Momentos-chave
- Líder do HTS diz que grupo vai fechar as "prisões notórias" do regime de Assad
- Ministro das Finanças de Israel diz que regresso dos reféns "não é uma vitória"
- Estado Islâmico já está a aproveitar vazios de poder para avançar na Síria, diz comandante do norte do país
- Aeroporto de Damasco deverá reabrir "nos próximos dias"
- Rebeldes dizem encontrado país falido e consumido pela corrupção. "O regime devorou-se a si próprio"
- Novo primeiro-ministro sírio apela a regresso de refugiados para reconstruir país: "A Síria é agora um país livre"
- Queda de "regime sangrento" de Assad abre caminho para a paz na Síria, diz Erdogan
- Guterres vê sinais de esperança na transição política da Síria: "Confio que o povo sírio será capaz de escolher o seu destino"
- Túmulo de Hafez al-Assad incendiado
- Líder supremo do Irão diz que EUA e Israel são responsáveis pela queda do regime de Assad na Síria
- Ataques israelitas matam pelo menos 26 pessoas, incluindo seis crianças, na Faixa de Gaza
- Ajuda humanitária bloqueada no norte de Gaza nos últimos dois meses, denuncia ONU
- Amnistia Internacional pede aos governos para evitarem colocar refugiados sírios em "situações de maior incerteza e precariedade"
- Nos primeiros contactos com os rebeldes sírios, EUA pedem uma transição política "inclusiva"
Atualizações em direto
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Israel reforça ataques contra "alvos militares de Assad" na Síria em Latakia e Tartus
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos afirma que Israel atacou “alvos militares de Assad” nas cidades costeiras de Latakia e Tartus, na Síria.
“Caças israelitas lançaram ataques aéreos” contra “instalações militares”, incluindo “o porto de Latakia” e armazéns na província vizinha de Tartus, de acordo com o Observatório, acrescentando que “as forças israelitas continuam a destruir o que resta do arsenal militar da Síria pelo quarto dia consecutivo desde a queda do antigo regime”, cita o Times of Israel.
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Ataque terrorista em Jerusalém deixa quatro feridos
Quatro pessoas ficaram feridas no seguimento de um ataque terrorista em Jerusalém. De acordo com as autoridades israelitas, uma das vítimas, uma criança de 10 anos, ficou em estado crítico.
Segundo o The Times of Israel, o terrorista terá baleado um autocarro numa autoestrada no sul da capital, no território da Cisjordânia. O atirador mantém-se em fuga e as Forças de Defesa de Israel indicam que estão a bloquear as estradas e a “cercar” a região de Belém, numa operação para tentar deter o suspeito.
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Líder do HTS diz que grupo vai fechar as "prisões notórias" do regime de Assad
Abu Mohammad al-Julani, líder do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), afirmou que o grupo iria “dissolver as forças de segurança” e fechar as “prisões notórias” do regime de Bashar al-Assad.
Em declarações à Reuters, al-Julani admite estar a trabalhar em conjunto com organizações internacionais, para “proteger locais onde possam estar localizadas armas químicas”. Esta afirmação foi bem recebida pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América, com a porta-voz do Pentágono a dizer que “agradecem este tipo de retórica, mas que as ações têm de corresponder às palavras”.
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Ministro das Finanças de Israel diz que regresso dos reféns "não é uma vitória"
“O regresso dos reféns é importante, é uma missão nacional judaica e sionista muito importante, mas não é uma vitória”, afirma Bezalel Smotrich, o ministro das Finanças de Israel, numa conferência em Jerusalém.
Citado pelo jornal Haaretz, Smotrich admite opor-se a negociar com o Hamas, quando “pedem aos cidadãos de Gaza para deixar de ter medo” do grupo palestiniano.
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Parlamento de Israel rejeita discutir comissão de inquérito sobre ataques de 7 de outubro
Com oito votos de diferença, o Knesset (parlamento israelita) rejeitou uma proposta que tinha como objetivo o estabelecimento de uma comissão de inquérito para investigar a resposta israelita aos ataques do dia 7 de outubro de 2023.
David Amsalem, deputado do Partido Likud, do primeiro-ministro, afirma que iria existir um conflito de interesses caso esta medida fosse aprovada, uma vez que o presidente da comissão seria o antigo presidente do supremo tribunal israelita. “Os juízes e o procurador-geral têm um conflito de interesses e vão investigar-se a si próprios?”, cita o jornal Haaretz.
Amsalem defende que os ataques no dia 7 de outubro “não são o evento”, mas que devem ser investigados os 15 anos que antecederam a ofensiva do Hamas. Benny Gantz, líder da União Nacional, sublinha que “o massacre não pode ser sujeito a um encobrimento”.
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Estado Islâmico já está a aproveitar vazios de poder para avançar na Síria, diz comandante do norte do país
O general Abdi Mazloum, um dos mais importantes comandantes das forças da oposição síria no norte do país, alerta para o facto de os militantes do Estado Islâmico estarem já a aproveitar o caos instalado na Síria para avançar no terreno.
Em declarações à Sky News, Mazloum sublinha que a rápida revolução deu origem a vazios de poder em vários pontos da Síria, que estão a ser aproveitados pelos insurgentes e extremistas.
“O Estado Islâmico está agora mais forte no deserto sírio. Antes, eles estavam em áreas remotas, escondidos, mas agora têm mais liberdade de movimento, já que não têm problemas com outros grupos e não estão em conflito com eles”, afirmou.
“Em áreas que estão sob o nosso controlo, as atividades deles já aumentaram. Há poucos dias, três membros das Forças de Segurança Interna foram mortos perto de al-Hassakah, numa operação do Estado Islâmico”, disse ainda.
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Aeroporto de Damasco deverá reabrir "nos próximos dias"
O aeroporto de Damasco, que se encontra encerrado desde que os rebeldes tomaram o controlo da cidade, no fim de semana, deverá reabrir “nos próximos dias”, revelou o diretor do aeroporto, Anis Fallouh, à AFP.
“Se Deus quiser, o aeroporto vai reabrir tão rapidamente quanto possível, porque vamos trabalhar a todo o vapor”, afirmou Fallouh, apontando os “próximos dias” como expectativa para a reabertura.
“Rapidamente poderemos permitir novamente os voos no espaço aéreo sírio, que tem estado fechado”, assinalou.
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Israel diz aos Estados Unidos da América que há hipótese de acordo de reféns
O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, disse hoje ao seu homólogo norte-americano, Lloyd Austin, haver atualmente “uma hipótese” de um acordo para a libertação de reféns mantidos na Faixa de Gaza desde 7 de outubro de 2023.
“Atualmente há uma hipótese de um novo acordo”, disse Katz, na conversa telefónica com Austin, de acordo com um comunicado do seu gabinete.
“Esperamos a libertação de todos os reféns, incluindo os cidadãos norte-americanos”, assegurou o ministro israelita.
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Rebeldes dizem encontrado país falido e consumido pela corrupção. "O regime devorou-se a si próprio"
Na mesma entrevista ao Corriere della Sera, o primeiro-ministro interino da Síria revelou que os rebeldes encontraram um cenário negro do ponto de vista financeiro ao assumir a liderança do país.
“Sabemos que estamos a herdar uma administração gigante, atormentada pela corrupção”, explicou Bashir. “Em última análise, o regime devorou-se a si próprio, mas ao mesmo tempo as pessoas viviam mal.”
Sublinhando que a maioria dos ministros do antigo governo estão a colaborar na transição, Bashir disse também que as finanças sírias estão num estado “muito mau”.
“Nos cofres só temos libras sírias, que valem pouco ou nada. Com um dólar americano é possível comprar 35 mil das nossas moedas. Não temos moeda estrangeira e, no que toca a títulos e empréstimos ainda estamos a recolher informação. Por isso, sim, do ponto de vista financeiro estamos muito mal”, diz o responsável.
Garantindo que só vai ficar no cargo até março de 2025 (para dar lugar a uma eleição democrática), Bashir assinalou que “a dívida é enorme e o desafio é ciclópico”.
Contudo, os rebeldes dizem ter a experiência de governar Idlib, onde afirmam ter “sucesso” com Bashir como presidente de câmara.
“Claro que uma província não é o país e ainda assim conseguiremos melhorar a Síria. Vai demorar, mas vamos conseguir”, diz.
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Novo primeiro-ministro sírio apela a regresso de refugiados para reconstruir país: "A Síria é agora um país livre"
O novo primeiro-ministro da Síria, Mohammed al-Bashir, garante que o novo regime sírio vai “garantir os direitos de todas as pessoas e grupos” do país, assegurando uma governação pluralista e não apenas dirigida aos muçulmanos.
Numa entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera publicada esta quarta-feira — a primeira entrevista a um meio de comunicação social ocidental —, Bashir deixa uma garantia a todos os sírios que estão fora do país desde que fugiram do regime de Bashar al-Assad: agora, é seguro voltar.
Na entrevista, Bashir (que garante ocupar o cargo transitoriamente, até março de 2025) explicou que o novo regime sírio tem três objetivos principais.
O primeiro é “restaurar a segurança e a estabilidade em todas as cidades da Síria”.
“Os sírios estão exaustos da injustiça e da tirania. A autoridade do estado tem de ser restaurada, para permitir que as pessoas regressem ao trabalho e à vida normal”, disse o governante interino.
O segundo objetivo, acrescentou, é “trazer de volta os milhões de refugiados sírios que estão no estrangeiro”.
“O seu capital humano, a sua experiência, vai permitir ao país florescer. O meu apelo é para todos os sírios no estrangeiro: a Síria é agora um país livre que recuperou o seu orgulho e dignidade. Voltem. Temos de reconstruir, renascer e precisamos da ajuda de todos”, assinalou na entrevista.
Por fim, disse Bashir, o terceiro objetivo passa pelo planeamento estratégico, já que “os sírios não podem viver com a precariedade de serviços essenciais, como eletricidade, pão e água”.
“Somos um governo de transição, mas temos de começar a trabalhar nisto. Quando entrámos em Alepo, Hama e Damasco, os sírios viviam numa dupla escuridão: a escuridão do regime e a escuridão dos cortes de eletricidade. É absolutamente inaceitável”, sublinhou.
Questionado sobre como é que os rebeldes podem dar estas garantias tendo em conta o passado jihadista de muitos elementos — vários deles ligados à Al-Qaeda e até ao Estado Islâmico —, Bashir procurou distanciar o movimento rebelde do “comportamento errado de alguns grupos islamistas”.
Esse comportamento, diz o primeiro-ministro interino, “levou muitas pessoas, especialmente no Ocidente, a associar os muçulmanos ao terrorismo e o Islão ao extremismo”.
“Esta é uma questão de comportamentos errados e de falta de compreensão. Assim, o significado do Islão, que é a ‘religião da justiça’, foi distorcido. Precisamente porque somos muçulmanos, vamos garantir os direitos de todas as pessoas e grupos na Síria”, disse.
Questionado sobre se a nova constituição da Síria será islâmica, o novo primeiro-ministro disse que o governo interino sírio pretende “clarificar todos esses detalhes durante o processo constituinte”.
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Peritos da ONU lamentam “total impunidade” de Israel
Vários peritos da ONU lamentaram hoje que a comunidade internacional continue passiva face ao que classificam como uma “escalada bárbara do genocídio” que Israel está a cometer nos territórios palestinianos, que dizem só ser possível face à “total impunidade”.
Numa conferência de imprensa em Genebra, Suíça, relatores e especialistas da ONU, entre os quais a relatora especial sobre os direitos humanos nos territórios palestinianos ocupados, Francesca Albanese, apontaram que apesar de o conflito estar a “desaparecer dos noticiários, a situação no terreno é catastrófica” e responsabilizaram a comunidade internacional por estar a permitir que Israel prossiga a sua política de “destruição total”.
Os peritos da ONU manifestaram também “profunda preocupação” com os ataques de que têm sido alvo as próprias Nações Unidas, mas também o Tribunal Penal Internacional (TPI), sobretudo desde a emissão do mandado de prisão contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, por países que se autoproclamam “campeões do Estado de direito”.
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Queda de "regime sangrento" de Assad abre caminho para a paz na Síria, diz Erdogan
O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse que a queda do “regime sangrento” de Bashar al-Assad abre caminho para a paz e para a segurança na Síria.
Numa altura em que centenas de refugiados sírios deixam a Turquia e regressam a casa, de acordo com a Al Jazeera, Erdogan afirmou também que o país “abordou a crise síria com uma perspetiva orientada para a consciência”.
“Não perguntámos aos [refugiados] que vieram se eram turcos, árabes ou curdos. Não perguntámos aos que nos pediram ajuda se eram muçulmanos, cristãos ou judeus”, notou o líder turco.
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"Irão é o grande perdedor da queda de Assad"
Madalena Meyer Resende explica o porquê de Teerão culpar os Estados Unidos e Israel pela queda do regime de Bashar al-Assad. Ainda, a importância do apelo do Papa na Síria.
Ouça aqui o novo episódio de “Gabinete de Guerra” da Rádio Observador.
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Irlanda junta-se a outros países europeus e suspende pedidos de asilo de refugiados sírios
A Irlanda juntou-se a outros países europeus e anunciou a suspensão dos pedidos de asilo de refugiados sírios na sequência da queda do regime de Bashar al-Assad. A decisão foi anunciada pelo Ministério da Justiça irlandês.
Além da Irlanda, também Áustria, Alemanha, Bélgica, Croácia, República Checa, Dinamarca, Finlândia, França, Grécia, Itália, Países Baixos, Noruega, Polónia, Suécia, Suíça e Reino Unido também já suspenderam os pedidos de asilo, indica o The Guardian.
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Alemanha vai enviar 8 milhões de euros em ajuda humanitária à Síria
A Alemanha vai enviar oito milhões de euros em ajuda humanitária à Síria e nomear Tobias Lindner, ministro de Estado, como o seu representante no país, anunciou Annalena Baerbock, ministra dos Negócios Estrangeiros alemã.
“Vemos um momento de esperança”, disse a ministra, segundo a Al Jazeera, ao apresentar um plano de oito pontos para uma situação que está “tudo menos estável”.
Annalena Baerbock disse ainda que o regresso de refugiados sírios deve ser coordenado com aliados na Europa e nas Nações Unidas.
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Guterres vê sinais de esperança na transição política da Síria: "Confio que o povo sírio será capaz de escolher o seu destino"
António Guterres, secretário-geral da ONU, disse hoje que existem alguns sinais de esperança com o fim do regime de Bashar al-Assad na Síria. “Confio plenamente que o povo sírio será capaz de escolher o seu próprio destino”, afirmou.
As declarações de Guterres foram, segundo a agência Reuters, feitas durante uma visita à África do Sul, onde esteve reunido com Ronald Lamola, ministro dos Negócios Estrangeiros desse país.
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Síria na agenda de reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Europa
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia vão reunir-se esta quinta-feira para discutir os recentes desenvolvimentos da crise na Síria, bem como o apoio à Ucrânia.
“Dados os eventos dramáticos na Síria nos últimos dias, não é surpreendente que também exista um segundo tópico importante, nomeadamente o que se passa na Síria e o impacto que tem na região e na Europa”, indicou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, país que vai acolher a reunião, segundo o The Guardian.
Annalena Baerbock, ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, vai receber os seus homólogos de França, Polónia, Espanha, Itália, Reino Unido e Ucrânia em Berlim.
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Túmulo de Hafez al-Assad incendiado
O túmulo de Hafez al-Assad, pai de Bashar al-Assad, foi hoje incendiado, conforme demonstram imagens partilhadas na rede social Twitter.
🔶 The burning of the grave of Hafez al-Assad, who ruled Syria 30 years before his son Bashar al-Assad. pic.twitter.com/P1WMIzD7v8
— Monika (@Monika_is_His) December 11, 2024
Hafez al-Assad governou a Síria entre 1971 e 2000, tendo sido sucedido pelo seu filho, Bashar al-Assad, que foi deposto no passado sábado.
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Papa pede "respeito mútuo" entre religiões na Síria
O Papa Francisco apelou hoje ao “respeito mútuo” e à “amizade” entre religiões na Síria após a queda do regime de Bashar al-Assad.
“Rezo para que o povo sírio possa viver em paz e segurança na sua amada terra e para que as diferentes religiões possam caminhar juntas na amizade e no mútuo respeito para o bem daquela nação, afligida por tantos anos de guerra”, afirmou Francisco, de acordo com a Al Jazeera.
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Líder supremo do Irão diz que EUA e Israel são responsáveis pela queda do regime de Assad na Síria
O líder supremo do Irão, Ayatollah Ali Khamenei, disse que os EUA e Israel são responsáveis pela queda do regime de Bashar al-Assad, na Síria. Por outro lado, ainda que indiretamente, também apontou culpas à Turquia.
“Não deve haver dúvidas de que o que aconteceu na Síria é o produto de um plano conjunto americano e sionista”, alegou, em declarações transmitidas pela agência de notícias iraniana Tasnim, que são citadas pelo The Guardian.
“Sim, um governo vizinho da Síria desempenhou, tem desempenhado e está a desempenhar um papel óbvio a este respeito — toda a gente vê isso — mas os principais conspiradores, os cérebros e os centros de comando estão na América e no regime sionista”, acrescentou, apontando o dedo, ainda que indiretamente, à Turquia.
O líder supremo do Irão disse também ter “provas”, que “não deixam margem para dúvidas”, da alegada responsabilidade dos Estados Unidos e de Israel pelo que se está a passar na Síria.