O presidente da Iniciativa Liberal diz que quer “reduzir os impostos” que impedem os madeirenses de crescer. No jantar de encerramento da campanha no centro do Funchal, Rui Rocha destaca que “o partido não tem duas caras”, já que defende o mesmo na Madeira e no continente, em diretas ao PS e o PSD.

“Percebo porque é que António Costa só esteve na Madeira duas horas, foi para não se cruzar com os cartazes do PS que defendem que os impostos são para baixar”, diz o líder liberal, num ataque ao PS. Mas esclarece que também se refere ao PSD: “Montenegro defende baixar impostos já no continente e depois chega aqui e Miguel Albuquerque não quer baixar o IVA”.

Rui Rocha lembra ainda a “diferença que um deputado fez na Assembleia da República” para exemplificar a diferença que pode fazer se os liberais entrarem no parlamento regional.

O cabeça de lista do Juntos Pelo Povo (JPP) às eleições na Madeira, Élvio Sousa, fez hoje um balanço “extremamente positivo” da campanha realizada, aproveitando para criticar o “blindado” Estatuto Político-Administrativo da região por permitir privilégios para os políticos.

A Madeira é “ainda a única região do país onde é possível acumular a reforma com vencimento público, graças a um Estatuto Político-Administrativo blindado que serve apenas meia dúzia”, disse o candidato à agência Lusa, no final de duas semanas de campanha eleitoral, que hoje termina.

Élvio Sousa referiu que a candidatura abordou os temas definidos durante o mandato – “a habitação, a coesão social, a saúde, a mobilidade de transporte, a redução do custo de vida, o ambiente e a agricultura”, assuntos que “foram essencialmente compreendidos pela população”.

O também deputado regional e secretário-geral do JPP (partido nascido de um movimento de cidadãos no município madeirense de Santa Cruz) indicou que a população que vive da agricultura “está cada vez mais a empobrecer”.

A líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, acusou Miguel Albuquerque de “trair a Madeira” quando existem “30% de pessoas na pobreza” e o governo regional utiliza os recursos para “enriquecer apenas alguns”.

Mortágua acusa Miguel Albuquerque de só “levantar a voz para defender a especulação e os vistos gold” e, tal como já tinha feito num comício no último sábado em Câmara de Lobos, disse que o Bloco é a voz que diz que “a elite russa não pode vir à Madeira lavar o seu dinheiro”.

O candidato do Bloco de Esquerda, Roberto Almada, acusou esta sexta-feira o governo regional de ser “uma quadrilha que rouba o povo da Madeira” e diz que é tempo de “justiça e acertar contas”.

Alberto João Jardim — na entrevista ao Observador que em breve será publicada no site do Observador e emitida na Rádio Observador — critica que se tenha aberto uma “exceção” para a ida de Luís Montenegro à Madeira e diz que ficou “aborrecido”. Acrescenta ainda que a ida dele à campanha “não vai acrescentar mais nenhum voto”.

O antigo presidente do PSD/Madeira diz ainda que “evidentemente” que Montenegro tem de se demitir do cargo de presidente do PSD. Critica ainda o atual líder nacional de não ter votado a favor de uma moção de censura ao Governo só por ser do Chega.

André Ventura que não se cruzou com Luís Montenegro por alguns minutos, mas disse aos jornalistas que, se tivesse acontecido, “o tinha cumprimentado”. O líder do Chega aproveitou depois as declarações de Alberto João Jardim — que disse que o presidente do PSD devia ter votado a favor a moção de censura ao Governo apresentada pelo Chega: “Fiquei a pensar que ainda há pessoas na Madeira que têm algum discernimento”.

O líder do Chega diz no entanto que não considera que Montenegro se venha “colar”, já que diz que o líder do PSD foi apenas “fazer o trabalho, tal como ele enquanto líder nacional”.

André Ventura diz que vai fazer leituras nacionais dos resultados da Madeira, apesar de ser “uma vitória do Chega Madeira”. E diz que a “esquerda tem-se escondido destas eleições”.

Sobre o desconforto de uma parte do PSD/Madeira pela ida de Luís Montenegro à Madeira, Miguel Albuquerque diz que o partido “não é a casa d’Amelinha”. E atira: “Quem manda sou eu”.

O líder do PSD/Madeira diz ainda que fala “com frequência” com Luís Montenegro e que a proposta de revisão constitucional do PSD nacional integra “grande parte das reivindações do PSD/Madeira”.

Albquerque aproveita ainda estar ao lado de Luís Montenegro para fazer uma outra pressão: “Uma agenda reformadora para o IRC.” O líder do PSD/M quer uma redução gradual do IRC em todo o País (e pede uma taxa para a Madeira de 10% para conseguir competir com outras geografias na Europa).

De manhã, Miguel Albuquerque tinha dito que a liderança do PSD podia ficar em causa caso não ganhasse as eleições Europeias. Confrontado com essas declarações, Luís Montenegro diz agora: “Não tenho medo das eleições. Não tenho medo ser avaliado no pós europeias”.

Luís Montenegro diz que não foi à Madeira para se “apropriar de nada”, mas para se “inspirar” para vitórias em eleições nacionais, como as Europeias ou as Legislativas.

Sobre se a vitória era do PSD nacional e do PSD-M, o presidente do PSD diz que será “dos madeirenses”.

O líder do PSD, Luís Montenegro, diz que se deslocou à Madeira à campanha (algo que nunca nenhum líder nacional tinha feito) para demonstrar um “grande apoio, reconhecimento e gratidão”.

Montenegro elogiou o projeto de desenvolvimento da Madeira de Albuquerque, que diz que tem “tudo o que falta a Portugal como um todo.” Sobre quem precisava da ajuda de quem, Montenegro diz mesmo: “Vim cá porque preciso da ajuda dele”.

O preço pago pela empresa que gere a banana da Madeira é considerado baixo por parte dos produtores e a campanha tem ficado também marcada por promessas de aumentos.
[Ouça aqui a reportagem da Rádio Observador]

A banana da Madeira pode influenciar as eleições?

Miguel Albuquerque falou ainda das eleições regionais para repetir que o “principal receio” que tem é que os eleitores “se abstenham e achem que está ganho e não vão votar.”

O candidato do PSD/CDS insiste: “Estou sempre a alertar para essa circunstância de excesso de otimismo.”

Sobre o alegado desconforto do PSD/Madeira com a visita de Montenegro, Albuquerque diz que a “a direção eleita acha que é ótimo” e que o PSD-Madeira “tem alguém quem manda, aqui não mandam todos”.

Quanto se a vinda de Montenegro é para ajudar a nacional ou a nacional o ajudar a si, Albuquerque diz: “Temos de nos ajudar um ao outro”.

O candidato da coligação PSD/CDS na Madeira coloca pressão em Luís Montenegro minutos antes de o receber no Funchal. Numa ação como presidente do Governo, na Mata da Nazaré, Miguel Albuquerque afirma que “as Europeias são determinantes para o PSD e que há um imperativo: o PSD tem de ganhar eleições.”

O líder do governo regional da Madeira vai mais longe e diz que “se não acontecer, temos de tirar conclusões porque as Europeias são eleições que são significativas”. E ainda acrescenta que um mau resultado “pode pôr em causa a liderança. Temos de assumir as responsabilidades.”

Pode reler igualmente os nossos trabalhos sobre objetivos, ambições e contas dos partidos mais pequenos.

O Juntos Pelo Povo luta por ser a terceira força política, embora esteja a ter uma dificuldade por uma guerra entre os irmãos fundadores do partido Élvio e Filipe Sousa.

Os irredutíveis gauleses que passaram a Abel e Caim mas atiram ao pódio na Madeira

O Chega disputa, de acordo com as sondagens, o terceiro lugar com o JPP e teve um crescimento que o tornou numa ameaça à própria maioria PSD. No entanto, fala a duas vozes.

A maior ameaça à maioria PSD/CDS quer “dar coça” e segurar Albuquerque ao mesmo tempo

Já a Iniciativa Liberal tinha no programa do seu líder que queria eleger um grupo parlamentar na Madeira, mas agora admite que, se conseguir representação eleitoral, já é uma vitória.

Madeira. A IL não quer namoros com o PS e deseja ser influente sem repetir os Açores

No caso da esquerda, o Bloco de Esquerda parece próximo de recuperar o lugar que perdeu em 2019 no parlamento regional, enquanto a CDU luta para não perder a representação que conseguiu.

BE e CDU. Um luta para entrar e outro para não sair, com oligarcas russos à mistura