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«««ARQUIVO»»»  Vista da Ponte D.Luís a partir da Ribeira do Porto, 10 novembro de 2020. JOSÉ COELHO/LUSA
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O "Dicionário de Calão do Norte" reune as expressões ditas desde o distrito do Porto (Douro Litoral) às regiões do Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro

JOSÉ COELHO/LUSA

O "Dicionário de Calão do Norte" reune as expressões ditas desde o distrito do Porto (Douro Litoral) às regiões do Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro

JOSÉ COELHO/LUSA

Um livro para que não se cale o calão do Norte, onde se fala o "português mais genuíno"

João Carlos Brito é portuense, professor e amante da língua portuguesa. No "Dicionário de Calão do Norte", o seu novo livro, quer divulgar e preservar o património linguístico, com humor à mistura.

Com ar descontraído e sempre com a história de expressões nortenhas na ponta da língua, João Carlos Brito combinou esta entrevista num café típico da cidade do Porto. É orgulhosamente portuense e diz que não há melhor do que “o sentimento de regresso” à cidade. Aquilo que dizemos, explica, “é o nosso cartão de visita” e por isso a paixão pelo estudo das palavras e expressões nasceu de forma natural.

João Carlos Brito é professor, licenciado em Línguas, Literaturas e Culturas Modernas pela Universidade de Aveiro, e autor de várias obras que exploram a riqueza da língua portuguesa — sobretudo as expressões do Norte, onde se encontra “o português mais genuíno de Portugal”. E, garante, “não é uma opinião, é histórico, é factual”. Este sábado, às 16h, apresenta na Feira do Livro do Porto, nos jardins do Palácio de Cristal, o seu mais recente trabalho, o Dicionário de Calão do Norte, um livro que reúne mais de 12 mil significados de expressões nortenhas e que resulta de uma investigação ao longo de uma carreira de 35 anos.

O objetivo, refere ao Observador, é que este seja “mais um elemento identificativo do sentir do Norte”, um livro encarado e lido com diversão e, acima de tudo, uma forma de preservar algo tão rico e identificativo da região como é o património linguístico. “É verdade que o calão, essa forma de comunicar informal e marginal, constitui o grosso do dicionário, mas há também muitas palavras e expressões que fazem parte de um léxico que é cada vez menos utilizado, que são regionalismos, alguns deles que já passaram à condição de arcaísmo, e que são palavras tão divertidas, tão ricas, tão nossas, tão do Norte que é uma pena se as perdermos“, explica João Carlos Brito.

Até agora, explica, “não havia, de forma organizada e sistematizada, um livro que desse conta desta riqueza, desta diversidade tão rica que é o linguajar dos falantes do Norte”. Do distrito do Porto (Douro Litoral) às regiões do Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro, o convite é que se “alape” bem e que “bote os olhinhos” neste novo livro sobre o linguajar divertido e único do Norte e descubra expressões de todo o tipo, desde as mais conhecidas às mais engraçadas e estranhas.

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O “Dicionário de Calão do Norte”, de João Carlos Brito, foi editado pela Ideias de Ler (Porto Editora)

O interesse pelos registos informais e populares — a parte “mal amada da língua portuguesa”

É um amante da língua portuguesa e tem feito vários trabalhos sobre os vocábulos e expressões típicas dos vários locais do nosso país, sobretudo do Porto. Agora é a vez do Dicionário de Calão do Norte. Que livro é este e porque decidiu apostar neste trabalho de recolha e pesquisa?
É um fenómeno que me interessa particularmente. Tenho três grandes paixões. A primeira é a língua portuguesa, a segunda é esta parte, digamos, mal amada da língua portuguesa — que são os registos informais, o calão, linguagens populares e gírias –, e depois tenho outra paixão, que é o Porto e o Norte. Juntando estas três paixões acaba por surgir esta investigação, que é feita de uma forma permanente.

É um trabalho difícil de contabilizar. Às vezes perguntam-me quanto tempo durou todo o processo deste livro e eu não consigo responder, porque há 35 anos que me interesso e pesquiso por estes assuntos e que tento não só colecionar e fazer o levantamento das palavras e expressões que me parecem mais interessantes e adstritas a uma determinada região, como sobretudo tentar validá-las, porque estamos num terreno muito difícil de considerar. A partir de que momento é que podemos considerar que determinada palavra ou expressão pertence a determinada região? E depois não temos a possibilidade de aplicar um processo científico. É perfeitamente impossível estarmos a pensar em validar de forma totalmente científica 12 mil expressões.

Tendo em conta essa incerteza científica de que fala, como é que funcionou o seu método de trabalho, de pesquisa para chegar às expressões que estão incluídas neste livro?
Trabalho com dois grupos: um grupo de pessoas que está mais especificamente ligado a questões da língua e da linguística e outro grupo de pessoas que são do Norte, mas que saíram do Porto, de Braga, de Bragança para outras regiões do país e do estrangeiro. São pessoas que estão muito mais sensíveis às suas raízes. Muitas vezes acabamos por nem sequer nos apercebermos das palavras e expressões que utilizamos com frequência enquanto falantes de uma determinada região porque já fazem parte do nosso repertório vocabular.

Cito um exemplo disto muito frequentemente. Há uns anos estava sentado com uma pessoa de Lisboa, num programa de televisão, e disse: “Estou muito satisfeito por estar aqui à sua beira”. E a pessoa, que era o Manuel Luís Goucha, que esteve no Porto algum tempo, disse logo: “À sua beira, é do Porto”. E eu até então não me tinha sequer apercebido que era uma expressão peculiar entre os falantes do Porto.

As palavras surgem apenas quando são necessárias. Para todas as palavras e expressões que utilizamos só temos a constituição da palavra porque numa determinada altura precisamos dela. Às vezes a brincar com os meus alunos pergunto como é que se dizia computador em latim. Eles respondem coisas como “computatorium” ou “ordinatorium”. Simplesmente não se dizia porque não existia e não havia necessidade dessa palavra. E é isso que nós fazemos: a partir do momento em que há necessidade de chamarmos alguma coisa a algo, essa palavra fica. O que nos interessa é que as palavras só existem porque são necessárias.

E o que faltava para surgir este livro?
Não havia, de forma organizada e sistematizada, um livro que nos desse conta desta riqueza, desta diversidade tão rica que é o linguajar dos falantes do Norte. Foi um trabalho, quer em termos de sistematização, quer em termos de recolha e de validação, que podemos considerar que demorou dez anos e eu fiquei satisfeito. Quanto mais não seja, é um contributo e será um passo para futuros estudos.

Tem ideia de quantas palavras/expressões que estão presentes neste dicionário e que foram analisadas e reunidas?
É um trabalho que, inicialmente, chegou a ter mais de 10 mil entradas e que terminou com pouco mais de seis mil entradas e seguramente mais de 12 mil significados, porque algumas entradas acabam por ter um significado diferente — similar, mas não exatamente igual ou então mesmo muito diferente de região para região.

Essa é também uma das grandes riquezas da nossa língua. Até dentro da própria região a mesma palavra pode ter significados diferentes?
Às vezes até de bairro para bairro acabam por ter algumas nuances de significado. Outras vezes é, de facto, essa diversificação, porque as palavras inicialmente têm um significado e esse significado é o que é. Se utilizarmos a metáfora da cor, acaba por ser um significado um pouco cinzento. Só que, depois, o nosso povo acrescenta-lhes o colorido. Por isso é que o segundo significado da palavra normalmente é muito mais interessante e muito mais criativo do que o primeiro. E a mim interessa-me esse segundo significado que a pessoa lhes atribui.

Como é que nascem as palavras e expressões? Esse é que é um terreno fantástico que eu gosto de pisar. E quanto mais piso esse terreno mais dúvidas tenho. Tenho muitas dúvidas e poucas certezas. Sempre que tenho alguma certeza — e mesmo assim tenho algumas dúvidas em dizer que tenho certezas — é um trabalho que está consubstanciado, que está sólido e que permite, com alguma margem de tolerância, ter bastantes certezas. E estamos a falar de muitas, muitas dúvidas.

João Carlos Brito é o autor do “Dicionário de Calão do Norte”

Peter Spark | Revista VIVA!

“Aquilo que dizemos é o nosso cartão de visita”

Como é que decidiu organizar e dividir este dicionário e a sua pesquisa em termos geográficos? Foi difícil decidir como iria fazer esta divisão?
Inicialmente, o trabalho estava compartimentado por cidades, vilas, lugares, zonas. Na zona de Arga, em Viana do Castelo, dos corredores mais ligados às fainas piscícolas, aos pescadores, etc. Depois, cheguei à conclusão de que esse não seria o caminho correto. Quando nós procuramos, numa ciência que tem tudo menos a qualidade de ser exata, não podemos querer estar a retirar conclusões que são forçadas, porque uma palavra e expressão que acaba por ser bastante característica, por exemplo, de um falante de Viana do Castelo pode ser igualmente utilizada e frequente num falante de Cerveira ou de Vila Real. Temos de tentar delimitar com o máximo de rigor possível as regiões existentes.

O que tentei fazer foi alargar a margem para diminuir a margem de erro. Começamos logo pelo Norte e é complicado definir o que é o Norte. O norte do Norte acaba por ser mais fácil, à priori, por estarmos a falar do território que é delimitado administrativamente pela linha de fronteira entre Portugal e Espanha — e digo só à priori porque uma das minhas fontes de referência são, aliás, alguns lexicógrafos galegos, porque poderia muito bem ter considerado zonas da vizinha Galiza como falantes da mesma variante dialetal dos falantes do Alto Minho.

Mas, e depois o sul do Norte, como é que é? Pareceu-me mais adequado pegar nas antigas províncias do Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro e depois no distrito do Porto (Douro Litoral). Peguei pela influência do Douro. Acho que faz algum sentido, mas admito que pudesse haver outras formas de considerar o que é o Norte.

Como espera que as pessoas olhem e explorem este livro? Qual o grande objetivo?
Gostaria que as pessoas olhassem para este livro como mais um elemento identificativo do sentir do Norte. Não quero ter a pretensão de ser um elemento de unidade, mas acaba por ser mais um elemento que pode agregar este forte sentimento tão telúrico, tão bairrista do nortenho. Ao mesmo tempo, gostava também que as pessoas se divertissem, gostava de alcançar alguns sorrisos com a leitura dos vários registos do livro, que são divertidos e provocam até alguma nostalgia.

Há muitas expressões que as pessoas ao lerem dizem logo: “A minha avó dizia isto”. Não estamos a falar apenas de um dicionário de calão. É verdade que o calão, essa forma de comunicar informal e marginal, constitui o grosso do dicionário, mas há também muitas palavras e expressões que fazem parte de um léxico que é cada vez menos utilizado, que são regionalismos, alguns deles que já passaram à condição de arcaísmo — que já não são utilizados — e que são palavras tão divertidas, tão ricas, tão nossas, tão do Norte que é uma pena se as perdermos. Há também esse objetivo da preservação do nosso património linguístico.

"As pessoas vestem-se de acordo com os seus padrões de grupo e tentam imitar os seus modelos. Na maneira de falar é a mesma coisa. Aquilo que nós dizemos é o nosso cartão de visita e muitas das vezes tentamos que não só nos aceitem no grupo no qual nós queremos integrar, mas também queremos ser reconhecidos nesse grupo."

Encontrou muitos casos de arcaísmos, de palavras que já não são utilizadas?
Claro que sim. Nas pessoas mais antigas, sobretudo. Podemos partir a tabela cronológica em Portugal, com alguma boa vontade, em duas fases: antes e depois do 25 de abril de 1974. As gerações que aprenderam a ler, que começaram a constituir o seu repertório vocabular até 1974. Estamos a falar de pessoas até aos 12 anos — que normalmente é a altura até à qual as pessoas vão constituindo o seu produto vocabular — e que nasceram até mais ou menos até 1962/63.

As redes sociais e também os meios mais tradicionais, como a televisão, têm contribuído para algum esbater destas marcas linguísticas, para a adoção de uma linguagem mais global e massificada? Ou têm o resultado oposto?
As novas gerações têm uma linguagem mais padronizada e absorvem mais É verdade que até há 20/30 anos as pessoas não absorviam tanto. Agora absorvem muito mais e escolhem muitas das vezes os grupos com os quais se querem conotar. A forma de vestir é o mais evidente: as pessoas vestem-se de acordo com os seus padrões de grupo e tentam imitar os seus modelos. Na maneira de falar é a mesma coisa. Aquilo que nós dizemos é o nosso cartão de visita e muitas das vezes tentamos que não só nos aceitem no grupo no qual nós queremos integrar, mas também queremos ser reconhecidos nesse grupo.

O nosso capital de autoridade, de reconhecimento vai também repercutir-se na forma como comunicamos. Por isso é que há muito mais grupos tribais, porque há muito mais diferenças e as novas formas de comunicação — a internet, o telefone, o telemóvel, a televisão — acabam por criar muito mais micro-grupos do que antes existiam. Temos uma geração com muito mais literacia.

A doença da “bariola” que terá dado origem ao “briol” (frio)

O português do Norte é o português mais genuíno?
Não é uma opinião. As pessoas podem brincar com isso, podemos levar isso para a conversa de café, mas há um ponto em que não se admitem discussões, é histórico, é factual. No Norte as pessoas já falavam uma língua que não tinha nome e que, mais tarde, viria a ser o português. Muito antes dos falantes que estão para lá do corredor do Mondego. Acho que acaba por ser uma consequência lógica: é natural que haja muito mais diversidade vocabular, muito mais palavras e expressões engraçadas, divertidas e ricas porque nós temos 150 anos de avanço de português. O nosso português tem mais 150 anos de uso, de utilização, de uma língua que ainda não tinha nome e que haveria de ser o português.

Com mais de 30 anos de percurso, ainda encontra muitas novidades na nossa língua? Algum exemplo de uma palavra que o tenha surpreendido mais ou tenha achado mais estranha?
Claro que sim. Posso dar apenas exemplos, porque é difícil escolher apenas uma ou individualizar. Durante estes anos fiz milhares de entrevistas informais com pessoas que tinham algo para nos dar, especialmente com idosos. Pedia, inicialmente, para me dizerem palavras e expressões típicas e a pessoa não sabia dizer. Tem que ser um exercício natural, não pode ser um exercício de laboratório. A pessoa tem que as dizer, tem que as soltar naturalmente. Temos é de ser pacientes e, se calhar, uma das qualidades que tenho é essa: ser um bom ouvinte e um ouvinte paciente.

"O que procuro fazer é esgravatar e tentar nunca me deixar ficar pela camada que está à tona. É muito fácil deixarmos de tentar e ficar com uma determinada explicação, mas a nossa língua tem imensas palavras que se escondem. Houve imensos cruzamentos, entroncamentos, influências particulares que mudaram determinada palavra e é isso que tento descobrir, com algum rigor e sem nunca perder a boa disposição"

Então dê-me um exemplo de como chega e encontra as palavras e a sua origem através dessa recolha.
Um exemplo paradigmático: há muitos anos, uma senhora de bastante idade estava-me a contar uma história e chegou a um ponto em que disse que os irmãos morreram de “bariola”. Eu achei estranho, mas fixei. A forma como ela pronunciava era mais até “briola”. “Briola” é varíola, muito simplesmente.

Estamos a falar de dois fenómenos que são absolutamente nortenhos. Um é o betacismo, que é a troca dos “vês” pelos “bês” e que tem toda a explicação e faz todo o sentido. Em Espanha ainda hoje o “b” e o “v” não existem, só existe o som “bê” e nós somos de uma família das línguas galaíco-portuguesas.

Qual é o segundo fenómeno?
O segundo fenómeno é a nossa tendência inata para acentuar a palavra grave. Se reparar, 96/97% das palavras em português têm a sílaba tónica na segunda sílaba a contar do fim. Ao contrário de outras línguas, em que ou não acentuam ou acentuam as átonas, nós não. “Varíola” é uma palavra esdrúxula. O nosso povo não quer nada com as esdrúxulas, isso dá muito trabalho, exige muito raciocínio, o que é verdade.

Portanto, nunca seria “varíola”. Seria “baríola”, com b. E nunca seria “baríola” porque a pessoa não acentua a esdrúxula, seria “bariola”. E de “bariola” a “bariol” e “briol” vai um pequeno passo. A varíola foi uma doença letal até meados da década de 70, que provocava estados de alucinação e febres intensas que faziam alternar entre um frio gélido e um calor ardente. Muito provavelmente dali vem o “briol” que nós associamos ao frio.

Há toda uma história e um contexto por detrás da origem destas palavras.
Há imensas e isso é que é fantástico. O que eu procuro fazer é esgravatar e tentar nunca me deixar ficar pela camada que está à tona. É muito fácil deixarmos de tentar e ficar com uma determinada explicação, mas a nossa língua tem imensas palavras que se escondem. Houve imensos cruzamentos, entroncamentos, influências particulares que mudaram determinada palavra e é isso que eu tento descobrir, com algum rigor e sem nunca perder a boa disposição, o que é fundamental. Sou professor e acho que para tentarmos passar alguma informação devemos sempre fazê-lo com um sorriso nos lábios. É isso que tento fazer: perceber, ter algum rigor e passar essa informação de forma divertida.

Qual foi o maior desafio que sentiu ao longo de todo este trabalho de pesquisa? Foi conseguir chegar à origem de cada palavra quando estamos a falar de um universo tão vasto? Acaba sempre por ser um processo inacabado porque está sempre neste processo de descoberta e de melhorar o que já tinha feito antes, de acrescentar significados e expressões.
Sim, mas isso é que é mesmo aliciante. Há 35 anos que me debruço sobre estas questões, há 12 que vou escrevendo sobre isto. Já publiquei cerca de 20 livros sobre esta temática e a única coisa que posso, de facto, afiançar é que sei muito pouco. Porque cada vez há mais coisas para descobrir. E às vezes tenho certezas que depois vejo que são disparates.

Sempre teve um interesse maior pelas linguagens mais informais? O que é que lhe dá mais gosto nesta área?
É descobrir. É ir atrás das palavras, fazer muitas perguntas e depois tentar perceber que há coisas incríveis. Por exemplo, a palavra “coia” ou “croia”, é uma palavra muito utilizada nas regiões costeiras de Viana até Caminha, e provavelmente vem de “coio”, que é uma pedra. Mas uma “coia” é uma mulher de má fama, cujo significado pode inclusivamente ser prostituta. Qual é a relação? Muito provavelmente os marinheiros chamariam essas mulheres para se deitarem com eles nos beliches das suas embarcações, que eram duros como pedras. Ou seja, como “coios”. Daí terá nascido a palavra “coia”.

É isto que tento fazer: descobrir e estabelecer um nexo de causalidade entre as coisas, tentar perceber que de facto há ali mesmo uma razão para ser assim.

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