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Reforço policial já estava pedido, chegou mais cedo mas em algumas ocasiões não foi suficiente para evitar desacatos em Alvalade
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Reforço policial já estava pedido, chegou mais cedo mas em algumas ocasiões não foi suficiente para evitar desacatos em Alvalade

Reforço policial já estava pedido, chegou mais cedo mas em algumas ocasiões não foi suficiente para evitar desacatos em Alvalade

SMS, ameaças, um bunker, a reunião nos elevadores e 414 votantes a mais: o que se passou em Alvalade a 26 de março de 2011?

Bruno de Carvalho esteve como vencedor algumas horas, Godinho Lopes ganhou o sufrágio. Antes, durante e depois, houve de tudo. Factos e mitos das eleições do Sporting que acabaram depois das 6h.

Cada lista tinha 11 membros candidatos ao Conselho Diretivo entre presidente, vices, vogais e suplentes. 11 vezes cinco, 55. A isso juntava ainda sete membros da Assembleia Geral. Sete vezes cinco, 35. E mais outros tantos para o Conselho Fiscal e Disciplinar. Sete vezes cinco, 35. E mais 50 nomes a concorrer ao Conselho Leonino, órgão que não era propriamente a melhor coisa em termos de reputação nos últimos anos mas para o qual poucos diziam que não. 50 vezes cinco, 250. Só aqui já íamos em 370 sócios envolvidos de forma direta nas eleições. Mas havia mais: a lista F, apenas candidata ao Conselho Fiscal e Disciplinar. Mais sete. E as listas G, H, I e J, apenas candidatas ao Conselho Leonino. Mais 200. No total, eram mais de 550 a concorrer ao sufrágio, 577 de forma precisa.

Durante quatro anos de presidência de Filipe Soares Franco, que sucedeu a António Dias da Cunha entre episódios complicados com várias acusações à mistura, o Sporting não conseguiu ser campeão mas estabilizou, com algumas idas sucessivas à Liga dos Campeões via segundo lugar, um orçamento mais enquadrado com a realidade do clube e os compromissos financeiros para cumprir e uma real aposta nos jogadores da formação incluindo João Moutinho, Nani, Miguel Veloso, Yannick Djaló ou Rui Patrício. Em 2009, o gestor quis encerrar um capítulo e José Eduardo Bettencourt, que concorria contra Paulo Pereira Cristóvão, “esmagou” de forma natural com quase 90% dos votos. O plano era de continuidade, a solução menos de dois anos depois apontava para a mudança. Se dentro do mesmo perfil ou de forma mais radical, essa era a dúvida. Mas o universo verde e branco estava a mudar.

O “Paulo Bento foverer” acabou logo no início de novembro, num arranque de época falhado também à luz de uma renovação que o plantel pedia mas não aconteceu. Carlos Carvalhal foi o sucessor. No dia em que garantiu total confiança no técnico, em fevereiro, o Sporting empatou em Paços de Ferreira e Bettencourt esteve nesse dia a falar com André Villas-Boas para um acordo que ficou fechado para 2010/11 mas nunca chegou a acontecer depois da entrada de Costinha como diretor do futebol. Paulo Sérgio foi a aposta para a temporada seguinte mas teve ainda pior resultados, José Couceiro chegou como novo diretor mas umas semanas depois já era treinador por decisão do líder interino José Filipe Nobre Guedes, as eleições eram uma inevitabilidade. Nem tudo era mau, porque foi nesse período que o andebol ganhou por exemplo uma Taça Challenge, mas o clube juntava à crise no futebol uma crise nas finanças. As duas juntas resultavam numa crise de identidade. E não faltaram candidatos.

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O primeiro debate a cinco na TV e a primeira sondagem feita por um jornal desportivo tiveram o condão de tornar as eleições do Sporting em 2011 numa corrida bipolarizada entre uma figura mais ligada à continuidade daquilo que se denominou como Projeto Roquette, Godinho Lopes, e uma nova figura mais assumida com a rutura com esse período dos 15 anos anteriores, Bruno de Carvalho, a que se juntavam Dias Ferreira, Pedro Baltazar e Sérgio Abrantes Mendes. Após uma campanha com muitos traços semelhantes ao que se passava nos finais do século XX, com promessas (e apresentações públicas) de treinadores e jogadores, chegava o dia do ato eleitoral, a 26 de março de 2011. E essa acabaria por ser a noite mais longa do clube, que terminou com a luz do dia já a nascer, sendo que alguns associados continuam ainda hoje a considerar que os resultados não terão sido aqueles conhecidos.

A “pega” de Futre, “chico espertices” e uma hora (pelo menos) na fila

Antigos presidentes, ex-dirigentes, figuras, jogadores, demais referências. Sem voto eletrónico distribuído pelos Núcleos do clube espalhados pelo país ou a possibilidade de votar por correspondência, todos os caminhos iam ter ao hall VIP do Estádio José Alvalade. E foi aí que aconteceram os dois momentos de maior discussão durante o dia: Paulo Pereira Cristóvão, candidato a vice de Godinho Lopes, acusou Inácio e Virgílio, elementos ligados ao futebol da lista de Bruno de Carvalho, de andarem a fazer campanha naquela zona, descrevendo a atitude como “mais uma chico espertice”; e Paulo Futre, homem do futebol na lista de Dias Ferreira, teve uma troca de palavras mais azeda com o também ex-jogador José Eduardo. De resto, com ou sem chuva, a fila teve sempre uma espera entre 45 e 60 minutos, tendo havido também uma afluência maior do que é habitual na última hora, altura em que os ânimos estavam serenos e pessoas de listas diferentes aproveitavam para beber um copo num bar colocado na Praça Centenário enquanto as urnas não fechavam e pudesse ter início a (longa) contagem dos votos.

A sondagem à boca das urnas – e aquilo que alguns acharam um erro de interpretação

Um minuto depois das 20h, numa altura em que havia ainda dezenas de associados do Sporting na fila para votar (um segurança foi para o fim da fila garantir que só esperava quem tivesse chegado às 20h), o jornal Record lançou uma sondagem na sua página online dos inquéritos que tinham sido feitos ao longo do dia em Alvalade – e que teria uma boa representatividade, tendo em conta o número de pessoas que estavam na zona de saída por onde quase todos os sócios passavam a não ser que acedessem de forma direta aos elevadores com acesso à garagem. Bruno de Carvalho era apontado como vencedor e futuro presidente do Sporting, ganhando só por 0,3% de margem de intervalo a Godinho Lopes. Da parte da candidatura de Bruno de Carvalho, que jantou no Alvaláxia onde tinha a sede de campanha, a perceção era de que a margem do triunfo poderia ser até ligeiramente maior mas, em termos oficiais, saiu a ideia de que os votos teriam de ser contados; do lado da candidatura de Godinho Lopes, que tinha a sua lista dividida entre membros que subiram logo para o camarote que estava destinado a cada lista e outros que depois foram chegando, entendia-se a sondagem quase como empate técnico nos intervalos (38,1% a 40,4% contra 35,5% a 37,7%) e acreditava-se na vitória pela última hora de votação, onde já não havia pessoas a recolher dados para a sondagem que podiam pesar no resultado final.

A terceira maior votação (até então), pausa para a Seleção e mudança da hora

Os últimos associados votaram por volta das 20h30, com Lino de Castro, então presidente da Mesa da Assembleia Geral do clube e responsável máximo pelo sufrágio, a anunciar o número final pouco depois: 14.250 associados votaram em Alvalade, número apenas superado pelas eleições de 1988 (Jorge Gonçalves) e 1989 (Sousa Cintra), num total de 88.530 votos. Também nessa fase, houve uma certa desmobilização das pessoas que estavam em redor da zona do hall VIP e da Praça Centenário, até porque foi desde logo anunciado que não haveria resultados oficiais antes das 3h da manhã já no novo horário de verão no domingo, dia 27. À exceção de quem se deslocou para o Centro Comercial Alvaláxia, onde estava a sede de Bruno de Carvalho, a maioria preferiu deixar o local para acompanhar também o jogo da Seleção Nacional, que jogava em Leiria um particular com o Chile.

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Agressões, ameaças a jornalistas e contagem de votos com dezenas de “fiscais”

Os sócios, na sua maioria mais jovens, começaram a aglomerar-se junto à Praça Centenário e depois na zona do hall VIP, onde numa zona dividida por fitas estavam as urnas e eram contados os votos. Já depois da meia noite, houve agressões entre elementos de uma das claques do Sporting (neste caso porque um tinha estado demasiado tempo na zona dos camarotes deixando o outro cá em baixo…), o rebentamento de um petardo e o voltar de uma ira que parecia crescer contra os jornalistas, sendo que alguns tiveram mesmo de se refugiar na sala de imprensa. O reforço policial, que já estava previsto, chegou mais cedo, numa altura em que algumas viaturas das televisões já tinham sofrido danos, incluindo vidros partidos. Ao contrário do que chegou a ser escrito, não houve nessa fase qualquer tentativa de invasão à zona da contagem dos votos, que estava protegida também por alguns elementos da segurança privada do clube. Uma hora depois, com o ambiente mais sereno, dezenas de pessoas estavam concentradas no hall VIP, quase que “fiscalizando” a contagem de votos que ia sendo feita.

Já depois da meia noite, houve agressões entre elementos de uma das claques do Sporting (neste caso porque um tinha estado demasiado tempo na zona dos camarotes deixando o outro cá em baixo...), o rebentamento de um petardo e o voltar de uma ira que parecia crescer contra os jornalistas, sendo que alguns tiveram mesmo de se refugiar na sala de imprensa.

As SMS com ameaças e o clima de tensão na zona dos camarotes

A contagem dos votos e o próprio avançar da noite eram marcados ainda pela sondagem que tinha sido divulgada e que colocava Bruno de Carvalho como vencedor das eleições – até porque, na larga maioria, as centenas de sócios que estavam presentes nas imediações de Alvalade eram mais novos e apoiantes do gestor. Vivia-se um clima de grande tensão na zona dos camarotes, com ameaças entre elementos das duas listas que estavam realmente na luta pela vitória e que começavam a ganhar outras proporções (verbais). Cá em baixo, à volta da Praça Centenário, foram aparecendo algumas tochas verdes acesas e foi nessa altura que Bruno de Carvalho recebeu uma de várias SMS: “Se fores ao palco, vais levar com pedras e very lights“. O reforço policial conseguiu acalmar em parte os ânimos mas o ambiente era uma espécie de panela de pressão pronta para saltar a tampa a qualquer momento.

Candidatos chamados ao bunker, gritos de vitória e as declarações de Rogério Alves

Por volta das 3h30, mais de seis horas depois do fecho das urnas (entretanto houve também a mudança para a hora de verão), os candidatos foram chamados para juntarem-se aos respetivos delegados na sala de contagem de votos que alguns chamavam de bunker. Era ali que estavam todos os resultados, que vinham da contagem à mão feita na zona do hall VIP para um computador que centrava todos os números que iam sendo apurados. Foi também nessa altura que vários meios de comunicação foram avançando que Bruno de Carvalho ia ser o novo presidente do Sporting, com uma vantagem a rondar os 400 a 600 votos. E foi aí que se começou a fazer a festa na zona do hall VIP, com os adeptos apoiantes do gestor a gritarem vitória. Mais de uma hora depois, com a tensão a aumentar por não haver resultados oficiais, Rogério Alves falou em direto para televisões e rádios dizendo que já tinha dado os parabéns a Bruno de Carvalho e “confirmando” que tinha ganho a Mesa da Assembleia Geral. “Assumo que foi com base no rumor que havia generalizadamente assumido pelas pessoas. A comunicação social confirmou-me esse rumor ao confrontar-me com o resultado que diziam ter sido aquele. Tinha todas as razões para acreditar. Não sabia que a informação estava errada. No caminho encontrei Bruno de Carvalho e dei-lhe os parabéns. Fi-lo porque sou uma pessoa civilizada e tinha dito que tínhamos que aceitar os resultados”, explicou dois dias depois.

Um responsável e quatro candidatos num elevador durante meia hora

Uma hora antes, quando os resultados estavam quase todos contados, Lino de Castro, responsável máximo pela Assembleia Geral Eleitoral, questionou todos os candidatos se estariam disponíveis para subir ao palco que existia na Praça Centenário quando se soubesse quem era o novo presidente. Quatro candidatos presentes disseram que sim, Pedro Baltazar, que estava com a sua lista num hotel em Lisboa, abriu a possibilidade de ir também a Alvalade e esse “tema” ficou fechado. Uma hora depois, mudou: os candidatos estiveram quase meia hora entre o piso 0 e o piso 2 de Alvalade dentro de um elevador, até Dias Ferreira dizer que o que estava a acontecer ali não fazia sentido e que haveria outros lugares para estarem a falar sobre o assunto, e Godinho Lopes considerou então que apenas o vencedor deveria ir ao palco. Ninguém sabia então o resultado final. Foi nessa altura que Lino de Castro transmitiu que tinha ganho Godinho Lopes. E os restantes candidatos fizeram o mesmo, recusando-se a irem ao palco com o vencedor. Antes das 5h percebeu-se que Bruno de Carvalho perdera as eleições.

Agressões, pedidos de demissão e a ida do candidato derrotado ao palco

Já depois das 5h, Godinho Lopes tentou chegar ao palco colocado na Praça Centenário rodeado por seguranças e elementos da sua lista para ser anunciado como vencedor mas uma troca de agressões entre dois adeptos e várias ameaças ao candidato vencedor fizeram com que se refugiasse numa zona anexa que dava acesso ao espaço da antiga secretaria do clube. Foi aí que ficou durante mais de dez minutos, enquanto cá fora centenas de adeptos iam pedindo a demissão de Godinho Lopes enquanto a polícia definia uma perímetro para que o vencedor pudesse regressar em segurança ao hall VIP, algo que aconteceu entre o arremesso de objetos e o derrube de várias grades de metal. Paulo Pereira Cristóvão, que tinha sido eleito vice-presidente na lista A, foi o único que tentou ainda falar com os associados para acalmar o ambiente mas também ele teve de voltar ao interior do estádio. Pouco antes das 5h30, acabou por ser Bruno de Carvalho a subir ao palco, pedindo calma a todos os adeptos presentes e prometendo que iria assegurar que tudo seria verificado pela sua lista nos dias que se seguiriam.

Pouco antes das 5h30, acabou por ser Bruno de Carvalho a subir ao palco, pedindo calma a todos os adeptos presentes e prometendo que iria assegurar que tudo seria verificado pela sua lista nos dias que se seguiriam.

Às 6h07, Godinho Lopes disse: “Sou o presidente de todos os sócios”

Às 5h50, Lino de Castro e Godinho Lopes entraram na sala de imprensa do Estádio José Alvalade para falarem dos resultados. O responsável pela Assembleia Geral Eleitoral explicou que nunca houve dificuldades na contagem dos votos, que os mesmos foram reunidos numa sala mais segura com delegados de todas as listas e que em nenhum momento a lista C venceu. “A contagem precisava de ser afinada pois eram números muito pequenos e procederam-se a algumas afinações. Demorou tanto porque houve um novo debitar dos dados que saíam das mesas para termos a certeza em frente dos delegados que os números estavam corretos mas nunca em momento algum Bruno Carvalho esteve na frente”, disse, não anunciando apenas os nomes que fariam parte do Conselho Leonino, que tinha nove listas a sufrágio. Godinho Lopes falou pela primeira vez como presidente do Sporting às 6h07, dizendo que passava “de candidato para presidente de todos os sócios dos clube”. As segundas edições dos jornais começavam a ser impressas, sendo que uma primeira edição impressa chegou a dar Bruno de Carvalho como vencedor. Esses jornais foram depois recolhidos e trocados também por uma segunda edição já correta.

Pedidos de recontagem, providências, números e os votos vigiados

Os elementos da lista de Bruno de Carvalho garantiram que houve um pedido de recontagem de votos, Lino de Castro disse que não – mas todos concordaram que não havia condições para uma verdadeira recontagem de todos os votos tendo em conta o avançar da hora. Bruno de Carvalho avançou com uma providência cautelar e pediu que as eleições fossem impugnadas, sem sucesso. Em relação aos números, e sobretudo às divergências com números, os responsáveis deram duas explicações: 1) os 14.205 sócios votantes e os 88.530 votos expressos que tinham sido anunciados em termos oficiais no site oficial eram apenas estimativas; 2) a diferença de 414 sócios e 2.952 votos nos números oficiais justificava-se com a diferença entre o que estava no registo do computador, que em vários casos não deixava que um sócio votasse, e o que ficou escrito nos cadernos eleitorais, com essas mesmas pessoas a resolverem os problemas em causa (sobretudo quotas em atraso) para poderem exercer o seu direito. Godinho Lopes ganhou por 355 votos, numa percentagem de 0,4% (33.275-32.915, 36,55%-36,15%). Os votos ficaram selados e lacrados em sacos de plástico num espaço entre o hall VIP e a sala de imprensa, com um segurança a guardar os mesmos. Acabariam por ser destruídos (queimados) seis meses depois.

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