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O que é o lixo eletrónico?

A expressão lixo eletrónico é usada para descrever quaisquer resíduos de dispositivos elétricos e eletrónicos que deixamos de utilizar e que descartamos. Estes aparelhos podem conter substâncias perigosas, como chumbo, cádmio, berílio ou mercúrio, bem como plástico, metais e vidro. O processamento de lixo eletrónico de modo incorreto pode provocar efeitos nocivos na saúde humana e ambiental, privando ainda a possibilidade de serem retirados os materiais recicláveis que poderiam ser reintroduzidos nos processos de fabrico de novos equipamentos, evitando assim o recurso à utilização de matérias primas virgens. Este lixo deve ser alvo de tratamento específico (extração de gases como CFC, dos equipamentos de regulação de temperatura, aspiração de pó fosforescente e remoção de vidro com chumbo dos monitores antigos, o mercúrio das lâmpadas, por exemplo), dando origem, também, à obtenção de matérias primas (secundárias) que serão introduzidas no processo de fabrico de novos produtos (cobre, alumínio, terras raras, ouro ou prata), evitando a delapidação dos recursos naturais.

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O lixo eletrónico está a aumentar?

Em 2025 a população mundial deverá gerar 53,9 milhões de toneladas de resíduos eletrónicos por ano, caso se mantenha o atual ritmo de crescimento, conforme aponta o relatório sobre o crescimento nacional de resíduos eletrónicos e o movimento de lixo eletrónico entre países, promovido pelo Gabinete Internacional de Reciclagem, que agrega empresas de reciclagem de 70 países, sendo compilado por uma equipa de especialistas da Universidade de Harokopio, em Atenas. Segundo estimativas das Nações Unidas, em 2016, foram produzidas 44,5 milhões de toneladas de REEE em todo o planeta. O volume de lixo eletrónico aumentou globalmente 8% em apenas dois anos, entre 2014 e 2016. Com base em dados de 180 países, os especialistas sublinham que a produção mundial de lixo eletrónico aumentou mais de 30% em menos de uma década. E avisam que o crescimento da população vai levar a que a produção de resíduos por cada pessoa aumente cerca de 20% em todo o mundo, passando dos 5,6Kg para os 6,7Kg por habitante e por ano. Cerca de 60% do lixo eletrónico, que produzimos quando descartamos equipamentos elétricos e eletrónicos obsoletos, acaba em aterros. Do volume total produzido mundialmente sabe-se que apenas 15 a 20% é reciclado embora, quando devidamente tratados, a maior parte dos componentes utilizados nos equipamentos elétricos e eletrónicos (plástico, metal e vidro) possam ser reaproveitados e transformados em matérias primas secundárias e incorporar o processo de fabrico de novos produtos.

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Existem outras formas de facilitar o processo de reciclagem para além da recolha?

No âmbito das políticas de eco-design, a LG já desenvolve a nível mundial um processo de montagem para os seus televisores que é executado de forma a que o desmantelamento permita a reciclagem de grande parte dos componentes, ciente de que o lixo eletrónico é quase 100% reciclável, desde que seja devidamente tratado. A estratégia de sustentabilidade da LG Electronics inclui também um serviço personalizado de devolução e reciclagem de resíduos eletrónicos, que responde às necessidades e exigências locais, nos países onde as regulamentações de resíduos eletrónicos estão em vigor, como é o caso de Portugal, onde na venda de um novo equipamento existe a obrigatoriedade legal de aceitar, sem qualquer custo adicional para o cidadão, um equipamento descartado, “troca do velho pelo novo”.

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O que significa sustentabilidade? 

Sustentabilidade, do termo sustentável, deriva do latim sustentare admitindo os significados de sustentar, defender, favorecer, apoiar, conservar e cuidar. O conceito de sustentabilidade, como forma de designar o processo realizado de forma a não esgotar os recursos naturais nem causar danos ambientais, teve origem em Estocolmo, na Suécia, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano em 1972. Esta foi a primeira conferência dedicada ao meio ambiente e chamou a atenção da comunidade internacional para as questões relacionadas com a degradação ambiental e a poluição. Mais tarde, em 1992, na Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, foi adotado o conceito de desenvolvimento sustentável, que passou a ser entendido como o modo de viver em respeito pelos recursos naturais no longo prazo. Ou seja, o progresso económico e as necessidades da atual geração não podem esgotar os recursos naturais necessários à sobrevivência das futuras gerações.

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A reciclagem é feita em todo o mundo?

Infelizmente não. A Europa é o continente com a taxa de reciclagem mais elevada (35%), claramente à frente da América (17%), Ásia (15%) e Oceânia (6%), excluindo-se desta análise o continente africano por falta de dados fidedignos. Por outro lado, a região da Oceânia, com 17,3Kg de lixo produzido por pessoa, e a Europa, com 16,6Kg/pessoa, são os mais poluidores, seguindo-se a América (11,6Kg/pessoa), Ásia (4,2Kg) e África (1,9Kg) de acordo com o estudo do Observatório Global de Lixo Eletrónico 2017.

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Os equipamentos eletrónicos contêm componentes valiosos?

Sim. Ouro, prata, cobre, platina, paládio figuram entre os materiais de alto valor que são recuperáveis. As estimativas indicam que o valor conjunto de todos estes materiais, presentes no volume de resíduos recolhidos em 2017, possa ascender a cerca de 47 milhões de euros que, de acordo com o Observatório Global de Lixo Eletrónico 2017, não foram aproveitados. No Japão, onde esta prática é habitual, as medalhas dos Jogos Olímpicos 2020 vão ser integralmente produzidas a partir dos metais preciosos presentes no lixo eletrónico.

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REEE, RP&A, RE. O que significam?

São as abreviaturas de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (REEE), Resíduos de Pilhas e Acumuladores (RP&A) e Resíduos de Embalagens (RE).

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Quantas toneladas de REEE são recolhidas e tratadas em Portugal?

Com base na informação publicada nos relatórios de atividade das entidades gestoras, em 2017 foram recolhidas em Portugal aproximadamente 63 mil toneladas de REEE. Estes resíduos foram encaminhados para tratamento, tendo sido igualmente cumpridos os objetivos de valorização, por categorias de REEE. As recolhas de REEE na rede de recolha de proximidade da ERP Portugal, referentes a 2017, indicam que cerca de 43% dos resíduos recolhidos, em peso, foram de grandes eletrodomésticos (máquinas de lavar, fornos, fogões, por exemplo), seguidos dos equipamentos de frio, televisões e monitores, pequenos domésticos e lâmpadas. Em 2017 os distritos de Lisboa e Porto foram responsáveis por cerca de 88% dos resíduos recolhidos na rede de proximidade da ERP Portugal.

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Quais as metas de Portugal quanto ao tratamento destes resíduos?

Até ao final de 2015, a meta nacional de recolha destes resíduos apontava para os 4kg/habitante, tendo aumentado em 2016 para 45% dos equipamentos colocados no mercado nacional nos três anos anteriores, considerando o peso total dos REEE recolhidos provenientes de utilizadores, particulares e não particulares. Esta meta de recolha tem sido cumprida pelas entidades gestoras licenciadas para a gestão deste fluxo específico de resíduos. Este ano aumentou para 65% do peso médio dos equipamentos disponibilizados no mercado nacional nos três anos anteriores. Este número equivale a um aumento de 20% na meta de resíduos a recolher. Em 2021, a licença das entidades gestoras prevê ainda, para além do estipulado na Diretiva Europeia, uma taxa de recolha de 70% nas categorias de equipamentos de regulação de temperatura e lâmpadas.

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O que podem as empresas produtoras de equipamentos fazer pelo ambiente?

Promover o desenvolvimento de equipamentos cuja conceção e montagem sejam executadas de forma a que o desmantelamento facilite a reciclagem. Investir no desenvolvimento de eletrodomésticos com sistemas inteligentes de poupança de água e elevados níveis de eficiência energética. Apostar nas energias renováveis, com vista ao aumento da eficiência energética no ambiente de produção. Na LG o desenvolvimento das embalagens é avaliado tendo em conta o cumprimento de 22 pontos-chave, tais como a redução do volume e peso, a otimização da eficiência logística e o uso mínimo de substâncias perigosas. Existe uma diretriz para o design de Embalagens Verdes para televisores e smartphones desde 2012, a que se juntaram no ano seguinte diretrizes específicas para outras gamas de produtos como computadores, frigoríficos, máquinas de lavar e aspiradores.

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Como pode ser promovida a sensibilização da população?

Através de campanhas nos media, financiadas por órgãos públicos e entidades privadas. A “Geração Depositrão” é um dos projetos de sensibilização de maior duração e dispersão geográfica a nível nacional, uma que vez que engloba estabelecimentos de ensino de todo o País, envolve mais de 420 mil alunos, em média, 40 mil professores de 800 escolas, permitindo o correto encaminhamento de mais de 2500 toneladas de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (REEE) e Resíduos de Pilhas e Acumuladores (RP&A). Trata-se de uma campanha de âmbito nacional que visa promover as boas práticas ambientais e a consciencialização dos jovens para a importância da deposição seletiva de resíduos com vista à sua reciclagem e tratamento adequado.