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"Há dois anos dizia-se que não podíamos ter pessoas a trabalhar em casa, que não funcionava", afirma o autor
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"Há dois anos dizia-se que não podíamos ter pessoas a trabalhar em casa, que não funcionava", afirma o autor

cyano66/iStockphoto

"Há dois anos dizia-se que não podíamos ter pessoas a trabalhar em casa, que não funcionava", afirma o autor

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"Trabalhamos por trabalhar. Estamos perdidos quando não temos o que fazer"

O trabalho define-nos socialmente, mesmo que não gostemos dele, mesmo que seja muito pouco gratificante e inútil numa sociedade de abundância. Entrevista ao autor e antropólogo James Suzman.

Quando entregou o livro “Trabalho – Uma história de como utilizamos o nosso tempo” à editora, em outubro de 2019, James Suzman especulou dois cenários com impacto suficiente para abalar o modelo económico em vigor, que cria mais e mais necessidades e desejos: um grande choque ambiental que, apesar dos sucessivos alarmes, ainda não chegou e uma pandemia global. Agora, em entrevista ao Observador, diz-se arrependido de ter feito a especulação.

Numa altura em que a edição em português do livro chega ao mercado, o antropólogo especializado nos povos da África do Sul continua a defender a ideia de que o trabalho define quem somos e determina a nossa condição social, chegando até a influenciar a nossa autoestima — no livro, o autor traça a história do trabalho recorrendo à antropologia, arqueologia, biologia evolutiva, zoologia, física e economia. Em videochamada com o Observador, Suzman argumenta que estamos num ponto da história humana em que existem as infraestruturas físicas e materiais para trabalharmos pouco, embora não estejamos a trabalhar menos. Defende ainda que, para muitos, o trabalho é comunidade, mesmo sendo ele aborrecido e pouco gratificante. “Estamos na era em que não devíamos exigir às pessoas para tentarem amar o trabalho que encontram, mas sim permitir que encontrem o trabalho que amam”.

“Há dois anos dizia-se que não podíamos ter pessoas a trabalhar em casa, que não funcionava. De repente, negócios em todo o lado estão a aceitar [o teletrabalho] e os seus trabalhadores estão a exigi-lo. As pessoas podem ser produtivas, passam menos tempo a viajar… É ambientalmente bom e a produtividade não diminuiu”, afirma ainda, colocando em cima da mesa a ideia da semana de quatro dias. “Está a desenvolver-se muito.”

O livro está à venda por 17,90 euros

Escreve sobre o facto de os robôs poderem, um dia, roubar-nos o trabalho. E que os humanos temem ficar ociosos e, assim, perder o sentido da vida. O trabalho tornou-se inseparável de quem somos?
Penso que a resposta simples é que, para a maior parte de nós, sim. Há duas coisas em que devemos pensar quando a responder à pergunta. A primeira é que, enquanto espécies, evoluímos no sentido de trabalhar. Estamos perdidos quando não temos o que fazer. Há uma razão pela qual ficar isolado numa cela de prisão dá connosco em doidos. Ficamos privados desse tipo de estimulação, de alegria e do sentido de propósito que temos pelo ato de fazermos coisas. Estamos num ponto da história humana em que existem as infraestruturas físicas e materiais para fazermos muito pouco trabalho. Historicamente, a maior parte do trabalho que as pessoas fazem tem estado focado em encontrar as necessidades básicas para meter comida no corpo e criar casas onde possam viver.

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A forma como trabalhamos tem mudado muito…
Nos últimos 200 anos, a natureza do nosso trabalho mudou de forma muito substancial. À medida que desenvolvemos economias automatizadas, que começámos a explorar combustíveis fósseis e as máquinas começaram a fazer muito mais trabalho, desde o início da revolução industrial, a natureza do trabalho que fazemos mudou. Para algumas pessoas, para aquelas sortudas o suficiente para ter algum tipo de escolha, elas ainda conseguem fazer um trabalho que é muito satisfatório, algo a que respondem de forma intuitiva, como é o caso dos escritores ou dos artistas. No entanto, para muitas outras a satisfação que sentem ao ir para os seus trabalhos não se deve ao trabalho em si, que muitas vezes é pouco exigente, gratificante e até aborrecido, mas sim pelo sentido de comunidade, da estrutura que dá às suas vidas. As nossas sociedades são comunidades, muito como os nossos locais de trabalho. O trabalho tornou-se a nossa comunidade de substituição.

Antes da industrialização, 90% de nós vivíamos em áreas rurais. Primeiramente, esse sentido de identidade era a localidade. Nas cidades, o trabalho torna-se na nossa comunidade principal e, à medida que a vida vai avançando, tendemos a ser cada vez mais moldados por essas comunidades. Chegámos a um ponto nas nossas vidas em que o trabalho define quem somos socialmente. Mesmo que ele seja muito pouco gratificante. Mas também estamos num ponto em que as máquinas estão a fazer muito do trabalho básico, menos relevante e menos importante. O trabalho humano tornou-se a parte menos valiosa da equação em muitos contextos. Nos EUA há, neste momento, uma grande preocupação sobre as pessoas não estarem preparadas para aceitar os trabalhos menos bem pagos. Estamos, de muitas maneiras, num ponto crítico de viragem na história da nossa relação com o trabalho, no sentido em que nos devemos perguntar: “O que queremos fazer connosco próprios?” ou “É sensato e devemos continuar a ter um sistema em que pedimos às pessoas para fazer trabalho que não é particularmente útil para ninguém?”.

"Para muitas pessoas, a satisfação que sentem ao irem para o trabalho não se deve ao trabalho em si, que muitas vezes é pouco exigente, gratificante e até aborrecido, mas sim pelo sentido de comunidade, da estrutura que dá às suas vidas."

Trabalhamos por trabalhar?
Sim… Acho que trabalhamos muito por trabalhar porque herdámos esta ideia e esta moral do tempo da agricultura, em que se não contribuirmos não podemos participar. Por causa da forma como organizámos o nosso sistema de emprego — é um sistema muito arcaico —, as pessoas acabam por ter trabalhos que são muito pouco úteis para elas. Um exemplo muito simples: se pensarmos no número de músicos muito dotados, artistas, etc., a passar a maior parte dos seus dias a, sei lá, limpar o chão ou a servir fast food ou a fazer coisas muito aborrecidas, ao invés daquilo em que são mesmo bons…

"Acho que trabalhamos muito por trabalhar porque herdámos esta ideia e esta moral do tempo da agricultura, em que se não contribuirmos não podemos participar", defende o autor

cyano66iStockphoto

É uma ideia interessante até porque passamos muito tempo a estudar para encontrarmos o trabalho certo, naquilo a que somos bons…
É uma ironia… Outra ironia é que as pessoas passam dias e anos a obter determinadas capacidades e, no imediato, tornam-se redundantes, deixam de ser úteis. É como se nos estivéssemos a especializar para efetivamente ficarmos à frente da tecnologia, no sentido em que temos de constantemente ganhar outras capacidades, o que significa que acabamos por não dominar nenhuma habilidade. Acho que vivemos tempos muito estranhos. Na minha opinião, estamos na era em que não devíamos exigir às pessoas para tentarem amar o trabalho que encontram, mas sim permitir que encontrem o trabalho que amam.

Argumenta que a escassez é o que motiva o trabalho. Assim, como se justifica que continuemos a trabalhar tanto numa era de abundância?
A economia clássica tem esta ideia de que trabalhamos porque os humanos têm desejos infinitos. Isso é o que a economia nos diz, que temos desejos infinitos e meios limitados, e queremos sempre mais e nunca estamos satisfeitos com o que temos. Dizem que o motivo porque somos assim é porque evoluímos dessa forma, porque os nossos antepassados caçadores e coletores viviam no limite da fome, tinham vidas difíceis e havia insegurança constante. Por causa disso, estavam sempre a pensar no dia de amanhã, em como iam arranjar comida suficiente, razão pela qual acumulavam. Dizem que isto é parte da condição humana. O problema é que a Antropologia diz algo muito diferente… Os caçadores coletores com quem trabalhei, por exemplo, e todos os nossos estudos nesse sentido sugerem que os caçadores coletores não viviam constantemente no limite da fome, não eram obcecados com a escassez de comida. De facto, tipicamente focavam-se nas necessidades imediatas. Não sofriam constantemente com o dia de amanhã, tinham poucas necessidades que eram facilmente suprimidas, ao invés de terem desejos infinitos dificilmente alcançáveis. Por causa disso, todos os dias acordavam e estavam confortáveis com a ideia do esforço espontâneo.

As conceções económicas da escassez estão erradas. No entanto, as nossas economias continuam a ser organizadas em torno dessa ideia fundamental de que somos criaturas de desejos insaciáveis. Este modelo peculiar da natureza humana tem uma história distinta e é uma questão cultural. Não é algo absoluto da natureza humana. E agora que olhamos para a prosperidade que temos, podemos aprender um pouco com os nossos antepassados sobre como efetivamente dar uso ao que temos. Eles tinham consideravelmente menos do que nós. No entanto, descreviam-se como estando satisfeitos com isso. Como resultado, acho que, em muitos sentidos, tinham vidas mais satisfatórias, enquanto nós estamos sempre preocupados com o que não temos. A maior parte das pessoas trabalha com o sonho da reforma em mente. Tudo é no futuro e há muito pouco tempo para aproveitar o presente. Para mim, há dois grandes problemas: a nossa obsessão constante com a produtividade que tem consequências ambientais — e nós vivemos numa era onde, pela primeira vez, enfrentamos mesmo uma potencial catástrofe ambiental global — e, à medida que as nossas economias ficam mais automatizadas e mais digitais, ficam mais capitalizadas — com isso quero dizer que o capital torna-se no grande motor do crescimento e riqueza — e a desigualdade surge naturalmente.

"Chegámos a um ponto nas nossas vidas onde o trabalho define quem somos socialmente. Mesmo que ele seja muito pouco gratificante. Mas também estamos num ponto em que as máquinas estão a fazer muito do trabalho básico, menos relevante e menos importante. O trabalho humano tornou-se a parte menos valiosa da equação em muitos contextos."

É uma questão de manter o círculo vicioso? Queremos mais e a sociedade produz mais?
Precisamente.

O nosso modelo económico tem por base criar mais necessidades e desejos?
Sim. Um modelo económico como este é algo do qual fazemos todos parte. A cultura está em nós, somos todos parte deste ciclo vicioso, no sentido em que somos criaturas de hábitos. Há muitas instituições e normas construídas à volta disto, tanto que fica difícil pensar como é que…

… Como é que quebramos a corrente?
Exatamente. Apesar de sabermos que algo está errado… Muitas vezes o que precisamos [para isso acontecer] é um choque de maneira a precipitar uma grande mudança. Se pensarmos no caso europeu, apesar de Portugal e Espanha terem tido um trajeto diferente, depois da Segunda Guerra Mundial França, Inglaterra e a Alemanha Ocidental desenvolveram um contrato social muito forte. Aquele tipo de choque quebrou o sistema anterior.

Qual será o próximo grande choque para quebrarmos outra vez a corrente?
É engraçado, no livro especulei dois cenários. Ainda não sofremos um grande choque ambiental, vemos as coisas a subir de tom, mas ainda não houve um grande ponto de viragem. A outra coisa de que suspeitei — entreguei o livro em outubro de 2019 — foi uma pandemia global. Agora, gostava de não ter escrito isso. Mas há grandes choques externos que criam mudanças. Espero que as mudanças pelas quais passámos o ano passado… espero que tenhamos uma apreciação ligeiramente diferente de muitas coisas. Penso que as pessoas pensaram muito sobre o trabalho e sobre as ideias estabelecidas sobre o trabalho… que talvez não sejam tão fixas com pensámos. Há dois anos dizia-se que não podíamos ter pessoas a trabalhar em casa, que não funcionava. De repente, negócios em todo o lado estão a aceitar [o teletrabalho] e os seus trabalhadores estão a exigi-lo. As pessoas podem ser produtivas, passam menos tempo a viajar… É ambientalmente bom e a produtividade não diminuiu. E apesar de haver uma necessidade para as pessoas trabalharem em equipa e interagir umas com as outras, a tecnologia vai melhorar e as pessoas irão, volta e meia, aos locais de trabalho. Agora, a ideia da semana de quatro dias está a desenvolver-se muito.

James Suzman, autor e antropólogo especializado nos povos da África do Sul

Acha que o teletrabalho mudou a forma como nos relacionamos com o trabalho?
Penso que vai mudar, penso que ainda é muito cedo. As mudanças são coisas que digerimos. Ainda não sabemos como é que as coisas vão realmente ser, mas penso que passámos por uma grande lição em termos da forma como organizamos o nosso trabalho. Há 40 anos, o mundo do trabalho era muito específico em termos de género, as mulheres eram supostas ficar em casa… Tivemos uma grande evolução e, hoje, temos um mundo onde tanto os homens como as mulheres querem trabalhar e também querem cuidar das famílias. Muitas pessoas que iam ao escritório rotineiramente todos os dias da vida, de repente, descobriram uma certa alegria em estar em casa e poder estar com os miúdos, ter mais equilíbrio. E agora que tivemos isto, penso que não é uma coisa que será totalmente revertida. Aliás, à medida que o tempo passa acho que ficaremos ainda melhor no trabalho remoto. Idealmente, se esta pandemia passar e se tivermos aprendido as nossas lições, penso que teremos uma base muito mais satisfatória na nossa vida profissional, sobretudo aqueles de nós que podem trabalhar a partir de casa.

Além do teletrabalho, o sentido de comunidade desenvolveu-se mais…
Durante a pandemia as pessoas, de repente, falaram com os vizinhos pela primeira vez. Acho que este é o início da forma como criamos e construímos comunidades no nosso mundo. Historicamente, para trabalhar as pessoas tinham de ir para as cidades, tinham de organizar as suas vidas à volta da vida citadina. Agora, temos esta tecnologia que nos permite fazer muitos trabalhos a partir de basicamente de qualquer lado. Isso cria comunidades locais muito mais fortes. Vemos sempre grandes concentrações de riqueza e poder em cidades e acabamos com esta grande divisão política entre pessoas da cidade e do campo. Nos EUA temos os democratas citadinos e os republicanos no campo. No Reino Unido é a questão do Brexit: pessoas urbanas e citadinas massivamente em favor da União Europeia e fora das cidades… Esta é uma oportunidade para distribuirmos riqueza de uma forma muito mais igualitária e fazer as nossas cidades melhores e mais acessíveis.

"Há dois anos dizia-se que não podíamos ter pessoas a trabalhar em casa, que não funcionava. De repente, negócios em todo o lado estão a aceitar [o teletrabalho] e os seus trabalhadores estão a exigi-lo. As pessoas podem ser produtivas, passam menos tempo a viajar... É ambientalmente bom e a produtividade não diminuiu."

A questão da polarização política entre cidade e campo é muito interessante. Estas alterações podem ter impacto no futuro?
Sim, a semente foi plantada. Mas imagino que vá existir uma maior integração. Há um certo valor em termos comunidades geográficas… Agora, a ideia do emprego não destrói isso. Acho que a mudança potencial é enorme.

Trabalhamos mais agora do que antes? E trabalhamos muito?
Nós trabalhamos muito. É interessante. As estatísticas… para pessoas assalariadas, tendemos a trabalhar um pouco menos do que antes. No começo da revolução industrial eram 60/70 horas semanais em condições péssimas. Desde o começo dessa revolução houve um declínio contínuo nas horas de trabalho à medida que a tecnologia, o uso de combustíveis fósseis e a eficiência melhoraram. Nós não trabalhamos tanto como na revolução industrial, mas subitamente deixámos de trabalhar menos, por volta de 1930. Nos EUA, em 1932, quase passaram a lei da semana das 30 horas. Não estamos trabalhar mais, mas não estamos a trabalhar menos. O que devíamos estar a fazer era a trabalhar menos do que o que estamos a trabalhar. Muitos de nós, porque os nossos trabalhos não são gratificantes, encontram outros trabalhos gratificantes. O que é engraçado é que, no tempo de lazer, fazemos o trabalho de que gostamos. O trabalho de uma pessoa é o lazer da outra. Atualmente, caçar é uma experiência cara, bem como pescar. Algumas pessoas recebem dinheiro para pescar e outras pagam para fazê-lo.

Falando agora no conceito de horas extraordinárias, ainda existe glamour em torno de trabalhar mais? Ou acha que estamos mais equilibrados nesse aspeto?
Acho que depende do contexto. Acho que em cargos corporativos, em grandes negócios onde há uma grande hierarquia e onde as pessoas têm grandes ambições, esta ideia de ser visto a trabalhar muito é muito importante. Cria uma certa legitimidade. Não diria glamour, para mim é um sinal de ambição… Mas, por vezes, estas longas horas são presentismo. Muitas pessoas não parecem ser massivamente ambiciosas nos seus trabalhos porque não gostam muito deles, encaram-nos como uma forma de fazer dinheiro e de contribuir para um sentido de comunidade. Se conseguimos produzir aquilo de que precisamos com menos esforço, então, eu prefiro ter mais tempo no meu dia para fazer o meu trabalho — porque preciso de trabalhar para ser feliz —, mas também para fazer outro tipos de trabalhos. Gosto de praticar desporto, gosto de passear o cão, gosto de cozinhar. Há esta tendência entre as pessoas mais ricas, os executivos mais bem pagos a trabalhar horas estúpidas.

No livro destaca os casos do Japão e da Coreia do Sul, onde o problema do excesso de trabalho é cultural.
Não penso que aconteça apenas aí, para ser honesto. Acho que eles são um pouco melhores a falar sobre o assunto. No Japão falam em karoshi, ou morte por excesso de trabalho, e é um assunto a sério, faz parte da conversa nacional. Mas no sudeste da Ásia, nas economia confucianas, há um grande sentido de responsabilidade coletiva. Então, quando alguém trabalha em excesso há um sentido de que este é um falhanço coletivo. Em sítios como os EUA, por outro lado, eles não têm esta ideia sofisticada de sociedade, eles tendem a ver… se alguém cometer suicídio ou morrer por excesso de trabalho, eles tendem a ver isto como falhanços pessoais, pelo que não há o reconhecimento de que algo está mal na sociedade, mas sim com o indivíduo. Na Europa estamos algures no meio.

Como imagina o futuro ideal? Pessoas menos definidas pelo trabalho e com mais tempo de lazer?
Sim, penso que sim. Mas quando falo em tempo de lazer… as pessoas podem fazer o que quiserem… Penso que quando as pessoas têm mais tempo de lazer, elas trabalham mas em trabalhos que são significativos e que contribuem mais para a sociedade como um todo. Esse é o mundo que gostava de ver, em que somos capazes de usar os nossos instintos para trabalhar de forma a gerar o maior benefício. Não penso que a forma como organizamos as nossas economias nos incentiva a fazer isso. Lazer é tempo com uma escolha.

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