Se na altura de escolher o curso superior, a garantia de entrada no mercado de trabalho for o fator mais importante, então a Universidade de Lisboa é a instituição que mais pode dar essa garantia. Para chegar a esta conclusão, o Observador analisou os números divulgados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e que estão disponíveis no portal Infocursos, desde a meia-noite de domingo, 7 de julho. No entanto, estes olham apenas para a percentagem de recém-diplomados registados como desempregados no IEFP — Instituto do Emprego e Formação Profissional — não considerando, por exemplo, outros jovens que podem até estar a trabalhar, mas não na área em que se formaram.
O ponto de partida é analisar a lista de cursos com desemprego zero, onde surgem 63 licenciaturas e mestrados integrados. A Universidade de Lisboa tem 24 cursos nesse ranking, o que representa quase 40% do total. Por onde é que eles se distribuem? Pelo Instituto Superior Técnico (oito cursos), Faculdade de Ciências (seis), Faculdade de Letras (quatro), e ainda — com um curso cada — pela Faculdade de Medicina, pela de Motricidade Humana, pelo Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, pelo Instituto Superior de Agronomia e o pelo de Economia e Gestão.
Em termos de desemprego zero, não há, assim, qualquer outra instituição que se aproxime sequer da Universidade de Lisboa. O segundo lugar da lista vai para a Universidade do Algarve, com apenas 4 cursos representados. Se fizermos a média dos seus 41 cursos, a taxa de desemprego é de 2,78%. Estes 63 cursos estão divididos por 24 instituições de ensino superior, mas são muito poucas aquelas que aparecem com mais do que uma licenciatura ou mestrado.
Com três cursos cada aparecem a Universidade de Aveiro, a da Beira Interior, a Universidade Católica e o ISEC Lisboa — Instituto Superior de Educação e Ciências. Estas duas últimas são privadas e estão localizadas também no distrito de Lisboa. Com dois cursos surgem a Universidade do Porto, a de Coimbra e ainda duas privadas, no distrito de Lisboa, a Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa e Universidade Lusíada (com um terceiro curso no seu polo do Porto).
Mesmo quando se olha para os cursos com taxa de desemprego, de 0,1% até aos 25,8% (o máximo registado), nenhuma outra instituição se aproxima dos bons resultados da Universidade de Lisboa, quando olhada como um todo. E esse todo é a soma de 17 faculdades e institutos, salientando-se que o Instituto Superior Técnico tem dois polos.
Para começar, a Universidade de Lisboa não tem qualquer curso com uma taxa de desemprego acima de 10%. O valor máximo encontrado é de 5,8% na licenciatura de Artes e Humanidades da Faculdade de Letras. Segue-se, com 5,2%, Desenho na Faculdade de Belas-Artes, e o último curso ainda dentro destes valores (5,1%) é a licenciatura de Arquitetura Paisagista no Instituto Superior de Agronomia.
Os números continuam a ser positivos se olharmos para os cursos com até 2% de desemprego, num total de 258. Aqui encaixam 51 licenciaturas e mestrados integrados da Universidade de Lisboa, número que sobe para 75 se somarmos os 24 que têm desemprego zero e que em termos percentuais representa 75% da oferta total (101) da instituição. No total, a média de desemprego da Universidade de Lisboa está nos 1,1%.
Analisando as universidades e politécnicos que mais cursos têm no ranking do desemprego de 0,1 a 2%, há mais cinco no distrito de Lisboa.
Por ordem de grandeza são eles o Instituto Politécnico de Lisboa (17), a Universidade Nova de Lisboa (16), a Universidade do Porto (12), a Universidade Católica Portuguesa (11), a Universidade de Aveiro (11), e a Universidade do Minho (10). Do distrito de Lisboa, falta referir o ISCTE — Instituto Universitário de Lisboa (9) e a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (6), concelho de Cascais.
Nesta lista, com mais do que um curso, encontramos ainda o Instituto Politécnico de Setúbal (9), a Universidade do Algarve (8), a Universidade de Coimbra (7), o Instituto Politécnico de Leiria (6), e o Instituto Politécnico de Castelo Branco (4).