O porta-voz do grupo parlamentar do PSOE, Patxi López, ironizou sobre a investidura falhada do líder do Partido Popular, Alberto Núñez Feijóo: “Saiu como chegou: enquanto líder da oposição”

Citado pelo El País, o socialista lamentou que Alberto Núñez Feijóo fale de “diálogo” e depois “insulte todos aqueles que não o apoiam”. “Não acredito que tenha feito mais um amigo do que aqueles que já o eram.”

Patxi López lamentou ainda que Alberto Núñez Feijóo tenha contado “mentiras atrás uma das outras” durante o primeiro debate de investidura.

Em breves declarações aos jornalistas, Alberto Núñez Feijóo disse que sai “tranquilo” da primeira tentativa de investidura e que garantiu que ia “continuar a trabalhar por Espanha”.

“Espanha pode ficar tranquila”, afirmou Alberto Núñez Feijóo.

Após o chumbo da investidura, Francina Armengol, presidente da Mesa do Congresso, comunica que haverá uma segunda tentativa de investidura de Alberto Núñez Feijóo, desta vez na sexta-feira, a partir das 11h15 (mais uma hora em Madrid).

Nesta votação, o líder do Partido Popular não precisa de obter 176 votos a favor. Precisa apenas que os votos a favor sejam superiores aos votos contra.

A investidura do líder do Partido Popular (PP), Alberto Núñez Feijóo, acaba de ser chumbada.

172 deputados (todos do PP, VOX, Coalición Canária e UPN) votaram a favor da investidura, ao passo que 178 votaram contra a investidura (todos do PSOE, Sumar, PNV, Junts Per Cataluyna, Eh Bildu, Esquerda Republicana Catalã e Bloco Nacionalista Galego).

Nenhum deputado se absteve.

Um momento insólito: um deputado socialista, chamado Herminio Sancho, votou a favor da investidura de Alberto Núñez Feijóo, mas enganou-se.

O socialista voltou depois com a palavra atrás e votou que não estava a favor da formação de um governo de direita.

Alberto Núñez Feijóo já votou e, como expectável, o líder do Partido Popular votou a favor de um governo de direita.

A votação para a investidura de Alberto Núñez Feijóo acaba de começar. Todos os 350 deputados serão chamados alfabeticamente e dirão “sim”, “não” ou se se abstém para a formação de um governo liderado pelo Partido Popular (PP).

O Congresso de Deputados faz um intervalo de cinco minutos antes da votação, anuncia a presidente da Mesa do Congresso, Francina Armengol.

Antes da votação, Alberto Núñez Feijóo toma a palavra para agradecer à presidente da Mesa do Congresso, Francina Armengol, e também aos partidos que anunciaram o voto a favor do PP — ao VOX, à União do Povo Navarro e à Coligação Canária.

Na última intervenção, Alberto Núñez Feijóo volta a criticar a decisão de Pedro Sánchez em não intervir no debate de investidura.

O líder do Partido Popular disse ainda que este debate, apesar de não ter grandes efeitos práticos, “valeu a pena” para mostrar que há uma “alternativa governativa” para Espanha.

“Posso sair como presidente ou não? Veremos”, afirmou Alberto Núñez Feijóo, que garantiu que sai daquele debate com “princípios”.

“Saio com a minha integridade política e pessoal intacta, asism como liberdade e dignidade”, rematou o popular.

Antes da derradeira votação, cabe agora ao grupo parlamentar do Partido Popular (PP) dar a sua opinião sobre a investidura de Alberto Núñez Feijóo. Cuca Gamarra, a porta-voz dos populares no Congresso dos Deputados, está a intervir.

“Em nome dos 137 deputados do PP, partido que ganhou as eleições, digo que votaremos a favor do candidato proposto pelo Rei”, declarou Cuca Gamarra, acrescentando: “Quem ganha as eleições sempre mereceu governar”.

“Sim, ganhámos as eleições, ainda que o PSOE não tenha felicitado Feijóo”, atirou a porta-voz dos populares, que enalteceu a “valentia” do líderes dos populares face à “cobardia” que motivou a decisão de Pedro Sánchez de não “dar a cara” no debate da investidura.

Cuca Gamarra acusou ainda Pedro Sánchez de estar a “vender Espanha” aos independentistas. “Não o querem porque gostam de si, mas porque querem algo de si”, disparou a popular.

A porta-voz questionou os socialistas por que motivo é que o PSOE não colocou no seu “programa eleitoral” a amnistia aos organizadores dos referendos na Catalunha em 2017. “Tinha medo?”, interrogou-se Cuca Gamarra.

Alberto Núñez Feijóo voltou a subir ao palanque para agradecer o apoio à União do Povo Navarra e à Coligação Canária. Ainda que haja “diferenças”, o popular saudou que as duas forças partidárias votem em favor de um governo de direita.

“A CC e o PP chegaram a um acordo público e transparente porque encaixa nos interesses da nação”, disse Alberto Núñez Feijóo, que elogiou igualmente a “honestidade” da UPN.

Pelo contrário, Alberto Núñez Feijóo foi mais duro com o BNG, dizendo que, como Pedro Sánchez não necessita do apoio daquele bloco partidário, o PSOE interpreta-o como um “nacionalismo irrelevante”. “Já estamos habituados na Galiza”, atirou o líder do PP.

Estão agora a intervir três partidos que não possuem um grupo parlamentar e elegeram apenas um deputado — o Bloco Nacionalista Galego (BNG), a Coligação Canária (CC) e a União do Povo Navarro (UPN).

Pela voz do porta-voz Néstor Rego, o Bloco Nacionalista Galego foi claro e disse que não votará a favor de uma investidura de Alberto Núñez Feijóo, lembrando o legado que o presidente do PP deixou na Junta da Galiza. “Deixou uma dívida histórica” e uma “sangria demográfica”.

Por sua vez, a Coligação Canária, pela voz de Cristina Valido García, vai apoiar a investidura de Alberto Núñez Feijóo. O partido assegurou que o popular apoia a “agenda canária” e serve os interesses do arquipélago, daí o sentido de voto. Ainda assim, a CC fez questão de sublinhar que não pertence a “nenhum bloco”.

Bem mais crítico foi Alberto Catalán, da União do Povo Navarro, que manteve o apoio a Alberto Núñez Feijóo e elogiou as palavras duras dos populares relativamente à ETA. E deixou críticas aos socialistas pelas cedências aos partidos independentistas: “Não vale tudo para manter-se no poder”.

Os partidos bascos tomaram novamente a palavra para replicarem a Alberto Núñez Feijóo.

A porta-voz parlamentar do Eh Bildu, Mertxe Azpurua, sinalizou que vai apoiar uma coligação de esquerda, porque é a única que dá o garante de ser “antifascista”.

Mertxe Azpurua depois prosseguiu nas críticas ao Partido Popular: “Não querem ver que a sociedade basca deu um passo à frente. O vosso partido não é capaz de entender o nosso país. Não é capaz de entender a sociedade basca. Só falam do passado.”

Por sua vez, o porta-voz do Partido Nacionalista Basco (PNV), Aitor Esteban manifestou-se surpreendido por Alberto Núñez Feijóo ter comparado o PNV ao Eh Bildu: “Isso nem sequer merece resposta. Sai daqui com muitos amigos”.

Em resposta novamente ao partidos bascos, Alberto Núñez Feijóo mantém a hostilidade, ainda que tenha destacado que não vê o Eh Bildu e o PNV “da mesma forma”.

Ainda ainda, o líder do PP afirmou que era um “orgulho” saber que não contava com o apoio dos partidos bascos: “Se vocês me apoiassem tinha de saber qual era o preço a pagar”.

Foi uma das principais acusações dos socialistas no debate de investidura de ontem: a presidente da Comunidade Autonómica de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, estaria a preparar uma candidatura para derrubar Alberto Núñez Feijóo.

Porém, Isabel Díaz Ayuso já veio desmentir essa possibilidade, acusando o PSOE de inventar esse rumor. “Querem que eu confronte Feijóo”, lamentou, citada pelo El Mundo.

Isabel Díaz Ayuso aproveitou mesmo para elogiar Alberto Núñez Feijóo, dizendo que conseguiu unir o Partido Popular “num momento de crise absoluta” com “grande maturidade” e “resistência”.

Em resposta aos dois partidos bascos, Alberto Núñez Feijóo tomou uma atitude distinta, como o próprio reconheceu. Relativamente ao Eh Bildu, o líder popular não teve qualquer pudor em dizer que “tudo o que diga Bildu que não venha com um pedido de desculpa real às vítimas da ETA e colaboração com a ETA não tem nenhum valor”.

“Eu não quero os vossos votos, deem ao Sánchez”, atirou Alberto Núñez Feijóo ao Eh Bildu, acrescentando que os partidos espanhóis deviam fazer um “cordão sanitário” à coligação independentista basca. “Mas o PSOE branqueia [as suas ações] e está a conseguir fazê-lo”, lamentou.

Confrontando os socialistas, Alberto Núñez Feijóo referiu que há que ter coragem para “fazer pactos com aqueles que não condena assassínios, senhores do PSOE”.

Relativamente ao PNV, Alberto Núñez Feijóo assumiu que “respeita” o partido, mas não deixou de ficar incrédulo por apoiar um governo socialista. “Não parece que partilhem um modelo de Estado do Bildu e do PSOE”, atirou.

“Há eleitores do PNV a quem lhe cria confusão que o seu partido vote com Eh Bildu para apoiar Sánchez e forme parte dessa coligação”, notou Alberto Núñez Feijóo, aludindo ao facto de, no governo regional do País Basco, o Eh Bildu e o PNV estarem em polos distintos e serem adversários.

“Temos a mesma base social e eleitoral”, referiu Alberto Núñez Feijóo relativamente ao PNV, questionando: “Vão apoiar as propostas de Bildu, Sumar, ERC? É isso que quer para o País Basco? Há eleições e isso incomoda a sua base social e incomoda o seu eleitorado”.

Alberto Núñez Feijóo aproveitou a oportunidade para cativar os eleitores do País Basco. “Se querem um governo em Espanha que defende os interesses da indústria basca e a gestão da eficiência dos serviços públicos, votem PP.”

O porta-voz do Partido Nacionalista Basco (PNV), Aitor Esteban, reiterou hoje que vai votar contra a investidura de Alberto Núñez Feijóo, deitando por terra qualquer possibilidade de o Partido Popular formar governo. “Parece que estamos numa moção de censura em vez de uma investidura.”

Aitor Esteban confirmou que “podia ter sido possível” aprovar o governo de direita, mas há um problema para o PNV: o VOX. “Os nossos critérios foram sempre claros. A nossa opinião foi sempre clara: não gostamos do apoio [do VOX] ao franquismo e o seu desejo de desfazer o Estado das autonomias”.

“Para somar os nossos votos, teria de se livrar dos 33 votos do VOX”, declarou Aitor Esteban a Alberto Núñez Feijóo. Lembrando o cenário europeu, o porta-voz descreveu como um “sinal nefasto” se Espanha fosse governada numa coligação com a “extrema-direita”.

Aitor Esteban criticou a intervenção de Alberto Núñez Feijóo durante a investidura, principalmente a parte em que o Partido Popular contestou a liberdade linguística no Congresso dos Deputados.

A porta-voz parlamentar do Eh Bildu, Mertxe Azpurua, deixou duras críticas ao Partido Popular, acusando-o de usar o “insulto, a agressividade verbal e mentira” para ter sucesso nas eleições.

“Apostaram tudo no confronto connosco, os independentistas de esquerda, para tentar erodir as opções de continuidade do governo, mas a verdade é que foram as maiorias populares dos povos e nações de Estados e os independentistas quem erodiram e deixaram sem opções o seu projeto”, afirmou Mertxe Azpurua, referindo-se a Alberto Núñez Feijóo.

Para Mertxe Azpurua, a próxima investidura de Pedro Sánchez (a acontecer) será um “momento histórico”, salientando a importância de abordar a “agenda plurinacional e social”. “Sem isso não é possível deter, em termos estratégicos, a agend da reação, apenas atrasá-la.”

A porta-voz do Eh Bildu convidou ainda todas as forças políticas de esquerda e independentistas a formarem uma “grande coligação de progresso”, que com “prudência” e uma “grande dose de ambição”, cheguem a um “compromisso histórico”.

A porta-voz parlamentar do Eh Bildu, Mertxe Azpurua, garantiu que votará contra a investidura de Alberto Núñez Feijóo, algo expectável já que o Partido Popular tem deixado duras críticas à força partidária basca, principalmente por colocar nas listas eleitorais condenados por crimes praticados pela ETA.

Mertxe Azpurura justificou o “não rotundo”, lembrando que Alberto Núñez Feijóo representa um “bloco reacionário”, que nega a “pobreza e a realidade dos bascos, os seus problemas, a sua cultura e os seus valores”.

A porta-voz parlamentar acusou mesmo o PP e o VOX de serem o “mesmo” e, para o Eh Bildu, “não há um bom VOX”.