário porque é típica — o homem do campo que se faz rico. Esta é a classe de ricos que representa a revolução, que teve licença para enriquecer. Isto é muito comum na Nicarágua de hoje em dia. São os ricos da revolução. Balzac explicou muito bem isso quando falou da classe que surgiu com a Revolução Francesa. Isso também aconteceu na Nicarágua. Na Venezuela também, mas numa escala muito maior porque havia mais dinheiro.

Da mesma forma que existem pessoas muito ricas, como Soto, também existem pessoas muito pobres. Parece haver um fosso muito grande.
É essa a estrutura social da Nicarágua. Há muita gente pobre. O Banco Mundial diz que uma pessoa que recebe dois dólares por dia já não é pobre, então os pobres são os que recebem menos de dois dólares por dia. Estamos a falar de 1,60 euros para viver. Na Nicarágua, 40% da população recebe menos de dois dólares e 3% tem mais de 90% da riqueza [total do país]. É desumano. É esta a estrutura que a revolução herdou e que não pôde mudar. A revolução, ou o que se chamou de a revolução, criou ainda mais ricos e agora há mais pobres. É este o contraste que está nas páginas do romance. Os novos ricos [como Soto] querem sempre mostrar a sua riqueza. Os velhos ricos são mais discretos, têm mais confiança no seu dinheiro, na sua tradição.

Os novos ricos sabem como é não ter dinheiro.
Exato. Então é por isso que esta personagem vive como vive. Tem um campo de golfe, uma casa que é como um hotel. Tem um helicóptero à porta de casa como eu teria uma bicicleta [risos]. É um homem que gosta de mostrar o seu poder económico. Isso é muito abundante na América Central.

Sergio Ramírez ganhou o Prémio Cervantes, atribuído a um escritor de língua castelhana em reconhecimento da sua carreira

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Porque esta realidade não é exclusiva da Nicarágua.
Claro, mas acho que é mais recorrente onde existe mais corrupção, que começa com os ricos do narcotráfico. São os que têm mais dinheiro. Os narcotraficantes têm jardim zoológicos privados. O Pablo Escobar levou para a Colômbia girafas, elefantes, hipopótamos… Há uma história que me fascina. Quando caiu o império do Escobar, os hipopótamos fugiram e agora vivem na selva da Magdalena [na zona norte da Colômbia].

Ainda hoje?
Sim, porque se reproduziram [risos]. Andam a caçá-los porque são muito destrutivos e agressivos. Imagine! Isto é uma consequência do reinado do Pablo Escobar, que tinha na sua propriedade, que era enorme, um jardim zoológico com animais africanos. Se tens todo o dinheiro do mundo, tens de o gastar. É preciso que se veja que tens dinheiro, caso contrário, não faz sentido.

Fez parte da revolução que derrubou o antigo regime nicaraguano, foi vice-presidente, mas desiludiu-se com a política e voltou a dedicar-se à literatura. Quando vê a situação atual no seu país e na América Latina não tem vontade de voltar?
Não. A revolução em que participei vai fazer agora 40 anos. Era muito jovem e acho que a mudança deve ser feita pelos jovens. As pessoas mais velhas devem servir como testemunhas e também devem críticas e falar do que se está a passar, mas não devem meter as mãos.

Esse é um papel que cabe apenas aos jovens?
Sim, a mudança cabe aos jovens. A Nicarágua é um país muito jovem, uma em cada sete pessoas tem menos de 30 anos. Não faz sentido que as pessoas mais velhas se metam na política. O que faz sentido é dar o país aos jovens. Esse é um assunto de gerações.

"A mudança deve ser feita pelos jovens. As pessoas mais velhas devem servir como testemunhas e também devem críticas e falar do que se está a passar, mas não devem meter as mãos."
Sergio Ramírez

Nunca se arrependeu de ter deixado a política?
Não. Durante a revolução, chamaram-se as tropas, como na guerra. Então participaram todas as profissões civis — os agricultores, os carpinteiros, os médicos, os escritores. Entrei como escritor e nunca me senti realmente um político. Fiz parte do grupo de pessoas que administrava o poder, mas nunca senti que tivesse havido uma metamorfose de escritor em político. Um político, na América Latina, é uma pessoa que perde a sensibilidade, que aprende a ter uma pele muito grossa, onde não entram as balas. [Os políticos] podem cair mas levantam-se como se nada tivesse acontecido. Há alguns que parecem que estão mortos para sempre e que depois voltam a subir [risos]. A revolução terminou, porque para mim a revolução terminou em 1990. Saí [da política] para voltar a ser o que era antes — um escritor. Nunca pensei: “Agora já não posso ser político, isto acabou, o que é que vou fazer? Que vou inventar para mim?”. Simplesmente disse: “Tenho um ofício, vou regressar a esse ofício”. Foi isso que fiz, e sinto-me muito contente a fazer este ofício de escritor e não o trocaria por nada neste mundo. Claro, se me perguntam sobre a América Latina e a Nicarágua, tenho sempre uma resposta porque me interesso pelo que se está a passar. Nesses casos, mudo-me para o espaço do cidadão, porque falo enquanto cidadão. Ser escritor não me impede de ser cidadão. Sei que há muitos bons escritores que não se interessam pelo que se está a passar. E podem escrever boa poesia, boa narrativa, mas eu não. Sou um escritor ligado ao mundo. Dentro dos meus livros e fora deles. Mas também acho que os livros de ficção não servem para fazer política. A política é alheia à literatura, num sentido proselitista. Não posso convencer ninguém a nada, a determinadas ideias, escrevendo um romance. Se quero convencer alguém das minhas ideias, escrevo um ensaio ou um discurso ou um panfleto. O que seja. Para mim, a literatura é sempre sobre o ser humano, que tem as suas debilidades, forças, e que está necessariamente inscritos num cenário. Se o inspetor Morales vivesse no Porto, a sua conduta seria diferente e os problemas que teria de enfrentar seriam outros, muito distintos daqueles que enfrenta na Nicarágua.

Isso significa que tem sempre o cuidado de tornar a ficção credível?
Sim, porque a realidade é muito rica. Há coisas do quotidiano que não são impressionantes, mas que estão aí [no livro]. O que é comum na vida real torna-se extraordinário num romance.

E por que não criar um cenário totalmente fictício?
Há coisas que não precisam de ser inventadas porque já estão na vida real. O que é preciso é selecioná-las. Há muitas coisas na vida real que podem parecer assombrosas, mas nem todas servem para um romance. Então, é preciso fazer um processo de seleção — [selecionar] o que nos parece extraordinário na vida real e que pode caber nas páginas de um romance. Com a transformação que a ficção lhe dá, naturalmente. É um processo de seleção e transformação.

O escritor nasceu em 1942, em Masatepe, uma localidade próxima da capital da Nicarágua

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Em 2017, foi-lhe atribuído o Prémio Cervantes, o mais importante de literatura em língua castelhana.
Deu-me um grande alegria, mas acho que não se deve escrever a pensar nos prémios porque isso pode levar à ruína de um escritor. Naturalmente que fico muito feliz quando recebo um prémio, mas procuro abstrair-me disso. Também me parece que um premiado não tem direito a descanso. Não pode dizer: “Pronto, ganhei este prémio e o que escrevi até agora chega. Agora vou desfrutar disto”. Não, tem de escrever mais e ainda por cima tem de ter uma consciência muito aguda do que tem de ser o seu próximo livro. Não pode escrever qualquer coisa, porque tem um foco em cima. Tem de ter muito cuidado com o que se escreve — tem de ser mais rigoroso, para não baixar a qualidade ou cair na armadilha de ter de escrever um livro por ano porque senão vão dizer: “Que Prémio Cervantes é este?” [risos]. Um livro está acabado quando achamos que está acabado. Isso não tem prazo. Agora que tenho ajudas muito importantes, como o computador, consigo ganhar tempo, mas preciso de pelo menos três anos para escrever um romance. Não vou cortar nos prazos porque o leitor está ansioso e está à minha espera.

Pensa nos leitores quando escreve?
Num leitor muito concreto e abstrato. Num leitor muito exigente, que não deixa passar nada, que está a vigiar, a vigiar-me.

Como o Lord Dixon faz com Morales?
Exato. No ecrã do meu computador, vejo um leitor que não me deixa ser um escritor fácil, que me conforme com pouco. E sei que é um leitor inteligente, que vai descobrir qualquer falha, qualquer incongruência. As incongruências têm origem no pouco tempo que dedicamos a corrigir um livro. Então, é preciso ter muito cuidado com isso, com os atos falsos. Parece uma contradição falar em atos falsos num romance, mas quando se fala de feitos e circunstâncias que aconteceram, isso não pode ser falsificado. Quando estou a ler um livro — porque eu leio com esse critério cuidadoso e exigente — e noto que há um dado errado, volto atrás. Quando isso acontece, a ilusão rompe-se. Os defeitos graves num livro rompem a ilusão. Quando um leitor lê um romance e começa a crer que tudo é real, se há uma rotura que indique que já não é real, que é artificial, então pensa que já não vale a pena acabá-lo. Quando um leitor abandona um livro, o escritor perde esse leitor.

Disse que era um leitor exigente. O que é que gosta de ler?
Leio um pouco de tudo. Tenho lacunas enormes, e tenho de o reconhecer. Não tenho uma formação académica de escritor, sou advogado. Gostava muito de, quando era adolescente, de ter andado num desses colégios ingleses onde se estuda latim, grego, se lê Homero, Tácito ou Cícero, porque me parece que é uma base muito importante. Mas tenho uma formação própria — formei-me a mim mesmo como escritor, lendo. Primeiro traduções, até que aprendi outras línguas e então pude ler os escritores nas suas próprias línguas.

"Se quero convencer alguém das minhas ideias, escrevo um ensaio ou um discurso ou um panfleto. O que seja. Para mim, a literatura é sempre sobre o ser humano, que tem as suas debilidades, forças."
Sergio Ramírez

E Morales? Vai voltar?
Sim, claro. Acho que uma personagem como Dolores Morales não sobrevive a um só livro. As personagens de romances policiais são personagens de uma série de livros. E, claro, ele tem de regressar, e o cenário será o que está a acontecer agora na Nicarágua, a insurreição cívica contra uma ditadura que já se anuncia neste livro. Quero levar o tempo que for preciso para escrever este terceiro livro porque acho que a literatura trata do passado. O jornalismo trata do presente.

E o futuro?
O futuro é uma súmula das duas coisas. O romance tem sempre de falar de coisas que já acabaram — na vida, na História. Não de coisas pendentes. A não ser que seja um romance distópico, mas isso é outra coisa, estamos a falar de um futuro provável, estamos a tentar adivinhar aquilo que se vai passar. A situação na Nicarágua não está encerrada. O que é que vai acontecer a Ortega, à sua mulher, que é uma personagem de romance, extravagante? E a personagem [Morales] está aí para entrar nesse cenário. Não sei quando, neste momento estou a trabalhar numa coisa muito diferente.

Pode desvendar do que se trata?
É sobre a minha infância. Uma das coisas que recordo com mais nostalgia da minha infância são os carrosséis, os cavalos de madeira, girando. Quero contar uma história sobre isso.

Fotografias: INTI OCON/AFP/Getty Images

Observador viajou até à Póvoa de Varzim a convite do Correntes d’Escritas. O festival literário decorre até 27 de fevereiro

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