A ideia de que a comunicação social não noticiou o facto de Cristiano Ronaldo ter financiado uma unidade de cuidados intensivos no Hospital Santa Maria é falsa, já que houve notícias logo quando se soube das doações, mas também quando a unidade hospitalar ficou pronta, no início do mês de junho.

Comecemos pelo início. Uma publicação partilhada nas redes sociais critica o facto de a marquise no apartamento de Ronaldo em Lisboa ter dado tanto que falar nos media e de, no sentido oposto, “ninguém” falar do facto de o jogador português ter financiado “uma das melhores unidades de cuidados intensivos do país” com 25 camas e que “só em equipamento ficou em 1,8 milhões de euros”. Contudo, uma rápida busca pelos meios de comunicação nacionais contrariam a tese.

A construção desta unidade de cuidados intensivos surge em plena pandemia, quando o Hospital Santa Maria se tornou num centro de combate à Covid-19. Nessa altura, em março, Daniel Ferro, presidente do Conselho de Administração do Hospital de Santa Maria, esclareceu ao Correio de Manhã que Cristiano Ronaldo e Jorge Mendes se tinham oferecido para equipar duas unidades de cuidados intensivos.

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Essa ajuda chegou e tornou-se real no dia 1 de junho, quando o Hospital Santa Maria inaugurou uma das maiores unidades de cuidados intensivos do país, um investimento de 3,4 milhões de euros que vai aumentar a resposta a mais doentes críticos e oferecer melhores condições de atendimento.

Hospital Santa Maria inaugura uma das maiores unidades de cuidados intensivos do país

Na grande maioria dos órgãos de comunicação social, inclusive nas notícias que foram distribuídas pela agência Lusa aos media de todo o país, havia referências ao apoio do futebolista e do empresário, onde se referia que “além do investimento estatal e de verbas próprias, o CHULN teve doações de vários mecenas, como a Fundação Oriente, Cristiano Ronaldo e o empresário Jorge Mendes”.

O próprio jogador da Juventus reagiu em vídeo e admitiu que é “um orgulho poder ajudar” e dar as “melhores condições possíveis” para esta unidade de saúde, com um agradecimento a todos os profissionais de saúde que têm estado na linha da frente durante a pandemia da Covid-19, sendo que também esta reação foi noticiada.

Há exemplos da cobertura desse financiamento de Cristiano Ronaldo em múltiplos órgãos de comunicação social: aqui, aqui, também aqui e, ainda, aqui (apenas para referir alguns exemplos).

Conclusão: 

Não pode ser considerado verdade que a comunicação social tenha ficado calada perante o ato solidário de Cristiano Ronaldo ao financiar a nova unidade de cuidados intensivos do Hospital Santa Maria. Além das notícias de que o jogador e o empresário iam financiar aquela unidade, houve ainda notícias quando se consagrou a inauguração daquele local, bem com a divulgação do vídeo em que Cristiano Ronaldo agradece aos profissionais de saúde pelo seu trabalho durante a pandemia. Assim, e como acontece com a maioria das questões que envolvem o capitão da seleção nacional, a comunicação social noticiou o tema.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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