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O que é a meningite?

A meningite é uma inflamação das meninges, isto é, das membranas que revestem e protegem o cérebro e a medula espinal. Se não for tratada de forma adequada e no tempo certo, a meningite pode evoluir em poucas horas com consequências muito graves, podendo conduzir à morte.

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Existem diferentes tipos de meningite?

Sim. Os tipos de meningite classificam-se em função do agente causador da infeção. Assim, a meningite pode ser causada por bactérias ou vírus (com maior frequência), e também por fungos ou até por parasitas (mais raros). Há ainda situações em que a meningite é causada por outras doenças (autoimunes ou oncológicas, por exemplo), por certos medicamentos ou drogas, ou até por traumatismos. É fundamental conhecer a causa específica da meningite, uma vez que os tratamentos são diferentes.

Meningite bacteriana: A infeção é causada por uma bactéria, sendo que as bactérias mais comuns são, entre outras, a Neisseria meningitidis ou meningococo (que dá origem à meningite meningocócica), o Streptococcus pneumoniae ou pneumococo (que dá origem à meningite pneumocócica) o Haemophilus influenzae tipo B ou o Mycobacterium tuberculosis. As meningites bacterianas são, em geral, infeções graves e podem ser fatais.

Meningite viral: Este tipo de meningite, causado por vírus, é mais comum e tendencialmente menos grave. Entre os diversos vírus responsáveis por esta infeção encontram-se os enterovírus, o vírus da papeira ou o herpes simplex vírus.

Meningite fúngica: É um tipo de meningite mais raro e decorre da propagação de um fungo no meio ambiente, atingindo sobretudo pessoas com um sistema imunológico comprometido, por exemplo, pessoas com diabetes, cancro ou VIH/Sida.

Meningite parasitária: Afeta sobretudo doentes com o sistema imunológico vulnerável e em países pouco desenvolvidos. É normalmente causada por parasitas encontrados na água, comida ou solos contaminados.

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O que é a meningite meningocócica?

A meningite meningocócica – também designada por doença meningocócica – é uma das formas mais graves de meningite bacteriana, podendo evoluir rapidamente entre 24 e 48 horas e levar a sequelas permanentes ou até mesmo à morte. É uma infeção das meninges e da medula espinal causada pela bactéria Neisseria meningitidis e pode atingir pessoas de qualquer idade.

A bactéria Neisseria Meningitidis é vulgarmente conhecida por meningococo, sendo classificada em diferentes serogrupos consoante as suas características. Até ao momento, estão identificados 12 serogrupos, 6 dos quais causam o maior  número de casos da doença a nível mundial: A, B, C, W, Y e X.

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Há formas de evitar a meningite?

Sim. A forma mais eficaz de controlo da meningite meningocócica é a prevenção através da vacinação. Não existe uma única vacina que proteja contra todos os tipos de meningite ou contra todos os serogrupos de meningite meningocócica. Para mais informações consulte o seu médico ou o médico do seu filho.

Existem também outros cuidados que devem ser mantidos, à semelhança do que se faz para outras doenças infeciosas, nomeadamente: evitar o contacto com pessoas infetadas; cumprir as regras de etiqueta respiratória (proteger o nariz e a boca para espirrar ou tossir, deitar fora os lenços de papel usados e higienização das mãos); proceder à higienização regular e eficaz das mãos; manter uma alimentação e estilo de vida saudáveis.

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Mas afinal quem é que está em maior risco?

A doença meningocócica invasiva não escolhe idades. Em Portugal, todos os anos, são registados casos da doença em todas as faixas etárias. No entanto, esta doença é mais frequente em bebés e crianças, com um segundo pico de incidência na adolescência e jovens adultos devido aos comportamentos de risco típicos desta faixa etária.

Com risco acrescido estão também as pessoas que, devido a certas doenças ou a medicação, têm um sistema imunitário enfraquecido. De igual forma, os profissionais de saúde envolvidos no tratamento desta doença, bem como os viajantes ou habitantes de locais onde se registam surtos, estão mais expostos.

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Porque é que os adolescentes são um grupo de risco?

Sabe-se que um em cada quatro adolescentes é portador assintomático da bactéria responsável pela meningite meningocócica. Isto significa que têm a bactéria alojada no nariz e/ou garganta, mas desconhecem-no, porque não apresentam quaisquer sinais ou sintomas. Por este motivo, são potenciais transmissores da bactéria às restantes faixas etárias, nomeadamente, se estiverem em contacto com pessoas mais vulneráveis.

Por outro lado, esta transmissão é facilitada pelo facto de este grupo etário tender a adotar comportamentos que o favorecem, como seja a frequência de locais com muitas pessoas (discotecas, bares, concertos), a partilha de casa e de objetos, bem como de comida, bebida e tabaco, e ainda o contacto físico muito próximo e íntimo.

Acresce ainda que, entre os adolescentes e jovens adultos, o diagnóstico tende a ser mais tardio, porque os sintomas iniciais da meningite são muitas vezes desvalorizados ou confundidos com outras infeções, como a gripe ou COVID-19. Como consequência, a taxa de letalidade desta doença é mais elevada em adolescentes e jovens adultos, quando comparado com as faixas etárias mais novas.

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Quais são os sintomas?

Os sintomas iniciais da meningite bacteriana podem confundir-se muito facilmente com os de outra infeção, o que pode dificultar e atrasar o diagnóstico. Porém, em apenas 24 horas, podem agravar-se de forma galopante e conduzir à morte, pelo que é importante uma vigilância muito atenta e contactar um médico de imediato perante uma suspeita de meningite. Este é um esquema possível do agravamento de sintomas:

Sintomas iniciais inespecíficos – Irritabilidade; Perda de apetite; Febre; Náuseas/vómitos; Dor de garganta; Dores generalizadas (musculares, articulares); Sonolência.

Sintomas gerais – Extremidades frias; Calafrios; Manchas vermelhas na pele que não desaparecem quando pressionadas; Rigidez no pescoço que impede que o queixo toque no peito por exemplo; Sensibilidade à luz.

Sintomas específicos – Confusão mental/delírio; Inconsciência; Convulsões; Choque séptico; Morte.

Recém-nascidos e bebés – Nesta idade pode ser difícil identificar os sintomas gerais da meningite, pelo que é preciso estar atento a outros sinais: lentidão/apatia, irritabilidade, vómitos, recusa alimentar, fontanela (moleira) saliente, manchas vermelhas na pele que não desaparecem quando pressionadas, choro agudo ou gemido, intolerância ao ruído.

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Como se transmite?

Tal como outras infeções, a meningite bacteriana transmite-se através do contacto direto com gotículas e secreções nasais de pessoas infetadas (mesmo que não estejam doentes, isto é, mesmo que sejam assintomáticas), nomeadamente através de tosse, espirros, partilha de objetos ou de alimentos, beijos e proximidade física.

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Existe tratamento?

Sim. O tratamento depende do agente infecioso, da idade do doente, da gravidade e da existência, ou não, de outras doenças.

Nas meningites bacterianas – como é o caso da meningite meningocócica – o tratamento implica a administração de antibióticos e pode implicar também internamento e medicação de suporte. O tratamento é fundamental e deve ser iniciado quanto antes, dada a gravidade e a rápida progressão desta doença.

No caso das meningites virais, estas geralmente são debeladas pelo próprio organismo sem necessidade de tratamento específico, podendo haver prescrição de medicamentos apenas para alívio dos sintomas.

Quanto às meningites fúngicas e parasitárias, são combatidas com medicamentos específicos.

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Quais são as complicações possíveis?

A maioria das pessoas que sofre de meningite recupera totalmente, mas esta doença pode provocar sequelas, algumas graves, e até conduzir à morte. Isto acontece sobretudo no caso da meningite bacteriana. 20% dos sobreviventes correm o risco de sofrer graves sequelas que se traduzem em incapacidade física ou neurológica. Entre as principais complicações desta doença contam-se:

– Perda de audição, que pode ser parcial ou total

– Convulsões recorrentes (epilepsia)

– Problemas de coordenação, movimento e equilíbrio

– Dificuldades de aprendizagem e problemas de comportamento

– Amputação de membros (pode ser necessária para impedir que a infeção alastre pelo corpo)

 

Para mais informação sobre a doença e como a evitar, consulte o médico do seu filho e visite o website https://www.porumavidainteirapelafrente.pt/doencas-imunopreveniveis/meningite-meningococica/

Com o apoio da GSK.

Fontes:
Por uma vida inteira pela frente – “Saiba o que é a meningite” https://www.porumavidainteirapelafrente.pt/doencas-imunopreveniveis/meningite-meningococica/
World Health Organization- “Meningitis”
https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/meningitis
SNS24 – “Meningite Bacteriana”
https://www.sns24.gov.pt/tema/doencas-infecciosas/meningite-bacteriana/
Centers for Disease Control and Prevention – “Bacterial Meningitis”
https://www.cdc.gov/meningitis/bacterial.html
Centers for Disease Control and Prevention – “Meningitis”
https://www.cdc.gov/meningitis/index.html
Mayo Clinic – “Meningitis”
https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/meningitis/symptoms-causes/syc-20350508
National Health Service – “Meningitis”
https://www.nhs.uk/conditions/meningitis/
Meningitis Research Foundation
https://www.meningitis.org/

 

NP-PT-MNX-OGM-220003 | 10/2022