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“Vai ser uma experiência bastante fora do normal”. Adolescentes falam do regresso à escola

Uns têm medo de infetar familiares, outros receiam pelos professores mais velhos ou temem que o número de contágios aumente. Alguns, com autorização dos pais, admitem faltar a algumas aulas.

Mariana Fragoso está prestes a voltar à escola — as aulas presenciais na Secundária Josefa de Óbidos, em Lisboa, onde frequenta o 12.º ano, começam na próxima terça-feira, dia 19 — e continua sem perceber por que motivo vai ter de quebrar o confinamento domiciliário a que se votou há já dois meses (e que só há uma semana começou a aliviar, para correr na rua, sempre sozinha), para assistir às aulas de uma disciplina a que nem sequer vai fazer exame.

Tem 17 anos e é saudável, garante que não é por si que está preocupada com a possibilidade de adoecer. Mas vive com a mãe, que tem uma doença pulmonar, e com o irmão mais velho, de 23 anos, asmático, e o que lhe tem tirado o sono é o receio de os contagiar se for infetada no regresso à escola, explica ao Observador. “Estou preocupada, não tenho saído, e agora tenho de ir para a escola e expor-me desta maneira. Posso ser assintomática e transmitir o vírus à minha mãe ou ao meu irmão, que são de risco.”

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Aluna do curso de Ciências e Tecnologias, a partir da próxima semana Mariana vai ter de, como os demais alunos do seu ano, frequentar de forma presencial as aulas das disciplinas trienais — tenha ou não de se submeter a exame em todas elas.

No seu caso, isso significa que as aulas de Português e Matemática, que nas últimas semanas decorreram via Zoom, vão passar a acontecer no ginásio da escola, nas tardes de terça, quarta e quinta-feira.

O espaço é grande e arejado, explica a aluna, a questão não será essa: “Percebo que temos de voltar à escola e que o mundo tem de continuar, mas acho que podíamos ir apenas às disciplinas a que vamos fazer exame, sempre diminuía o risco. Acho que o sentimento é um bocado geral, uma rapariga da minha turma, por exemplo, vive com o avô e com outra pessoa que também é de risco. Só cinco de 27 é que vão fazer exame de Português, podiam juntar-se a outra turma, em vez de termos todos de ter essa aula presencialmente. A minha turma estava a tentar organizar uma reunião com o diretor da escola, mas ele disse que não dependia dele e que por isso não valia a pena”.

A mãe e o irmão de Mariana Fragoso pertencem ao grupo de risco: "Não tenho saído, e agora tenho de ir para a escola e expor-me desta maneira"

Não depende. Como explicou o secretário de Estado da Educação, João Costa, em entrevista recente, as regras são iguais para todas as escolas e para todos os alunos do ensino secundário que a partir da próxima segunda-feira, 18 de maio, vão regressar às escolas: “Se uma disciplina é oferecida presencialmente, deixa de ser oferecida remotamente”. E se os de 12.º ano vão ter de frequentar as aulas das disciplinas trienais, mesmo que não tencionem propor-se a exame, os alunos do 11.º ano terão de fazer o mesmo com todas as disciplinas com exame possível — o que na prática significa que vão ter de assistir às aulas de Filosofia e da língua estrangeira que escolheram no 10.º ano e das duas outras disciplinas bienais de cada um dos cursos.

Caso não o façam, avançou António Costa assim que foi revelado o plano de regresso às aulas presenciais dos últimos dois anos do ensino secundário, terão as faltas justificadas. Isso não significa, clarificou mais tarde João Costa, que não haja consequências para os absentistas: quem faltar deverá ser prejudicado na avaliação e estará fora de questão replicar no terceiro período a nota do segundo período nos casos dos alunos faltosos.

“O António Costa disse que não seria justo para as pessoas que vão à escola serem avaliados da mesma maneira que as que não vão. OK, não é assim tão justo, porque as pessoas estão a expor-se, mas se o fazem é porque os pais decidiram que não havia risco. Há outras formas de avaliar os alunos que não vão às aulas, podemos fazer trabalhos. Já para não dizer que é super desconfortável estar durante 3 horas com máscara numa sala de aula, ainda para mais a termos de fazer testes e exames. Termos de nos preocupar com testes numa altura destas também vai ser muito difícil”, diz Mariana Fragoso.

“Percebo que temos de voltar à escola e que o mundo tem de continuar, mas acho que podíamos ir apenas às disciplinas a que vamos fazer exame, sempre diminuía o risco. Acho que o sentimento é um bocado geral, uma rapariga da minha turma, por exemplo, vive com o avô e com outra pessoa que também é de risco"
Mariana Fragoso, aluna do 12.º

A menos de dois meses dos exames e apesar de ter uma média que a deixa mais ou menos confortável no acesso ao curso que escolheu — Ciências Forenses e Criminais —, a aluna já decidiu que, sendo estas as regras do jogo, prefere não arriscar perder tudo aquilo por que trabalhou nos últimos três anos: “Ao princípio a minha mãe disse-me que não queria que eu fosse a Português, agora estamos a repensar. Estou no 12.º ano, preciso de ter boas notas por causa da média para entrar na faculdade. Tenho média de 16, não estou muito preocupada, mas mesmo assim não me convém descer”.

Por isso mesmo, na próxima terça-feira, Mariana Fragoso regressará à Josefa de Óbidos. Mas regressará com medo — o mesmo sentimento que o secretário de Estado da Educação disse que é preciso combater: “ Temos de vencer uma batalha, que não é apenas a batalha do vírus, mas a batalha do medo”.

Mariana Fragoso, apurou o Observador junto de estudantes e especialistas em psicologia adolescente e da família, não será caso único. Apesar de a maior parte dos alunos desta faixa etária estar desejosa de sair de casa, de regressar ao convívio com os amigos e, se for esse o único cenário em que isso lhes seja permitido, até de voltar à escola, há quem seja mais cauteloso e tema esta retoma.

Crianças até aos 12 anos são as mais temerosas

A psicóloga Alexandra Chumbo acompanha regularmente, agora através de vídeochamada, uma dúzia de adolescentes, estudantes dos anos que agora terão de regressar à escola. As opiniões dividem-se (mas não muito): há os que “estão a contar os dias para rever os amigos e estar com os colegas” e os que até preferiam não voltar, por estarem “acomodados à nova rotina de estar em casa e de não terem de acordar cedo, vestir e tomar o pequeno-almoço para ir às aulas”. E depois, revela a especialista, há quem tenha medo de ficar desprotegido e poder ficar infetado com o novo coronavírus — uma estudante apenas.

“Não vejo os miúdos muito preocupados com os perigos do vírus. Mas os miúdos que tenho em psicoterapia online não têm ninguém infetado nas suas famílias nem conhecem ninguém doente e isso poderá fazer muita diferença. Isso e a postura dos pais. A sensação que tenho é a de que os pais dos miúdos que vejo não lhes passam muito essa ansiedade”, começa por explicar a especialista em acompanhamento de crianças e adolescentes e terapeuta familiar e conjugal.

“Acompanho uma miúda que chegou a dizer-me que tinha medo de apanhar o vírus e de poder morrer, estava com alguma angústia e ansiedade associadas, mas dentro de um quadro normal, nada de psicopatológico”, revela a psicóloga, para depois passar a explicar as diferenças entre a ansiedade “dita normal” e os sinais de alerta a que pais e educadores devem ter atenção — nesta e noutras situações.

“Acompanho uma miúda que chegou a dizer-me que tinha medo de apanhar o vírus e de poder morrer, estava com alguma angústia e ansiedade associadas, mas dentro de um quadro normal, nada de psicopatológico”
Alexandra Chumbo, psicóloga

“Quando vão ter um teste, por exemplo, é normal que estejam um pouco ansiosos, mas já não é saudável que estejam dias a fio sem dormir, ou que não consigam comer por causa disso. Nestas circunstâncias que vivemos hoje é igual: se o receio é baseado na realidade — porque os miúdos sabem que se não tiverem cuidado ou andarem aos beijinhos ou aos abraços podem ficar infetados —, também não será problemático”, diz a especialista, que recomenda estratégias que passam por tentar focar o cérebro nos pontos positivos em vez de nos negativos e, acima de tudo, nunca cair na tentação de dourar a pílula. “Temos de funcionar sempre na base da verdade, não podemos prometer que vai ficar tudo bem, de facto há a possibilidade de ficarem infetados. O que é preciso é trabalhar aquilo que os miúdos podem fazer para se protegerem. E depois trabalhar o porquê de terem estes medos e angústias, permitir que falem e deitem para fora, é muito importante ouvir com atenção e tentar genuinamente perceber e validar essas preocupações.”

A fórmula, adverte, não é milagrosa. A paciente adolescente cujo caso partilhou — e que continua a recear o coronavírus — será prova disso. “Agora já está mais serena mas continua a não estar contente por voltar à escola. E os pais também não estão muito confortáveis com isso. Acho que a perceção dos miúdos prende-se muito com a perceção da própria família e com a realidade envolvente”, conclui.

Bárbara Ramos Dias, psicóloga clínica especializada nas mesmas faixas etárias, concorda. E será por isso mesmo, explica, que nenhum dos entre quatro a cinco adolescentes que vê diariamente lhe confidenciou alguma vez estar com receio do regresso às aulas. “Os que têm mais medo são os mais pequenos, até aos 12 anos, e parece-me que é porque estão mais perto dos pais, se calhar estão mais despertos para a situação, não saem para a rua sem máscara, têm uma série de cuidados e receios de que os mais velhos não partilham. Os adolescentes passaram o tempo enfiados no quarto, acham que a Covid é só para os velhos, e que com eles está tudo certo, não vão apanhar nada. Estão todos com imensa vontade de voltar e de estar com os amigos. Dizem-me que até é melhor voltar às aulas do que ‘estar nesta seca em casa’. Estão ansiosíssimos para ir, alguns até já têm saudades dos professores”, conta ao Observador.

Teresa Carvalho Martins, de 16 anos, até sente falta de estar com alguns dos professores que lhe dão aulas no Liceu Pedro Nunes, em Lisboa, mas não será por isso que considera que o regresso à escola, em tempo de pandemia, é uma boa ideia. Bem pelo contrário: “Estamos a dar imensa matéria, é mesmo inspirador o que os professores têm feito. Uma das minhas professoras preferidas, a de Economia, já não é nada nova e é das que funciona melhor, adaptou-se ao Teams e a tudo. Faz parte do grupo de risco e agora vai dar-nos aulas, apesar de poder não o fazer, disse que não nos queria deixar na mão. Se me preocupo também é por ela. Eu e a maior parte das minhas amigas estamos apreensivas com esta situação”, diz ao Observador, menos de uma semana antes da data marcada para o regresso.

Teresa Carvalho Martins ainda está a decidir sobre se vai assistir às aulas das disciplinas a que não vai fazer exame

Aluna do 11.º ano, do curso de Ciências Socioeconómicas, terá aulas presenciais, com a turma partida ao meio, 15 alunos para cada lado, e pausas de cinco minutos sem possibilidade de sair da sala, de Filosofia, Inglês, Economia e Geografia. Só deverá fazer exame a uma delas. Por isso mesmo, assume, ainda está a decidir sobre se irá ou não às aulas das restantes. “Se o objetivo de os nossos anos serem os únicos a regressar é minimizar a exposição ao risco, às tantas não faz muito sentido estarmos a ser obrigados a ir a aulas a que não vamos fazer exame. São disciplinas que vou acabar este ano, que não contam para a candidatura para faculdade, nem para quase nada. Não é como se fosse Português ou Matemática, a que vou fazer exame no próximo ano”, argumenta.

“Tenho respeitado imenso a quarentena, não vejo os meus amigos desde que viemos para casa, só falamos pelo Zoom, como na maioria das aulas, e de resto trocamos mensagens no WhatsApp e no Instagram, e nem me custa muito. É um bocado aquela coisa de estarmos habituadas a rotinas, no início custou muito mais. Acho que se somos nós que temos o vírus e se ele não se espalha sozinho, a única forma de o contermos é não estarmos juntos”, conclui, garantindo que não é por medo mas por altruísmo que considera que o regresso à escola, nos moldes definidos pelo Governo, não faz sentido.

“Se o objetivo de os nossos anos serem os únicos a regressar é minimizar a exposição ao risco, às tantas não faz muito sentido estarmos a ser obrigados a ir a aulas a que não vamos fazer exame. São disciplinas que vou acabar este ano, que não contam para a candidatura para faculdade, nem para quase nada"
Teresa Carvalho Martins, aluna do 11.º ano

“Não tenho medo de apanhar o vírus. Tive amigas que deram positivo; vieram da neve logo no início, ainda antes de ficarmos sem aulas. Eu e as minhas amigas não estamos muito preocupadas com sermos nós a apanhar porque essas pessoas não tiveram sintomas nenhuns. E se fosse para apanhar já tínhamos apanhado, parece um bocado parvo dizer isto mas já estivemos mais expostas antes. Estamos é preocupadas com as pessoas do grupo de risco e com a possibilidade de toda esta situação piorar.”

“Acho que quando a escola abrir o número de casos vai aumentar ligeiramente, se não consideravelmente”

Dois dias antes de o Governo anunciar a suspensão das atividades letivas presenciais em todas as escolas do País, no passado 13 de março, o caos instalou-se nos Salesianos de Lisboa, quando se espalhou pelo colégio que uma aluna que devia estar em isolamento profilático — porque a mãe, com quem tinha passado as férias de Carnaval em Itália, tinha regressado infetada com o novo coronavírus — tinha estado com amigos e colegas, fora das instalações da escola.

“Começou a circular a informação de que já havia três casos. Isso gerou um bocado o pânico na escola inteira, já estava tudo a pensar que três infetados, ainda por cima em turmas de secundário, já podiam ter infetado muitas mais pessoas.  Lembro-me de ter amigos a dizer aos professores que tinham de sair da aula porque os pais não os deixavam estar na escola, porque a saúde deles estava em risco. As pessoas começaram a sair, a partir da hora de almoço já a escola estava praticamente deserta, foi um bocado assustador”, recorda Lourenço Farinha, de 17 anos, aluno do 11.º ano.

Apesar de achar que o regresso às aulas vai fazer disparar o número de contágios, Lourenço Farinha diz que quer voltar

As recordações de há dois meses, confessa, pesam na forma como encara o regresso próximo à escola, que ainda nem sequer dá como garantido. “Temos andado a falar com as nossas diretoras de turma. Há pais que ainda não se sentem confortáveis em deixar as crianças irem para a escola e eu percebo isso, é a saúde dos filhos que está em causa, que é o mais importante no meio disto tudo. Acho que, se voltarmos, vai ter de ser com medidas muito mais controladas. Mas acho que isso vai ser muito difícil de cumprir, quando se tem pessoas entre os 15 e os 18 anos numa escola há sempre aquelas ocasiões em que se quer estar mais próximo de um amigo ou de outro, em que tem de se falar, tem de se ir à mesa do aluno perguntar dúvidas… Acho que isso também preocupa imenso os pais e os alunos, porque é um risco”, diz. “As pessoas vão querer estar umas com as outras, vão querer combinar coisas… Psicologicamente, quando a escola voltar, as pessoas vão achar que voltou mesmo tudo à normalidade, vão começar com o que acontecia em períodos escolares normais: almoços em casa uns dos outros, passeios para um lado e para o outro.  Acho que o número de casos, quando a escola abrir, vai aumentar ligeiramente, se não consideravelmente”, afirma.

Confinado à casa onde mora no Restelo, com os pais e o irmão — aluno do 10.º ano, que por isso não vai ter de voltar às aulas presenciais —, desde 12 de março (depois do caos do dia anterior a direção do colégio decidiu encerrar, um dia antes da determinação do Governo), Lourenço diz que, tirando as dores de cabeça inerentes ao uso intensivo do computador, nem está a desgostar da experiência. “O maior choque acho que foi para as pessoas adultas, nós já estávamos um bocado habituados a isto dos telefones, dos computadores e dos videojogos, a passar mais tempo em casa… Há imensa gente que diz que já não está a aguentar isto — até professores, que dizem que estão cheios de saudades e que estão a perder a cabeça. Eu tenho estado bem, por acaso. Tenho andado a fazer desporto, que sempre fiz imenso, e acho que é essencial para aliviar a cabeça. Desde que o estado de emergência acabou tenho andado de bicicleta com um amigo — mas só um e eu sei que ele também tem cumprido a quarentena. Andamos sempre de máscara e mantemo-nos à distância”, garante.

"Quando se tem pessoas entre os 15 e os 18 anos numa escola há sempre aquelas ocasiões em que se quer estar mais próximo de um amigo ou de outro, em que tem de se falar, tem de se ir à mesa do aluno perguntar dúvidas… Acho que isso também preocupa imenso os pais e os alunos, porque é um risco"
Lourenço Farinha, aluno do 11.º ano

Aluno do curso de Artes Visuais, diz que, apesar de tudo, são ambíguos os seus sentimentos em relação ao regresso às aulas presenciais.  E garante que, na balança, a vontade de regressar à rotina das aulas e até às idas ao quadro acaba eventualmente por pesar mais do que todos os receios que tem sobre a propagação do vírus que traz o País e o mundo suspensos.

“Se tivesse de escolher, escolhia voltar, porque não é a mesma coisa aprender em casa. Sempre gostei imenso das aulas dinâmicas, de estar com o professor, de responder a perguntas, de ir ao quadro… Estar aqui com o computador à frente é mais difícil, às vezes a internet vai abaixo, depois está tudo a falar ao mesmo tempo, o próprio professor tem mais dificuldade em impor a ordem… Não aprendemos tanto, não conseguimos prestar tanta atenção, estamos em casa, com as nossas coisas, há sempre distrações”, explica.

De acordo com as determinações do Governo,  vai deixar de ter aulas online a Inglês, Filosofia, História e Geometria Descritiva. O que não significa que tencione assistir às sessões das quatro disciplinas no regresso aos Salesianos. “Os meus pais acham que, mesmo que as aulas voltem, deviam ser durante muito menos tempo e só das disciplinas a que vamos ter exame. Este ano isso também mudou, em vez de termos de fazer dois exames obrigatoriamente, podemos escolher: no meu caso podia fazer História ou Geometria. Acho que vou fazer Geometria, por isso História já vai ser uma disciplina a que vou prestar um bocado menos de atenção. Não há faltas, portanto se voltar estou a pensar ir ao menos possível de aulas, para estar com menos gente também.”

Pedro Carvalho está ansioso pelo regresso, mas tem noção de nada será igual: “Vai ser uma experiência bastante fora do normal”

Também aluno dos Salesianos de Lisboa, também do 11.º ano mas do curso de Ciências Socioeconómicas, Pedro Carvalho, por seu turno, é daqueles que estão a contar os dias para o regresso à escola.

Filho único, está desde sexta-feira dia 13 de março na casa de férias que os pais — ele funcionário de um banco, ela da indústria farmacêutica, ambos em teletrabalho — têm na zona de Tomar. “Às vezes dou uns passeios mas nem sequer me cruzo com pessoas, isto é mesmo muito isolado. Estou bastante ansioso por voltar, até porque é um regresso também a Lisboa, já estou fora há dois meses. E também porque vou poder desanuviar um pouco, esta situação em que vivemos não deixa de ser um clima de tensão. E o que é facto é que os números estão a diminuir, a pandemia está mais controlada, é importante que retomemos alguma normalidade, até para a economia”, avalia o aluno, de 16 anos, ao telefone com o Observador. “Também acho que é importante haver uma preparação presencial para as disciplinas de exame, é sempre diferente haver uma preparação na escola do que ter aulas online.”

"Estou bastante ansioso por voltar, até porque é um regresso também a Lisboa, já estou fora há dois meses. E também porque vou poder desanuviar um pouco, esta situação em que vivemos não deixa de ser um clima de tensão. E o que é facto é que os números estão a diminuir, a pandemia está mais controlada, é importante que retomemos alguma normalidade, até para a economia”
Pedro Carvalho, aluno do 11.º ano

Antecipando que a escola que vai encontrar na próxima semana não é a que deixou antes do estado de emergência — “Vai ser uma experiência bastante fora do normal” —, acredita que todas as questões de segurança e desinfeção dos espaços vão ser salvaguardadas.

Nível de medo relativamente a uma possível infeção pelo novo coronavírus: zero. “É algo para o qual ninguém está preparado mas sei que a minha escola terá todos os cuidados, tal como eu e os meus colegas também vamos ter.  E também me dá alguma confiança saber que a maior parte das pessoas cumpriu a quarentena e não andou a passear pela rua. A escola vai estar muito vazia (os Salesianos são uma escola muito grande), e o facto de só os 11.º e 12.º anos regressarem agora vai permitir espalhar os alunos e as várias turmas pelo primeiro, pelo segundo e pelo terceiro ciclos. Se calhar, como vão fechar espaços de convívio como o bar, a cantina e o pátio, nem vou chegar a encontrar algumas pessoas.”

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