Questionado sobre se o PCP devia fazer o congresso num fim de semana no final do novembro, Siza considera que o decreto do estado de emergência não exclui direitos políticos, tal como não excluiu o direito à manifestação que ocorreu no sábado.

“Tal como respeitamos o direito de o Dr. André Ventura se juntar a uma manifestação no fim de semana passado no contexto em que estávamos, também acho que devíamos respeitar os limites que o senhor Presidente da República entendeu definir no decreto do estado de emergência.”

Sobre a resistência do Bloco de Esquerda em aprovar a proposta de Orçamento do Estado, Siza Vieira volta a repetir que um chumbo não seria compreendido.

“Acredito que os eleitores que votaram nos partidos que apoiaram a solução governamental na última legislatura não compreenderia se esses partidos não se pudessem entender num contexto de crise.”

Siza diz ainda que “neste momento, não temos ideia de um confinamento geral”, mas refere que Costa já reconheceu que há alguns municípios onde o nível de novos contágios por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias é elevado. “Eventualmente aí [nos municípios muito acima dos 240 casos por 100 mil habitantes] precisamos de fazer uma constrição mais geral” e “algumas restrições suplementares”. Por exemplo? “Ainda estamos a avaliar”.

Mas neste momento, há uma “abordagem territorial, município a município”.

Siza diz agora que há países como a Alemanha, França, Itália, República Checa, em que “todo o comércio não alimentar está a encerrar”. “Em todos os países europeus os serviços de saúde e UCI estão a chegar ao limite e os governos estão a meter travões a fundo na atividade económica”.

“Países que sabemos que têm mais recursos do que nós e tradição de planeamento, estão exatamente na mesma situação que nós e têm uma travagem na atividade económica muito mais violenta do que a nossa”.

Questionado sobre as críticas de falta de planeamento, responde: “Posso aceitar essa crítica na mesma medida em que tenho de dizer ‘não estamos sozinhos'”.

Siza Vieira acredita que haverá retoma económica em setembro de 2021.

“Creio que em setembro de 2021, com a vacina e a normalização da situação sanitária, já teremos retoma económica. Antes disso o que vai ser o desafio é tentar arranjar soluções de capitalização de empresas que as tornem mais robustas.”

Confrontado com uma reivindicação do chef Ljubomir Stanisic, que pede a isenção da TSU para 2021 e a taxa reduzida do IVA até final do próximo ano, Siza não se compromete. “Não estou a dizer que sim, nem que não”. “Estou a dizer que tivemos um grande cuidado em acompanhar o esforço deste setor”. Siza nota que houve um aumento do desemprego no setor — menos 23 mil trabalhadores do que no início do ano, mas “a queda ocorreu sobretudo até junho”.

O chef Ljubomir Stanisic “já fez muitas propostas no passado, sempre de forma muito ansiosa. Acho que ainda continua em atividade porque as respostas que o governo foi dando permitiram ao setor perante um contexto adverso tentar preservar o saber fazer”.

Sobre os pedidos das empresas, de apoios a fundo perdido, o ministro da Economia lembra a “medida de grande alcance que o governo propôs há uma semana: 750 milhões de euros a fundo perdido para empresas de comércio não alimentar, restauração, alojamento”, etc.

“A quebra total de faturação nos 3 primeiros trimestres para a restauração são 1860 milhões de euros, corresponde a cerca de 30% da faturação total do ano passado. Estes 30% são perdas registadas por 75 mil empresas na restauração”, explica, acrescentando que “no conjunto da restauração temos realidades muito diferentes”.

Questionado sobre o Governo pensa disponibilizar mais dinheiro a fundo perdido, Siza responde: “O que ouvi dizer [por empresários da restauração] é que o governo devia, até final do ano, disponibilizar a empresas de restauração cerca de 280 milhões de euros a fundo perdido. Aqui estão 225”.

Como há “realidades muito diferentes no setor da restauração”, no conjunto das empresas do setor da restauração, “se a quebra de faturação em média foi de 31%, para algumas empresas, é muito mais acentuado”. “Os 200 milhões estão direcionados a empresas com quebras superiores a 25% e constituem forma de tentarmos compensar os custos fixos de maneira a que empresas possam continuar a funcionar”.

Ainda sobre as declarações de Centeno, Siza diz que “o governador é uma entidade independente”. Explica que a proposta do OE vai ser votada na AR. E é nesse contexto que são ouvidas várias opiniões. A de Centeno é “mais uma”, mas tem “o peso significativo de ser da autoridade de supervisão e que tem a capacidade da supervisão macroprudencial em Portugal”.

Siza Vieira diz ainda que, no terceiro trimestre deste ano, quando houve um “abrandamento da situação da pandemia” na Europa, “toda a economia europeia cresceu muito significativamente e a economia portuguesa cresceu mais do que o resto da Europa”.

Isso, considera, é a prova de que quando forem levantadas as restrições, a “economia reage muito rapidamente e recupera níveis de emprego e de exportações”.

No terceiro trimestre, “quando se levantaram as restrições à circulação aérea a partir de alguns países, a procura dirigida a Portugal aumentou exponencialmente, em muito poucos dias, muita gente quis visitar-nos”.

Em entrevista ao programa “Polígrafo”, na SIC Notícias, o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, defende que a atual crise é “temporária, que não resulta de desequilíbrios macroeconómico, nem endividamento do setor privado e público”, mas de “algo que surgiu de fora e que obrigou as sociedades a fecharem-se sobre si próprias”.

Por isso, defende, como já o fez, que quando a situação sanitária se normalizar, “há condições para voltar ao normal”.

Questionado sobre o facto de o governador do Banco de Portugal e ex-ministro das Finanças, Mário Centeno ter dito que os apoios sociais devem ser temporários e “atuar nas margens” devido ao aumento da despesa e da dívida, Siza Vieira diz que o “senhor governador do Banco de Portugal fez uma reflexão pública, como ouvi ontem a governador do Banco Central Europeu”.

Mas sendo Mário Centeno ex-ministro das finanças, isso não condiciona a ação do governo? “Não, acho que está a dar uma chamada de atenção para todos os decisores políticos.”

Vinte e três trabalhadores de explorações agrícolas de empresas hortofrutícolas da freguesia de A-dos-Cunhados, no concelho de Torres Vedras, estão infetados com covid-19, informou hoje fonte oficial do município.

Todos os casos ativos e contactos encontram-se a ser acompanhados pelas autoridades de saúde, acrescentou a mesma fonte.

Naquele concelho dos distrito de Lisboa existem 73 casos suspeitos a aguardar os resultados laboratoriais e 573 contactos sob vigilância ativa das autoridades de saúde.

O Brasil ultrapassou esta segunda-feira as 166 mil mortes (166.014) devido à Covid-19, após ter contabilizado 216 óbitos das últimas 24 horas, informou o Ministério da Saúde no seu boletim epidemiológico.

Esta segunda-feira foi a primeira vez, em mais de uma semana e meia, que a tutela da saúde brasileira conseguiu divulgar os dados totais da pandemia no país, após uma falha técnica no sistema de contabilização que se prolongou durante vários dias, e que condicionou a divulgação dos números da Covid-19 em vários estados.

No Brasil, país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, 388.044 pacientes infetados encontram-se sob acompanhamento médico, enquanto que mais de 5,3 milhões de cidadãos diagnosticados já recuperaram da doença no país.

A Madeira registou esta segunda-feira 13 novos casos de infeção pelo novo coronavírus, cinco importados e oito de transmissão local, indicou o Instituto de Administração da Saúde (IASAÚDE), adiantando que existem 160 infeções ativas.

Relativamente ao isolamento dos casos ativos, 37 pessoas cumprem isolamento numa unidade hoteleira dedicada, 119 em alojamento próprio e quatro pessoas encontram-se internadas na Unidade Polivalente dedicada à COVID-19.

No que diz respeito à vigilância ativa de contactos de casos positivos, 707 pessoas estão a ser acompanhadas pelas autoridades de saúde dos vários concelhos da Madeira e 10 no Porto Santo

A região contabiliza 451 casos recuperados de Covid-19 e dois óbitos associados à infeção pelo novo coronavírus.

O avançado Luis Suárez teve um teste positivo para o novo coronavírus e vai desfalcar o Uruguai na receção ao Brasil, de qualificação para o Mundial2022 de futebol, anunciou hoje a federação uruguaia.

Luis Suárez também deverá falhar o reencontro no sábado com o FC Barcelona, que deixou esta temporada para assinar com o Atlético de Madrid.

Além do avançado colchonero também o guarda-redes Rodrigo Muñoz teve um teste positivo, assim como um elemento da estrutura da seleção.

O número de mortes associadas à Covid-19 num lar em Alburitel, concelho de Ourém (Santarém), aumentou para três, num surto que infetou 49 pessoas, entre utentes e funcionários, disse à Lusa a Autoridade de Saúde, esta segunda-feira.

Temos a lamentar o óbito de duas pessoas idosas com várias comorbilidades cardíacas e pulmonares que, após o quinto dia da doença Covid-19, tiveram um agravamento súbito dos sintomas e necessidade de cuidados hospitalares, tendo falecido no hospital, afirmou Ana San-Bento, delegada de saúde do Agrupamento de Centros de Saúde do Médio Tejo.

Segundo a médica, uma outra pessoa do Lar Residencial Abrigo Nossa Senhora da Ajuda foi internada.

A chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu hoje que as restrições impostas na Alemanha permitiram conter a propagação de novas infeções de Covid-19 e apelou à população para reduzir ainda mais os contactos ao mínimo.

“Ainda nos resta um longo caminho a percorrer, mas a boa notícia é que conseguimos parar o crescimento exponencial” do vírus, congratulou-se Merkel numa conferência de imprensa realizada após uma reunião com os líderes dos governos regionais.

Hoje de manhã, as autoridades de saúde alemãs indicaram terem registado nas últimas 24 horas 10.824 novas infeções pelo novo coronavírus, cerca de 6.100 a menos do que no domingo e longe do máximo de 23.542 atingido na sexta-feira.

Na segunda-feira da semana passada, o número de novas infeções era de 13.363, cerca de 2.500 a mais do que hoje.