O líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, afirmou na quarta-feira que António Costa transformou as eleições autárquicas de 26 de setembro numa “caricatura”, considerando que o primeiro-ministro “vai a todo o lado prometer tudo”.

Pedro Filipe Soares deixou um aviso aos socialistas e a António Costa, que acusa de usar os milhões do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para fazer campanha.

“Dizemos ao primeiro-ministro e ao Partido Socialista que nós sabemos distinguir as imitações e no dia 26 não vamos em cantigas destas. Temos um primeiro-ministro a tentar fazer dos milhões a sua campanha e da sua campanha, apenas e só, a promoção do partido. Isto não é governar, é falhar ao futuro do país“, disse.

A candidata pelo BE à Câmara Municipal de Almada afirmou quarta-feira que pretende alcançar nas eleições autárquicas de 26 de setembro um resultado que permita uma governação à esquerda.

“A partir do próximo domingo, queremos determinar uma governação à esquerda em Almada, uma governação que não seja de esquerda apenas da boca para fora, mas que o seja de corpo inteiro. É com essa ideia que confrontamos a maioria e o seu acordo de bloco central e todas as suas impossibilidades”, disse.

A recandidata à presidência e vereadora do município almadense referiu na Casa da Cerca, onde esteve cerca de uma centena de apoiantes, a pobreza, a saúde e educação como carências que têm de ser combatidas.

Paulo Rangel e Miguel Pinto Luz surgiram juntos em ação de campanha em Odivelas. Potencial candidato à liderança do PSD desvaloriza e diz que foco são “autárquicas, autárquicas, autárquicas”.

Já o vice-presidente da Câmara de Cascais e antigo candidato à presidência social-democrata, Pinto Luz, comentou o elefante na sala: “Sabemos que existiram teorias sobre estarmos aqui juntos esta noite. Interessa-me pouco”, garante.

Ouça aqui a reportagem.

Rangel e Pinto Luz juntos na campanha eleitoral recusam leituras políticas. “Estou a apoiar candidatos, seguindo o apelo de Rui Rio”

Quem melhor para apoiar uma candidatura à autarquia do Porto que o último presidente socialista? Fernando Gomes perdeu a autarquia para Rio em dezembro de 2001 e voltou agora à campanha socialista de Barbosa Ribeiro.

Escusa-se a fazer avaliações aos “Ruis”: “O diabo que escolha”. Mas tem considerações sobre o estado atual da cidade. Diz Fernando Gomes que o Porto é “uma cidade demasiado tranquila” e que “não era isso que se esperava”. Dinamismo? “Só os grandes acontecimentos que o Futebol Clube do Porto traz à cidade”, atira o administrador da SAD do FCP.

“Há um dinamismo que é necessário reforçar, diria que é necessário reverter para a continuidade do tempo que foi um tempo feliz. Acho que os portuenses se reviram nesse tempo como hoje o candidato Tiago Barbosa Ribeiro se revê”, diz ainda.

Paulo Rangel aproveitou a boleia do jantar-comício do candidato social-democrata a Odivelas, Marco Pina, para apontar diretamente a António Costa.

Num discurso de 17 minutos, onde a sua futura candidatura à liderança do PSD foi, naturalmente, um não-assunto, Rangel não deixou, ainda assim, de ensaiar o papel de líder de oposição.

“Dá-se aqui uma infeliz coincidência de que a incompetência da governação central socialista estar há muito tempo radicada na Câmara Municipal de Odivelas”, começou por dizer Rangel.

O eurodeputado iria mais longe. “Se querem ver o que será o destino do país com a governação de Costa e as suas promessas de bazuca é olhar para Odivelas e para o que foi o seu progresso nos últimos 20 anos.”

Marco Pina — afinal, a grande estrela da noite — não deixaria as coisas por menos e apresentou Rangel como um homem “que sabe o que é vencer eleições”. “Estamos tão gastos, tão fartos de quem não vença”. Para bom entendedor…

Pinto Luz: “Odivelas é o paradigma da governação socialista”

Antes de Paulo Rangel, tinha sido a vez de Pinto Luz a intervir. O vice-presidente da Câmara de Cascais foi diretamente ao ponto.

“Há muitas especulações, teorias, leituras [sobre a presença dos dois]. Interessa-me pouco. Estamos hoje onde temos estados ao longo de toda esta campanha. Ao lado do nosso partido, a apoiar os nossos candidatos, tal como o Paulo Faz. É isto que nos compete”, disse.

O social-democrata acabaria depois por atacar António Costa por tratar a bazuca europeia como “um pedaço de pano a ser apregoado em todas as feira” e descrever o estado a que chegou a autarquia como “o paradigma da governação socialista”. “Numa palavra: Odivelas parou.”

Depois do penúltimo debate entre os candidatos à Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira voltou a sair à rua, desta vez no Bairro do Aldoar. Começou a caminhada com uma arruada com umas dezenas de pessoas, mas foram poucas as pessoas com quem se cruzou na rua. Alguns cafés, um ou outro negócio local e umas fotografias a pedido de quem via o autarca passar.

A tradição voltou-se a repetir e ao estar naquela zona, o recandidato à Invicta passou pela União Académica António Aroso, onde Tiago Mayan Gonçalves já tinha estado dias antes a “tirar notas”. Feitas as honras da casa, Moreira quis ir direto ao assunto: “E reclamações?”

Entre risos e hesitações, lá acabou por ouvir que é difícil pagar os pavilhões desportivos para as equipas de basquetebol dos vários escalões treinarem, que os locais não são os melhores para se assistir a jogos e até as condições dos balneários.

Mas o presidente-candidato tinha a solução na manga: “Vocês sabem que o Garcia de Orta vai passar para a nossa gestão, não é? É mais perto para vocês e tem outras condições.” E Rui Moreira sabe-o porque jogou lá andebol.

Ao lado estava Catarina Araújo, vereadora com o pelouro da Juventude e Desporto, a justificava que a autarquia tem apostado em alguma requalificação, mas nem sempre consegue mais do que isso. “Chega a uma determinada altura que não podemos fazer mais porque a DGEstE | Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares não acompanha nem autoriza”, explica, frisando que têm havido várias situações em que há “insistência” sem sucesso.

Além disso, a vereadora aproveitava para fazer um pouco de campanha ao lembrar que está no manifesto do movimento independente a construção de um pavilhão multiusos na cidade. “Esse vai demorar mais, mas está assumido e é uma necessidade”, frisou, com o autarca a referir que ainda não há sequer um sítio definido.

Paulo Rangel e Miguel Pinto Luz já estão na Quinta do Bretão, em Odivelas, onde vão marcar presença num jantar de apoio ao candidato do PSD à autarquia local, Marco Pina.

A presença dos dois está revistada de simbolismo político. Tal como explicava aqui o Observador, Paulo Rangel tem tudo pronto para avançar para a liderança social-democrata e pode ter encontrado uma das peças que faltavam no quebra-cabeças: como conquistar os votos de Lisboa, uma das quatro grandes estruturas do PSD onde verdadeiramente se decidem as eleições internas.

Nas últimas diretas, Miguel Pinto Luz, vice-presidente de Cascais, foi a jogo e conseguiu impor-se a Rui Rio e Luís Montenegro nos distritos de Lisboa e Setúbal. O resultado não permitiu passar à segunda volta, mas, numa corrida altamente bipolarizada, os expressivos 10% (12% se os votos da Madeira tivessem sido contabilizados) foram a prova de vitalidade de Pinto Luz no aparelho social-democrata.

Rangel ganha força no aparelho para tentar derrubar Rio

Existe, por isso, uma bolsa de votos que pode ajudar a determinar o vencedor das próximas eleições internas do PSD. Rui Rio nunca conseguiu convencer as estruturas de Lisboa, Montenegro só conseguiu ganhar no distrito depois de Pinto Luz sair da corrida e Paulo Rangel, não tendo anti-corpos, também não tem generais na capital. Tudo somado, Miguel Pinto Luz pode ser um apoio-chave para quem quiser derrotar Rui Rio.

À chegada, Rangel e Pinto Luz recusaram por completo leituras políticas da presença de ambos nesta ação de campanha, insistindo que era apenas a manifestação de apoio a Marco Pina — Rangel foi convidado, Pinto Luz é da comissão de honra do candidato.

Rangel chegou mesmo a dizer (por duas vezes) que estava ali para seguir o “apelo do Dr. Rui Rio”, que tinha pedido a todos os militantes sociais-democratas para se juntarem à campanha autárquica. “Nada mais.”