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Presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira (46º congresso) DR
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Pedro Costa Ferreira, presidente da Associação Portuguesa de Agências de Viagens, diz que há fundo de 7 milhões para garantir reembolsos de vouchers

@CarlosPalhava.PHOTO

Pedro Costa Ferreira, presidente da Associação Portuguesa de Agências de Viagens, diz que há fundo de 7 milhões para garantir reembolsos de vouchers

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Turismo. Portugueses têm dúvidas, mas mantêm reservas para o fim de ano. Estrangeiros cancelam

Presidente da associação de agências de viagens diz que portugueses têm mantido as reservas das viagens para o fim de ano, apesar das dúvidas. Estrangeiros cancelaram face novas medidas de Portugal.

Anunciado como o congresso do reencontro, depois da edição de 2020 ter sido cancelada, por causa da pandemia, o encontro anual das agências de viagens teve um sabor agridoce. A retoma que parecia imparável foi abalada pela nova variante Ómicron, mas também pelo apertar do controlo das entradas e pelas medidas anunciadas para a primeira semana de 2022 que fora de Portugal foram noticiadas como um confinamento parcial.

Os dois efeitos já se fizeram sentir nas reservas e cancelamentos, mas com atitudes distintas por parte dos clientes do setor turístico. Enquanto os portugueses com viagens marcadas para o final do ano estão a manter no essencial as suas reservas, apesar de muitas perguntas e alguns ajustamentos, os estrangeiros estão a cancelar as viagens para o destino Portugal, segundo adiantou ao Observador o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens (APAVT).

Já na abertura do 46.º Congresso que se realizou entre 1 e 3 de dezembro em Aveiro, Pedro Costa Ferreira tinha destacado aquela que foi uma das lições que a pandemia trouxe ao setor do turismo e que as empresas têm vindo a praticar cada vez mais. “Hoje, todos temos de ter a consciência de que é preferível termos reservas que poderão ser canceladas, do que simplesmente não termos reservas”.

"Hoje, todos temos de ter a consciência de que é preferível termos reservas que poderão ser canceladas, do que simplesmente não termos reservas".
Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT

Mas se flexibilidade foi uma das palavras que mais se ouviu durante os três dias do trabalho, já o pedido feito, em tom de exigência, de mais apoios públicos para aguentar a tesouraria das empresas até à Primavera, e num contexto de crise política, e diretamente colocado ao ministro da Economia, na sessão de encerramento, não teve um compromisso claro da parte de Pedro Siza Vieira. O Governo, disse, mantém a capacidade financeira e jurídica para responder a eventuais necessidades, pandémicas ou económicas, mas com a ameaça de inflação e da subida de taxas de juro, o mais importante é evitar a subida da dívida pública.

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Ficou desiludido com as respostas do ministro da Economia para mais ajudas ao setor do turismo?
Trabalhamos há alguns meses largos com a pandemia e temos a noção mais ou menos exata para onde caminhamos. Apesar de tudo saio daqui com a sensibilidade de que o apoio à retoma progressiva e à manutenção do emprego se vai manter até à Páscoa e isso é muito importante para nós e para todo o setor turístico. Já a resposta sobre o Programa Apoiar [que terminou em abril e que o setor queria ver prolongado até dezembro] não foi muito afirmativa. Mas, por outro lado, o ministro considerou possibilidades em relação a algumas propostas nossas que têm mais de um ano para as micro e pequenas empresas para a recapitalização que também consagram a fundo perdido um euro do Governo, para cada euro colocado pelo empresário, e que ajudaria bastante. Não fique surpreendido, mas não totalmente satisfeito. Nesta crise nada é suficiente, nenhuma resposta resolve o assunto. Ficou também aqui sublinhada a necessidade de ter uma solução política rápida e uma estável saída das eleições. A manutenção desta situação seria absolutamente catastrófico.

A secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, foi muito elogiada neste congresso. Até houve quem a propusesse para ficar no cargo mesmo num Governo de iniciativa do PSD. Também gostaria de continuar a trabalhar com Siza Vieira na pasta da Economia?
São coisas diferentes. Temos um enorme apreço pelo trabalho da secretária de Estado em alguns aspetos da nossa atividade. A derrogação da diretiva europeia para os reembolsos a clientes, que permitiu gerirmos os reembolsos de viagens canceladas, salvou o setor e os interesses dos consumidores. Mas se os atuais responsáveis continuam ou não, isso será uma decisão dos portugueses.

Qual é o ponto de situação dos reembolsos aos clientes das agências de viagens?
No início da crise pandémica tivemos a derrogação que deu tempo às empresas. Entretanto, muitos vouchers foram usados em viagens e outros foram pagos. Tivemos ainda 32 milhões de euros em vouchers que foram pagos através da linha de crédito específica criada para esse feito. Agora aproxima-se uma data chave, até 14 de janeiro todos os vouchers devem estar reembolsados, os viajados e os que não foram pagos. Não esperamos incidentes materialmente relevantes, mas é naturalíssimo que em milhares de agências surjam incidentes. Mas se não forem relevante em termos materiais para o setor (para os clientes serão sempre relevantes) temos um fundo de garantia que responderá pelos incidentes que acontecerem e defenderá os interesses dos consumidores. Esse fundo tem neste momento cerca de sete milhões de euros e é preciso dizer que foram integralmente pagos pelas agências. Estamos otimistas. O reembolso terá de ser feito até ao final do ano, mas só a partir de 14 de janeiro saberemos o que terá corrido menos bem.

"Do ponto de vista das viagens dos portugueses, é claro que o ritmo de reservas diminuiu, mas não posso dizer que haja cancelamentos generalizados. Muito longe disso, [até] há confirmação generalizada das operações. Já relativamente à entrada de estrangeiros no destino Portugal, aí o cancelamento foi generalizado para as reservas feitas para o final do ano para grupos".
Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT

Voltamos a viver momentos de incerteza para o setor, mas também para os clientes. O que devem fazer as pessoas que têm viagens marcadas para o final do ano e perante novos quadros de restrições. Cancelar?
Não, de todo. Sobre a operação dos portugueses para o fim do ano, temos uma dúvida alargada instalada. Mas não temos ainda cancelamentos. Estamos a clarificar as condições das viagens. É para isso que existimos. Para a Madeira, por exemplo, temos uma operação prevista superior à de 2019 e, depois de escalpelizada toda a legislação que saiu, não há restrição para as viagens com destino à Madeira. Mas todos os nossos clientes tiveram dúvidas acrescidas e tiveram de ser clarificadas.

E o que está a acontecer nas viagens para fora de Portugal?
Depende. Temos de reorganizar tudo o que são viagens, nem que seja a marcação dos testes necessários à volta. Temos um diálogo intenso com os clientes, mas não sentimos cancelamentos. Há, no entanto, viagens em que a reorganização tem de ser total. Por exemplo, Marrocos fechou as fronteiras… Se alguém tinha viagem marcada terá de escolher outro destino ou optar pelo reembolso.

Mas pode haver mais países a fechar?
Sim é um processo em curso, mas as pessoas que compraram nas agências de viagens estão tranquilas, somos proativos nesse diálogo. E as pessoas estão confiantes para a operação do fim do ano que já é um êxito do ponto de vista das reservas. Do ponto de vista das viagens dos portugueses é claro que o ritmo de reservas diminuiu, mas não posso dizer que haja cancelamentos generalizados. Muito longe disso, [até] há confirmação generalizada das operações. Já relativamente à entrada de estrangeiros no destino Portugal, aí o cancelamento foi generalizado para as reservas feitas no final do ano para grupos. Portugal, com estas medidas, criou alguma instabilidade em relação ao destino turístico  português e os mercados emissores internacionais são muito sensíveis e reagem de imediato, mas quando regressam à normalidade também recuperam bem. Mas, neste momento, demos um passo atrás muito importante na relação com os mercados emissores internacionais.

As companhias aéreas têm sido flexíveis na gestão das datas das reservas como anunciam?
Têm vindo a ser mais flexíveis porque, se não fossem, não teriam reservas. E ainda agora a TAP deu um passo em frente de gigante [é agora possível reservar viagens até 28 de fevereiro de 2022 e os passageiros podem mudar a data, destino ou deixar o bilhete em aberto, sem pagar taxa de alteração. Não há limite de alterações, mas se houver diferenças tarifárias serão aplicadas]. Temos tido mais problemas com os reembolsos às agências porque ainda não pagaram tudo o que nos ficaram a dever desde o início da crise.

A variante Ómicron é mais um sobressalto ou um revés sério na retoma?
Tenho imensa dificuldade em responder sobre questões sanitárias, mas tudo o que tenho ouvido falar (e falo com especialistas), e da minha sensibilidade, julgo que a variante é altamente contagiosa, mas com uma carga viral muito pequena. Todas as pessoas que têm sido “apanhadas” resultam de testes a assintomáticos.

O problema será mais de natureza política do que sanitária, no sentido das decisões que vierem a ser adotadas pelos países….
Diria que sim e, também por isso, espero que este conhecimento da nova variante venha depressa e permita a regressão destas últimas decisões políticas.

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