“Fazer listas [de deputados] é sempre difícil em qualquer partido. No nosso partido sempre foi e continuará a ser”, diz Rio.

O líder social-democrata é desafiado a dizer o se será fácil fazer campanha de costas voltadas para as estruturas que apoiaram Rangel. “Para ganhar legislativas aquilo que mais preciso é dos militantes do PSD. Esses eu tenho.”

“Estou picado para ganhar as legislativas”.

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

“Estive sempre disponível para fazer unidade. Agora só se consegue fazer unidade com que está disponível. Já aprendi que muitos dizem que querem unidade e depois não querem unidade nenhuma.”

Perante a insistência dos jornalistas em saber o que fará Rui Rio se perder as próximas legislativas, e perante os protestos dos militantes aqui presentes, Rio corta:

“Eu vou ganhar as legislativas.”

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Rio é desafiado a dizer o que fará se falhar a maioria absoluta nas próximas legislativas ou se ficar em segundo lugar. “Tudo aquilo que disse durante esta campanha interna está válido”, insiste.

“Vou a eleições democráticas, para ganhar, quero respeitar o resultado dessas eleições, quer ganhe, quer perca. Quem não ganha tem de estar disponível para contribuir para a governabilidade do país.”

“Meus amigos, ponto final, parágrafo. Vamos mudar de capítulo. No dia 30 de janeiro temos um desafio pela frente que é ganhar as legislativas.”

“Queremos uma governação que tenha mais rigor e menos facilitismo”, continua Rio. “Portugal e os portugueses não são menos que os outros europeus. É o rigor que nos pode levar a um país muito mais desenvolvido”.

“Temos de ter mais riqueza e menos endividamento. Temos de nos concentrar em produzir mais riqueza e a reduzir o nosso endividamento. Temos de mudar este rumo.”

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“Temos de ter a força para reformar, para enfrentar os interesses instalados para que o país possa mudar.”

Outro desígnio de Rio: o país tem de oferecer condições às empresas para que “possam pagar melhores salários”.

“Temos de ter um Governo que possa dar segurança aos portugueses na Saúde”, exemplifica ainda Rio, referindo-se à necessidade de investir na melhoria dos serviços públicos.

“Queremos menso impostos e melhores serviços”, continua o líder social-democrata.

“Precisamos de um país mais descentralizado”, insiste Rio. E aponta o dedo ao PS por ter impedido a transferência do Tribunal Constitucional para Coimbra.

“Esta vitória de hoje só faz sentido se for para construir um Portugal melhor”, remata Rio.

Rio elogia “dignidade” de Paulo Rangel na hora da derrota. O líder do PSD diz que falou “longamente” com o adversário e agradece-lhe o gesto.

Rio já discursa. “Quero agradecer a todos os militantes do PSD que participaram ativamente nestas eleições. Este grau de participação engrandece do PSD. É a vitória dos militantes de base do PSD”, reforça Rio.

“Os dirigentes de concelhia e distritais têm de se ligar mais aos militantes. Foram num determinado sentido e o povo disse não.”

Rio diz que uma esmagadora maioria das estruturas moveu-se por “interesses pessoais”.

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Líder social-democrata agradece também à sua estrutura de campanha, em particular a José Silvano e a Salvador Malheiro.

“Eu não prometi nada a ninguém. Não disse a ninguém que se votassem em mim tinha o lugar A ou B. A única coisa que as pessoas sabem é que não sou ingrato.”

“A forma que muitos portugueses me abordaram na rua, desejando a minha vitória, também teve influência. O meu agradecimento.”

Enquanto o líder social-democrata não desce para fazer o seu discurso aos militantes, as colunas gritam “I’m still standing”, música de Elton John.

Numa tradução livre: “Ainda estou de pé”. Rio que o diga. Depois de Santana Lopes, Luís Montenegro, agora foi Paulo Rangel. E Rio continua de pé.

Pouco antes da declaração de Paulo Rangel, o antigo líder da distrital de Lisboa e apoiante do eurodeputado, Pedro Pinto, começou por justificar o resultado ao dizer que “não há traições, há uma atração especial pelo candidato Rui Rio”. O deputado disse ainda acreditar que “a partir de amanhã o partido está unido”.

Paulo Rangel diz que está “empenhado no Parlamento Europeu” e que não prevê voltar a candidatar-se à liderança do partido: “Sinceramente, não é uma coisa que anteveja”.

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Sobre o facto de ter a maior parte da estrutura e ter perdido, o eurodeputado Paulo Rangel diz que “não há divórcio com as estruturas” e que todos “os militantes do PSD são livres”.

Sobre se espera que os seus apoiantes integrem as listas, Paulo Rangel diz que espera que “existam sinais claros de unidade”.

Paulo Rangel diz que não fez as pazes com Rui Rio porque nunca esteve “em guerra”, dizendo que estavam apenas numa “contenda eleitoral”.

O eurodeputado diz que sempre teve “estima” e “respeito” por Rui Rio e que hoje, quando falaram ao telefone, foi “exatamente igual”.

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Paulo Rangel não quer analisar os resultados desta noite, preferindo concentrar esforços nas eleições legislativas.

Sobre o facto de continuar no Parlamento Europeu, Paulo Rangel diz que “vai cumprir o mandato até ao fim, salvo algo que não possa prever”. Diz ter essa obrigação porque foram os portugueses que o elegeram.

Paulo Rangel lembra que sempre disse que o vencedor destas eleições “sairia com legitimidade reforçada” para as eleições legislativas.

O eurodeputado lembra que “sem nenhum ataque”, como foi da sua parte, todo o processo interno reforçaria o candidato do PSD às legislativas.

Rangel diz que Rio “sai com mais força para as legislativas” do que se tivessem abdicado de fazer eleições diretas.

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Paulo Rangel faz “um apelo à unidade”, uma “dentro de dois meses existem eleições legislativas”. Para o candidato derrotado, o que é “expectável” é que todos trabalhem em torno do vencedor e candidato a primeiro-ministro.

O eurodeputado diz que o PSD deve “partir para as legislativas com um único adversário: o PS de António Costa”. Paulo Rangel diz que está empenhado em que “o PSD tenha uma excelente vitória nas legislativas” e diz que os seus apoiantes também.

Paulo Rangel já telefonou a Rui Rio para o felicitar pela vitória.