A Ana Pimentel diz que a Britanny Kaiser foi quente, o Facebook foi morno e o Paddy Cosgrave foi frio. Sim, isso mesmo! É o último artigo deste liveblog da Web Summit: o termómetro do primeiro dia completo do evento.

Termómetro da Web Summit: O vermelho de Brittany Kaiser não nos pôs a escaldar

O resumo do primeiro dia da Web Summit em podcast. Falámos com o advogado Martinho Lucas Pires sobre criptomoedas e caçámos o Rui Barbosa Guedes, que tem uma startup de gestão de stocks.

Vamos poder trocar dinheiro como trocamos emails?

Michael Barnier, o francês negociador do Brexit, e Tony Blair, antigo primeiro-ministro britânico, falaram na Web Summit. A opinião foi unânime: o Brexit “não é a resposta para nada”.

Do divórcio a um segundo referendo: como o Brexit invadiu a Web Summit

Já tem os carros, as bicicletas, as trotinetes (já lá vamos) e, em 2023, terá carros voadores. A promessa foi feita por Manik Gupta, diretor de produto da Uber, que falou nesta terça-feira no palco principal da Web Summit, em Lisboa. “A Uber vai ter carros voadores. No próximo ano vamos ter um teste e em 2023 está feito”, indicou.

Uber promete carros voadores em 2023, mas já há trotinetes em Lisboa

Brittany Kaiser, ex-diretora e denunciante do caso Cambridge Analytica, foi uma das principais oradoras desta terça-feira na Web Summit. A mulher responsável pela divulgação do maior caso de uso indevido de dados — a Cambridge Analytica utilizou 87 milhões de perfis do Facebook para influenciar eleições — não foi mansa nas palavras. Num ataque direto às decisões de Zuckerberg sobre a sua rede social, disse: “Agora, tudo o que sai da boca de um político é considerado digno de notícia e, portanto, não será tido em conta nos mesmos padrões a que nós somos, nem mesmo das leis que já temos”. Brittany Kaiser, ex-diretora e denunciante do caso Cambridge Analytica, foi uma das principais oradoras desta terça-feira na Web Summit. A mulher responsável pela divulgação do maior caso de uso indevido de dados — a Cambridge Analytica utilizou 87 milhões de perfis do Facebook para influenciar eleições — não foi mansa nas palavras. Num ataque direto às decisões de Zuckerberg sobre a sua rede social, disse: “Agora, tudo o que sai da boca de um político é considerado digno de notícia e, portanto, não será tido em conta nos mesmos padrões a que nós somos, nem mesmo das leis que já temos”.

Ex-Cambridge Analytica: “A campanha de Bolsonaro teve táticas como as que usámos com Trump”

Se a manhã no Sports Trade da Web Summit teve as mais variadas modalidades, do futebol ao boxe, passando pelo atletismo, pelo basquetebol ou pelos e-sports, a tarde foi sobretudo dedicada ao que muitas vezes é denominado de desporto rei. Futebol, sotaque brasileiro e um nome em comum: Ronaldo. Ou Ronaldinho Gaúcho, o ’10’ que passou por Grémio, PSG, Barcelona, AC Milan ou Flamengo e que ganhou todos os títulos que havia para ganhar. Ou Ronaldo Fenómeno, o ‘9’ que jogou em Cruzeiro, PSV, Barcelona, Inter, Real Madrid, AC Milan ou Corinthians e que ganhou todos os títulos que havia para ganhar. E com mais dois pontos de contactos: ambos ganharam a Bola de Ouro, ambos se sagraram campeões mundiais de seleções. No entanto, e se um quer divulgar ao máximo uma nova modalidade pelo mundo, outro admite comprar um clube… em Portugal.

Ronaldo quer comprar um clube de futebol em Portugal, Ronaldinho quer levar um novo desporto ao mundo

O francês que negoceia o Brexit com a União Europeia esteve esta terça-feira no palco principal da Web Summit. Em vinte minutos, deixou alertas para o futuro e disse que ninguém lhe conseguiu explicar ainda o “valor acrescentado do Brexit”. Veja em vídeo o resumo da palestra:

Katherine Maher acrescenta que o “improvável sucesso da Wikipedia” ensinou-lhe várias coisas: “Ligar a um propósito, ou seja, quando perguntamos aos voluntários porque editam, dão uma resposta comum, que é: o acesso ao conhecimento torna o mundo num lugar melhor. Queremos um objetivo claro e um lugar para todos”.

A presidente da Wikipedia pede ainda “menos regras”. “Em vez disso, ensinem com valores”, explica. Porque “os valores deixam-nos resolver novos problemas quando chegam”.

“A Wikipedia é construida sob um modelo de poder de partilhado, em que qualquer um pode dizer o que o conhecimento é ou não deveria ser. Nenhum de nós vai mudar o mundo, nem a Wikipedia — somos só uma enciclopédia na Internet. Mas somos todos nós conseguimos mudar o mundo, juntos”.

“Não confiem em mim, confim em vocês, eu acredito em todos vocês”, terminou.

“Na Wikipedia sabemos que o conhecimento é mais poderoso quando é aberto e livre”, acrescenta a responsável, que sublinha também um projeto “independente e cheio de integridade”. “O conhecimento, não só a criação mas a partilha, é o legado da nossa humanidade”, reforça.

(JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR)

A crise climática, acrescenta, é um exemplo também de crise de confiança. “Sem confiança, perdemos a capacidade de andar para a frente, estamos paralisados num estado ou ação”. Para Katherine Maher, “a crise de confiança não é uma inconveniência, é uma ameaça”.

“Estou aqui, da Wikipedia, onde acreditamos em coisas impossíveis porque já as atingimos antes. E sei que um breakdown não é inevitável, mas cada crise é uma oportunidade”. Porquê? Porque cada crise “dá-nos um sentido de propósito”. “O desastre é quando nós, humanos, ganhamos humanidade”, completou.

“Quando os sistemas param de funcionar para todos nós, paramos de confiar neles e começamos a desconfiar uns dos outros. Seja qual for a causa, esta crise de confiança está a magoar a nossa sociedade, o nosso futuro e o ambiente”, continua a presidente da Wikipedia.

“Alguém colocou-me uma questão mais séria: o mundo está numa crise de conhecimento? É uma questão dura, porque quase todos os dias ouvimos falar em fake news”, explicou a presidente da Wikipedia. E acrescentou: “Percebo que as pessoas possam questionar, mas não acredito que estejamos numa crise de conhecimento. Pensem em quantas mãos levantaram. Todos vocês são uma prova do quão relevante o conhecimento é hoje em dia”.

O problema, diz Katherine, não é uma crise do conhecimento, mas sim “uma crise de confiança, porque a confiança é essencial para as sociedades contemporâneas”. “Confiamos em sistemas que não vemos ou tocamos, confiamos em ciências que provavelmente nunca vamos entender”.

(JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR)

“Levante a mão quem aqui já usou a Wikipedia”. Sem surpresas, grande parte da sala levantou a mão.

Katherine Maher, presidente da Wikipedia, entra no palco para a última conferência do palco principal.

Cantona lança o desafio: “Alguns podem dizer que é game over, mas eu quero acreditar que é game on”

Surge agora um vídeo de um discurso de Megan Rapinoe, uma das futebolistas mais reconhecidas. Também o discurso é sobre o impacto. “Sejam mais, sejam melhores, sejam maiores do que já foram”.

Os dois oradores explicam agora as diferentes formas de ajudar em vários países do mundo, apenas com 1% das receitas no futebol.

A ideia do Common Goal é, explica Jürgen Griesbeck, “mudar o mundo através do futebol”: cada 1% gerado graças à publicidade serve para ajudar. “Numa industria de biliões, isto traduz-se em 5 milhões por ano recolhidos, exclusivamente focados no impacto”, acrescenta Cantona.

(JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR)