Histórico de atualizações
  • Autárquicas: Costa e Rio a norte, Jerónimo no ex-bastião comunista de Almada

    António Costa concentra a agenda do dia em Braga e Rio fará contactos com população e comércio local em Viana do Castelo. Já Jerónimo aponta baterias a Almada, autarquia que o PCP quer recuperar.

    Autárquicas: Costa e Rio a norte, Jerónimo no ex-bastião comunista de Almada

  • BE diz que PRR prevê menos casas do que as prometidas pelo Governo em 2017

    “Aquilo que nós precisamos é desse investimento grande na habitação. Nós queremos essas 170 mil casas, não desistimos delas. Fizemos as contas e sabemos que as podemos pagar”, pediu Catarina Martins.

    BE diz que PRR prevê menos casas do que as prometidas pelo Governo em 2017

  • Vladimiro Feliz levou Moreira da Silva à praia do Ourigo. Se for eleito, promete demolir a polémica obra de betão

    O candidato do PSD já tem destino para a construção da obra de betão na praia do Ourigo: “É para demolir”. Moreira da Silva juntou-se a Vladimiro Feliz, “um campeão do desenvolvimento sustentável”.

    Vladimiro Feliz levou Moreira da Silva à praia do Ourigo. Se for eleito, promete demolir a polémica obra de betão

  • Vladimiro Feliz levou Moreira da Silva à praia do Ourigo. Se for eleito, promete demolir a polémica obra de betão

    O candidato do PSD já tem destino para a construção da obra de betão na praia do Ourigo: “É para demolir”. Moreira da Silva juntou-se a Vladimiro Feliz, “um campeão do desenvolvimento sustentável”.

    Vladimiro Feliz levou Moreira da Silva à praia do Ourigo. Se for eleito, promete demolir a polémica obra de betão

  • Barbosa Ribeiro diz que Rui Moreira começa a revelar "desnorte" e aponta-lhe o dedo por "baixar o nível" da campanha

    Depois de esta manhã Rui Moreira ter criticado a presença de ministros na campanha socialista — afirmando que tem “aquele ar salazarento de chapelada” — Tiago Barbosa Ribeiro aproveitou o comício frente à estação de Campanhã para responder ao opositor que acusa de “baixar o nível” da campanha em consequência de “algum desnorte”.

    Hoje terá dito que era algo salazarista a presença de cidadãos, militantes, dirigentes do PS na nossa campanha eleitoral na cidade do Porto. Salazarista uma candidatura que tem como cabeça de lista à Assembleia Municipal do Porto alguém que se levantou contra o Estado Novo? Salazarista o partido que antes do 25 de Abril lutou contra o salazarismo e o fascismo?” questionou Barbosa Ribeiro retribuindo o ataque considerando que “tiques salazaristas” são a tentativa de “tentar decidir quem pode e não pode vir fazer campanha eleitoral à cidade do Porto”.

    Barbosa Ribeiro e Pedro Nuno Santos à chegada ao comício em Campanhã

    “Isso nenhum presidente de câmara, nenhum candidato decide. Não pedimos autorização para ninguém vir fazer campanha à cidade do Porto”, atirou Barbosa Ribeiro voltando à carga sobre Rui Moreira com o envio de cartas ao encarregados de educação.

    “Quem não tem argumentos faz queixinhas.” Rui Moreira recupera carta de Rui Rio para responder a queixa do PSD/Porto

    “Acho que tiques do antigamente estão mesmo num certo partido de extrema direita, da direita radical que tem como candidato à Câmara Municipal do Porto um atual autarca desse movimento de Rui Moreira. Isso são tiques salazaristas. E não recebemos lições de moral de quem tem esse passado e presente na sua campanha eleitoral”, rematou o candidato socialista referindo-se ao candidato do Chega António Ferreira que foi eleito presidente da junta de freguesia do centro histórico do Porto pelo movimento de Rui Moreira em 2017.

  • Cotrim Figueiredo diz que prioridades do PRR estão erradas e critica Governo

    O “PRR é uma autêntica demonstração de como o primeiro-ministro e o PS não fazem ideia de como hão de fazer crescer Portugal” e que as prioridades daquele plano “estão erradas”., diz o líder da IL.

    Cotrim Figueiredo diz que prioridades do PRR estão erradas e critica Governo

  • PAN defende que PRR não pode ser arma para capturar câmaras

    Inês Sousa Real defendeu que o PRR não pode ser “arma política para capturar ou ganhar autarquias”, recomendando ao Governo que mantenha “cuidado e equidistância” durante a campanha eleitoral.

    PAN defende que PRR não pode ser arma para capturar câmaras

  • PAN propõe parques de matilhas e campanhas de esterilização permanentes de animais em Coimbra

    O cabeça de lista do PAN à Câmara de Coimbra quer parques de matilhas para revolver o problema dos animais assilvestrados na cidade. “São uma coisa simples e barata”, reforçou.

    PAN propõe parques de matilhas e campanhas de esterilização permanentes de animais em Coimbra

  • Catarina Martins pede "investimentos diferentes" em vez promessas repetidas de Costa

    Catarina Martins defendeu que, ao contrário das promessas repetidas de Costa, são precisos investimentos diferentes que resolvam os problemas estruturais do país como os ambientais e o despovoamento.

    Catarina Martins pede “investimentos diferentes” em vez promessas repetidas de Costa

  • Vladimiro Feliz foi à praia do Ourigo com Moreira da Silva. Se for eleito, promete demolir polémica obra de betão

    Para a última arruada do dia, Vladimiro Feliz escolheu um passeio pela praia do Ourigo, na Foz. E trouxe companhia: Jorge Moreira da Silva, antigo ministro do Ambiente, veio ver a polémica obra de betão que começou a ser construída naquele local — uma construção que o PSD denunciou e que em julho foi suspensa pela Agência Portuguesa do Ambiente. “É uma construção de betão que o mar acabará por levar”, alertou Vladimir Feliz.

    Acompanhado dos vários militantes e com música, o candidato social-democrata caminhou com Moreira da Silva pela marginal e por várias vezes ouviu buzinadelas de apoio dos carros que passavam e até um “good luck” de turistas que estavam naquela zona. Em frente à obra de betão, Vladimiro Feliz relembrou o Plano de Ordenamento da Orla Costeira, que prevê várias demolições junto às praias, e questionou: “Como é que temos um plano que ordena que nada se construa na praia e quando esse programa está para entrar em ação se constrói uma coisa destas?”

    A grande preocupação, acrescenta, é que depois das eleições autárquicas a obra “arranque de novo e que nada aconteça, porque aí já nada há para travar”. Mas, também garante que, caso seja eleito, a decisão está tomada: “Connosco, o que está prometido é que esta obra é para reverter e para demolir. Embora não seja responsabilidade da Câmara do Porto, um presidente de câmara tem a obrigação de preservar a sua cidade, de alertar as entidades centrais ou locais para que não façam atentados como este nas nossas praias”.

    Vladimiro Feliz garante que se fosse Rui Moreira “iria tentar perceber o que se passou” e que não empurraria responsabilidades. E, com confiança numa vitória do PSD nas eleições, reforçou: “Está ali o muro, que até cresceu. O que alerto é para que, caso não vençamos — que acredito que não vai acontecer — não se feche os olhos e não aconteça ali algo que só está a ser seguro até ao momento eleitoral”. Se Rui Moreira “é passado” e apenas se recandidata “para fechar as obras que tem em curso”, Vladimir Feliz garante que ele é o futuro.

    Na bagagem trouxe ainda uma crítica às visitas da ministros “que nada têm a ver com o Porto”, para apoiarem a candidatura do socialista Tiago Barbosa Ribeiro. Para João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente, ficou o desafio: “Convidava-o a visitar esta obra e a dizer a todos os portuenses o que vai acontecer a curto prazo com ela”.

    Moreira da Silva não quis falar de mais nada a não ser de eleições autárquicas e da obra que estava à sua frente. Ressalvou que não conhece a natureza do projeto na praia do Ourigo, mas não tem dúvidas de que “edificações como estas são completamente anacrónicas, num tempo de alterações climáticas e de riscos severos e extremos” e que “seguramente não contribui para a redução de riscos e não potencia o aumento de oportunidades”.

    Sobre Vladimiro Feliz, o antigo ministro de Pedro Passos Coelho reforça a “visão, experiência e perfil” do candidato social-democrata na sua ligação a temas como a sustentabilidade. “É um grande campeão do crescimento e do desenvolvimento sustentável. E nós precisamos de presidentes de câmara que sejam campeões nacionais e mundiais do crescimento e desenvolvimento sustentável”.

  • Rio não espera azias eleitorais, mas admite que "ninguém resiste a tudo"

    Rui Rio disse não esperar azias eleitorais na noite eleitoral, mas admitiu que “ninguém resiste a tudo se não éramos eternos”. Espera ainda “reduzir substancialmente” a diferença entre câmaras do PS.

    Rio não espera azias eleitorais, mas admite que “ninguém resiste a tudo”

  • Candidato autárquico do Chega chama “indiano vingativo” a António Costa. Partido deve afastá-lo

    Candidato a São Brás de Alportel aparece confuso em debate autárquico: “Sampaio estava internado e não se sabe se lhe sacaram os segredos de estado”. Distrital de Faro deve avançar para o afastamento

    Candidato autárquico do Chega chama “indiano vingativo” a António Costa. Partido deve afastá-lo

  • Beatriz Gomes Dias no Martim Moniz: os despejos e gritos de "Mortágua ao poder"

    “Chamo-me Beatriz Gomes Dias e sou candidata à Câmara Municipal de Lisboa”. É a primeira vez, no período oficial de campanha, que a candidata do BE sai à rua para uma ação de “contacto de população”, mas ao Observador garante “adorar” fazê-lo — é uma forma de conhecer as pessoas e de explicar as suas propostas, quando há “hipótese” disso.

    Nesta espécie de passeio em volta do Martim Moniz, na junta de Santa Maria Maior, nem sempre essa hipótese existe — há quem não tenha tempo para conversas ou quem explique que é um “tourist”. Ainda assim, quando há conversa, a receção não é má — e ao lado da comitiva ouvem-se de vez em quando uns gritos de “viva o Bloco” ou, a pensar noutras protagonistas, “Mortágua ao poder! Catarina Martins ao poder!”.

    Por entre as ruas apertadas e o cheiro a comidas e temperos fortes no ar, há um comerciante que faz questão de falar: Beatriz “anda na sua luta” e este homem quer chamar a atenção para “os comerciantes muitas vezes esquecidos” quando se fala em habitação e despejos na cidade. O que se passa é uma “expulsão dos bairros históricos, um drama”, garante.

    Se um dos motivos da escolha do percurso foi o recuo da CML na ideia de construir contentores de comércio no Martim Moniz, muito criticada por moradores e autarcas — “graças à mobilização de cidadãos”, protegeu-se esse “espaço público”, explica Beatriz — o outro tem a ver com as queixas do comerciante. “O passeio mostra-nos o impacto do alojamento local, o esvaziamento, o aumento do preço das habitações e despejos de comerciantes”, enumera. O Bloco defende uma “limitação” dos alojamentos locais, partindo de um cálculo da “carga turística” que a cidade aguenta receber.

  • Paulo Rangel acusa António Costa de instrumentalizar o Governo durante a campanha: É preciso que "caia a máscara ao PS"

    Paulo Rangel indica que António Costa “não pode andar disfarçado de primeiro-ministro” e acusou-o de fazer uma “uma instrumentalização do Governo”. Diz ainda que o PRR não é um “recurso do PS”.

    Paulo Rangel acusa António Costa de instrumentalizar o Governo durante a campanha: É preciso que “caia a máscara ao PS”

  • Pedro Nuno Santos em Campanhã: "O Porto tem de voltar a ser do povo"

    O palco do comício desta tarde está montado no largo da Estação de Campanhã, mas nem por isso o ministro que tutela as infraestruturas chegou de comboio. Pedro Nuno Santos veio à campanha de Tiago Barbosa Ribeiro elogiar-lhe a “coragem, qualificações e proximidade às pessoas” e deixar claro o que é um político socialista: “A proximidade ao povo distingue um socialista de qualquer outro; só somos bons quando temos a capacidade de estar próximo do povo que nos elegeu”.

    Pedro Nuno Santos e Tiago Barbosa Ribeiro em Campanhã

    Com foco no direito à habitação, nem as vozes de protesto que passam pela praça da estação incomodam Pedro Nuno Santos que aproveita para brincar com a situação: “Aquele senhor estava a apoiar-nos vocês é que não entenderam”.

    Enquanto as buzinas do trânsito caótico por estes dias vão fazendo coro em pano de fundo — alternando com o barulho dos comboios na estação — Pedro Nuno lembra que os socialistas têm “mais de 160 autarquias enquanto o segundo partido não tem mais de 100” e reclama a conquista da autarquia do Porto.

    “O PS em todo o país apresenta resultados, obra, respeita o povo e em cada eleição tem visto renovada a confiança. O que precisamos no Porto é uma autarquia que apresente resultados e mostre e defenda a sua visão”, aponta o socialista que considera “essencial” a “empatia de um presidente da câmara”.

  • Teresa Leal Coelho: "Rangel foi muito útil ao PSD, mas ainda não conheço o leque de candidatos"

    Teresa Leal Coelho diz que Passos é “um homem adequado” para colocar o país no “patamar” necessário, mas diz que é preciso respeitar o facto de se querer “dedicar à sua vida familiar”.

    Teresa Leal Coelho: “Rangel foi muito útil ao PSD, mas ainda não conheço o leque de candidatos”

  • Baptista Leite com Rio em Sintra, entre quem não o conhece e quem diga que "é uma pena meter-se na política"

    O candidato do PSD à Câmara de Sintra surgiu esta tarde com o apoio de Rui Rio para uma ação de campanha de contacto com a população e comércio local.

    Com o líder do PSD no centro das atenções, há demonstrações de apoio a “Ricardo”, mas também quem não conheça o candidato social-democrata.

    Ouça aqui a reportagem.

    Baptista Leite com Rio em Sintra, entre quem não o conhece e quem diga que “é uma pena meter-se na política”

  • João Ferreira de tuk tuk para falar do turismo e a pé para angariar votos: "Se tiver o coração como a cara, 'tá ganho"

    Os magotes de turistas, as buzinadelas constantes, as passadeiras cheias. O sol quente, o barulho dos talheres, as sopas e empadas a sair. Os guias à espera dos viajantes debaixo de um guarda-sol, o ocasional vernáculo de um condutor de Uber obrigado a parar no sinal vermelho. O caos do Chiado numa tarde de verão. E, no meio deste cenário, à porta de um tuk tuk branco parado no Largo do Camões, encontramos João Ferreira, preparado para entrar.

    A visita não é exatamente casual: quem vai ao volante do tuk tuk, que recebe Ferreira e os poucos jornalistas que cabem, é Tiago Salazar, escritor, candidato nas listas da CDU e proprietário deste tuk tuk, um modelo já descontinuado onde escreveu com marcador cábulas sobre as informações que traz aos turistas — o nome da rainha que mandou construir a Basílica da Estrela (Maria I, cumprindo uma promessa depois de engravidar), por exemplo. Desta vez, não traz turistas, mas a ideia também é mostrar que um tuk tuk não é um táxi — idealmente, é conduzido por um animador turístico, que Salazar também é — e a atividade merece profissionalização — duas propostas que constam do programa da CDU para Lisboa.

    É neste sentido que João Ferreira começa por defender a criação de condições para a carreira destes profissionais, que são ao mesmo tempo condutores e guias. Logo se ouve a voz de Salazar:

    Aqui ao lado está o elevador da Bica, é um dos quatro (de nove) elevadores que restam na cidade de Lisboa, todas do mesmo engenheiro. Era francês, Raoul Mesnier.

    No banco de trás, Ferreira espera pelo fim da explicação para continuar. “Estão aqui a fazer o percurso que qualquer turista faria. E, como veem, há outra parte aqui do trabalho que deve ser considerado…

    Aqui fica a livraria Letra Livre, uma das minhas principais recomendações. E ali o ateliê Júlio Pomar, meu amigo. É uma casa pouco visitada, infelizmente.

    “… As pessoas entram nesta profissão com diferentes qualificações, até motivações, e há uma desvalorização da profissão. É preciso regulamentá-la. Se apanharem um tuk tuk à sorte, não é garantido que vos aconteça o mesmo que aqui”, avisa João Ferreira. “Nem sempre há os mesmos conhecimentos, e há criatividade…”

    Aqui foram gravadas várias cenas do filme A Casa dos Espíritos, com o Jeremy Irons, no pressuposto de ser Santiago do Chile. O Palácio de São Bento passou pelo Palácio de la Moneda. Eles dizem que o original é mais bonito…

    Pausa. Por uns minutos, Ferreira e Salazar trocam de papéis. O condutor estaciona mesmo ao lado da Assembleia da República para explicar aos jornalistas as dificuldades da profissão. Mais uma vez, a lição é prática: faltam lugares de estacionamento para estes veículos — “estamos aqui clandestinos”. É quase um desafio: enquanto Salazar explica que há uma “prática de multa reiterada” contra os tuk tuk, que os guias fazem um “trabalho de embaixada” com as explicações que dão, que não havendo uma profissionalização não há critérios nem requisitos para as línguas que falam ou o conhecimento que têm, a polícia vem avisar a pequena comitiva: não se pode parar ali. Ferreira pede cinco minutos de paciência, Salazar queixa-se de ser “tratado como se fosse um meliante” e lembra que só os tuk tuk conseguem oferecer um tipo de turismo específico, guiado pelas ruelas de Lisboa.

    Ferreira ainda aproveita o cenário para explicar as propostas da CDU: criar um contingente para os tuk tuk, criar ligares de estacionamento, profissionalizar a profissão. Tudo sintomas de um mal maior da cidade de Medina: “O crescimento do turismo surge desenquadrado de qualquer perspetiva de regulamento, os tuk tuk são um exemplo disso”. Dos Airbnb aos TVDE, Ferreira discorre sobre os perigos de deixar o desenvolvimento da cidade “nas mãos do mercado” — Lisboa “escancarou as portas” a modelos de negócio desregulados, critica. Para salvaguardar os trabalhadores, mas também a qualidade da “experiência turística”, é preciso regular — nos tuk tuk, como no alojamento local. Neste último ponto Ferreira é, aliás, menos rígido do que Medina, que quer proibir qualquer licença nova, em qualquer ponto da cidade — o comunista diz que isso seria “a visão de quem abdica de regular a atividade turística”.

    A viagem leva o pequeno grupo ao jardim da Estrela –jardim Guerra Junqueiro, corrige Salazar, antes de se despedir — onde Ferreira encontrará muitos daqueles sobre quem falou na última meia hora de passeio: os turistas. Por entre uns “not from here” e “ciao”, começa a desejar uma “nice stay”; noutros pedaços de relva há piqueniques de adolescentes, que ainda não votarão.

    Ferreira, que prometeu visitar a freguesia — tem ao lado o candidato, Tiago Mendes — onde o problema da Habitação atingiu uma “dimensão incontornável” e se registam ameaças de despejos, continua. Nas faixas etárias mais avançadas tem mais sorte. “Nasci na maternidade Alfredo da Costa, moro em Queluz há 40 anos mas venho cá matar saudades. Havia ali o cinema Paris, mas está em ruínas.

    É uma pouca vergonha. Faça alguma coisa!”. Ferreira diz que sim, José Manuel Proença, que em tempos foi jornalista e cobriu a campanha presidencial de Ramalho Eanes, sorri-lhe e pergunta se está combinado. Ao Observador nega que costume votar no partido, mas aqui o voto parece assegurado.

    Mais à frente, as ocasionais reclamações — “falam muito, mas não fazem nada”, queixa-se Adélia Prata, que faz hoje 92 anos e acaba por encontrar um ponto comum com Ferreira, quando reconhece que a construção em Lisboa “é só para os ricos”. “Ora bem, ‘tá a ver!”, responde o candidato. “Olhe, faço votos para que vocês ganhem”. Só não explica se votará mesmo.

    Ferreira segue e interrompe um jogo de dominó em que o clima lhe é favorável — entre os três idosos, há um que se diz militante do PS mas “arrependido” (“corrija essa opção”, pede Ferreira), outro que lhe dá razão (“esta junta é PSD e CDS e fecharam a Casa do Idoso…”) e outro que costuma votar PCP. Ferreira assegura que gostou muito “deste bocadinho”. Tenta o mesmo na mesa do lado, que joga às cartas, mas o que o jogador que interpela queria mesmo, além dos folhetos da CDU, era uma caneta para ir apontando os resultados do jogo.

    Por entre os turistas e os que não aceitam folhetos, Ferreira ainda consegue, ainda assim, angariar algumas simpatias. Já à saída do jardim, conhece Natália de Lurdes, sentada ao lado do quiosque da amiga Elisabete. Natália comunica-lhe logo à partida que até costumava votar CDU, mas agora vai votar em branco. Ferreira dedica-se a explicações pedagógicas sobre a inutilidade do voto em branco, mas com cinco minutos de conversa e informações úteis para que Natália concorra aos apoios Covid para o seu negócio, sai dali com promessas de votos. “Se tiver o coração como a cara, ‘tá ganho!”. O candidato sorri e segue. Nestas coisas da rua, já se sabe que as promessas de votos aparecem mais rápido do que as cruzes no boletim, no dia das eleições.

  • Com copo de gin na mão, Rui Moreira é "aposta" de quem correu o mundo e investiu no Porto

    Rui Moreira esteve no Matadouro, na Campanhã, que diz ser “o enquadramento perfeito do programa desde há oito anos” — em se pretende juntar cultura, coesão, criação de emprego e economia — e que servirá para “contrabalançar uma cidade que ainda está demasiadamente desequilibrada em termos territoriais”, tendo em conta que aquela freguesia é ainda uma das mais pobres da cidade — e aquela que Rui Moreira deixou para um candidato do PS.

    Os contratempos naquela obra foram vários, houve um concurso público vencido por uma empresa do Porto e um chumbo do Tribunal de Contas travou o processo. A autarquia “não se conformou” e “recorreu”. “Ao fim de muito tempo acabaram por nos dar razão”, refere o presidente da câmara do Porto.

    Rui Moreira acredita que todo o processo “atrasou dois anos”, o que significa que “o matadouro poderia estar quase pronto”. Agora deverão ser mais dois anos. “É o país que temos”, atira Moreira, que recusou um plano B sugerido pela oposição por acreditar que “este é o melhor plano”.

    E mesmo sem apostar em números, o autarca acredita que serão criadas “muitas centenas de empregos diretos e milhares indiretos”.

    Antes de chegar ao Matadouro, Rui Moreira passou ainda pela Scoundrels Distilling Co., “a primeira escola de gin do país”. Travis Cunningham, o proprietário, é da Austrália, mas já viveu na Mongólia, no Dubai, na China e escolheu o Porto para abrir um negócio.

    Rui Moreira entrou, aceitou um copo de gin e trocou uns dedos de conversa com Travis, mas foi o vereador da Economia, Turismo e Comércio, Ricardo Valente, que assegurou que a câmara teve um papel importante, principalmente na escolha do sítio.

    O proprietário admite que escolheu a zona do Matadouro como uma “aposta” a longo prazo. “Apostei em ti”, disse a apontar para Rui Moreira, como um alerta de que aquele projeto, naquele sítio, tem como intuito que o Matadouro seja um sucesso na cidade do Porto.

  • Rio garante que "se continuar" vai propor deslocalização de outros organismos

    Caso “continuar” à frente do partido, Rui Rio vai propor a saída de Lisboa de outros organismos públicos. Em Sintra, diz ainda que o candidato Baptista Leite tem 50% de chances de vencer eleições.

    Rio garante que “se continuar” vai propor deslocalização de outros organismos

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