Histórico de atualizações
  • A deputada do Bloco volta aos empréstimos à Fundação Social Democrata, tema também levantado por Miguel Tiago. O crédito era de 10 milhões de euros.

    Já a Finpro, sociedade de investimento onde o banco era acionista tinha uma situação que não estava bem, afetada por desvalorizações significativas nos investimentos realizados, em particular no porto de Barcelona. E estava com dificuldades em pagar os empréstimos. Mas o Banif nem sequer era o maior credor da Finpro, realça Manuel Bernardo.

    A audição do presidente da Price terminou após a primeira ronda de perguntas. As audições regressam para a semana e prosseguem com os responsáveis das auditoras e consultoras que trabalharam com o Banif

  • Mariana Mortágua volta à carta que resume o trabalho da Price feito Banif e porque muita informação (relatórios) não foi enviada ao Banif. A deputada questiona a elevada exposição ao imobiliário e pergunta se tenha que ver com o modelo de negócio em que houve uma grande aposta nesta área. O responsável admite que as imparidades de crédito eram muito grandes. Mas foi na sequência da avaliação a esta carteira que o Banco de Portugal pediu uma auditoria forense, diz a deputada. O responsável confirma que foi feita.

  • O deputado do PS questiona agora o PwC para a carta de outubro de 2015 em que a auditora alertou para o impacto do atraso numa solução para o Banif.

    O responsável diz que a carta elencava uma lista de alertas que tinham vindo a ser feitas, incluindo ao nível das falhas de controlo de risco. Eram assuntos que já tinham sido tratados ao longo do tempo.

  • O Banif tinha exposição a várias empresas da Rentipar cujas dificuldades são públicas, sobretudo agora já que eram dependentes do próprio banco.

    Em respostas a Hugo Costa, o presidente da PwC afirma ainda que os financiamentos cruzados entre o BES/GES e o Banif/Rentipar tinham o valor de 50 milhões de euros, mas a exposição chegou a ser de 120 milhões de euros. Exposição ao imobiliário era de 1.500 a 1.600 milhões de euros.

  • Malta era operação relevante, mas Banif não tinha meios para crescer

    As falhas do controlo interno, explica o responsável da PwC, tinham que ver com sistemas de informação e a necessidade de documentar melhor as decisões. Havia um conjunto extenso de deficiências de controlo interno.

    O Banif Malta era relevante no mercado de Malta e funcionava com normalidade. Esta operação está na fase final de venda. Na verdade, diz José Manuel Bernardo, a falta de recursos do grupo para poder expandir o banco em Malta era uma limitação.

  • Hugo Costa do PS questiona o relatório de controlo interno que apontava para várias deficiências e que levaram a CMVM a exigir, em carta de dezembro de 2013, a correções das falhas apontadas e que terão sido entretanto corrigidas.

    Questionado sobre os financiamentos cruzados entre o Banif e o BES, José Manuel Bernardo explica que a administração do banco informou a auditora desse cruzamento de créditos — António Varela que foi administrador do Estado já admitiu que seriam uma maneira de contornar os limites da concessão de crédito a acionistas e enganar os reguladores. Segundo o presidente da PwC, o Banif terá intentado ações judiciais para tentar dirimir se aquelas operações, de financiamento a sociedades do Grupo Espírito Santo, eram cruzadas.

    As perdas com o GES foram o argumento invocado pela anterior gestão para falhar o reembolso dos instrumentos de capital contingente ao Estado em 2014.

  • As perguntas prosseguem com a deputada do PSD, Rubina Berardo. O presidente da PwC confirma que a auditora irá trabalhar com o Santander, com quem entretanto tem estado a trabalhar para preparar a transição dos negócios do Banif.

    Sobre o problema de liquidez do banco, Manuel Bernardo só conhecia a situação em junho de 2015 quando fez a última avaliação das contas semestrais. Sobre o impacto da notícia da TVI, recorda que quando este tipo de notícias aparece este processo de fuga é muito rápido. Também aconteceu com o Northern Rock, que era viável, mas as notícias sobre liquidez levaram a que se formassem filas imensas à porta provocando necessidade de apoio público.

  • As perguntas estão agora em Miguel Tiago, deputado do PCP que quer perceber como se conclui que as contas eram reais e verdadeiras. Em função dos mecanismos de controlo, a auditora avalia que testes tem de fazer para verificar o rigor e fundamentação da informação. Quanto melhor for o ambiente de controlo, menos testes têm de ser feitos. “Quando os controlos são ineficientes, temos de fazer mais trabalho.” Isso explica as muitas horas que foram necessárias para validar as contas do Banif e o tamanho de equipa (chegou a ter 20 elementos), acrescenta o Manuel Bernardo.

  • O presidente da Price admite que sem resolução teria havido um diálogo com o Banco de Portugal sobre as imparidades que se refletiria nas contas do final do ano. A reavaliação da Açoreana foi feita por outra consultora a pedido do Banco de Portugal e terá sido pedido antes de outubro. E revela que a gestão do Banif discordava da avaliação, em particular por causa de um cenário que serviu para chegar ao valor da seguradora. Segundo o deputado do CDS, a gestão de Jorge Tomé terá mesmo ameaçado demitir-se por causa desta imposição.

    Manuel Bernardo diz contudo que não houve oportunidade para analisar o tema. O Banif estava empenhado no plano de reestruturação e no processo de venda.

  • PwC não conhece razões que levaram Banco de Portugal a exigir mais perdas

    O Manuel Bernardo diz que uma parte desse valor resultava de uma reavaliação em baixa da seguradora Açoreana. E este ativo seria de colateral a alguns créditos do banco à Rentipar e uma desvalorização implicaria imparidades adicionais, sobretudo porque os créditos estavam em situação de parcial incumprimento. O Banco de Portugal deu ainda ordem para fazer imparidades de 150 milhões cuja sustentação técnica não consta da carta. São ainda pedidos reforços de imparidade para alguns clientes de crédito no setor imobiliário.

    No total, as exigências do supervisor ascendiam a 435 milhões de euros, incluindo o reforço dos ativos ponderados pelo risco.

  • As perguntas começam pelo deputado do CDS, António Carlos Monteiro, que confronta o responsável da Price com as imparidades exigidas pelo Banco de Portugal no final de 2015, enviada a 17 de novembro. As imparidades, explica o responsável da Price, são as diferenças entre o que é esperado receber de um ativo e o valor pelo qual esse ativo está reconhecido no balanço e essa diferença varia. Os 177 milhões de imparidades que foram exigidos pelo Banco de Portugal em novembro de 2015. Estas imparidades obrigariam a um aumento de capital que se não fosse feito colocaria o Banif em incumprimento de rácios de capital.

    O responsável não conhece os critérios por trás destas imparidades, mas realça que não houve tempo para as discutir porque o banco foi resolvido.

  • Falta informação para fechar contas de 2014 do Banif

    A PwC não participou no processo de recapitalização de 2013 com fundos públicos. Manuel Bernardo destaca agora as deficiências ao nível do controlo interno, ao nível do sistema de informação, qualidade de dados e aspetos de gestão de risco, salvaguarda de clientes e prevenção de branqueamento de capitais que ajudou a corrigir enquanto auditoria.

    A auditora acompanhou ainda o processo de negociação com a DG Comp a partir de 2014 para avaliar eventuais riscos para a continuidade do banco. O plano de reestruturação era um tema discutido com a comissão executiva do Banif, mas a PwC não participou na sua elaboração. A PwC também não participou no processo de venda do Banif ao Santander. A PwC mantém-se como auditora do Banif sendo que as contas de 2014 do Banif, entidade que ficou na esfera pública, ainda não estão concluídas porque falta informação da administração do banco.

  • José Manuel Bernardo destaca alguns pontos: o programa de inspeções à Rentipar (a holding acionista da família Roque que controlava então o Banif). Foi analisado 20% da carteira de crédito, uma amostra de três mil milhões de euros. O resultado foi determinado um reforço das imparidades de 90 milhões de euros.

    A PwC fez ainda outra avaliação à Rentipar SGPS para o Banco de Portugal em que analisou as demonstrações financeiras de algumas participadas, com enfoque para o imobiliário. Foi também analisada a carteira de créditos e as imparidades na carteira das operações no estrangeiro. Foi apontado um reforço mínimo de 300 milhões de euros.

    A auditoria fez ainda outra avaliação às contas de 2012 dos bancos com enfoque para a exposição aos setores de imobiliário e construção em Portugal e Espanha. Um trabalho feito em parceria com outra auditoria e que envolveu os maiores bancos do sistema.

  • A PwC foi a nomeada auditoria do Banif em maio de 2014 com um mandato inicial de um ano, tendo sido renovado. E o responsável começa por elencar os trabalhos desenvolvidos ao nível do controlo de várias atividades supervisionadas sobre os revisores. Participou na inspeção de revisão das imparidades de crédito feito aos oito maiores bancos, no quadro do programa de assistência financeira. Fizeram um trabalho de validação dos ativos e passivos da Rentipar em 2012, também a pedido do Banco de Portugal.

    José Manuel Bernardo destaca alguns pontos: o programa de inspeções à Rentipar (a holding acionista da família Roque que controlava então o Banif).

  • José Manuel Bernardo da PricewaterhouseCoopers quer saber se pode ser falar sem a restrição do sigilo bancário. O presidente diz apenas que os depoentes podem pedir audições à porta fechada. António Filipe diz que esta questão já foi discutida e que se optou por audições à porta aberta. O presidente da PwC Portugal começa por mostrar a sua disponibilidade para colaborar.

  • Carlos Abreu Amorim informa que vai apresentar requerimento a pedir a audição urgente do ministro das Finanças, na sequência de factos entretanto conhecidos hoje. O PS vai pedir à UTAO que faça uma avaliação da viabilidade do Banif entre 2012 e 2015.

    Mariana Mortágua invoca agora a resposta do BCE sobre a intervenção do Banco de Portugal no conselho de governadores quando propôs o limite no acesso ao financiamento do eurosistema ao Banif. O Banco de Portugal já fez um esclarecimento sobre este tema.

  • A audição vai começar. Manuel Bernardo chega acompanhado por quatro advogados. Esta audição ao presidente da PwC arranca com mais de uma hora de atraso em relação à hora indicativa e depois do PSD ter feito uma conferência de imprensa em que acusou o ministro das Finanças de não ter dito a verdade sobre os contactos que terá promovido para concretizar a venda do Banif ao Santander.

  • Deputados ouvem Henriques Bernardo, da PwC

    Boa tarde,

    A Comissão de Inquérito ao Banif prossegue esta quinta-feira com a audição de José Manuel Henriques Bernardo, sócio da consultora PwC.

    Na qualidade de auditora do Banif (papel que teve desde maio de 2014), a PwC terá alertado o Banco de Portugal para os riscos associados ao atraso em encontrar uma solução para os problemas do Banif. Esse alerta terá sido feito ainda em outubro, segundo notícias publicadas na altura da resolução do banco.

    O auditor externo informou Jorge Tomé sobre o teor da comunicação ao Banco de Portugal. As principais preocupações da PwC eram o incumprimento para com o Tesouro português, o que feria as regras europeias da concorrência, e a grande exposição do Banif ao setor imobiliário.

    A audição, originalmente marcada para as 17h30, deverá começar nos próximos minutos.

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